A Oficina de Alinhamento Estratégico realizada em Bauru (SP) colheu informações de líderes do setor na região Oeste do Estado. Ela ocorreu em agosto de 2010 e os resultados são apresentados a seguir.
Resultados da Segunda Etapa Desenvolvida na OAE
Questão 1.
Limitações ao estímulo da produção de ovinos de qualidade
Maiores evidências Incidências
* Falta de mão de obra capacitada e qualificada ****
* Falta de profissionalismo e perfil empreendedor, da parte do produtor (controle zootécnico e gerencial)
**
* Competição com outras culturas (atividade pouco valorizada) **
* Falta de informações sobre o setor e modelos de produção adequados
** * Falta de estrutura de comercialização profissional e sustentável **
* Falta de extensão rural e assistência técnica com qualidade *
* Má qualidade do rebanho disponível *
* Falta de conhecimento e aplicação de técnicas adequadas de sanidade, alimentação e mineralização
*
* Elevada carga tributária *
Questão 2.
Barreiras à implantação de tecnologias
Maiores evidências Incidências
* Falta iniciativa (e perfil cultural) do produtor em buscar informações
**** * Falta maior conscientização e valorização da necessidade de
aplicação de adequada tecnologia pelo Produtor
***
* Falta de mão de obra capacitada e qualificada **
* Falta identificação de um sistema de produção com tecnologia adequada e viável
**
Questão 3.
Fatores estimulantes à produção
Maiores evidências Incidências
* Divulgação e discussão sobre propostas associativistas (entre os produtores – núcleos de produtores e associações)
*** * Treinamento e capacitação da mão de obra e dos produtores (dias
de campo, cursos SENAR, ações SEBRAE, etc)
** * Ampliação da qualidade e da divulgação de informações
(boletins, revistas, cursos e palestras)
**
* Preços praticados atualmente **
* Linhas de crédito disponíveis **
* Maior presença da mídia no setor (divulgação de produtos: animais e gastronomia)
* * Políticas públicas (principalmente em nível municipal e federal) *
Questão 4.
Fatores estimulantes à comercialização
Maiores evidências Incidências
* Formação de grupos de produtores (comprando e vendendo juntos)
*** * Ampliação da qualidade e da divulgação de informações (feiras,
dia de campo, boletins, revistas, cursos e palestras)
**
* Melhoria na relação produtor-frigorífico **
* Visão de agregação de valor nos produtos do setor *
* Divulgação pública dos preços praticados *
* Eventos gastronômicos *
* Melhoria da qualidade dos produtos oferecidos *
* Ações para melhoria e minimização dos custos logísticos na venda de animais (criação de rotas)
*
Questão 5.
Estratégias necessárias ao favorecimento da produção
Maiores evidências Incidências
* Melhor caracterização e identificação de um perfil da produção **
* Melhoria na relação produtor-produtor *
* Melhoria na relação produtor-indústria *
* Redução da carga tributária *
* Flexibilização nas exigências sanitárias *
Questão 6.
Estratégias necessárias ao favorecimento da comercialização
Maiores evidências Incidências
* Criação de um sistema de denominação de origem **
* Criação e definição de um sistema de padronização de carcaças ** * Ampliação na formação de grupos de produtores (comprando e
vendendo juntos)
*
* Melhor divulgação dos benefícios da carne ovina *
* Divulgação de pratos e receitas com carne ovina *
* Analisar o melhor momento de ampliação do estímulo ao consumo
* * Estimular a indústria do couro a se interessar pelo produto
nacional
*
* Melhoria na relação produtor-indústria do couro *
Conclusões
A OAE do Estado de São Paulo encontrou demandas, que são apresentadas na Figura abaixo, por ordem de importância.
Demandas da Ovinocultura do Estado de São Paulo
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S
A Baixo estímulo empreendedor e restrita profissionalização do produtor B Mão de obra despreparada e insuficiente para lidar com o manejo
C Necessidade de maior integração - papel das Câmaras Setoriais e redes de negócios D Baixa rentabilidade da atividade / dificuld. financeira de implantação de tecnologias E Barreiras culturais – ligado à resistências/educação do produtor à adoção de tecnologias F Descontinuidade e/ou desqualificação da assistência técnica
G Falta de atenção das instituições públicas à ovinocaprinocultura H Falta de informações precisas sobre os números de rebanho
I Falta de organização do setor / informalidade nas transações J Necessidade de projetos integrados
K O rebanho existente não atende a demanda em quantidade e qualidade
L Propriedades pequenas e sem estrutura / necessidade de ampliação dos rebanhos M Elevado abate de matrizes
N Falta de estímulo ao consumo de carne e/ou leite (necessidade de divulgação e eventos) O Falta de estudos sobre custos de produção
P Falta de incentivo ao melhoramento genético – alto custo dos reprodutores Q Falta de tecnologia adaptada à região (pesquisas)
R Falta de um programa de certificação de qualidade S Informalidade no abate
Foi possível identificar algumas demandas para o setor da ovinocultura no Estado. Algumas destas demandas são descritas a seguir.
• Um dos fatores que prejudicam o setor é o fato da ovinocultura não ser a principal atividade do setor;
• Necessita-se de um programa de melhoramento genético, com vistas a buscar uma melhoria e uma padronização dos animais;
• Não há mão de obra específica para o setor. Isso é um problema, pois há pouco interesse dos produtores em fazer com que seus funcionários venham participar de cursos de capacitação. O SENAR oferece bons cursos, mas as pessoas não se habilitam. Além do mais, há uma concorrência do setor da construção civil pelos trabalhadores rurais;
• Há falta assistência técnica que auxilie na redução da irregularidade da produção;
• Há falta de profissionalismo em todos os elos da cadeia – uma falta de visão empresarial dos produtores;
• Um dos principais problemas é à falta de união dos produtores e a dificuldade em se organizarem (associativismo e cooperativismo) e, por conseguinte, buscarem uma melhor colocação para seus produtos;
• Há ainda uma demanda por mais comunicação entre os núcleos de produtores – a ASPACO precisa ampliar o contato entre os núcleos;
• Há manifestações contraditórias, quanto à pesquisa no setor. Enquanto alguns produtores manifestaram que há pouco acesso a pesquisas desenvolvidas nas Universidades, EMBRAPA e Institutos de Pesquisa, e que há pouca objetividade nas pesquisas, outros manifestaram que a EMBRAPA se dispõe a ouvir as demandas do setor;
• O abate é feito em condições inadequadas: os produtores ainda continuaram abatendo seus animais ‘debaixo da árvore’;
• Há a incompetência da indústria. A mesma não sabe efetivamente o que o consumidor quer;
• Há dificuldades em viabilizar a produção por influência da inspeção estadual (morosidade e falta de informação). “É importante a criação de um selo de animal artesanal, mas a burocracia impede”; e
• Existe a necessidade de realizar propagandas para poder divulgar o produto em questão. É importante trabalhar com a informação sobre a compra, a conservação e o preparo da carne.