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Resultados sobre a implementação do SAERJINHO

No documento rosanedebarrosalvesgilson (páginas 53-56)

1.51 A implementação do SAERJINHO na visão dos diretores das escolas

1.5.5 Resultados sobre a implementação do SAERJINHO

Após os relatos dos atores envolvidos foi possível constatar que houve compreensão por parte dos diretores sobre o papel do SAERJINHO, mesmo que no início tenha sido confuso. Detectamos que os professores conhecem o programa, porém faltam alguns conhecimentos e informações para serem passadas aos mesmos, tais como o Banco de Itens e a Portaria nº 174, sobre avaliação do ensino da rede estadual, publicada em agosto de 2011. Foi observado que alguns diretores não entregaram os resultados das avaliações da escola, turma e alunos para os professores. Há, então, aqui, um problema de comunicação e de gestão que dificulta o entendimento do programa.

O programa foi implementado em 2011, porém, cada escola o realizou de forma diferente. Essa diferença ficou evidente através do perfil do diretor de cada escola (observado na entrevista) e, assim, este deu ao SAERJINHO status de acordo com a sua visão de gestão. Por isso houve algumas falhas de comunicação dos diretores com os professores sobre o Programa SAERJINHO.

Através das entrevistas, constatamos que algumas escolas estão realizando várias ações para melhorar seus resultados. O programa tem proporcionado aos Diretores e professores reflexão e mudança no seu planejamento e na postura frente às avaliações.

Há algumas evidências de melhorias dos resultados obtidos nas avaliações diagnósticas a partir de alguns documentos coletados, porém será preciso analisar tal questão levando em conta os resultados obtidos ao longo das aplicações do SAERJINHO.

Há a necessidade de os diretores compreenderem a importância de fazerem reuniões para apresentar resultados para todos os professores da escola e discutirem possíveis caminhos para a superação das dificuldades. Há diretores que não estão mostrando os resultados de sua escola para os professores e estes não tiveram acesso aos resultados da turma ou individual dos alunos. Este fato foi detectado na entrevista com os professores. Entendemos que, isso atrapalha o desenvolvimento do projeto na escola e dificulta a verificação pelos professores acerca de dificuldades dos alunos.

Também há uma necessidade de divulgar a utilização do Banco de Itens pelos professores das escolas, para que eles possam utilizá-lo escolhendo questões para serem resolvidas pelos alunos em sala de aula.

Os professores disseram que os alunos, na sua maioria, chegam às escolas sem sonhos e perspectivas de cursar uma Universidade e que eles têm trabalhado junto aos alunos mostrando as oportunidades nos dias de hoje. A escola precisa investir e mostrar que é possível buscar outros caminhos para a vida do aluno.

Outra questão importante a ser trabalhada pelo conjunto de professores e gestores é o significado e o papel dos IGTs (Integrante do grupo de Trabalho) e da GIDE (Gestão integrada da Escola).

Não é possível desenvolver ações para a melhoria da educação sem o envolvimento de todos os atores da escola. Este é um desafio e necessidade das escolas para alcançar melhorias. Sem a participação e o envolvimento de todos nos processos e projetos da escola, é impossível obter resultados satisfatórios.

Quadro 03: Resumo dos principais problemas na implementação do SAERJINHO identificados nas entrevistas

Resistencia dos professores

Falta de entendimento da proposta do programa Falta de comunicação

Falta de divulgação do programa para professores, alunos, pais Falta de preparo dos diretores

Tempo insuficiente para a realização das provas Demora na divulgação dos resultados no bimestre

Falta de conhecimento dos resultados para que se possa estabelecer ações corretivas

Fonte: elaboração própria

O SAERJINHO tem ajudado no diagnóstico, mas sozinho não traz modificações na qualidade da educação.

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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E O PAPEL DO DIRETOR ESCOLAR NA SUA IMPLEMENTAÇÃO

Neste segundo capítulo será apresentada uma análise sobre o SAERJINHO: programa de avaliação diagnóstica implementado do estado do Rio de Janeiro em 2011 e o papel do diretor na sua implementação. Na seção um, apresenta-se a expansão do sistema de avaliação nas escolas brasileiras, como avaliações externas ou diagnósticas que reforçam a importância de planejamento e ações por parte dos Sistemas educacionais brasileiros para verificar o desempenho escolar de seus alunos e desenvolver ações para cumprir as metas estabelecidas no IDEB, garantindo assim um ensino de qualidade em cada sistema/escola. Apresenta-se uma reflexão a partir da leitura de alguns estudos relacionados ao tema, confrontando-os com os dados coletados nas entrevistas realizadas nas duas escolas pesquisadas. Na seção dois, apresenta-se uma análise em torno do SAERJINHO, com seus desafios e contribuições para diagnosticar o sistema Educacional do estado Rio de Janeiro e seu objetivo de incentivar a busca por melhoria da educação da rede estadual. Na seção três verificar-se-á o papel do diretor na implementação de política de avaliação e na formulação de ações para sanar as dificuldades encontradas ao longo do processo de implementação. Na seção quatro se darão a apresentação e análise dos dados coletados na pesquisa. Diante do caso descrito no capítulo um, pude observar que há risco de fracasso no caso de políticas que são implementadas no âmbito escolar sem a adesão dos diretores e professores. Conforme se pode observar nas escolas pesquisadas, a não adesão dos professores para aplicação da avaliação do SAERJINHO causou diversos transtornos, o que impediu que a primeira aplicação do teste atingisse 100% dos alunos. Cabe ao diretor de escola transmitir ao seu corpo docente e discente as informações que recebe através de reuniões com as Regionais, o que só aconteceu a partir de junho de 2011, momento da segunda aplicação do SAERJINHO. Nessas reuniões são repassadas as orientações sobre a aplicação do SAERJINHO, para que o diretor sensibilize e envolva toda a comunidade educativa sobre a importância de avaliar os alunos. No caso do SAERJINHO, inicialmente não foram realizadas reuniões para sensibilização e orientação com os atores envolvidos para a implementação do programa na

rede. Foi constatado que em abril de 2011, momento de sua implementação, não houve um momento de apresentação da política e de seus objetivos junto à rede educacional estadual, pois houve a extinção das Coordenadorias Regionais.

2.1 Os sistemas de avaliação a partir da década de 1990 e sua importância

No documento rosanedebarrosalvesgilson (páginas 53-56)

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