• Nenhum resultado encontrado

Foram avaliadas 10 crianças e adolescentes em hemodiálise nos anos de 2015/2016 para este estudo. A média de idade foi de 12,3 (±2,45) anos e 40% eram do gênero masculino, enquanto 60% do gênero feminino. Em relação à etnia, 20% se consideravam brancos, 60% pardos e 20% negros. Quanto à classificação econômica, foi utilizado o Critério de Classificação Econômica Brasil (ABEP, 2015) e 40% das crianças e adolescentes entrevistadas pertenciam à classificação DE, 30% à C2 e 30% à C1.

A Tabela 1 mostra a comparação dos índices de placa e sangramento gengival antes e após um mês da aplicação do prospecto. A Tabela 2 mostra as respostas para as perguntas feitas para as crianças e adolescentes nos dois momentos em relação ao conhecimento sobre a saúde bucal X IRC. Os gráficos 1, 2 e 3 categorizam as respostas para as perguntas abertas das crianças e adolescentes que responderam "sim" para as três perguntas.

Tabela 1: Comparação dos índices de placa bacteriana e sangramento gengival antes e após aplicação do material informativo de crianças e adolescentes com IRC.

Média do índice de placa p valor Média do índice de

sangramento p valor N Inicial 48,31 ± 19,36

0,005* 24,62 ± 10,59 0,005* 10

1 mês 25,25 ± 7,67 8,83 ± 5,23 10

Tabela 2: Respostas iniciais e após 1 mês das crianças e adolescentes em hemodiálise com relação à saúde bucal e a IRC .

Perguntas (n=10) Sim Não Não sei 1) Você acha que doenças/alterações na

boca de pessoas com IRC podem trazer algum problema? Inicial 1 mês 5 (50%) 10 (100%) 3 (30%) --- 2 (20%) ---

2) Você acha que pessoas com IRC tem alterações na boca específicas, diferentes de pessoas sem IRC?

Inicial 1 mês 4 (40%) 10 (100%) 5 (50%) --- 1 (10%) --- 3) Você acha que pessoas com IRC

precisam de cuidados com a boca diferentes das pessoas sem IRC?

Inicial 1 mês 2 (20%) 9 (90%) 6 (60%) 1 (10%) 2 (20%) ---

Gráfico 1: Respostas citadas pelas crianças e adolescentes com IRC para a pergunta: "Você acha que doenças/alterações na boca de pessoas com IRC podem trazer algum problema?" antes da aplicação do prospecto e após 1 mês.

Gráfico 2: Respostas citadas pelas crianças e adolescentes com IRC para a pergunta: " Você acha que pessoas com IRC tem alterações na boca específicas, diferentes de pessoas sem IRC?" antes da aplicação do prospecto e após 1 mês.

Gráfico 3: Respostas citadas pelas crianças e adolescentes com IRC para a pergunta: "Você acha que pessoas com IRC precisam de cuidados com a boca diferentes das pessoas sem IRC?" antes da aplicação do prospecto e após 1 mês.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados obtidos no presente estudo, observou-se uma carência de informação sobre saúde bucal das crianças e adolescentes em hemodiálise na cidade do Rio de Janeiro, bem como de seus responsáveis. Sugere-se que atividades educativas envolvendo a equipe de nefrologia também sejam realizadas, a fim de conscientizar esses profissionais da importância que eles tem no processo de orientação e educação sobre saúde bucal de seus pacientes pediátricos com IRC, uma vez que o dentista não está incluído na equipe de profissionais de saúde das clínicas de diálise no Brasil.

O prospecto utilizado levou a uma melhora tanto do nível de conhecimento, quanto dos índices bucais das crianças/adolescentes envolvidos. Deve-se ressaltar a importância da presença dos responsáveis durante o desenvolvimento do estudo, já que eles também devem ter acesso à informação para que o processo de transformação seja efetivo.

No estudo piloto, todos os pacientes inicialmente aceitaram participar. Porém, na etapa em que seria necessário a ida deles à clínica de Odontopediatria da UFRJ, muitos encontraram dificuldades e não puderam comparecer, marcando e desmarcando várias vezes a consulta. A maioria desses pacientes moram em lugares distantes das clínicas de diálise e da Faculdade de Odontologia da UFRJ, muitos até em outras cidades do estado do Rio de Janeiro. Além disso, devido ao comprometimento sistêmico, os pacientes apresentam uma rotina extenuante em função das sessões de hemodiálise e demais consultas médicas. Com isso, a saúde bucal não é priorizada, o que reforça a necessidade de ações de motivação voltadas para o autocuidado.

Em trabalhos anteriores, a realização da raspagem de tártaro foi realizada nas unidades de diálise, em salas cedidas pelas clínicas. Para este estudo, as clínicas não autorizaram a realização desse procedimento dentro das unidades, por não haver um ambiente adequado para a execução de tais procedimentos pelo dentista.

Tendo em vista as várias dificuldades encontradas pela população em ir às visitas ao dentista e ressaltando a importância da manutenção da saúde bucal dessa população, sugere-se que atividades educativas sejam realizadas dentro das unidades de diálise a fim conscientizar pacientes, responsáveis e profissionais de saúde sobre a importância da saúde bucal. Propõe-se também a instalação de consultórios odontológicos nas clínicas de diálise e a inserção do cirurgião dentista na equipe de saúde, o que tornaria o atendimento odontológico mais acessível à essa população. Dessa forma, espera-se estar contribuindo para a melhoria da qualidade de vida desses pacientes e de seus familiares.

6 CONCLUSÕES

 O nível de conhecimento sobre saúde bucal de crianças e adolescentes em hemodiálise foi insatisfatório, bem como os valores dos seus índices periodontais. Entretanto, o nível de conhecimento delas não influenciou na condição de higiene bucal.

 A maioria dos profissionais de saúde tem conhecimento satisfatório sobre saúde bucal, porém não transmitem essa informação para seus pacientes/responsáveis.

 Responsáveis apresentam algum conhecimento sobre saúde bucal e a IRC, no entanto, ainda precisam ter um conhecimento maior especialmente em relação às complicações bucais decorrentes da IRC.  Foi elaborado um prospecto sobre saúde bucal para crianças e adolescentes portadores de IRC com base na literatura científica e nos resultados deste estudo. Este material foi validado e observou-se que o processo de validação foi importante para melhorar o conteúdo técnico e a linguagem, tornando o material adequado para a população em questão.

O projeto piloto revelou que o prospecto melhorou significativamente os índices periodontais das crianças e adolescentes após um mês da sua aplicação e elevou o nível de conhecimento delas sobre saúde bucal e a IRC.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AINAMO, J. & BAY, I. Problems and proposals for recording gingivitis and plaque. Int Dent J. v.25, n. 4, p. 229-35. Dez. 1975.

AL-NOWAISER, A.; ROBERTS, G.J.; TROMPETER, R.S.; WILSON, M.; LUCAS, V.S. Oral health in children with chronic renal failure. Pediatr Nephrol, v.18, n.1, p.39-45. Jan. 2003.

ANDRADE MRTC, SALAZAR SLA, SÁ LFR, PORTELA M, SOARES, RMA, LEÃO ATT, PRIMO LG. Role of saliva in the caries experience and calculus formation of young patients undergoing hemodialysis. Clin Oral Invest, v. 19, p. 1973–1980, 2015.

ASSAL J. B. Why and from where to where? Patient Education and Counseling. V. 26, n. 1-3, p. 11-15. 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESA E PESQUISA: ABEP. 2015. http://www.abep.org/criterio-brasil.

BAYRAKTAR, G.; KURTULUS, I.; KAZANCIOGLU, R.; BAYRAMGURLER, I.; CINTAN, S.; BURAL, C.; BOZFAKIOGLU, S.; BESLER, M.; TRABLUS, S.; BIJELLA MFTB. A importância da educação em saúde bucal nos programas preventivos para crianças. J Bras Odontoped Odontol Bebê, v. 2, n. 6, p.127-31, 1999.

BOTS, C.P.; POORTERMAN, J.H.; BRAND, H.S.; KALSBEEK, H.; VAN AMERONGEN, B.M.; VEERMAN, E.C.; NIEUW AMERONGEN, A.V. The oral health status of dentate patients with chronic renal failure undergoing dialysis therapy. Oral Dis. v. 12, n. 2, p. 176-80. Mar. 2006.

CASTILLO, A.; MESA, F.; LIE´BANA, J.; GARCI´A-MARTINEZ, O.; RUIZ, S.; GARCIA-VALDECASAS, J.; O’VALLE, F. Periodontal and oral microbiological status of an adult population undergoing haemodialysis: a cross-sectional study. Oral Dis, v.13, n.2, p.198-205. Mar. 2007.

CENSO DE DIÁLISE. Sociedade Brasileira de Nefrologia. SBN. 2010. Disponível em < http://www.sbn.org.br/leigos/?censo>Acesso em: 10 novembro. 2013. CENSO DE DIÁLISE. Sociedade Brasileira de Nefrologia. SBN. 2012. Disponível em <http://www.sbn.org.br/pdf/publico2012.pdf>Acesso em: 10 novembro. 2013. CORBACHO MM, SOUZA FA, ROCHA MCBS, CANGUSSU MCT, ALVES AAN. Percepção da saúde bucal- Uma análise de famílias participantes do programa de saúde, Salvador-BA. Rev Fac Odontol UFBA, v. 22, p.6-11, 2001.

COSTA FILHO, J.Z.; PADILHA, W. S.; SANTOS, .K.N. Cuidados odontológicos em portadores de insuficiência renal crônica. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-fac. V.7, n.2, p. 19 - 28. Abr./jun. 2006.

CRAIG, R.G. – Interactions between chronic renal disease and periodontal disease. Oral Dis v.14, n.1, p.1-7.2008.

DAVIDOVICH, E.; DAVIDOVITS, M.; PERETZ, B.; SHAPIRA, J.; AFRAMIAN, D.J. The correlation between dental calculus and disturbed mineral metabolism in a pediatric patients with chronic kidney disease. Nephrol Dial Transplant. v.24, n. 8, p.2439-2445. Ago. 2009.

DAVIDOVICH, E.; SHWARZ, Z.; DAVIDOVITCH, M.; EIDELMAN, E.; BIMSTEIN, E. Oral findings and periodontal status on children, adolescents and young adults suffering from renal failure. J Clin Periodontol. v.32, n.10, p.1076-1082. Out. 2005.

DELEAU, J., ANDRE, J.L., BRIANCON, S., MUSSE, J.P. – Chronic renal failure in children na epidemiological survey in Lorraine (France) 1975-1990. Pediatr. Nephrol, v.8, p.472-6,1994.

EPSTEIN, S.R.; MANDEL, I.; SCOPP, I. Salivary composition and calculus formation in patients undergoing hemodialysis. J Periodontol. v. 51, n. 6, p.336-38. Jun. 1980.

FREIMUTH, V.; COLE, G.; KIRBY, S.; Issues in evaluating mass mediated health communication campaigns. WHO monograph “Evaluation in health promotion: principles and perspectives.”WHO Regional Office for Europe. In press 2000. FRENCH KS, LARRABEE JH. Relationships among educational material

readability, client literacy, perceived beneficence, and perceived quality. Journal of Nursing Care Quality, v. 13, n.6, p. 68–82, 1999.

GARCIA M, ELISABETH A, CHISMARK AE, MOSBY T, DAY S. Development and Validation of a Nutritional Education Pamphlet for Low-Literacy Pediatric Oncology Caregivers in Central America. J Cancer Educ, v. 25, n. 4, p. 512-517, 2010.

GARCIA, G. R; SUÁREZ, P.R.; MATEO-DE-ACOSTA, O.; Comunicación y educación interactiva en salud y su aplicación al control del paciente diabético. Revista Panamericana de Salud Publica. V. 2, n.1, p. 32-36. 1997.

GONÇALVES, G.A.; MARTINS, C.; TURA, L. F. R.; PRIMO, L. G. A dimensão educative da equipe de nefrologia na promoção de saúde bucal de crianças e adolescentes portadores de doença renal crônica. J Bras Nefrol, v.31, n.3, p.198-205. 2009

HILL J & H. BIRD. The development and evaluation of a drug information leaflet for patients with rheumatoid arthritis. Rheumatology, v.42, p. 66–70, 2003.

HOUTS PS, BACHRACH R, WITMER JT, et al. Using pictographs to enhance recall of spoken medical instructions. Patient Education and Counseling, v. 35, n. 2, p. 83–88, 1998.

ISSEVER H, YILDIZ A. Evaluation of periodontal parameters in patients undergoing peritoneal dialysis or hemodialysis. Oral Dis. V. 14, n.2, p. 185-9. 2008.

JUNIOR, J.E.R. - Doença Renal Crônica: Definição, Epidemiologia e Classificação. J Bras Nefrol. v. 26, n.3. Supl 1. p. 1-3. Ago. 2004.

KHO, H.S.; LEE, S.W.; CHUNG, S.C.; KIM, Y.K. Oral manifestations and salivary flow rate, pH, and buffer capacity in patients with endstage renal disease

undergoing hemodialysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.88, n.3, p.316-9. Sep. 1999.

KLASSEN. J.T & KRASKO, B.M. The dental health status of dialysis patients. JCan Dent Assoc. v. 68, n. 1, p. 34-8. Jan. 2002.

LINDHE, J. Textbook of clinical periodontology. 4th Munksgaard ed. Copenhagen, 2003.

MARTIN VB, ANGELO M. A organização familiar para o cuidado dos filhos: percepção das mães em uma comunidade de baixa renda. Rev Latino-Am Enfermagem, v, 7, n.4, p. 89-95, 1999.

MARTINS, C.; SIQUEIRA, W.L.; OLIVEIRA, E.; NICOLAU, J.; PRIMO, L.G. Dental calculus formation in children and adolescents undergoing hemodialysis. Pediatr Nephrol. v. 27, n. 10, p. 1961-6. Out. 2012.

MARTINS, C.; SIQUEIRA, W.L.; PRIMO, L.G. Oral and salivary flow

characteristics of a group of Brazilian children and adolescents with chronic renal failure. Pediatr Nephrol. v. 23, n. 4, p. 619–24. Abr. 2008.

MARTINS, C.; SIQUEIRA, W.L.; PRIMO, L.G.; OLIVEIRA, E.; NICOLAU,

J.Salivary Analysis of patients with chronic renal failure undergoing hemodialysis. Spec Care Dentist. v. 26, n. 5, p. 205–208. Jun. 2006.

MOREIRA, M.F; NÓBREGA, M.M.L.; SILVA, M.I.T.; Comunicação escrita: contribuição para a elaboração de material educativo em saúde. Rev Bras Enferm. V. 56, n. 2, p. 184-188.2003.

NAKHJAVANI, Y; BAYRAMY, A. The dental and oral status of children with

chronic renal failure. J Indian Soc Pedod Prev Dent, v.25, n.1, p. 7-9. Mar. 2007. NATIONAL CANCER INSTITUTE. Making health communication programs work: a planner’s guide. Bethesda (MD): NIH; 1992. 152 p. Available from: URL:

NATIONAL KIDNEY FOUNDATION: K/DOQ1 Clinical practice guidelines for chronic kidney disease: evaluation, classification and stratification. Am J Kidney Dis. v.39, Supl 1, p. 2-266. 2002.

NATIONAL KIDNEY FOUNDATION: NKF. 2007. Nutrition and Chronic Renal Failure .

http://www.kidney.org/atoz/pdf/international/portuguese/11-50-1205_KAI_PatBro_NutritionAndCKD_35_Pharmanet_Portuguese_Nov08_LR.pdf. NAUGLE, K.; DARBY, M.L.; BAUMAN, B.D.; LINEBERGER, L.T.; POWERS, R. The Oral Health Status of Individuals on Renal Dialysis. Ann Periodontol, V.3, P.197-205. 1998.

NUNN, J.H.; SHARP, J.; LAMBERT, H.J.; PLANT, N.D.; COULTHARD, M.G. Oral health in children with renal disease. Pediatr Nephrol. v. 14, n. 10-11, p.1997– 1001. Set. 2000.

OLIVEIRA MSD, FERNANDES AFC, SAWADA NO. Educational handbook for self care in women with mastectomies: a validation study. Texto Contexto Enferm, v. 17, n.1, p. 115-123, 2008.

PRICE, H. J.; EVERETT, S.A.; Developing cancer pamphlets for economically disadvantaged African Americans. Patient Education and Counseling. V.28, n.2, p. 159-67. 1996.

PROCTOR, R.; KUMAR, N.; STEIN, A.; MOLES, D.; PORTER, S. Oral and Dental Aspects of Chronic Renal Failure. J Dent Res. v. 84, n. 3, p. 199-208. Mar. 2005. REBERTE LM, HOGA L.K, GOMES ALZ. Process of construction of an

educational booklet for health promotion of pregnant women. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 20, n. 1, p. 101-108, 2012.

RIYUZO, M.C.; MACEDO, C.S.; ASSAO, A.E.; FEKETE, S.M.W.; TRINDADE, A.A.T.; BASTOS, H. Insuficiência renal crônica na criança: aspectos clínicos, achados laboratoriais e evolução. J Bras Nefrol. v. 25, n. 4, p.200-08. Out. 2003. SESSO RC, LOPES AA, THOMÉ FS, LUGON JR, WATANABE Y, SANTOS DR, Diálise Crônica no Brasil - Relatório do Censo Brasileiro de Diálise. J Bras Nefrol, v.34, n.3, p. 272-7, 2012.

SESSO, R.; GORDAN, P. Dados Disponíveis Sobre a Doença Renal Crônica no Brasil. J Bras Nefrol. v. 29, n. 1. Supl. 1. p. 9-12. Mar. 2007.

SOUZA LC, WEGNER W, GORINI MIPC. Educação em saúde: uma estratégia de cuidado ao cuidador leigo. Rev Latino-am de Enfermagem, v. 15, n. 2, 2007. SOUZA, C.M.; BRAOSI, A.P.R.; LUCZYSZYN, S.M.; CASAGRANDE, R.W.; PECOITS-FILHO, R.; RIELLA, M. C.; IGNÁCIO, S.A.; TREVILLATO, P.C. Oral health in Brazilian patientes with chronic renal disease. Ver Méd Chile, v.136, p.741-746. 2008.

SOUZA, C.M.; BRAOSI, A.P.R.; LUCZYSZYN, S.M.; CASAGRANDE, R.W.; PECOITS-FILHO, R.; RIELLA, M. C.; IGNÁCIO, S.A.; TREVILLATO, P.C. Oral health in Brazilian patientes with chronic renal disease. Ver Méd Chile, v.136, p.741-746. 2008.

THEODORO DS, GIGLIOTTI MP, OLIVEIRA TM, SILVA SMB, MACHADO MAAM. Fator socioeconômico e o grau de conhecimento das mães em relação à saúde bucal de bebês. Clin Cient, v.6, n.2, p. 133-137. 2007.

VOLPE, A.R.; MANHOLD, J.H.; HAZEN, S.P. In vivo calculus assessment: Part I. Amethod and its examiner reproducibility. J Periodontol, Chicago, v.36, n.4, p.292-98, July, 1965.

WASSNER, S.J., BAUM, M. Chronic renal failure. Physiology and management. In: Barrat T.M., AVNER, E.D., HARMON, W.E., editors. Pediatric Nephrology. 4th ed. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins; 1999. p. 1155-82.

ANEXOS

CLEMENTINO FRAGA FILHO

/HUCFF/ UFRJ

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa:Eficácia de um prospecto sobre saúde bucal para crianças e adolescentes portadores de Insuficiência Renal Crônica

Pesquisador: Andréa Laudares Marques

Área Temática: Versão: 2

CAAE: 54059616.5.0000.5257

Instituição Proponente: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Patrocinador Principal: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 1.519.976

Apresentação do Projeto:

Protocolo 069-16. Respostas recebidas em 14.4.2015.

INTRODUÇÃO

1.1 Comunicação em Saúde: A comunicação em saúde é definida como o estudo e o uso de estratégias para informar e influenciar indivíduos e comunidades sobre como melhorar a saúde. Através da

aprendizagem, o ser humano adquire conhecimentos, habilidades e atitudes e desenvolve diferentes

maneiras de receber e responder as mensagens de saúde (GARCIA et al., 1997; ZIMMERMAN et al., 1996 ). Métodos de comunicação são utilizados para aumentar a consciência da população; educar o público sobre determinada doença, suas causas e tratamento; mudar as atitudes de uma pessoa ou grupo; mudar o comportamento individual para prevenir ou controlar uma doença; favorecer mudanças políticas em favor da prevenção e controle de doenças; e criar normas sociais que favoreçam uma vida saudável (FREIMUTH [2] et al., 2000). Embora a prevenção faça parte da intervenção médica, a informação de possíveis problemas para o público nem sempre faz parte dos esforços de saúde pública (FREIMUTH [1] et al., 2000). A eficácia dos programas de educação em saúde vai depender de uma correta comunicação da mensagem, de uma base científica confiável e de canais familiares para alcance do público (FREIMUTH [1] et al.,

Endereço: Rua Prof. Rodolpho Paulo Rocco Nº255 Sala 01D-46

Bairro: Cidade Universitária CEP: 21.941-913

UF: RJ Município: RIO DE JANEIRO

Telefone: (21)3938-2480 Fax: (21)3938-2481 E-mail: cep@hucff.ufrj.br

CLEMENTINO FRAGA FILHO

/HUCFF/ UFRJ

Continuação do Parecer: 1.519.976

2000). A comunicação em saúde tem sido vista como uma ferramenta de promoção de saúde, pois é capaz: de aumentar o conhecimento e a consciência das questões de saúde; influenciar percepções, crenças, atitudes e normas sociais; demonstrar habilidades; mostrar os benefícios da mudança de comportamento; aumentar demandas de serviços de saúde; reforçar conhecimentos, atitudes e mudanças de comportamento; refutar mitos e concepções erradas; defender questões de saúde ou grupos populacionais; superar barreiras e problemas sistêmicos (CDC, 1999). A educação através da comunicação é muito importante na

intervenção terapêutica das doenças crônicas, uma vez que o resultado não depende somente de

medicamentos, mas também pela forma como os pacientes são informados sobre a sua doença e como são capazes de exercer as habilidades necessárias para o tratamento. (ASSAL, 1995; GARCIA et al., 1997). O material impresso é amplamente utilizado para se veicular mensagens de saúde e para se facilitar o

processo ensino aprendizagem. Ele tem como funções o reforço das informações e discussões orais, servir como guias de orientações para caso de dúvidas posteriores e auxiliar nas tomadas de decisões. Suas vantagens são o baixo custo de produção, o ritmo de aprendizagem individual e a liberdade de tempo e local para leitura. Porém, são impessoais, apresentam difícil distribuição, além da dificuldade de avaliar sua eficácia (MOREIRA et al., 2003). Um material impresso ou uma informação de fácil entendimento é então uma forma de promover saúde pois aumenta o conhecimento e a satisfação do paciente, desenvolve suas habilidades, facilita sua autonomia, estimula sua adesão, torna-os capazes de entender como as suas ações influenciam a sua saúde, favorecendo sua tomada de decisão. Dessa forma, as mensagens relacionadas com a saúde devem ser bem planejadas, objetivas e relevantes para que o processo de comunicação seja eficaz (PRICE, 1996). 1.2 Insuficiência Renal Crônica. A insuficiência renal crônica (IRC) é caracterizada por lesão renal com perda progressiva e irreversível da função dos rins (JUNIOR, 2004). Segundo Proctor et al. (2005), as suas principais causas são diabetes mellitus e hipertensão crônica. Entre outras possíveis causas da doença tem-se: glomerulonefrite, malformações congênitas, causas genéticas, lúpus e infecções urinárias recorrentes (NKF, 2002; SESSO & GORDAN, 2007). O número de indivíduos afetados cresce em todo o mundo (PROCTOR et al., 2005), sendo que no Brasil, a taxa de incidência de novos pacientes cresce cerca de 8% ao ano (JUNIOR, 2004). Com as terapias de substituição da função renal, as taxas de sobrevivência dos indivíduos portadores de IRC estão aumentando. Visto isso, o número de pacientes com IRC

necessitando de atendimento odontológico também tende a aumentar proporcionalmente (CRAIG, 2008).Em crianças, a incidência e prevalência da IRC variam de acordo com as características raciais e condições sócio-econômicas dos países. Na Europa e Estados Unidos, a incidência de IRC varia de 4 a 7 indivíduos

Endereço: Rua Prof. Rodolpho Paulo Rocco Nº255 Sala 01D-46

Bairro: Cidade Universitária CEP: 21.941-913

UF: RJ Município: RIO DE JANEIRO

Telefone: (21)3938-2480 Fax: (21)3938-2481 E-mail: cep@hucff.ufrj.br

CLEMENTINO FRAGA FILHO

/HUCFF/ UFRJ

Continuação do Parecer: 1.519.976

por milhão de população infantil com idade inferior a 15 anos (DELEAU,1994; WASSNER, 1999; RYUSO, 2003). No Brasil, de acordo com o último censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia em 2012, existiam 1722 crianças e adolescentes na faixa etária de 1 a 18 anos submetidos a algum tipo de tratamento dialítico. Em 2010, este número de crianças e adolescentes na mesma faixa etária era de 803 (CENSO DE DIÁLISE, 2012; CENSO DE DIÁLISE, 2010).A IRC, além de apresentar manifestações sistêmicas, provoca

manifestações bucais nos indivíduos. Tais manifestações podem ser: palidez na mucosa, estomatites, petéquias, equimoses, hálito urêmico, xerostomia (KHO et al., 1999), hiperplasia gengival (NUNN et al., 2000), perda de inserção periodontal (DAVIDOVICH et al., 2005), grande acúmulo de biofilme (KLASSEN & KRASKO, 2002), inflamação gengival (NAKHJAVANI e BAYRAMY, 2007), maior prevalência e acelerada taxa de formação de cálculo dentário (EPSTEIN et al., 1980; BOTS et al,. 2006; MARTINS et al, 2008; MARTINS, et al., 2012), alterações no metabolismo ósseo dos maxilares (DAVIDOVICH, 2005.) e na composição salivar (MARTINS et al., 2006; DAVIDOVICH et al., 2009); além de maior prevalência de obliteração pulpar (DAVIDOVICH et al., 2005) e atraso na erupção dentária (JAFFE et al,1986).Dentre estas possíveis manifestações bucais nos pacientes com IRC, a presença de cálculo dental (placa bacteriana mineralizada) é considerada uma das mais comuns (BAYRAKTAR et al., 2008) e pode estar associada a características de higiene bucal (LINDHE, 2003). Martins et al. (2012) mostraram que após 3 meses da remoção de cálculo dental de crianças e adolescentes com IRC já se tem nova formação de cálculo. Os autores sugerem ainda que a cada 3 meses o paciente deve ser reavaliado e a higiene bucal e motivação enfatizadas, uma vez que o cálculo é um fator retentivo para placa bacteriana, evitando desta forma o desenvolvimento de possíveis infecções bucais. Autores relatam a má higiene bucal de pacientes

submetidos à hemodiálise (SOUZA et al., 2008; NAUGLE, 1998) e a progressão de doenças periodontais foi relacionada com a prática de higiene bucal deficiente (DAVIDOVICH et al. 2005). Pacientes com IRC são candidatos ao transplante e a cirurgia só será liberada se o paciente estiver sem infecções, inclusive orais. Após o transplante ocorre imunossupressão que poderá transformar qualquer foco infeccioso em infecções graves podendo ser fatais ou levar a falência do órgão doado (COSTA FILHO et al., 2006).

HIPÓTESES

• Redução do índice de placa bacteriana e cálculo dental após a aplicação do prospecto;

• Aumento do nível de conhecimento sobre saúde bucal dos participantes após a aplicação do prospecto.

Documentos relacionados