O experimento foi conduzido a campo em área do Departamento de Zootecnia, da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, com objetivo de avaliar as características morfogênicas e os índices de crescimento do capim- tifton 85, sob cinco doses de nitrogênio, colhido ao atingir 30, 40 e 50 cm de altura. Em 20/11/97, foi realizado o corte de uniformização do capim, referente ao primeiro ano experimental (novembro/97 a março/98), período em que se avaliaram somente as variáveis morfogênicas: taxa de alongamento de folhas, taxa de aparecimento, filocrono, senescência foliar e número de folhas totais e vivas. Em 20/11/98, foi realizado o corte de uniformização do segundo ano experimental (novembro/97 a março/98). Nesse ano, além das características morfogênicas, foram efetuadas as seguintes análises de crescimento: taxa de crescimento relativo (TCR), taxa assimilatória líquida (TAL), razão de área foliar (RAF), razão de peso foliar (RPF), área foliar específica (AFE) e índice de área foliar (IAF). Todas as avaliações foram efetuadas apenas para o primeiro corte, em ambos os anos experimentais. O experimento foi arranjado em parcelas subdivididas, segundo o delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. Nas parcelas principais, foram aplicadas as doses de N (0, 33, 66, 100, 133 kg/ha) e nas subparcelas, as alturas das plantas ao tempo de corte (30, 40 e 50 cm).
Foram identificados cinco perfilhos em cada parcela ao longo da bordadura, com auxílio de fios de telefone e estacas de bambu, para as avaliações morfogênicas, as quais iniciaram sete dias após o corte de
uniformização e foram realizadas até que o capim atingisse as alturas de corte estabelecidas. O número de folhas totais aumentou (p<0.01) linearmente com as alturas das plantas ao tempo de corte, estimando-se aumentos de 0,1392 folhas por unidade de aumento na altura das plantas. Quanto ao nitrogênio, observou-se efeito (p>0.01) da interação dose x ano, estimando-se decréscimo de 0,06497 e 0,0453 folhas/kg de N aplicado, respectivamente, para os anos 1 e 2. O número total de folhas vivas não variou com as doses de N e altura das plantas ao tempo de corte, estimando-se valores de 9,1 e 10,06 folhas vivas, respectivamente, para o primeiro e segundo anos experimentais. A taxa de alongamento de folhas individuais foi menor para altura de 40 cm na dose zero de 4,25 mm/dia e com 133 kg/ha de N de 21,06 mm/dia na altura de 30 cm. A taxa de aparecimento de folhas decresceu 0,0667 e 0,00292 folhas/dia, por unidade de aumento na altura das plantas, por ocasião dos cortes, respectivamente, nos anos 1 e 2. Todavia, a adubação nitrogenada promoveu incrementos de 0,0023 e 0,0022 folhas por dia/kg de N adicionado, nos respectivos anos. A taxa de senescência aumentou com a altura das plantas ao tempo de corte e diminuiu com as doses de nitrogênio. Estimaram-se decréscimos de 0,0584 e 0,0462 mm/dia, na taxa de senescência foliar do capim-tifton 85, por kg de N aplicado, nos anos 1 e 2, respectivamente, registrando-se maiores taxas de senescência na ausência da adubação nitrogenada. A TCR apresentou resultados próximos para as duas faixas de alturas de plantas estudadas de 30-40 e 40-50 cm, observando-se valores de 0,0144 e 0,0752 g/g.dia, para as doses de 0 e 133 kg/ha, respectivamente. A TAL também aumentou com as doses de nitrogênio, para os dois intervalos de altura avaliados. O IAF aumentou linearmente com a altura das plantas ao tempo de corte e, de forma quadrática, com as doses de nitrogênio, estimando-se valores máximos de x, y e z, para a dose de 133 kg/ha. A RAF apresentou crescimento linear, com o aumento das alturas e das doses de nitrogênio, com maior valor na altura de 30 cm e dose de 133 kg de 0,0116 m2/g. A RPF também teve comportamento linear com valores máximos na altura de 30 cm e dose de 133 kg/ha de 0,529 g/g. AFE não foi influenciada pela altura, mas aumentou com as doses de N aplicadas, estimando-se valores de 0,0114 e 0,0214 m2/g para as doses de 0 e 133 kg/ha, respectivamente.
Os resultados obtidos no presente trabalho permitem concluir que:
- a aplicação do adubo nitrogenado aumentou as taxas de aparecimento e alongamento de folhas, permitindo, assim, que a gramínea atingisse as alturas de cortes estabelecidas em menor tempo;
- a adubação nitrogenada proporcionou maiores taxas assimilatórias líquida e de crescimento relativo;
- o nitrogênio proporcionou aumentos no IAF, possibilitando, portanto, colheitas mais freqüentes e também melhor condição para a gramínea competir com plantas daninhas, evitando, assim, a degradação da pastagem; e
- a RAF decresceu linearmente com a altura das plantas e aumentou com as doses de nitrogênio. Comportamento semelhante foi constatado para RPF.
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