Utilizou-se 65 dados de cultivos coletados do banco de dados. Na tabela 3 abaixo, tem-se as estatísticas desses cultivos.
Tabela 3- Valores mínimos, máximos, média e desvio padrão.
Variáveis Valor mínimo Valor Máximo média ± desvio padrão
Sobrevivência 0,63 1,20 0,93 ± 0,031 Densidade (PL/L) 12 64 26,16 ± 2,377 Tempo de cultivo 5 19 11,57 ± 0,862 (Dias) Mês de cultivo 1 12 6,26 ± 0,865
O resultado médio de sobrevivência apresentado na Tabela 3, estão de acordo com as médias registradas na análise comparativa de 63 cultivos de L.
vannamei, em berçários, utilizando-se alimentação a base de ração e biomassa de
artemia, realizada por Pereira Neto et al. (2005), os quais encontraram valores médios de sobrevivência de 0,94 ± 0,052.
Ao modelar a taxa de sobrevivência (sob-%) das pós-larvas do camarão marinho Litopenaeus vannamei na fase berçário, com as variáveis de manejo, definido na equação 32, a maximização de R2 se deu ao utilizar o transformador
0
^
, obtendo-se a seguinte equação:
R2 = 60,81% eq. (34)
Com base nos resultados da análise de variância (Tabela 4), verificou-se que o nível de probabilidade de rejeição do modelo da equação 34 foi muito
) ) 0281 , 0 1289 , 0 ( ) 0169 , 0 0466 , 0 0038 , 0 ( 1006 , 0 0101 , 0 1084 , 0 ( MC LFPL1 LFPL6 LFPL5 Dens LFPL6 LFPL5 TC
e
sob
pequeno, ou seja, menor que 0,00001, e assim pode-se afirmar com 95% de confiança (p<0,05), que o modelo encontrado se adequa aos dados.
Tabela 4- Análise de Variância para a regressão da taxa de sobrevivência das pós-larvas do camarão marinho Litopenaeus vannamei.
Fonte de Soma dos GL Quadrado F Prob (F) Variação Quadrados Médio
Regressão 0,6853 7 0,0979 12,635 0,0000... Resíduo 0,4417 57 0,0077
Total 1,127 64
Através da tabela dos testes de normalidade (Tabela 5), isto é, dos testes de Shapiro-Wilk, D’ Agostino e D’ Agostino-Pearson, conclui-se que os erros têm distribuição normal.
Tabela 5- Testes de normalidade.
Teste Estatística Parâmetro Conclusão
Shapiro-Wilk 0,9759 0,2350 Aceita H0
D’ Agostino -0,2846 -2,68...1,14 Aceita H0
D’ Agostino-Pearson 2,18685 0,33507 Aceita H0
Aceitar Ho= os erros, provavelmente, tem distribuição normal.
Rejeitar Ho = os erros, provavelmente, não tem distribuição normal.
Ao fazer a análise de resíduos através de técnicas gráficas, verificou-se que:
1) Ao plotar o gráfico do resíduo padronizado versus o valor estimado (Figura 5), verifica-se que os dados estão bastante dispersos, o que nos leva a concluir que os erros têm variâncias homogêneas, que as médias das observações das variáveis independentes têm efeito linear, e assim tem-se que o modelo é adequado aos dados.
Figura 5- Resíduo padronizado em função dos valores estimados
2) No gráfico do resíduo padronizado versus o quantil da distribuição normal reduzida (Figura 6), observou-se que os dados estão bem próximos da reta, o que nos leva a verificar que os mesmos são originários de uma população normal para a taxa de sobrevivência.
Figura 6- Resíduo padronizado em função dos quantis da normal reduzida
Verificou-se para variável resposta sobrevivência cinco “outliers” os quais não foram retirados da matriz dados, pois não causariam nenhum problema na análise.
Após verificar a adequação do modelo através da análise de variância e das análises de resíduos, sua representação gráfica para predição dos resultados é apresentada na Figura 7 a seguir:
Figura 7- Representação da sobrevivência das pós-larvas do L. vannamei em
função dos laboratórios fornecedores de pós-larvas e tempo de cultivo.
Analisando a equação de sobrevivência e a Figura 7 verifica-se que à medida que o tempo de cultivo no LFPL6 aumenta, a sobrevivência diminui e vice-versa. As
variáveis LFPL1 e LFPL2=LFPL3=LFPL4=LFPL7 permaneceram constantes em
relação à variável resposta sobrevivência. Verifica-se que a procedência das pós- larvas influiu de forma significativa na sobrevivência. Ressalva-se que Ximenes (2005) também verificou que a procedência das pós-larvas influi de forma significativa na sobrevivência.
Pode-se observar na análise da variável independente LFPL5 (Figura 7), que
os melhores resultados de sobrevivência foram para cultivos mais longos, ou seja, verifica-se que à medida que o tempo de cultivo aumenta, a sobrevivência aumenta, diferentemente das observações realizadas por outros autores que utilizaram a mesma técnica de estimação da variável resposta sobrevivência em outras análises de predição de modelos das variáveis de manejo de cultivo de L. vannamei, onde a variável independente TC (tempo de Cultivo) influenciou negativamente sobre a variável resposta sobrevivência (Bezerra et al., 2007; Pessôa et al., 2008).
Uma das desvantagens do sistema de berçário é a demanda intensa de mão- de-obra, com maior manuseio dos camarões (SAMOCHA et al., 2003).
As pós-larvas do camarão marinho Litopenaeus vannamei, oriundas do LFPL5
e LFPL1 proporcionaram uma sobrevivência em média de 88%, e as pós-larvas
oriundas do LFPL6 proporcionou uma sobrevivência em média de 70%, em um
tempo médio de 12 dias de cultivo e a uma densidade média de 26 PL/L.
Utilizando-se a análise gráfica ao relacionar a sobrevivência com a densidade de estocagem (ind/L) (Figura 8), verifica-se que pós-larvas oriundas do LFPL2,
LFPL3, LFPL4 e LFPL7 apresentaram o melhor resultado com relação à variável
dependente sobrevivência, seguido do LFPL1, enquanto que pós-larvas oriundas do
LFLP5 apresentaram o pior resultado. Isso não significa que os laboratórios LFPL2,
LFPL3, LFPL4, LFPL7 e LFPL1 forneceram pós-larvas de melhor qualidade do que o
laboratório LFLP5. O fato de uma ter apresentado uma sobrevivência melhor do que
de outra pode ter sido em decorrência de erros na estimativa de pós-larvas no seu fornecimento.
Figura 8- Sobrevivência das pós-larvas do L. vannamei em função dos
Verifica-se na Figura 8, que no LFPL6 à medida que a densidade de estocagem
aumenta a sobrevivência também aumenta comportamento este que não é comum. Esse fato ocorreu, pois houve apenas dois cultivos com densidade de estocagem
baixa. Gautier et al. (2001) afirmaram que existe uma importância relativa entre a densidade de estocagem e a sobrevivência do L. vannamei. Ximenes (2005) verificou que quanto menor o número de pós-larvas estocadas maior a sobrevivência. Rocha (1998) verificou que cultivos do L. vannamei em berçários, a densidade de 20 PL/L, podem ser obtidas sobrevivências com o uso de ração comercial e formulada, mesmo sem fertilizar a água. Seabra (2004), ao trabalhar com densidade de estocagem de 10 PL/L obteve uma sobrevivência média de 92%.
A taxa de sobrevivência média em relação ao período estudado foi de 93%, com uma densidade média de 26 PL/L, com o tempo de cultivo médio de 12 dias. Peregrino e Correia (2002) obtiveram de 85-90% de sobrevivência em um cultivo realizado no Piauí na com densidade de 50-60 PL/L durante 30 dias.