Resultados médios para todos os voluntários

Calculamos as médias de todos os voluntários para cada frequência. Na Figura 5.6 podemos observar as respostas médias de todos os voluntários para cada frequência de cada cromóforo.

Figura 5.6: Curvas hemodinâmicas médias dos voluntários para cada frequência utilizada (4, 8, 16 e 24 Hz) de cada cromóforo. As duas barras verticais indicam o período do estímulo. A curva vermelha representa à HbO,a azul à HbR e a verde à HbT.

Os grácos indicam que as respostas médias são condizentes com o esperado: um aumento da concentração de HbO e uma queda da concentração de HbR durante o intervalo de estimulação (de 0 a 10s), e um retorno ao baseline durante o período de repouso (10 a 30s) tanto da concentração de HbO quanto de HbR.

Podemos observar que os máximos de HbO tendem a ocorrer no nal do período de ativação do estímulo ou após o nal do estímulo. Logo após o nal do estímulo, o uxo de sangue tende a diminuir para a região visual.

Observamos que as respostas médias têm intensidades diferentes para frequências diferentes, mas possuem um formato parecido para todas as frequências. Para observar os formatos parecidos das curvas hemodinâmicas, calculamos as correlações entre as curvas hemodinâmicas e as frequências utilizadas no experimento (que pode ser visto na Tabela 5.2) para o mesmo cromóforo. O teste de correlação indica a tendência de linearidade entre as curvas testadas. Quanto maior a correlação entre as curvas, mais próxima é a tendência entre elas.

Tabela 5.2: As correlações entre as respostas hemodinâmicas médias de cada cromóforo entre frequências diferentes.

Cromóforo 04x08Hz 04x16Hz 04x24Hz 08x16Hz 08x24Hz 16x24Hz

HbO 0,8422 0,8959 0,8891 0,9325 0,9564 0,9300

HbR 0,8245 0,6898 0,6832 0,8825 0,7124 0,6401

HbT 0,7836 0,7836 0,8368 0,8922 0,9195 0,8930

Os valores das correlações indicam que a resposta hemodinâmica tem comportamento parecido, independente da frequência do estímulo. Temos correlações acima de 0,84 para os HbO, acima de 0,64 para HbR e acima de 0,78 para o HbT.

Isto indica que as curvas hemodinâmicas se comportam de forma parecida independente da frequência. Mas as intensidades máximas e mínimas e o tempo de resposta ao máximo para cada frequência são diferentes.

Para melhor comparação entre as curvas hemodinâmicas de cada frequência, são apresentadas na Figura 5.7 as curvas médias de cada cromóforo para cada frequência.

Olhando para a HbO (gráco A da Figura 5.7) observamos que a frequência de 24 Hz parece ter uma resposta "mais intensa", seguida pela frequência de 4 Hz. As frequências 8 e 16 Hz se confundem quando olhamos para as médias, não nos indicando uma diferença entre as respostas médias dos voluntários.

Outra coisa a se observar é que o tempo ao máximo para a frequência de 24 Hz cou próximo aos 10 segundos. Para a frequência de 4 Hz observamos que o tempo ao máximo foi deslocado para próximo aos 15 segundos. Para as frequências 08 e 16 Hz, o tempo ao máximo também se encontra próximo dos 10 segundos.

Quando olhamos para o cromóforo HbR (gráco B da Figura 5.7) continuamos tendo uma resposta com intensidade de queda maior em 24 Hz, sendo que nas outras frequências a HbR tem um comportamento bem parecido na média. Podemos observar que para todas as frequências, o "máximo" foi atingido por volta dos 10 segundos.

Olhando para o HBT (gráco C da Figura 5.7) temos um comportamento parecido com o comportamento de HbO, mas as respostas hemodinâmicas das frequências 4 e 24 Hz estão mais

Figura 5.7: Curvas hemodinâmicas para cada frequência, para cada cromóforo. No gráco A são apresentadas as curvas do cromóforo HbO; o gráco B as curvas referentes ao cromóforo HbR e no gráco C as curvas relativas ao cromóforo HbT. As cores da curva representam as frequências do estímulo: vermelha (04Hz); azul (08Hz); verde (16Hz) e preta (24Hz).

aproximadas. Isto é devido à queda relativa de HbR, que é mais intensa em 24 Hz do que em 4 Hz, compensando a diferença.

Quando olhamos para o HbO e HbT (grácos A e C da Figura 5.7) também podemos observar que, tirando a frequência de 16 Hz, as taxas de subida de todas as outras frequências são muito próximas, apesar de possuírem máximos com intensidades diferentes e de os atingirem em momentos diferentes da curva hemodinâmica.

Na Figura 5.8 olhamos para a dispersão da média para cada um dos cromóforos, de cada frequência. Podemos observar as barras de erros das curvas hemodinâmicas de cada frequência. O que cria esta dispersão é a existência de uma grande variabilidade das curvas hemodinâmicas entre os voluntários.

Na Figura 5.9podemos observar o máximo para cada cromóforo, para cada frequência. No caso do cromóforos HbO (gráco A da Figura 5.9), existem dois pontos que se distinguem dos outros. Estes pontos indicam uma resposta mais signicativa nas frequências 4Hz (0,4 ± 0,1) µM e 24Hz (0,5 ± 0,1) µM, sendo que as frequências 8Hz (0,28 ± 0,02) µM e 16Hz (0,31 ± 0,03) µM são indistinguíveis quanto às intensidades devido aos erros associados, um fato observado também na Figura 5.7, quando olhamos para as médias das curvas.

Para o HbR (gráco B da Figura 5.9) podemos observar que apesar dos máximos de HbO se destacarem em 4 e 24Hz, quando olhamos para o HbR observamos que na frequência 24Hz o mínimo da concentração (-0,21 ± 0,04) µM é mais intenso que nas outras frequências. Observamos também aos 4Hz (0,06 ± 0,02) µM temos a menor redução da concentração e continuamos vendo que as frequências intermediárias 8 (-0,09 ± 0,02) µM e 16Hz (-0,11 ± 0,01 µM não se destacam. Para o HbT (gráco C da Figura 5.9) vemos que as dispersões dos erros não nos permite

Figura 5.8: Dispersão das medidas de cada cromóforo. posição das curvas:A (HbO), B (HbR) e C (HbT). As cores da curva representam as frequências do estímulo: vermelha (04Hz); azul (08Hz); verde (16Hz) e preta (24Hz)

identicar um padrão, apesar dele se manter parecido com os máximos do HbO. Temos os valores de (0,38 ± 0,01) µM para 4Hz, de (0,24 ± 0,03) µM para 8Hz, de (0,24 ± 0,03) µM para 16Hz e (0,36 ± 0,05)µM) para 24Hz, ou seja, a barra de erro da frequência 4Hz acaba englobando as outras frequências.

Denimos o tempo ao máximo como o tempo para se atingir o valor máximo da concentração do

cromóforo. Olhando para cada um dos cromóforos vemos que: No caso do HbO (gráco A da Figura

5.10) observamos que na média estímulos na frequência de 16 Hz parecem demorar mais tempo para atingir o máximo da concentração, por volta de (17 ± 3) s. Não podemos, devido à barra de erro, indicar diferenças signicativas em relação à variável tempo ao máximo ao 4 Hz (aproximadamente (13 ± 1) s e 8 Hz (aproximadamente (15 ± 2) s. Podemos destacar que na frequência 24Hz temos uma a resposta mais rápida, por volta de (12 ± 1) s que as outras.

Figura 5.10: Tempo ao máximo para cada frequência de cada cromóforo. A(HbO), B (HbR) e C (HbT)

No caso do HbR (gráco B da Figura 5.10) não podemos indicar um padrão, devido às barras de erros que caram grandes, visto à variabilidade das respostas de cada voluntário. Esta variabilidade pode ser observada na Figura5.8. Mas obtivemos os seguintes valores para cada uma das frequências: para 4Hz temos a seguinte resposta (15 ± 1) s; para 8Hz temos a seguinte resposta (17 ± 3) s; para 16Hz temos a seguinte resposta (16 ± 1) s e para 24Hz temos a seguinte resposta (16 ± 1) s. Para HbT (gráco C da Figura 5.10) mais uma vez não podemos denir um padrão relativo às frequências menores (4, 8 e 16Hz) devido às barras de erro. Mas obtivemos os valores para as frequências: para 4Hz, (18 ± 3) s; para 8Hz, (21 ± 4) s; para 16Hz, (17 ± 3) s e para 24Hz, (12 ± 1) s. Podemos destacar a frequência 24Hz que possui uma resposta mais rápida (aproximadamente 12s) após o nal do estímulo, assim como no HbO.

Podemos denir um tempo de resposta ao máximo média para cada frequência usando os valores do tempo de resposta ao máximo de cada cromóforo (HbO, HbR e HbT). Assim temos que: para a frequência 4Hz temos tempo ao máximo média de (15 ± 1)s; para a frequência 8Hz temos tempo ao máximo média de (17 ± 2)s; para a frequência 16Hz temos tempo ao máximo média de (16,8 ± 0,5)s e para a frequência 24Hz temos tempo ao máximo média de (13 ± 2)s. O que pode indicar que temos uma resposta mais rápida na frequência de 24Hz, seguida pela frequência de 04 Hz com um tempo aproximado entre as frequências de 8 e 16 Hz.