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Resultados por tipologia das Infraestruturas

4 ANÁLISE DE CLUSTER: DEFINIÇÃO DE CATEGORIAS DAS INFRAESTRUTURAS

4.3. Resultados por tipologia das Infraestruturas

Os resultados gerados por meio dos centroides de cada variável utilizada no método de

cluster estão descritos na Tabela 28. Aliado a isso, tem-se o teste mvreg, exposto no Apêndice

B, que apresenta como se comportam as diferenças de médias das variáveis entre os clusters.

Tabela 28 – Centroides das variáveis, por grupos do cluster fk3.

Variável/Clusters fk3=1 fk3=2 fk3=3

1. Perc. de Dedicação Exclusiva 58,68% 57,70% 48,10% 2. Perc. de pessoal com Doutorado 80,50% 91,00% 71,80% 3. Perc. de pessoal com Mestrado 13,30% 6,23% 16,10% 4. Média de estudantes de Doutorado 2,26 8 0,73 5. Perc. de pesq. visitantes 3,55% 2,78% 1,70% 6. Perc. de pesq. estrangeiros 6,46% 7,00% 4,54% 7. Log do Capital-Trabalho 9,22 9,11 93,40%

8. Principais áreas do Conhecimento Multiárea

Engenharia e Ciências Biológicas Engenharia e Ciências Exatas e da Terra (Continua.)

(Conclusão.)

Variável/Clusters fk3=1 fk3=2 fk3=3

9. Realiza cooperação 93,45% 97,52% 81,05%

10. Atividade de Ensino (contínuo) 35,27% 56,03% 29,11% 11. Atividade de Pesquisa (contínuo) 85,82% 96,36% 68,26% 12. Atividade de Desenv. De Tecnologia (contínuo) 42,55% 46,78% 25,11% 13. Atividade de Extensão Tecnológica (contínuo) 12,00% 9,92% 5,14% 14. Atividade de Serviço Tecnológico (contínuo) 23,27% 17,02% 16,89% 15. Outras atividades (contínuo) 4,73% 2,48% 2,28%

Fonte: Elaboração própria.

Analisando os três clusters não-hierárquicos pelos centroides das variáveis e tomando o cluster 1 como referência no teste de diferenças de médias (Apêndice B) pode-se esboçar uma caracterização dos clusters por meio dos subconjuntos de variáveis formados no cluster

hierárquico (Apêndice C). No primeiro grupo de variáveis (2, 4, 7 e 9), o percentual de

pessoal com doutorado (variável 2) e média de estudantes de doutorado (variável 4) obtiveram associações lineares positivas e estatísticas significativas entre os clusters, servindo de grande utilidade na categorização. Já a variável 7 (log do capital-trabalho) não apresentou diferenças entre os clusters, apenas quando associada com a variável 9 (realização de cooperação) pode- se perceber uma relação linear negativa.

O subconjunto de variáveis formado pelos produtos das infraestruturas (atividades) geraram diferenças de médias entre os clusters apenas nas atividades de ensino e pesquisa, porém dentro de cada um percebe-se que as infraestruturas possuem distintas intensidades de realizações das atividades, o que deve ajudar a caracterizá-los. E como esperado, as variáveis 13 e 14 (Extensão e Serviço tecnológico) obtiveram o mesmo comportamento e não exerceram influência na categorização dos clusters. No subconjunto de variáveis de cooperação externa, as variáveis de percentual de pesquisadores estrangeiros (6) e visitante (5) apresentaram diferenças estatísticas entre o cluster 3 em comparação ao 1 e seus movimentos internos possuem associação negativa, tal fato, também, ocorre na variável 1 (percentual de dedicação exclusiva). Por último, a variável 8 é estatisticamente significativa entre todos os clusters, desta forma auxiliando na definição das grandes áreas do conhecimento de atuação do conhecimento de cada cluster.

Com isso, a seguir é proposta uma caracterização de cada grupo formado, tanto com as variáveis utilizadas para a formação dos clusters quanto às demais que compõem o banco de dados, as quais auxiliarão na análise das semelhanças e diferenças entre cada um deles.

Grupo 1 (laboratórios intensivos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia): em comparação, pode ser caracterizado como um grupo intermediário no percentual de pesquisadores com doutorado e mestrado (80,5% e 13,3%, respectivamente) e na média da quantidade de estudantes de doutorado (2,26). Porém, possui o maior percentual de pesquisadores visitantes (3,55%). Atuam, em maioria, na categoria Multiárea do conhecimento e, entre as atividades realizadas de forma contínua, a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias são as principais, seguidas pelas de ensino, serviço tecnológico e extensão tecnológica. Estão presentes em universidades públicas/privada (63,64%) e em laboratórios públicos (30,18%), além de possuírem o maior tamanho em área física, 402,6 m2.

Grupo 2 (laboratórios multiatividades): pode ser caracterizado por possuir o maior percentual de pesquisadores com doutorado e pesquisadores estrangeiros (91% e 7%, respectivamente), além disso possui a maior média da presença de estudantes de doutorado (8,0). Atuam, principalmente, nas áreas de Engenharia (27,44%) e Ciências Biológicas (26,61%). As atividades de pesquisa, ensino e desenvolvimento de tecnologia são as principais e estão presentes, na grande maioria, nas universidades públicas/privada (85,45%). As atividades de serviço tecnológico e extensão tecnológica são praticadas continuamente por menos da metade das infraestruturas. São laboratórios mais antigos – média de 22 anos – e possuem uma estrutura organizacional piramidal, ou seja, poucos coordenadores em relação à quantidade de pesquisadores.

Grupo 3 (laboratórios intensivos em pesquisa): pode ser caracterizado por possuir o menor percentual de pesquisadores com dedicação exclusiva e com doutorado (48,1% e 71,8%, respectivamente) e a média mais baixa de estudantes de doutorado (0,73). As principais áreas do conhecimento que atuam são Engenharia (36,33%) e Ciências Exatas e da Terra (27,11%). A atividade de pesquisa é realizada de forma contínua pela maior parte das infraestruturas, enquanto que a atividade de ensino e desenvolvimento de tecnologia aparecem em segundo plano. Estão presentes em universidades públicas/privada (57,88%), laboratórios públicos (25,91%) e instituições de ensino técnico (14,5%). Possui o menor tamanho em área física, 316,4m2 e a maior relação capital-trabalho. A estrutura organizacional é mais horizontal, ou seja, quase metade dos pesquisadores possui o cargo de coordenadores.

Das variáveis presentes no banco de dados das infraestruturas que não promoveram distinção significativa, ou seja, diferenças de médias pode-se definir o seguinte perfil médio: maioria são estruturas de laboratório; presentes na região Sudeste do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais); considerando regular a situação de suas instalações físicas e boa a situação de seus equipamentos. Ademais, seus financiamentos são oriundos, em maior parcela, de fontes externas.

Ainda no banco de dados do MCTI, pode-se dividir por tipologia de infraestrutura como ocorre a participação da mão de obra segundo as suas características de execução do trabalho (Tabela 29).

Tabela 29 – Discriminação das características de ocupação dos pesquisadores, de acordo com as tipologias de cluster não-hierárquico.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Trabalham somente em 1 laboratório 18,81% 45,19% 36,00% Trabalha mais de 30 horas semanais 16,97% 53,73% 29,30%

Percentual de coordenadores 61,84% 58,54% 69,33%

Fonte: Elaboração própria.

Como resultado, tem-se que o grupo 2 possui o maior percentual de pesquisadores trabalhando em um único laboratório e mais de 30 horas semanais. Cenário oposto acontece no grupo 1, enquanto que o grupo 3 se apresenta como um cluster intermediário nesses quesitos. Quanto ao cargo de coordenador com título de doutorado até 2009 e empregado com servidor público, celetista ou outros, os maiores percentuais em relação à quantidade de mão de obra total por infraestrutura ocorre no grupo 3, seguindo pelo grupo 1 e 2.