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PARTE III – Apresentação e Discussão de Resultados

1. Apresentação dos Resultados

1.1. Resumo dos resultados mais significativos

1.1.1. BSI

A nossa amostra pontuou mais alto nos seguintes itens: Item 6 – “Aborrecer-se ou irritar-se facilmente”; Item 1 – “Nervosismo e tensão interior”; Item 10 – “Sentir que não pode confiar na maioria das pessoas” e o Item 17 – “ Sentir-se triste” por esta ordem.

A nossa amostra pontuou mais baixo nos seguintes itens: Item 45 – “ Ter ataques de terror ou pânico”; Item 28 – “Medo de viajar de autocarro, comboio, metro” Item 47 – “Sentir- se nervoso quando tem de ficar sozinho” e o Item 3 “Ter a impressão que as outras pessoas podem controlar os seus pensamentos”.

Relativamente à modalidade de resposta verifica-se com uma frequência mais elevada a primeira (nunca) no item 45 “Ter ataques de terror ou pânico” (88.9%), no item 28 “Medo de viajar de autocarro, comboio ou metro” (86.0%) e no item 9 “Pensamentos de acabar com a vida” (85.4%).

Verificamos que a nossa amostra apresenta em todas as subescalas, total e índices valores acima da média da população geral portuguesa (Canavarro,1999) e valores abaixo da população com perturbações emocionais (Canavarro,1999).

Encontramos diferenças estatisticamente significativas entre as subescalas, os índices e o total do BSI em relação ao sexo: o sexo feminino apresenta valores mais elevados do que o sexo masculino, nas subescalas da somatização, depressão e ansiedade fóbica; em relação ao estado civil os divorciados apresentam valores mais elevados, nas subescalas obsessões- compulsões, depressão, ansiedade fóbica, ideação paranoide e total do que os outros estados civis; relativamente à idade por categorias verificamos que na subescala obsessão-compulsão há uma tendência para os valores aumentarem à medida que a idade avança, o mesmo acontece em relação ao índice de sintomas positivos que parece aumentar com a idade; em relação à idade real, a interpretação de resultados é mais difícil de fazer, parecendo, porém, haver globalmente, uma tendência para os valores aumentarem à medida que a idade avança.

No que diz respeito às profissões, classificadas de acordo com Graffar, encontramos diferenças estatisticamente significativas nas seguintes subescalas: os estudantes e o Graffar

3º, 4º e 5º grau apresentam valores mais baixos na subescala somatização do que os reformados, desempregados e 1º e 2º grau da Graffar.

Relativamente aos anos de protocolo, existem diferenças estatisticamente significativas: de uma forma geral, os sujeitos que se submeteram ao teste pré-sintomático há 5-8 anos apresentam valores mais elevados nas subescalas somatização, obsessões-compulsões, sensibilidade interpessoal, depressão, hostilidade e índice total de sintomas positivos.

No que concerne à sintomatologia verifica-se que há diferenças estatisticamente significativas: averiguamos que quem não tem sintomatologia, apresenta valores mais altos na subescala sensibilidade interpessoal, no total de sintomas positivos e na somatização.

Em relação à caracterização sintomatológica, quem tem sintomatologia moderada e grave apresenta valores mais elevados de somatização.

Relativamente ao exame neurológico, verificamos que os valores do índice de sintomas positivos são mais elevados em que não fez o exame. Em relação à ansiedade fóbica, quem não fez exame neurológico e quem fez ultimamente apresenta valores mais altos.

Respeitante ao acompanhamento psicológico, existem diferenças estatisticamente significativas: verificamos um valor mais elevado nos sujeitos que “não” receberam acompanhamento psicológico.

Referente às mudanças que possam ter acontecido na vida destes indivíduos, verificamos que quem não sofre mudanças na vida, apresenta valores mais elevados em todas as subescalas somatização, sensibilidade interpessoal, depressão, ansiedade fóbica, hostilidade, total e índices geral de sintomas, total de sintomas positivos e sintomas positivos do que quem sofreu mudanças.

Em relação à caracterização de mudanças de vida destes indivíduos não se encontram mudanças estatisticamente significativas.

Em relação às correlações efectuadas neste trabalho, verifica-se que as correlações existentes entre as subescalas, índices e total da BSI são todas significativas.

As correlações existentes entre as subescalas, índices e total da BSI e as subescalas e total do Zung são todas significativas.

As correlações existentes entre as subescalas, índices e total de BSI e as subescalas e total de Beck são todas significativas.

1.1.2. Beck

A nossa amostra pontuou mais alto nos seguintes itens: item 16 “Mudanças de padrões de sono”, item 15 “Perda de Energia”, item 11 “Irritabilidade” e item 8 “Autocrítica” e pontuou mais baixo nos seguintes itens: item 7 “Decepção consigo mesmo”; item 14 “Aparência”; item 9 “Ideação suicida”; item 6 “Punição”.

Quanto à modalidade de resposta com uma frequência mais elevada verifica-se que é a primeira nos itens 14 (“Trabalho com a mesma facilidade de sempre”) (91.8%), 7 (“ Não tenho a impressão de ser melhor que os outros) (89.41%) e 6 (“Não estou descontente comigo mesmo”) (59.4%).

A análise factorial pelos principais componentes pelo método de rotação varimax para a amostra total revelou duas subescalas: subescala cognitivo-afectiva e subescala somática; a correlação entre estes dois factores é .641.

Verificamos que a nossa amostra apresenta valores inferiores aos da população geral portuguesa (Campos & Gonçalves, 2011), mas, não podemos deixar de ter em conta que as subescalas são constituídas por itens diferentes. Não há coincidência entre todos os itens que compõem as subescalas dos dois estudos.

Relativamente à pontuação global do estudo verifica-se que na nossa amostra, 80.7% apresenta ausência de depressão, 5.6% apresenta depressão leve, 3.4% depressão moderada e 4.5% apresenta depressão grave.

Procedemos à comparação de médias no que diz respeito ao resultado do teste preditivo relativamente às subescalas de Beck. Não encontramos diferenças estatisticamente significativas. O mesmo aconteceu no que se refere às mudanças que possam ter surgido na vida destes indivíduos, e ao sexo.

Mas encontramos diferenças estatisticamente significativas em relação ao estado civil onde se verifica que os divorciados apresentam um valor mais elevado na subescala Beck somática e no total do que os casados ou em união de facto e do que os solteiros; em relação às idades por categorias verificamos que há uma tendência para os valores aumentarem à medida que a idade avança.

No atinente à idade real encontramos diferenças estatisticamente significativas em relação à subescala somática.

de Graffar apresentam valores mais elevados do que os estudantes e o grau 2, 3 e 5 de Graffar. Referente à sintomatologia, verifica-se que os sujeitos que afirmam ter sintomatologia, apresentam valores mais baixos nas subescalas Beck Cognitiva-Afectiva e Beck Somática e no Beck total do que quem afirma não ter sintomatologia.

Respeitante ao acompanhamento psicológico pode-se verificar que os sujeitos que tiveram “uma” ou “várias vezes” acompanhamento psicológico apresentam valores mais elevados do que os sujeitos que nunca tiveram acompanhamento.

Relativamente às mudanças que possam ter acontecido na vida destes indivíduos, verificamos que os sujeitos que sofreram mudanças nas suas vidas apresentam valores significativamente mais baixos do que os sujeitos que não sofreram mudanças.

Em relação às correlações efectuadas neste trabalho, verifica-se que as correlações existentes entre as subescalas e total do Beck são todas estatisticamente significativas.

As correlações existentes entre as subescalas e total do Beck e as subescalas, índices e total do BSI são todas significativas.

As correlações existentes entre as subescalas e total do Beck e as subescalas, total do Zung são todas significativas.

1.1.3. Zung

A nossa amostra pontuou mais alto nos seguintes itens: item 17 – “As minhas mãos estão habitualmente secas e quentes”; 5 – “Sinto que tudo corre bem e que nada de mal me acontecerá”; item 9 – “Sinto-me calmo e com facilidade me posso sentar e ficar sossegado”; item 13 – “Posso inspirar e expirar com facilidade”; Em contrapartida, a nossa amostra pontuou mais baixo nos seguintes itens: item 12 – “Tenho crises de desmaio ou sensação de que vou desmaiar”; item 3 – “Sinto-me facilmente perturbado ou em pânico”; item 6 “Sinto os braços e as pernas a tremer” e o item 2 – “Sinto-me com medo sem nenhuma razão para isso”.

Relativamente à modalidade de resposta com uma frequência mais elevada verifica-se a primeira (nenhuma ou raras vezes) no item 12 (Tenho crises de desmaio ou a sensação de que vou desmaiar) (91.9%); item 3 (Sinto-me facilmente perturbado ou em pânico) (86.6%) e no item 11 (Tenho crises de tonturas que me incomodam) (82.6%).

Verificámos que não existem grandes diferenças entre as médias das subescalas da nossa amostra e da População Geral Portuguesa (Ponciano et al.,1982).

Nas frequências das subescalas de Zung verificamos que a ansiedade vegetativa é a que apresenta valores mais elevados e a subescala ansiedade SNC mais baixos.

O alpha das subescalas e o total de Zung oscila entre .33 e .87.

Constatou-se que 69.4% da amostra não está ansiosa, 7.34% da amostra está com sintomas de ansiedade e, 14.6% da amostra encontra-se doente.

Procedemos à comparação de médias no que diz respeito ao resultado do teste preditivo relativamente às subescalas de Zung. Não encontramos diferenças estatisticamente significativas entre elas. O mesmo aconteceu em relação caracterização nas mudanças de vida que possam ter surgido nos indivíduos. Mas, encontramos diferenças estatisticamente significativas relativamente ao sexo: verifica-se que o sexo feminino apresenta um valor mais alto do que o sexo masculino na subescala de ansiedade vegetativa e total.

Relativamente às profissões, classificadas de acordo com Graffar, encontramos diferenças estatisticamente significativas Em relação à subescala ansiedade motora: verificamos que o grau 2 de Graffar, os desempregados, o grau 1 de Graffar e os reformados apresentam valores mais elevados do que os estudantes, o grau 3, 4 e 5 de Graffar; no que diz respeito à subescala ansiedade cognitiva, à subescala ansiedade vegetativa, à subescala SNC e ao Zung total, verificamos que os reformados, os desempregados, o 1º e 2º grau do Graffar apresentam valores mais elevados do que os estudantes e o grau 3,4 e 5 do Graffar.

No que diz respeito à sintomatologia, quem não tem sintomatologia ou “talvez” tenha apresenta valores mais elevados na ansiedade motora e total do que quem tem sintomatologia. Em relação á ansiedade vegetativa, no que se refere a quem “talvez” apresente sintomatologia verifica-se valores mais altos do que quem não apresenta.

No que concerne à caracterização sintomatológica, verificamos que os sujeitos com sintomatologia moderada e grave apresentam valores mais elevados nas subescalas e total do que quem tem sintomatologia leve ou não específica.

No atinente ao acompanhamento psicológico efetuado após receber o resultado do teste verifica-se que quem teve acompanhamento psicológico “uma” ou “várias vezes” apresenta valores mais elevados nas subescalas e total do que quem não teve acompanhamento psicológico.

Referente às mudanças que possam ter acontecido na vida destes indivíduos, quem não sofreu mudanças apresenta valores mais elevados na ansiedade cognitiva, vegetativa e no total Zung do que quem sofreu mudanças.

Em relação às correlações efetuadas neste trabalho, verifica-se que as correlações existentes entre as subescalas e totais de Zung são todas significativas.

As correlações existentes entre as subescalas e total do Zung e as subescalas, total e índices do BSI são todas significativas.

As correlações existentes entre as subescalas e total de Zung e as subescalas e total Beck são todas significativas.

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