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4.1 Estudo preliminar ESTUDO i

4.2.1 Resultados ensaios de Compressão simples aos 7 dias

A Tabela 4.5 apresenta os valores de resistência à compressão simples para os seis melhores resultados obtidos para cada traço. Ressalta-se que o mesmo procedimento aplicado no

74 estudo preliminar para identificação de outliers foi aqui aplicado. Dessa forma, dois pontos experimentais foram descartados, um no traço T3 I e outro no traço T5 I, respectivamente substituições de 20% de brita reciclada e 40% de areia de fundição. Analisando-se a mesma tabela, verifica-se que o coeficiente de variação em todos os casos é inferior a 14%, indicando pequena dispersão entre os resultados de ensaio utilizados para determinação das médias.

A Figura 4.4 mostra o gráfico de Whisker com indicação das médias de cada traço estudado e o intervalo de confiança da média para um nível de confiança de 80%.

Tabela 4.5: Valores de resistência à compressão simples para os seis melhores resultados determinados no estudo II ensaiados aos 7 dias

Traço

T I T1 I T2 I T3 I T4 I T5 I T6 I Resistência à compressão simples (fpi) (MPa) (fpi)

1 15,72 24,36 16,34 12,02 11,10 12,64 3,08 2 13,87 26,21 18,19 12,02 9,56 12,64 3,70 3 13,87 21,89 20,35 11,10 11,10 12,95 3,70 4 13,57 22,51 18,50 11,10 10,48 13,10 3,39 5 16,34 20,35 19,73 10,79 9,87 13,57 4,32 6 13,57 21,58 18,50 9,56 4,32 Média = 14,49 22,82 18,60 11,41 10,28 12,98 3,75 d-p = 1,22 2,12 1,39 0,58 0,72 0,38 0,49 CV = 8,40% 9,28% 7,46% 5,06% 7,01% 2,96% 13,17%

Onde: T: Traço padrão; T1: 20% de areia reciclada; T2: 40% de areia reciclada; T3: 20% de brita reciclada; T4: 40% de brita reciclada; T5: 20% de areia de fundição; T6: 40% de areia de fundição; d-p: desvio padrão amostral; CV: coeficiente de variação determinado pela razão entre o d-p e a média.

Figura 4.4: Gráfico de Whisker com indicação da média e intervalo de confiança de 80% para o estudo II e ensaios realizados aos 7 dias

Mean

Mean±0,8 Conf. Interval Outliers

Extremes TI T1I T2I T3I T4I T 5I T6I

Traços 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26

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Figura 4.5: Valores de resistência à compressão simples dos traços avaliados no estudo II e ensaiados aos 7 dias

Analisando em conjunto a Tabela 4.5, a Figura 4.4 e a Figura 4.5 observa-se que as substituições com areia reciclada promoveram o aumento dos valores de resistência à compressão simples se comparado ao traço padrão T. Os demais traços, também comparados ao padrão, resultaram em valores inferiores a este. Neste caso também a areia de fundição na proporção de 40% foi responsável pela maior redução. A Tabela 4.6 apresenta as diferenças, absolutas e relativas, entre os traços com substituição (T1 I a T6 I) e o traço padrão (T I).

Tabela 4.6: Diferenças absolutas e relativas entre os traços com substituição e o traço padrão para os ensaios do estudo II ensaiados aos 7 dias

Diferença entre as médias

T1 I T2 I T3 I T4 I T5 I T6 I

Absoluta (MPa) 8,3 4,1 -3,1 -4,2 -1,5 -10,7

Relativa 57,4% 28,4% -21,3% -29,1% -10,4% -74,1%

Analisando a Tabela 4.6 verifica-se que o traço T1 com 20% de areia reciclada promoveu um aumento de aproximadamente 57% na resistência média à compressão dos pavers, enquanto o T2, com 40% de areia reciclada, levou a um acréscimo de 28%, aproximadamente, na resistência média. Especula-se que a razão deste efeito seja a presença de cimento não hidratado na areia reciclada e que pode contribuir para este aumento. Na mesma tabela observa-se que a substituição

14,49 22,82 18,60 11,41 10,28 12,98 3,75 0 5 10 15 20 25 T I 7 T1 I 7 T2 I 7 T3 I 7 T4 I 7 T5 I 7 T6 I 7

Resistência à compressão simples (Mpa)

76 por brita reciclada levou a uma redução na resistência média, sendo maior a redução quanto maior a proporção de substituição. Neste caso, 20% de brita reciclada reduziram aproximadamente 21% a resistência média, se comparado ao traço padrão, enquanto 40% de brita reciclada promoveram uma redução de aproximadamente 29% na resistência média. Especula-se que a menor resistência dos agregados reciclados, relativamente aos naturais, pode produzir este efeito. No caso da areia de fundição, que levou a uma redução de aproximadamente 10% e 74% na resistência, respectivamente para substituições de 20% e 40%, não ficou evidenciado o fenômeno que promove tal redução. Pode-se apenas especular se a composição química da areia estudada contenha elementos que reagem com o cimento e promovam a redução da resistência média.

A exemplo do realizado no estudo anterior realizou-se a análise de variância para comparação entre as médias obtidas nos ensaios. O teste indica que, ao se analisar de forma conjunta todas as condições do estudo, verifica-se que as médias amostrais são significativamente diferentes ao nível de confiança de 80%. Portanto, pode-se pressupor que as substituições realizadas promovem alterações no comportamento mecânico dos pavers, podendo, como discutido, levar ao aumento ou diminuição da resistência a depender do material usado.

Realizou-se também a comparação entre as médias de cada traço. A Tabela 4.7 apresenta um resumo do resultado do teste de comparação entre médias do estudo II para ensaio aos 7 dias. O valor 0 indica que a diferença entre as médias não é significante estatisticamente ao nível de confiança de 80%, e o valor 1 indica o contrário.

Tabela 4.7: Resumo dos teste de comparação entre as médias dos ensaios do estudo II para um nível de confiança de 80% e ensaio aos 7 dias

Traço T I T1 I T2 I T3 I T4 I T5 I T6 I T I -- 1 1 1 1 0 1 T1 I -- 1 1 1 1 1 T2 I -- 1 1 1 1 T3 I -- 0 0 1 T4 I -- 1 1 T5 I -- 1 T6 I --

Onde: T: Traço padrão; T1: 20% de areia reciclada; T2: 40% de areia reciclada; T3: 20% de brita reciclada; T4: 40% de brita reciclada; T5: 20% de areia de fundição; T6: 40% de areia de fundição; Significância 0: indica que a diferença entre as médias não é significante ao nível de significância de 20%; Significância 1: indica que a diferença entre as médias é significante ao nível de significância de 20%.

77 Analisando a Tabela 4.7, tomando-se como referência o traço padrão T, observa-se que, exceto o traço T5 I, todos os traços apresentam médias estatisticamente diferentes daquela observada para o traço padrão, ou seja, pode-se depreender que a substituição dos agregados naturais por areia reciclada, brita reciclada e 40% de areia de fundição leva a alterações do comportamento mecânico dos pavers. Analogamente, poder-se-ia dizer que não há diferença significativa entre a média de resistência do traço T I e do traço T5 I, com 20% de areia de fundição. Assim, conclui-se que a substituição nesta proporção não alteraria o comportamento mecânico dos pavers.

Portanto, pode-se concluir, conforme já discutido, que a substituição com areia reciclada levou a um aumento da resistência, sendo este maior quanto menor a proporção substituída. Os demais materiais levaram a uma redução da resistência independente da proporção usada. Contudo, a redução é maior quanto maior o teor de substituição.

Ainda na Tabela 4.7, ao se analisar a comparação entre as médias dos traços com os mesmos materiais, conclui-se que o aumento nas proporções (20% para 40%) de areia reciclada e areia de fundição resultam em redução da resistência à compressão na medida em que as médias são significativamente diferentes ao nível de confiança de 80%, estando de acordo com as análises anteriores. Contudo, no caso da brita reciclada, as médias não são significativamente diferentes ao nível de confiança de 80%. Portanto, não se pode concluir que o aumento na proporção deste material levou à redução da resistência à compressão dos pavers.