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Resultados Histométricos

No documento IGOR ALEXANDER BERENGUEL (páginas 86-133)

Grupo II (Gelfoam®): Em todos os espécimes a neoformação óssea

5.2 Resultados Histométricos

Aos dados transformados da Tabela 1, utilizando-se a análise de variância preliminar, obteve-se os resultados da tabela 2.

Tabela 2: Análise de Variância Preliminar:

Causas de variação G.L. F P Resultado Tratamentos 11 3.80 <0,001 Significante Resíduo 84

TOTAL 95

Os dados contidos na Tabela 1, Dados transformados, de acordo com o esquema fatorial 3X4, permitiu considerar os seguintes resultados:

Tabela 3: Análise de Variância de acordo com esquema fatorial 3X4: Curva de Variação G.L. F P Resultado Tempo (T) 3 807,87 <0,001 Significante Esponja (E) 2 1086,84 <0,001 Significante Interação (ExT) 6 247,15 <0,001 Significante

Tratamento (11)

Resíduo 84

Verificamos na Tabela 3 que o resultado do teste F para interação (TXE) foi significante, indicando existir uma dependência entre os efeitos dos fatores Tempo e Esponja, o que nos permite afirmar que as conclusões que poderíamos tirar, para Esponja e Tempo, ficam prejudicadas, pois:

- os efeitos dos Tempos dependem das Esponjas utilizadas; ou:

- os efeitos das Esponjas dependem dos Tempos.

Então, devemos proceder ao desdobramento da interação (TXE), o que será feito de duas maneiras:

a) para estudar o comportamento das Esponjas dentro de cada Tempo; b) para estudar o comportamento dos Tempos dentro de cada Esponja.

a) Desdobramento da interação (TXE) para estudar o comportamento das esponjas dentro de cada Tempo.

Tabela 4: Análise de Variância do desdobramento da interação (EXT) para estudar o comportamento das Esponjas dentro de cada Tempo: Causas da Variação G.L. F P Resultado Esponja D. 5 dias 2 201,54 <0,001 Significante Esponja D. 7 dias 2 448,94 <0,001 Significante Esponja D. 15 dias 2 535,15 <0,001 Significante Esponja D. 24 dias 2 648,33 <0,001 Significante

Teste de Tukey para médias das Esponjas dentro do Tempo 5, 7, 15 e 24 dias:

Tabela 5: Médias1 das Esponjas dentro do Tempo 5, 7, 15 e 24 dias, para os dados transformados e originais:

Dados transformados

(arc sen √(x+0,05/100) (porcentagem %) Dados originais 5 dias Controle 26,62 A Hemospon® 27,78 A Gelfoam® 18,60 B 20,04 21,74 10,13 7 dias Controle 26,62 C Hemospon® 38,86 B Gelfoam® 40,13 A 20,03 39,33 41,49 15 dias Controle 26,21 C Hemospon® 41,10 A Gelfoam® 39,39 B 19,48 43,17 40,23 24 dias Controle 26,41 C Hemospon® 42,94 A Gelfoam® 40,72 B 19,78 46,36 42,51

1 As médias seguidas de uma mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).

Tabela 6: Análise de Variância do desdobramento da interação (EXT) para estudar o comportamento dos Tempos dentro de cada Esponja: Curva de Variação G.L. F P Resultado

Tempos D. Controle 3 0,30 <0,001 Significante Tempos D. Gelfoam® 3 932,50 <0,001 Significante Tempos D. Hemospon® 3 373,08 <0,021 Significante Tempos D. Esponja 9

Teste de Tukey para médias dos Tempos dentro das Esponjas (Controle, Gelfoam®e Hemospon®).

Tabela 7: Médias1 dos Tempos dentro dos grupos Controle, Gelfoam®e Hemospon® para os dados transformados e originais:

Dados transformados

(arc sen √(x+0,05/100) Dados originais (porcentagem) Controle Tempo 5 dias 26,62 A Tempo 7 dias 26,62 A Tempo 15 dias 26,42 A Tempo 24 dias 26,21 A 20,04 20,03 19,48 19,78 Gelfoam® Tempo 24 dias 40,72 A Tempo 7dias 40,13 AB Tempo 15 dias 39,39 B Tempo 5 dias 18,60 C 42,51 41,49 40,23 10,13 Hemospon® Tempo 24 dias 42,94 A Tempo 15dias 41,10 B Tempo 7 dias 38,86 C Tempo 5 dias 27,78 D 46,36 43,17 39,33 21,74

6. DISCUSSÃO

O processo de reparo em feridas de extração dental é definido como um conjunto de reações teciduais desencadeadas no interior do alvéolo logo após a exodontia. O organismo tem como objetivo, frente a um traumatismo após a extração dental, preencher com tecido ósseo o espaço remanescente (CARVALHO ; OKAMOTO, 1987).

O rato, como um modelo experimental, tem sido utilizado em inúmeros e importantes trabalhos na linha de pesquisa sobre o processo de reparo alveolar (HUEBSCH et al., 1952; AMLER, 1969; JOHANSEN, 1970; OKAMOTO ; RUSSO, 1973; GUGLIELMOTTI ; CABRINI, 1985; CARVALHO et al., 1997a; 1997b; OKAMOTO ; FIALHO, 1990).

Associado a isto, o rato é um animal de fácil obtenção, manuseio pré e pós-operatório e ainda existe o domínio da execução da técnica cirúrgica proposta por Okamoto e Russo, 1973. Todas essas peculiaridades induziram a escolha desse modelo biológico no presente estudo.

Neste estudo, particularmente optou-se pela escolha do rato (Rattus

norvegicus, albinus, Wistar), considerando trabalhos consagrados na literatura

corrente (SAAD NETO et al., 1982; SAAD NETO et al., 1985; GARBIN JÚNIOR, 2001; AUR JUNIOR, 2004; VERONESE, 2004; BARION, 2005; NAZARI, 2005; VANCETTO, 2005; SANT’ANNA, 2006).

A proposta do presente estudo foi avaliar a influência de duas esponjas hemostáticas, de nomes comerciais Gelfoam® e Hemospon®, implantadas em alvéolos dentais de ratos após exodontia do incisivo superior direito.

O reparo do alvéolo dental e a persistência das esponjas nos tempos pós-operatórios foram avaliados por análise histológica e histométrica.

Embora o processo de reparo alveolar possa ser analisado através de diferentes métodos de análise, acredita-se que a histológica permite seu conhecimento morfológico, em nível de microscopia óptica, e a avaliação de seus aspectos mais significativos (GARBIN JÚNIOR, 2001). Já, a análise

histométrica, permite uma avaliação quantitativa com um mínimo de subjetividade.

Os resultados histológicos do nosso Grupo I (Controle) são semelhantes aos outros trabalhos, com a mesma metodologia de experimentação (OLIVEIRA et al., 1985; GARBIN JÚNIOR, 2001; AUR JUNIOR, 2004; NAZARI, 2005; VANCETTO, 2005).

Os nossos resultados mostram que nos tempos pós-operatórios avaliados tivemos as quatro fases distintas da reparação alveolar, proposta por Carvalho & Okamoto, 1987: da proliferação celular, do desenvolvimento do tecido conjuntivo, da maturação do tecido conjuntivo e da diferenciação óssea ou de mineralização.

Portanto, no nosso estudo, o processo reparacional completo, com o Grupo I (Controle), fez-se no 24º dia de pós-operatório, segundo a metodologia utilizada na avaliação histológica dos cortes da peça no sentido longitudinal e vestíbulo-lingual.

No tempo de 5 dias, ficou evidente que os fenômenos teciduais encontravam-se num estágio evoluído. No terço médio do alvéolo dental evidencia-se um moderado número de fibroblastos invadindo o coágulo sangüíneo, e em alguns espécimes, até mesmo adjacente ao ligamento periodontal, numerosos osteoblastos e tecido osteóide.

Aos 7 dias, o terço médio mostra que o volume do tecido conjuntivo neoformado é mais presente, assim como o número de trabéculas ósseas com osteoblastos em suas bordas.

Os resultados no tempo de 15 dias pós-operatórios, mostram que o terço médio está ocupado por trabéculas ósseas irregulares. Às vezes entre essas trabéculas, observa-se amplos espaços ocupados com tecido conjuntivo sem diferenciação óssea. Estes fenômenos teciduais ocorridos até o tempo do 15º dia, são similares aos inferidos por Carvalho e Okamoto (1987). Nossos achados permitem afirmar taxativamente que a fase de maturação conjuntiva cumpriu-se com todo o seu determinismo. Ressaltamos também, que são presentes os eventos teciduais da fase de diferenciação óssea ou mineralização.

Os resultados com o tempo de 24 dias de pós-operatório, mostraram que o terço médio encontra-se preenchido por trabéculas ósseas bem desenvolvidas. Podemos inferir com estes relatos que estamos praticamente na fase final do processo de reparo alveolar e que a fase de diferenciação óssea ou mineralização cumpriu-se com toda determinação. Ressalta-se ainda que os canais medulares são bem desenvolvidos.

Com estes eventos biológicos ocorridos, capacita-nos a afirmar que chegamos ao final do processo de reparação alveolar no 24º dia pós- operatório. Assim inferido, corroboramos os resultados de outros trabalhos (ZIED, 2004; AUR JÚNIOR, 2004; BARION, 2005; NAZARI, 2005; VANCETTO, 2005) que utilizaram da mesma metodologia e tempo de experimento, principalmente considerando os eventos teciduais ocorridos no terço médio do alvéolo dental.

A exemplo dos autores dos trabalhos citados acima, e os corroborando, somos da opinião que os resultados do modelo experimental do Grupo I (Controle) do nosso estudo são frutos da influência dos fatores decorrentes da interferência do trauma ocasionado pelo procedimento cirúrgico e do fio de seda utilizado. Expressamos ainda, corroborando outros autores que, com base em suas pesquisas, inferem “qualquer alteração num dos principais fatores responsáveis para se processar o reparo alveolar, isto é, nos remanescentes do ligamento periodontal(ALLING ; KERK, 1957;CARVALHO ; OKAMOTO, 1978; SAAD NETO et al.,1982), no conjuntivo do espaço trabecular da cortical óssea alveolar (HUEBSCH, 1958; BIRN, 1972) e na formação, organização e manutenção do coágulo sangüíneo (HUEBSCH, 1958; BECERRA, 1967; BIRN, 1972) levariam a uma propensão para alterar a cronologia do processo de reparo alveolar”.

A esponja de gelatina comercialmente conhecida por Gelfoam® foi colocada no mercado na primeira metade do século XX. Segundo o fabricante, a Upjohn Produtos Farmacêuticos, trata-se de uma esponja de gelatina animal, especialmente tratada, purificada e neutra. Tem seu emprego clínico nas mais diferentes áreas como neurocirurgia (LIGHT ; PRETICE, 1945), ginecologia (PILCHER ; MEACHAM, 1945), otorrinolaringologia (LIENING et al., 1997),

biomedicina (PONTICIELLO et al., 2000) e odontologia (GURALNICK et al., 1948; SAAD NETO et al., 1975; BENOIT ; HUNT, 1976; CARVALHO et al., 1997). Tem portanto sua biocompatibilidade bem estudada e avaliada em diferentes tecidos de organismos animais e humanos.

No tempo de 5 dias de pós-operatório, os ratos do Grupo II (Gelfoam®) mostram eventos biológicos mais atrasados com relação ao Grupo I (Controle). Estes são representados pela persistência de extensa área ocupada por infiltrado inflamatório crônico, coágulos sangüíneos e reabsorção óssea com presença de osteoclastos. Assim, acreditamos estar frente a um processo cujo estágio está relacionado com o final de uma exsudação. Contudo, ressaltamos que um espécime mostrou estar numa fase mais evoluída do processo de reparo alveolar, onde observamos tecido osteóide com osteoblastos em suas bordas. Estes eventos teciduais caracterizam uma fase mais evoluída do processo de reparo alveolar. Portanto, inferimos que isto não foi regra. Saad Neto et al. (1975) em seu estudo em ratos , com esta esponja de gelatina, com 6 dias de pós-operatório, mostrou também que ocorre o evento tecidual descrito acima.

Já nossos relatos se fizeram semelhantes ao de Nazari (2005), considerando que a metodologia experimental utilizada foi a mesma. Ressalta- se também que o autor revelou presença de tecido osteóide, a exemplo do ocorrido no nosso trabalho e no de Saad Neto et al. (1975), no terço médio alveolar. Isto possibilita afirmar ser possível a presença de maturação conjuntiva e mineralização nesse 5º dia pós-operatório no animal do experimento, sem ser uma constante biológica.

Reafirmando, com relação ao Grupo I (Controle), podemos inferir que este se encontra num estágio mais evoluído do processo de reparo alveolar da ferida de extração dental.

No tempo de 7 dias de pós-operatório, o Grupo II (Gelfoam®) mostra que a presença da esponja de gelatina ainda é evidente no alvéolo. O fenômeno mais chamativo foi a presença de pequenas trabéculas ósseas nas cercanias da parede óssea alveolar.

Esse estágio do nosso experimento com o Grupo II (Gelfoam®), quando comparado ao trabalho de Saad Neto et al. (1975) é discordante quanto a presença da esponja de gelatina, pois neste encontrava-se ausente em todos os espécimes.

Com relação ao trabalho de Benoit & Hunt (1976) há similaridade de resultados quanto à presença de remanescente da esponja de gelatina e de espículas ósseas na região, que foram observados na periferia de todos os alvéolos no tempo de 7 dias.

Sobre os desencontros de resultados destes três experimentos, acreditamos que se devam, em parte, a alguma variação da metodologia, como o do tamanho dos fragmentos de esponja preparadas pelo operador. Com relação ao trabalho de Benoit e Hunt (1976), talvez, a diferença deva-se a diferença no modelo animal utilizado no experimento (gato).

Comparativamente ao Grupo I (Controle), vale reafirmar que o Grupo II (Gelfoam®) encontra-se em estágio mais atrasado quanto ao processo de reparo alveolar.

Aos 15 dias de pós operatório do Grupo II (Gelfoam®),evidenciamos no terço médio, presença de pequenas trabéculas ósseas delgadas e irregulares.

Os resultados com esse tempo operatório são similares ao de Saad Neto et al. (1975).

O estágio de evolução do processo reparacional quando comparado ao Grupo I (Controle) permite afirmar que, enquanto neste a fase é de plena maturação conjuntiva e de mineralização óssea, no Grupo II (Gelfoam®) estamos em um estágio menos evoluído.

Aos 24 dias de pós-operatório, o Grupo II (Gelfoam®) mostra no terço médio que as trabéculas ósseas neoformadas são delgadas, embora persistam áreas ocupadas por tecido conjuntivo sem diferenciação óssea. Comparativamente ao Grupo I (Controle), serão necessários mais alguns dias para termos o estágio reperacional relativo a reparação conjuntiva e óssea.

O Hemospon®, recentemente lançado no mercado nacional, é uma esponja de gelatina liofilizada de origem porcina com indicação de uso, pelo

fabricante, na cirurgia dental, devido ao seu alto poder hemostático e cicatrizante, ajudando no processo de cura.

O seu modo de uso é aplicá-lo na cavidade onde se requer a hemostasia, podendo ou não ser retirado logo após breve período de tempo.

Aos 5 dias pós-operatório, o Grupo III (Hemospon®) mostra um quadro com remanescentes do ligamento periodontal que é bem vascularizado e com um moderado número de fibroblastos. Contudo, em alguns espécimes, o quadro é de marcante presença de coágulo sangüíneo tendo no seu interior macrófagos e fibroblastos e na parede óssea alveolar áreas de reabsorção com presença de osteoclastos. Pareceu-nos também que houve uma redução da esponja implantada.

Estes resultados nos faz inferir que houve uma evolução no processo de reparo alveolar inicial, pois os eventos biológicos já superaram a fase de exsudação. Assim, estes discretos parâmetros biológicos mostram tendências de um pequeno atraso reparacional quando comparado ao Grupo II (Gelfoam®).

Comparativamente ao Grupo I (Controle), podemos inferir que os processos de reparo alveolar e inflamatório do Grupo III (Hemospon®) estão também em estágio menos evoluídos.

Esses nossos resultados com o Grupo III (Hemospon®) são similares, neste tempo de 5 dias pós-operatórios, aos dos estudo de Nazari (2005) que utilizou da mesma metodologia experimental e de ratos.

A análise do tempo de 7 dias pós-operatório do Grupo III (Hemospon®) mostra um quadro mais evoluído do processo reparacional. Pequenas espículas ósseas neoformadas com osteoblastos em suas bordas e a integridade da parede óssea alveolar, são parâmetros evidentes desta evolução.

Assim exposto, ao nosso ver, estes fenômenos teciduais ocorridos mostram que estamos frente a um processo similar ao do Grupo II (Gelfoam®), pois ocorreram um misto de fase de proliferação fibroblástica e de início de fase de maturação conjuntiva e mineralização. Contudo cabe ressaltar que este

Grupo III (Hemospon®) mostra que há persistência de uma menor quantidade de esponja implantada.

Todos esses eventos biológicos enumerados permitem inferir que este processo reparacional, quando comparado ao Grupo I (Controle), está atrasado, normalmente considerando a quantidade de trabéculas ósseas neoformadas. Cabe ressaltar que esses resultados com o Grupo III (Hemospon®) são similares aos encontrados na literatura específica, conforme mostram os trabalhos de Nazari (2005) e Sant’Anna (2006).

No tempo de 15 dias pós-operatório o processo reparacional com o Grupo III (Hemospon®) mostrou-se mais evoluído comparativamente ao Grupo II (Gelfoam®). Isto é evidente pela presença de trabéculas ósseas desenvolvidas ocupando parcialmente este terço médio. Contudo, cabe ressaltar que em alguns espécimes são observados trabéculas ósseas irregulares a exemplo do grupo que é comparado.

Os eventos biológicos avaliados acima permitem inferir que houve uma evolução do processo reparacional, neste 15º dia, e que estamos numa fase plena de maturação conjuntiva e de mineralização óssea.Tal parecer é feito corroborando Nazari (2005) e Sant’Anna (2006), quem em seus experimentos também assim obeservaram e concluíram.

Comparativamente aos resultados do Grupo I (Controle), o processo reparacional com o Grupo III (Hemospon®) se encontra em estágio menos evoluído.

Aos 24 dias pós-operatório, os eventos teciduais representados pelas áreas ocupadas por trabéculas ósseas espessas permitem afirmar que o processo reparacional está mais evoluído que os do Grupo II (Gelfoam®). Soma-se ainda, o fato de que a esponja Hemospon® levou o tecido conjuntivo intertrabecular a mostrar também ser geralmente rico em fibroblastos e vasos sangüíneos. Contudo, outros eventos teciduais, como a considerável quantidade de trabéculas ósseas bem desenvolvidas ocupando o alvéolo dental, leva-nos a inferir que o processo final do reparo alveolar será mais demorado comparativamente aos resultados do Grupo I (Controle).

Queremos também reafirmar que estes nossos resultados, no 24º dia pós-operatório, são similares aos de Nazari (2005) e Sant’Anna (2006), porque os procedimentos operatórios foram os mesmos da metodologia prática, bem como a avaliação histológica.

Tomando por base os resultados histológicos obtidos com os grupos experimentais, nos tempos de 5, 7, 15 e 24 dias pós-operatórios, queremos reafirmar que ambas as esponjas utilizadas são de gelatina. São encontradas no mercado, têm indicações de uso, altamente seguras, com qualidades consideradas pelos fabricantes de boa biocompatibilidade e de resultados clínicos desejáveis.

No nosso experimento, ambos mostraram respostas de boa biocompatibilidade, com melhores resultados, sobre o ponto de vista histológico, do Hemospon® esponja. Estes resultados, entendemos que são frutos de criteriosa avaliação histológica com base na metodologia experimental aplicada. Contudo, queremos afirmar que sobre o ponto de vista de utilização clínica, nos parecem levar a resultados satisfatórios, e que ambos têm indicação de uso quando o procedimento cirúrgico assim o exigir.

Os resultados auferidos no nosso estudo, achamos que são devidos a presença física das esponjas no alvéolo dental, e que segundo Alpaslan et al.(1997), Saad Neto et al. (1975), Nazari (2005) e Sant’Anna (2006) interferem com os remanescentes do ligamento periodontal e osso alveolar. Também, por ocupar o espaço do coágulo sangüíneo, e que segundo Sant’Anna (2006), interfere na sua quantidade e organização. Infere ainda, o mesmo autor, que esta interferência faz com que o coágulo sangüíneo tenha os seu contituíntes naturais, ou seja, fibrina, plaquetas e fatores de crescimento em menores quantidades, o que interferirá provavelmente nos caminhos naturais do processo reparacional alveolar.

O outro propósito do nosso estudo, foi a avaliação histométrica dos Grupos I (Controle), II (Geofoam®) e III (Hemospon®), com a precípua intenção de se quantificar o tecido ósseo neoformado em função dos tempos operatórios. Assim avaliando, teríamos a condição de poder comparativamente acompanhar a evolução do processo reparacional ósseo frente às esponjas

hemostáticas utilizadas. Como sabemos o propósito do processo reparacional com essas interferências é de se avaliar qual das esponjas propicia uma ocupação do espaço alveolar com osso, tanto em termos qualitativo como quantitativo. O escopo é pois através das metodologias de avaliação histológica e histométrica, poder melhor compreender a biocompatibilidade das esponjas hemostáticas estudadas, no processo de reparo alveolar em ratos após a exodontia.

Considerando que a análise histométrica permitiu a quantificação do tecido ósseo neoformado, foi possível verificar a partir dos dados da Tabela 3 que há indicação de existir uma dependência entre os efeitos do Grupo I (Controle), II (Gelfoam®) e III (Hemospon®), e os tempos em dias do experimento.

Assim explicitado, temos que os efeitos do trauma cirúrgico e do material de sutura, comum a todos os grupos, somados às esponjas hemostáticas em questão mais os tempos avaliatórios, são dependentes e significantes, referenciando os eventos biológicos ocorridos no processo reparacional dos alvéolos.

Os dados da Tabela 4 relativos ao desdobramento da interação dos grupos dentro de cada tempo, mostraram que nos 5º, 7º, 15º e 24º dias de pós- operatórios os resultados são significantes. Assim, com o recurso de Teste de Tuckey (Tabela 5), temos que no tempo de 5 dias, observou-se diferença significativa no desenvolvimento da neoformação óssea, sendo pior no grupo onde foi utilizado o Gelfoam®, diferindo do grupo que se utilizou o Hemospon®.

O Grupo I (Controle) mostrou resultados similares ao Grupo III (Hemospon®). Para o Tempo de 7 dias, obteve-se diferença significativa para o desenvolvimento da neoformação óssea utilizando as duas drogas em estudo, sendo maior a neoformação óssea para o Grupo II (Gelfoam®), quando comparado ao Grupo III (Hemospon®). O Grupo I (Controle) apresentou pior desenvolvimento ósseo em realção aos grupos em que se utilizaram das esponjas.

Para o Tempo de 15 dias, obteve-se diferenças significativas no desenvolvimento da neoformação óssea entre os três grupos avaliados, sendo

melhor no Grupo III (Hemospon®), menor para o Grupo I (Controle), ficando a neoformação óssea do Grupo II (Gelfoam®) intermediária a elas.

Para o Tempo de 24 dias, obteve-se diferenças significativas no desenvolvimento da neoformação óssea entre os três grupos, sendo melhor no Grupo III (Hemospon®), menor para o Grupo I (Controle), ficando a neoformação do Grupo II (Gelfoam®), intermediária.

Em vista dos resultados, podemos inferir que a neoformação óssea, comparativamente aos Grupos I (Controle), e Grupo II (Gelfoam®), é melhor para o Grupo III (Hemospon®) aos 5, 15 e 24 dias pós-operatórios. Já a neoformação óssea foi melhor para o Grupo II (Gelfoam®), comparativamente aos Grupos I (Controle) e III (Hemospon®) aos 7 dias pós-operatórios. Também melhor que o Grupo I (Controle) aos 15 e 24 dias pós-operatórios.

O Grupo I (Controle), aos 5 dias, mostra que os resultados são semelhantes ao Grupo III (Hemospon®), mais diferentes nos tempos de 7, 15 e 24 dias, com relação aos Grupos II (Gelfoam®) e III (Hemospon®) .

Os resultados histométricos nesse nosso estudo, quando diferem dos histológicos, onde tivemos melhores ou piores resultados, ora com uma ou outra esponja, e comparativamente ao Grupo I (Controle), é fruto da avaliação histológica. Como sabemos nesta (avaliação histológica) usamos de todos os eventos teciduais ocorridos e não nos baseamos em uma só ocorrência (evento tecidual) isolada. Isto porque a metodologia de análise histométrica ora são sub ou superdimensionadas e podem alterar os resultados e conclusões do projeto em estudo.

Assim posto, no caso específico do Grupo III (Hemospon®), como exemplo, tivemos no tempo de 5 dias pós-operatório, a revelação pela análise histométrica, submetida a avaliação estatística, a nos induzir a aceitar que este nos leva a ter melhores resultados quando comparado aos Grupos II (Gelfoam®) e similar ao Grupo I (Controle).

A análise de Variância por desdobramento da interação dos grupos

No documento IGOR ALEXANDER BERENGUEL (páginas 86-133)

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