• Nenhum resultado encontrado

Na Tabela 2, estão apresentados os resultados referentes à comparação entre os grupos, para velocidade, agilidade, as duas técnicas de salto, a resistência e a flexibilidade. Para a velocidade não houve diferença significativa na comparação entre os grupos, já para a agilidade observa-se diferença entre G2 e G4. Para Squat Jump e Counter Movement Jump houve diferença entre G1 e G3, G1 e G4, G2 e G3, G2 e G4, sendo os maiores valores observados nos grupos com estágios maturacionais mais adiantados Para a resistência aeróbia (VO2máx) houve

diferença entre G1 e G3, e G1 e G4. A flexibilidade não apresentou diferença significante entre estágios.

Tabela 2: Comparação das capacidades físicas entre os estágios maturacionais.

G1 (n=6) G2 (n=7) G3 (n=11) G4 (n=11) G5(n=10) Velocidade (s) Agilidade (s) SJ (cm) CMJ (cm) VO2máx (ml.kg.min) Flexibilidade (cm) 4,95 ±0,42 18,08 ±1,00 24,88 ±3,55 27,12 ±2,60 46,84‡≠ ±4,35 23,92 ±7,53 4,98 ±0,36 18,42≠ ±1,07 26,79≠ ±5,57 28,47≠ ±5,63 49,53 ±2,25 28,43 ±12,02 4,70 ±0,36 17,40 ±0,86 33,06*† ±3,93 35,77*† ±4,73 51,55 ±3,26 32,09 ±7,83 4,61 ±0,26 17,21 ±0,66 34,64* ±5,18 39,12* ±5,80 51,29 ±2,32 31,27 ±4,36 4,70 ±0,36 17,49 ±0,70 30,45 ±3,60 33,47 ±4,75 51,08 ±2,42 27,70 ±7,65

SJ: Squat Jump; CMJ: Counter Movement Jump; VO2máx: consumo máximo de oxigênio. *p<0,05

em relação ao estágio G1 (pré-púbere); † p<0,05 em relação ao G2 (púbere); ‡ p<0,05 em relação ao G3 (púbere); ≠ p<0,05 em relação ao estágio G4 (púbere).

Para a realização da análise de regressão linear múltipla entre idade cronológica, estágio maturacional e capacidades físicas para verificar qual das variáveis apresentava influência sobre as capacidades físicas, realizou-se o agrupamento de G1 a G5.

Abaixo estão apresentadas as tabelas, separadas pelas diferentes capacidades estudadas na presente investigação, com seus respectivos coeficientes de determinação (r2) e p-valores.

Na Tabela 3, estão descritos os dados de regressão linear múltipla tendo a velocidade, como variável dependente, na qual se observa que a variável de maior associação foi o estágio maturacional (p=0,04), onde o mesmo explica em aproximadamente 11% os resultados obtidos.

Tabela 3: Resultado da análise de regressão linear múltipla, tendo a velocidade,

como variável dependente.

Variáveis independentes Coeficiente [IC 95%] p

Idade cronológica -0,01546 [-0,09945 a 0,06853] 0,71 Estágio maturacional -0,08011 [-0,1591 a 0,001149] 0,04 r2 =0,109

IC 95%: 95% de intervalo de confiança

Na Tabela 4, estão descritos os dados de regressão linear múltipla com relação à agilidade, na qual se observa que a variável de maior associação foi o estágio maturacional (p=0,04), onde o mesmo explica em aproximadamente 12% os resultados obtidos.

Tabela 4: Resultado da análise de regressão linear múltipla, tendo a agilidade como

variável dependente.

Variáveis independentes Coeficiente [IC 95%] p

Idade cronológica -0,06496 [-0,2843 a 0,1544] 0,55 Estágio maturacional -0,2150 [-0,4213 a -0,008806] 0,04 r2 =0,124

IC 95%: 95% de intervalo de confiança

Na Tabela 5, estão descritos os dados de regressão linear múltipla com relação à força técnica de salto (Squat Jump), na qual se observa que a variável de maior associação foi o estágio maturacional (p=0,01), onde o mesmo explica em aproximadamente 18% os resultados obtidos.

Tabela 5: Resultado da análise de regressão linear múltipla, tendo a força, técnica

de salto (Squat Jump – SJ) como variável dependente.

Variáveis independentes Coeficiente [IC 95%] p

Idade cronológica -0,3839 [-0,9017 a 1,670] 0,54 Estágio maturacional 1,603 [0,3949 a 2,812] 0,01 r2 =0,179

IC 95%: 95% de intervalo de confiança

Na Tabela 6, estão descritos os dados de regressão linear múltipla com relação à força, técnica de salto (Counter Movement Jump), na qual se observa que a variável de maior associação foi o estágio maturacional (p=0,003), onde o mesmo explica em 20% os resultados obtidos.

Tabela 6: Resultado da análise de regressão linear múltipla, tendo a força, técnica

de salto (Counter Movement Jump) como variável dependente.

Variáveis independentes Coeficiente [IC 95%] p

Idade cronológica 0,1829 [-1,294 a 1,660] 0,80 Estágio maturacional 2,103 [0,7151 a 3,492] 0,003 r2 =0,20

IC 95%: 95% de intervalo de confiança

Na Tabela 7, estão descritos os dados da regressão linear múltipla com relação ao consumo máximo de oxigênio, na qual se observa que a variável de maior associação foi o estágio maturacional (p=0,03) onde o mesmo explica em aproximadamente 20% os resultados obtidos.

Tabela 7: Resultado da análise de regressão linear múltipla, tendo o consumo

máximo de oxigênio (VO2máx) como variável dependente.

Variáveis independentes Coeficiente [IC 95%] p

Idade cronológica 0,6147 [-0,1207 a 1,350] 0,09 Estágio maturacional 0,7489 [0,05746 a 1,440] 0,03 r2 =0,203

IC 95%: 95% de intervalo de confiança

Na Tabela 8, estão descritos os dados de regressão linear múltipla tendo a flexibilidade, como variável dependente, na qual se observa que nenhuma variável teve influência significante no resultado.

Tabela 8: Resultado da análise de regressão linear múltipla, tendo a flexibilidade,

como variável dependente.

Variáveis independentes Coeficiente [IC 95%] p

Idade cronológica 0,7251 [-1,307 a 2,757] 0,47 Estágio maturacional 0,5825 [-1,328 a 2,493] 0,54 r2 =0,02

5. DISCUSSÃO

Pelos resultados obtidos pudemos observar que com o avanço do estágio maturacional, o jovem aumenta seu desempenho físico em relação a algumas capacidades físicas, possivelmente devido ao período sensível de desenvolvimento dessas capacidades24, aumento na secreção do hormônio sexual

masculino (testosterona), influência de outros hormônios como o GH (hormônio do crescimento) e IGF-120,22,26, melhora em capacidades coordenativas 23, aumento da

massa muscular18,20,26 e outros fatores não menos importantes, como a influência

da genética e do ambiente no processo de crescimento e desenvolvimento 22-36.

Respondendo a hipótese do estudo, observou-se um melhor desempenho físico dos jovens nos estágios maturacionais mais avançados, porém para o G5 não foi observado superioridade em relação aos estágios inferiores, o que possivelmente se explica pelos métodos de trabalho, bem como pela quantidade de sessões de treino semanais, ou seja, duas vezes por semana 20,36.

Com relação à morfologia, os jovens apresentaram diferenças significantes entre os estágios maturacionais, no âmbito da estatura e da massa corporal. Todos os estágios apresentaram diferenças significantes em relação ao estágio G1. Observa-se que ao longo do desenvolvimento do organismo dos jovens ocorre grande incremento em estatura e em massa corporal no período da adolescência, a massa pode aumentar 9,5 kg nesse período18, além disso os jovens dentro da

faixa etária do estudo estão dentro do pico de velocidade de crescimento18-26.

Os dados do presente estudo são concordantes com os estudos supracitados, pois com relação a estatura, os sujeitos do estágio G1 possuem 20 cm a menos que os sujeitos do estágio G5, com relação a massa corporal são 24 kg a mais, o que sugere que esse período é de muitas transformações, tanto na

questão morfológica quanto na questão do desempenho, e este último pode estar atrelado as diferenças encontradas na morfologia19-26.

VELOCIDADE

Os resultados da avaliação da velocidade não demonstraram diferenças significantes na comparação entre os cinco estágios maturacionais, estes achados possivelmente possam ser justificados pelo fato da velocidade ser uma capacidade física de amadurecimento precoce, que para meninos ela tem seu período mais sensível ao desenvolvimento na infância, entre 7 e 9 anos 24.

Apesar desse amadurecimento precoce a velocidade evolui por outros aspectos, sendo o aumento da força, melhora na coordenação inter e intramuscular, aumento da idade cronológica e ganho de massa muscular 1,20,26.

Apesar do amadurecimento precoce, o seu rendimento melhora com o passar dos anos, e seus resultados quando verificados através da idade demonstram evolução, porém com relação ao estágio maturacional ela sofre um processo de estabilização durante a puberdade, dependendo de outros caminhos para sua melhora e aperfeiçoamento 20.

Portella (2010) 37 demonstra que essa capacidade se desenvolve a

medida que a idade cronológica aumenta, obtendo resultados melhores em indivíduos mais velhos, entre 16 e 17 anos, em relação aos mais novos, 12 e 13 anos. Outros estudos relacionando desempenho em teste de velocidade de 30 metros com crianças e adolescentes, observaram que com a progressão da idade cronológica houve melhora no desempenho da velocidade, devido aos processos de crescimento e desenvolvimento 28,38.

Diferentemente dos estudos supracitados que tiveram por objetivo verificar a influência da idade cronológica sobre a velocidade, no presente estudo, o objetivo foi avaliar se o estágio maturacional influenciava na velocidade de jovens praticantes de futebol, e observou-se que não houve diferença na comparação entre os estágios, porém na análise de regressão linear houve associação entre as duas variáveis, sendo que a maturação explicou em aproximadamente 11% o desempenho da velocidade, o que é concordante com outro estudo[39], o qual

utilizou a mesma metodologia do presente estudo, e os autores verificaram que a maturação explicou em 18% o desempenho da velocidade.

Além do estágio maturacional, outros fatores podem influenciar na melhora da velocidade, estando associado com a genética, aumento da secreção hormonal e melhora no processo de coordenação e também a associação com a melhora da coordenação pode explicar tal fenômeno 37.

AGILIDADE

Considerando a agilidade, quando comparados os cinco grupos, observou-se diferença significante entre o estágio G2 e G4, sugerindo melhora da agilidade com o avanço do estágio maturacional, bem como no processo de coordenação (melhora do gesto motor), gerando um melhor desempenho. Quando verificou-se a influência da idade cronológica e da maturação, apenas a maturação explicou em 12% o rendimento no desempenho desta capacidade física.

Apesar de no presente estudo não ter sido observada a influência da idade cronológica no desempenho da agilidade, na literatura é referido que o avanço da idade cronológica se apresenta como um fator de melhora no

desempenho desta capacidade física38,39, uma vez que apresenta um período

sensível entre 8 e 10 anos e sofre outro incremento dos 13 aos15 anos 24.

A agilidade depende do processo de amadurecimento da força e da velocidade, onde o jovem terá que unir essas capacidades e, além disso, depende da coordenação bem aprimorada para se organizar no espaço, devido às transformações relacionadas ao crescimento que “desorganiza” o corpo 32,40.

Assim, analisando os resultados do presente estudo, sugere-se que algo faltou no processo de combinação entre: força, velocidade e coordenação, pois o estágio mais maduro G5, não obteve diferença significante em relação aos outros estágios, e o principal fator seria a regularidade das sessões de treinamento.

Devido a uma frequência semanal baixa de treinos (2 sessões por semana) e com 75% de presença nos treinamentos, esses jovens recebiam estímulos menos intensos em relação aos demais estágios. G1 (90% de presença), G2 e G3 (85% de presença) e G4 (média de 3 sessões por semana, alguns treinavam 4 vezes, com 95% de presença).

FORÇA

Os resultados obtidos nos testes de saltos verticais demonstraram que o estágio maturacional pode influenciar de maneira significante no desempenho, uma vez que foram encontradas diferenças entre G1 e G3, G1 e G4, G2 e G3, G2 e G4, o que é concordante com outros estudos sobre maturação e desempenho da força, que demonstram que ocorre melhora no desempenho desta capacidade com o avançar dos estágios maturacionais 22,23,41.

No estudo de Seabra et al.(2001) 41, os autores compararam jovens

praticado uma modalidade de maneira sistematizada. Foram utilizados como parâmetros os saltos SJ e CMJ, a fim de verificar o desempenho na força- velocidade de membros inferiores, e encontraram diferenças significativas entres as categorias sub-12; sub-14 e sub-16, relatando que a maturação é o fator que mais influenciou na obtenção dos resultados. Já para o grupo de não futebolistas as médias foram inferiores nas duas técnicas, o que indicou que a combinação entre maturação e treinamento pode promover um melhor desempenho dos jovens.

Em relação ao presente estudo, os dados são concordantes com os de Seabra et al. (2001)41, uma vez que a altura saltada foi aumentando conforme o

avanço dos estágios maturacionais, no entanto, apesar dos resultados serem similares, é importante ressaltar que o presente estudo não separou os atletas por categorias.

Os resultados obtidos por Vayens et al. (2006) 42, estudando maturação

esquelética, também são concordantes com os do presente estudo, uma vez que também observaram que existe melhor desempenho da força explosiva nas diferentes categorias, observando que quanto mais avançado o desenvolvimento do jovem e aliado a isso, sua prática esportiva for mais competitiva, haverá maior influência no rendimento dos testes de saltos verticais.

Quando comparados os resultados obtidos no presente estudo com os de Vayens et al. (2006)42, observa-se que o estágio G4, que equivale a categoria

sub-16, os jovens atingiram 39,12 cm, o que se aproxima dos resultados obtidos por atletas sub-elite da categoria sub-14, sugerindo que o nível competitivo, além da maturação, podem influenciar nos resultados de testes dessa natureza.

Bueno et al. (2014)22 com uma amostra de 45 atletas de categorias de

que os valores obtidos nos grupos mostrou diferenças significantes entre todos os estágios de desenvolvimento maturacional (G1-G5), nas duas técnicas de salto (SJ e CMJ), o que difere dos resultados do presente estudo, e a possível explicação talvez se relacione ao nível competitivo dos participantes. O regime do treinamento não sistematizado pode ter interferido no desempenho dos jovens estudados na presente investigação, já que para Bosco et al.43 o potencial elástico dos músculos

é uma propriedade que pode ser melhorada com o treinamento, o que pode vir a explicar a discordância nos resultados dos dois estudos.

Mariano et al. (2010)44 realizaram um estudo com testes de saltos

verticais, avaliando também as técnicas SJ e CMJ em jovens futebolistas, porém classificando os mesmo pela análise das características sexuais secundárias, dividindo os jovens em púberes com idade entre 14 e 15 anos, e pós-púberes com idade entre 16 e 17 anos. Nos resultados, os púberes obtiveram médias após período de treinamento de 28,88 cm para SJ e de 32,1 cm para CMJ. Já os jovens pós-púberes a média foi de 34,77 cm e 38,54 cm, respectivamente.

Estes resultados sugerem que a combinação entre a maturação sexual e o treinamento pode garantir aos jovens um melhor desempenho físico relacionado à força. No entanto, diferem dos resultados do presente estudo, uma vez que não observamos diferença significativa quando comparados os jovens púberes com os pós-púberes, o que talvez se justifique ao tipo de treinamento realizado, uma vez que os jovens não eram atletas e sim participantes de escola de futebol.

Em um estudo realizado por Alves et al.45 com atletas federados,

relacionando maturação e desempenho em saltos verticais, os valores obtidos pelo autor mostraram-se superiores aos do presente estudo, demonstrando mais uma

vez que além do estágio maturacional o nível competitivo também influencia nas provas de salto vertical 36-46.

RESISTÊNCIA

A resistência depende de fatores bioquímicos para que os músculos consigam utilizar o oxigênio como fonte principal de disponibilidade energética, e capacidade combinada dos mecanismos pulmonares, cardíacos, sanguíneos, vasculares e celulares para transportarem o oxigênio 31.

À medida que o organismo passa por transformações fisiológicas e entra na puberdade essa capacidade aumenta progressivamente devido a adaptações fisiológicas impostas ao organismo como: aumento no volume sanguíneo, alterações no tamanho do coração (este aumenta concomitantemente com a idade cronológica), aumento da frequência cardíaca, aumento no volume de pulsação e melhoria na economia de movimento 20.

Conforme a idade cronológica aumenta existe uma compensação e um custo diminuído no consumo de O2 para a manutenção do corpo em movimento

(economia de movimento). Na idade de 5 anos o indivíduo consome 37% do VO2,

com 11 anos, 13%; aos 13 anos consome 9% e com 17 anos, 3% em exercício de caminhada em esteira47, através desses valores é possível obervar que com o

passar do anos os jovens melhoram sua economia de movimento, que por consequência diminui o consumo de oxigênio para a manutenção do mesmo exercício (em intensidade e volume), o que pode explicar o fato de no presente estudo os sujeitos mais maduros terem um desempenho melhor no teste YoYo

Figueira et al. 48 avaliaram atletas de futebol de base da categoria sub-

14 de um clube de série A, do campeonato brasileiro, no período competitivo, e encontraram um valor de VO2máx de 55,39 ml.kg.min, sendo este superior aos

encontrados na presente investigação, fato que possivelmente se explica pelos treinamentos e jogos realizados pelos atletas, sugerindo que o nível competitivo pode elevar o consumo máximo de oxigênio, o que não acontece com os jovens do presente estudo, uma vez que não eram atletas, mas apenas praticantes de futebol, sem treinamento sistematizado.

Quando avaliada e influência da idade cronológica e da maturação sexual sobre a resistência, apenas a maturação apresentou associação, o que é discordante de resultados apresentados na literatura16, o qual refere que à medida

que avança a idade ocorre um aumento no VO2máx.

Apesar de encontrados estudos avaliando a influência do estágio maturacional sobre o VO2máx, observa-se que existem diferenças na metodologia

de avaliação, pois muitos avaliam esse fenômeno de maneira diferente da presente investigação, seja pela maturação esquelética16, maturação somática49,

desenvolvimento genital e maturação sexual com análise de pelos pubianos23,

tornando assim, difícil a comparação entre os resultados, uma vez que existem algumas possibilidades da avaliação maturacional, bem como inúmeros protocolos para mensurar o desempenho aeróbio, tanto para a questão do esporte quanto para a questão da saúde 31.

A produção de energia aeróbia pode sofrer influência da capacidade de extrair oxigênio do sangue (que se reflete na diferença de conteúdo de O2 arterial

diferenças em VO2máx, durante a adolescência e a pré-adolescência, esses são

aspectos menos compreendidos 20.

O presente estudo observou diferenças entre o estágio inicial de maturação G1 e os estágios G3 e G4, sugerindo que as adaptações são de acordo com a evolução dos estágios maturacionais e também com relação a idade cronológica, apesar do presente estudo não demonstrar a influência da idade. Quanto mais longe do estágio G1, mais o jovem se desenvolve, ele possui melhora na função dos tecidos, órgãos e metabolismo, e isso favorece um melhor rendimento em exercícios aeróbios e anaeróbios 20,26,47.

O VO2máx é menor em crianças comparado a adolescentes e adultos, o

que possivelmente possa explicar os melhores resultados dos estágios G3 e G4 em relação ao G1, pois com o amadurecimento do organismo essas diferenças ficam mais acentuadas, uma vez que o VO2máx está ligado ao tamanho do coração,

que aumenta proporcionalmente ao ganho de massa 20,47.

O aumento no VO2máx em meninos, está diretamente relacionado ao

aumento na massa corporal, o que foi observado no presente estudo, contudo o VO2máx médio expresso de forma relativa permanece estável dos 6-16 anos,

sofrendo incrementos durante a puberdade (devido ao processo de crescimento e aumento na massa corporal) 20,26, após os 16 anos começa a cair, o que pode

explicar o desempenho aeróbio do estágio G5, onde a idade média é de 15 anos26.

Dessa forma observa-se que as melhorias no VO2máx ocorrem

principalmente pelo desenvolvimento e crescimento do organismo jovem, ou seja, aumento no tamanho do tecido em exercício (músculo esquelético), e na mudança na capacidade funcional de seu sistema aeróbio (capacidade das enzimas aeróbias) 26.

FLEXIBILIDADE

A flexibilidade não mostrou ser influenciada pelos estágios maturacionais. Essa capacidade física apesar de sua importância para a modalidade futebol, como referida por Ekstrand8, no ambiente de treinamento da

amostra estudada era trabalhada apenas por alguns exercícios de alongamento, não sendo reservada nenhuma sessão específica para tal.

A mensuração desta capacidade é simples, porém sua interpretação deve-se levar em conta fatores cotidianos como a postura diária, como por exemplo, pois a faixa etária do estudo se assemelha aos jovens em idade escolar, onde nas escolas existe pouca atividade física e na maior parte do tempo os jovens permanecem sentados, o que poderia explicar o baixo nível de flexibilidade31.

Outro fator a se considerar é que não houve um acompanhamento das atividades diárias dos participantes do estudo, o que poderia comprometer os movimentos executados nos testes como sentar e alcançar31. Devido a alterações

do aparelho locomotor, há uma tendência de diminuição nessa capacidade18.

A flexibilidade tende a retroceder da faixa etária que compreende dos 6 aos 13 anos, pois nesta fase os jovens iniciam-se no período pubertário, uma vez que na maioria dos casos entram no período de estirão de crescimento e migram do estágio pré-púbere para púbere20. Durante a puberdade ocorre diminuição dos

graus de flexibilidade, causado pela diminuição da resistência mecânica ao aparelho motor, devido alterações hormonais18.

No presente estudo observa-se que o estágio maturacional, bem como a idade cronológica não influenciaram na flexibilidade, porém observou-se que no estágio G1 a média obtida foi de 23,92 cm, com um pequeno incremento

para o estágio G2, que foi de 28,43 cm e para G3, de 32,09 cm, o que é discordante de Weineck (2005)18, pois este salienta que o rendimento nessa capacidade possui

um decréscimo em 23,5% na faixa etária dos 6 aos 13 anos, sofrendo um incremento nos próximos anos e voltando a cair quando se aproxima do último estágio maturacional.

São poucos os estudos encontrados na literatura sobre flexibilidade e maturação sexual, na maioria dos estudos são apresentados achados com relação ao desenvolvimento de jovens nessa capacidade de acordo com a idade cronológica37,38,50,52.

Na comparação dos resultados do presente estudo com o banco de dados do PROESP-BR52, nenhum dos grupos estudados atingiu valores de

excelência, uma vez que as medidas variaram entre boa e muito boa. Contudo, as

Documentos relacionados