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Após a inserção dos dados georeferenciados relativos a todos os elementos vegetais e de mobiliário urbano, ficamos na posse de uma base de dados que nos permite extrair diversos tipos de informação, bem como o cruzamento de diferentes dados. Por exemplo, o número e espécie dos elementos vegetais existentes num jardim ou Freguesia, a área de relva de um determinado espaço, a maior concentração de espécies de um Concelho ou Freguesia são alguns dos muitos dados que se podem facilmente obter a partir de uma ferramenta como esta.

Em casos mais simples é ainda possível através de um click em cima de um determinado objeto, saber toda a informação existente sobre ele, toda aquela inserida previamente.

Posto isto, na fase de resultados e de análise, importa ter bem definido o que se pretende saber, qual a questão a solucionar, de modo a não nos dispersarmos na vastidão de informação disponível.

Claramente o que importa neste tópico não é mostrar todas as possibilidades que a ferramenta QuantumGis permite, nem toda a vastidão de possíveis resultados passíveis de obter desta ferramenta, mas sim utilizá-la para responder a algumas questões de pertinência para a Tese. Deste modo, iremos tentar evidenciar alguns aspetos mais genéricos da Cidade e do Concelho no que respeita ao inventário efetuado durante o estágio curricular.

No total, foram inventariados 975 espaços no Concelho, estes por sua vez, dividem-se em espaços verdes existentes e expectantes (ver cartografia Tipo de espaço verde existente Total no anexo VI).

Arbustivo 232

Herbáceas 25

Inertes 127

Relvado 553

Tabela 7 - Quantidades de espaços verdes existentes no Concelho

Tabela 8 – Quantidades de espaços expectantes existentes no Concelho

No que respeita ao mobiliário urbano, foram contabilizados 1142 objetos divididos por bancos, papeleiras, bebedouros, e dispensadores de sacos para dejetos caninos.

Tabela 9 – Quantidades e tipos de equipamentos existentes no Concelho

Em termos de vegetação foram inventariados 9829 elementos os quais se dividem em árvores, arbustos e palmeiras.

Tipo de árvore Total

Arbusto 3003

Outras árvores 5611

Palmeira 1214

Tipo de árvore 1

Total Geral 9829

Tabela 10 – Quantidades e tipos de árvores existentes no Concelho

Em anexo poderá ser observada a listagem das árvores inventariadas segundo o nome da espécie. Também em anexo encontra-se sob a forma de quadro, as espécies verificadas e a sua quantidade. (Ver anexo V e VI)

Espaços expectantes 38

Total Geral 38

Tipo de equipamento Total

Bancos 681

Bebedouros 2

Dispensador de sacos plásticos para dejetos caninos 46

Papeleiras 413

Conclusões

No presente trabalho, é aprofundada a questão do espaço público da Cidade de Olhão, procurando compreender-se como o mesmo surgiu, qual a evolução e sucessivas transformações que nele ocorreram ao longo do tempo. Claramente não se poderia destrinçar a questão do espaço público da componente edificada e do seu crescimento urbano. Entenda-se que o espaço público em contexto urbano deriva dos negativos da cidade, isto é, dos seus espaços não edificados, tornando-se locais de vivência pública; circulação, comércio, lazer, etc.

Em modo de conclusão, observa-se que a ocupação inicial da “praia do Olhão” se deveu essencialmente aos seguintes fatores: o A orografia da sua costa, onde à proximidade da barra se

juntava a navegabilidade dos esteiros da ria e a proteção das ilhas barreira aos barcos nos dias de temporal.

o A abundância de água potável proveniente dos poços existentes em Olhão, bem como a existência de duas ribeiras, que proviam o local de água quer para consumo humano, quer para a rega e consumo dos animais.

o Ainda de referir a fuga aos impostos por parte de habitantes de Faro que se refugiavam nas praias de Olhão.

Deste modo, o crescimento da atual Cidade partiu da “praia do Olhão” para Norte, evoluindo de forma radial, (em anéis concêntricos) a partir dos primeiros núcleos habitacionais. Através deste crescimento, vão surgindo na cidade diferentes espaços públicos onde também a sua vivência se altera ao longo dos séculos.

Surgem, por volta do séc. XVII, impulsionados pela pesca e cabotagem, bairros de morfologia orgânica, traduzida por ruas estreitas de traçado irregular, ocorrendo neles uma tipologia típica da

casa cubista, onde está presente a casa com açoteia, mirante e contramirante.

Mais tarde, entre o séc. XVIII e o séc. XIX, surgem outros bairros como o Bairro do Gaibéu, Bairro do Manuel Lopes e Bairro do Pelourinho, junto à alfândega, que correspondem ao período de renovação da frente ribeirinha.Estes bairros seriam compostos por um misto de edifícios habitacionais e comerciais/industriais.

A exploração dos recursos marítimos impulsiona a indústria das conservas, bem como a indústria de construção naval. Surgem vários bairros operários que revelam já algum planeamento. O Bairro dos pescadores e o Bairro da Cavalinha, são alguns desses exemplos.

A expansão urbana continua ainda no sentido Sul/Norte, onde numa primeira fase se estende até à linha de comboio e mais tarde, num outro período, até a E.N. 125, tendo estes dois eixos papel preponderante na expansão do edificado urbano.

Posto isto, e analisada a forma como a cidade e seu espaço público surgem e evoluem, estudaram-se ainda alguns elementos que influenciaram a expansão da cidade. Refira-se o caso dos principais eixos estruturantes, largos, praças e jardins da cidade. Esta análise constitui um contributo para a Cidade de Olhão, focando a origem e evolução da mesma e do seu espaço público, evidenciando o seu crescimento sob a forma de coroas estabelecidas nos períodos de maior prosperidade económica, e onde nessas coroas estão bem patentes as diferenças morfológicas e tipológicas resultantes. Por sua vez, estas são também reflexo das diferentes vivências e necessidades habitacionais de cada época e bairro.

Salientam-se ainda os contributos obtidos durante o estágio curricular, que foram indispensáveis para nos informar acerca da realidade urbana da Cidade e respetivo espaço público, com especial enfoque aos seus jardins, verificando-se diferenças entre jardins de diferentes épocas, refletidas quer no conceito do jardim, quer nas espécies vegetais e mobiliário existente.

Após a inventariação de todos os jardins da cidade no que respeita às árvores e arbustos, bem como o mobiliário existente, procedeu-se à construção de um modelo digital de análise espacial, que irá funcionar como ferramenta de gestão por parte da Câmara Municipal de Olhão.

Durante a realização deste modelo de análise espacial foram inventariados 9829 elementos referentes à componente de vegetação, sendo que este total se divide em 6826 árvores e 3003 arbustos. No que respeita ao mobiliário foram assinalados 1142 objetos por sua vez se dividem em bancos, papeleiras, bebedouros e dispensadores de sacos para dejetos caninos. Por fim, em termos de áreas de espaço verde foram ainda inventariadas 975 áreas, divididas em espaços verdes existentes (relvado, herbáceo ou inerte) e espaços verdes expectantes.

Para além dos dados inventariados e da construção do modelo de análise espacial, o estágio permitiu também conhecer novas metodologias de trabalho, funcionando o mesmo como uma etapa transitória entre a vida académica e profissional.

Note-se que a este trabalho poderão num futuro, ser ainda acrescentados estudos mais detalhados acerca de algumas das temáticas nele abordadas, contudo, o facto de este ter sido desenvolvido em simultâneo com um estágio curricular, bem como o facto de existir um limite de páginas imposto ao mesmo, obriga a que estes contributos possam ainda ser explorados com maior acuidade.