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O objetivo do trabalho foi de avaliar os aspectos vegetativos e produtivos de dez cultivares copa de pereira europeia sobre o portaenxerto de marmeleiro Adams, bem como a adaptabilidade das diferentes combinações nas regiões, do Planalto Catarinense e dos Campos de cima da Serra. Os experimentos foram conduzidos na área experimental do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina em Lages e na Estação Experimental de Fruticultura Temperada da EMBRAPA - Uva e Vinho em Vacaria/RS. Os experimentos foram avaliados nas safras 2012/2013 e 2013/2014. Os tratamentos foram constituídos de diferentes combinações entre cultivares copa de pereira europeia e portaenxerto de marmeleiro „Adams‟. As combinações foram Abate Fetel/Adams, Rocha/Adams, Santa Maria/Adams, Packham‟s Triumph/Adams e William‟s/Adams, implantados em 2008; Forelle/Adams, Clapp‟s Favourite/Adams, Max Red Bartlett/Adams e Conference/Adams, implantados em 2009. Posteriormente foram mensurados os parâmetros: altura de plantas (m), diâmetro do tronco da copa e do portaenxerto (mm), volume de copa (m3), índice de fertilidade (nº de gemas cm-1),

produtividade estimada (t ha-1), eficiência produtiva (kg m-3),

firmeza de polpa (kg cm-2), calibre dos frutos (mm) e teor de

sólidos solúveis (ºBrix). Em termos produtivos, no município de Lages, a cultivar com maior produtividade e eficiência produtiva foi a Packham‟s Triumph. As cultivares Forelle, Packham‟s Triumph e Abate Fetel apresentaram maiores teores de sólidos solúveis, peso médio e firmeza de polpa. Para as condições de Vacaria/RS, as cultivares Rocha, Packham‟s Triumph, Max Red Bartlett, apresentaram maior equilíbrio vegetativo e eficiência produtiva. A cultivar Santa Maria, apresentou maior produtividade, porém com maiores diferenças nos diâmetros entre, o portaenxerto e a copa, indicando possíveis problemas de incompatibilidade de enxertia.

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Palavras chave: Pyrus communis L., Cydonia oblonga Mill, vigor, produtividade.

3.2 ABSTRACT

Aspects vegetative and productive European pear on the Adams quince in Lages/SC and Vacaria/RS

The objective of this work was to evaluate vegetative and productive aspects of ten cultivars of European pear Cup on Quince rootstock Adam´s, as well as the adaptability of different combinations in the regions, the plateau of Santa Catarina and the Campos de Cima da Serra. The experiments were conducted in the experimental area of Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) of the Universidade do Estado de Santa Catarina in Lages and at the Experimental Station of Spiced Fruit of EMBRAPA - Grape and Wine in Vacaria/RS. The experiments were evaluated in 2012/2013 and vintages 2013/2014. The treatments were comprised of different combinations between European pear cultivars budded and Quince rootstock Adam´s. The combinations were Abate Fetel/Adam´s, Rocha/Adam´s, Santa Maria/Adam´s, Packham's Triumph/Adam´s and William's/Adam´s, deployed in 2008; Forelle/Adam´s, Clapp's Favourite/Adam´s, Max Red Bartlett/Adam´s and Conference/Adam´s, deployed in 2009. Subsequently the parameters were measured: plant height (m), the trunk diameter and cup of the rootstock (mm), Cup volume (m3), fertility index (nº of gems cm-1), estimated yield (t ha-1), production efficiency (kg

m-3), firmness of pulp (kg cm-2), fruit caliber (mm) and soluble

solids (° Brix). In productive terms, in the municipality of Lages, growing with greater productivity and production efficiency was the Packham's Triumph. The cultivars Forelle, Packham's Triumph and Abate Fetel showed higher levels of soluble solids, medium weight and pulp firmness. For the conditions of Vacaria/RS, the cultivars Rocha, Packham's Triumph, Max Red Bartlett, presented more vegetative balance and productive efficiency. Cultivating Santa Maria, presented greater productivity, but with major differences in the diameters from the rootstock and canopy, indicating possible problems of incompatibility of grafting.

Keywords: Pyrus communis L., Cydonia oblonga Mill, vigor, productivity.

3.3 INTRODUÇÃO

A Pera no Brasil, atualmente, configura-se como a fruta com maior volume importado, principalmente as do tipo europeias (Pyrus communis L.). Em 2011, a importação superou as 210.000 t, com custo aproximado de 204 milhões de dólares (FAO, 2013). O qual torna a cultura, dentre as frutíferas de clima temperado, como sendo de grande importância comercial para o país.

A região sul do Brasil é reconhecida internacionalmente como uma área privilegiada no país para o cultivo de fruteiras de clima temperado, devido, o êxito na produção destas frutas, atestando as condições climáticas e de estrutura fundiária, no entanto o seu cultivo ainda não está bem difundido.

De acordo com Giacobbo (2007), o sul do Brasil embora apresente condições edafoclimáticas favoráveis, alguns problemas tem limitado o cultivo, com destaque a falta de portaenxertos adequados e cultivares mais adaptadas as regiões potencialmente produtoras.

Nos principais países produtores de pereiras europeias, os portaenxertos mais utilizados pertencem aos gêneros Pyrus

communis L. e Cydonia oblonga Mill (LOMBARD &

WESTWOOD, 1987; FIDEGHELI & LORETI, 2009). Porém, no Brasil, os portaenxertos mais utilizados pertencem ao gênero

Pyrus spp. (PERAZZOLO, 2006). Rufato et al., (2004), estimam

que este portaenxerto esteja presente entre 90 e 95% da área total cultivada.

Em média, no sistema atual de cultivo, a pereira europeia leva de seis a sete anos para entrar em produção, o qual baixa a viabilidade da sua produção. Com a utilização de portaenxertos menos vigorosos, como o marmeleiro (Cydonia oblonga Mill), a juvenilidade é aproximadamente 30% inferior. Na Europa, se observa uma progressiva intensificação dos novos pomares associada ao emprego de genótipos de marmeleiros, caracterizados por conferir menor vigor às plantas (MUSACCHI, 2008).

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Dentre as vantagens da utilização do marmeleiro como portaenxerto, pode-se citar a redução do porte e vigor das cultivares copa, melhoria na produtividade e nos atributos de qualidade dos frutos (LORETI, 1994). No entanto, deve-se atentar à incompatibilidade de enxertia entre o marmeleiro e algumas cultivares, podendo ocasionar a quebra de plantas no pomar (LEMOINE et al., 1997).

Nesse contexto, o trabalho teve como objetivo avaliar os aspectos vegetativos e produtivos de dez cultivares copa de pereira europeia sobre o portaenxerto de marmeleiro Adams, bem como a adaptabilidade das diferentes combinações nas regiões, do Planalto Catarinense e dos Campos de Cima da Serra.

3.4 MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram conduzidos, na área experimental do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina em Lages (27°48‟57”S e 50°19‟33”, altitude 884m) (Figura 3); e na Estação Experimental de Fruticultura Temperada da EMBRAPA - Uva e Vinho em Vacaria (29°32‟30”S e 50°54‟51”W, altitude 962 m) (Figura 4).

Segundo a classificação climática de Köeppen, o município de Lages apresenta clima do tipo Cfb, (KOPPEN, 1948), temperado, com temperatura média anual de 14,3 ºC, com verões frescos, temperatura média no mês mais quente abaixo de 22 ºC, sem estação seca definida e precipitação pluviométrica média anual de 1.479,4 mm (BRASIL, 2013).

O município de Vacaria localiza-se na região ecoclimática do Planalto Superior da Serra do Nordeste. Segundo o sistema de Köeppen, o tipo climático é o Cfb, com chuvas bem distribuídas durante todo o ano, possuindo temperaturas médias mensais em torno de 14,4 º C e precipitação pluviométrica média mensal de 101 mm a 174 mm (PEREIRA et al., 2009).

O solo da área experimental em Lages é um Cambissolo Húmico Alumínico léptico (EMBRAPA, 2006; BARBOSA et al., 2009), o qual representa aproximadamente 69% dos solos do município de Lages (EPAGRI, 2002). Já o solo da área experimental em Vacaria é um Latossolo Bruno Distrófico

(CONCEIÇÃO et al., 2011), com maior profundidade em relação ao solo do município de Lages.

Os tratamentos foram constituídos de diferentes combinações entre cultivares de pereira europeia e portaenxerto de marmeleiro „Adams‟. As combinações foram as seguintes: Abate Fetel/Adams, Rocha/Adams, Santa Maria/Adams, Packham‟s Triumph/Adams e William‟s/Adams, implantados em 2008; Forelle/Adams, Clapp‟s Favourite/Adams, Max Red Bartlett/Adams e Conference/Adams, implantados em 2009.

O sistema de condução adotado foi em líder central e espaçamento de plantio de 4m entre filas e 1m entre plantas. Os tratos culturais (poda, arqueamento, superação de dormência, adubações e tratamentos fitossanitários) foram realizados de acordo com o cronograma pré-estabelecido.

Nas safras 2012/13 e 2013/14 durante o período de inverno, foram mensurados os parâmetros vegetativos (Figura 5):

- altura de planta (m): medidos com o auxílio de uma fita métrica posicionada da base ao ápice da planta;

- diâmetro da seção do tronco da copa e do portaenxerto (mm): medidos com o auxílio de um paquímetro digital 5 cm abaixo e acima do ponto de enxertia;

- volume de copa (m3): as medições foram realizadas

com o auxílio de uma régua de madeira com 2 m de comprimento, onde mediu-se a altura da copa (m), a partir do ponto de inserção do primeiro ramo no tronco, largura (m) e a espessura da copa (m). A partir desses valores foi calculado o volume médio da copa, através da fórmula: (L x E x H), onde: L = largura da copa no sentido da linha de plantio, E = espessura da copa no sentido da entrelinha; H = altura da copa, a partir do ponto de enxertia;

- índice de fertilidade (nº de gemas cm-1): onde foram escolhidos três ramos de ano por planta e com o auxílio de uma fita métrica, mediu-se o comprimento de cada ramo. Após foi realizada a contagem do número de gemas, tanto vegetativas quanto floríferas presentes no mesmo.

A colheita dos frutos em Lages foi realizada no dia 23 de janeiro de 2013 e no município de Vacaria a colheita foi do dia 26 de dezembro de 2012 ao dia 06 de março de 2013. Os parâmetros produtivos avaliados durante a safra 2012/2013 foram:

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- produtividade estimada (t ha-1): calculada através da

multiplicação da massa total colhida por planta pelo número de plantas existentes em um hectare em cada densidade de plantio. A massa foi avaliada através da pesagem direta de cada fruto em uma balança digital com precisão ± 0.01 Kg;

- firmeza de polpa (kg cm-2): determinada com o auxílio de um penetrômetro manual com ponteira de 8 mm, acoplado a um suporte de aço e expresso em Kg cm-2. Para efetuar a leitura,

procedeu-se na zona equatorial do fruto, um corte superficial de dois discos de epiderme de cerca de 1 cm de diâmetro, em lados opostos;

- calibre dos frutos (mm): com o auxílio de um paquímetro digital, mensurou-se o diâmetro dos frutos na porção mediana, utilizando para tal uma amostra de 20 frutos, a fim de se obter um valor de diâmetro médio para cada combinação;

- teor de sólidos solúveis (ºBrix): medido com o auxílio de um refratômetro. As avaliações foram realizadas com o suco de dez frutos para cada combinação, através de refratômetro portátil digital de bancada, modelo RTD-45 marca Digital Refractometer;

- eficiência produtiva (kg m-3): calculada através da

relação entre a massa da produção por parcela e o volume de copa.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com três repetições e cinco plantas por parcela. Os dados experimentais obtidos foram analisados recorrendo-se à análise de variância (ANOVA) e a comparação dos tratamentos experimentais foi efetuada através da comparação múltipla de médias, utilizando o teste de Duncan a 5% de probabilidade de erro.

3.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Safra 2012/2013, em Lages/SC, os diâmetros do tronco dos portaenxertos foram superiores aos diâmetros da copa (Tabela 1). As cultivares Rocha (55,7 mm) e Santa Maria (58,0 mm) foram as que apresentaram valores médios de diâmetro de tronco do portaenxerto, quando comparadas com as demais cultivares plantadas no mesmo ano. Ainda, foi possível observar, que embora não tenha ocorrido diferença estatística, a

variação entre os diâmetros do portaenxerto e da cultivar copa, foi de 10 cm.

A cultivar Abate Fetel cresceu aproximadamente 53% a mais que a cultivar William´s e 41% a mais que a cultivar Packham‟s Triumph, as quais apresentaram menores valores para esta variável, diferindo-se estatisticamente das demais cultivares.

A partir da Tabela 01., é possível observar que durante a safra 2013/2014, o crescimento do diâmetro de tronco foi em média de 3 mm em relação ao ano anterior, indicando o baixo crescimento possivelmente ocasionado pela incompatibilidade de enxertia. A cultivar Abate Fetel apresentou diferença significativa em relação ás demais cultivares nas variáveis diâmetro de tronco do portaenxerto e diâmetro de tronco da cultivar copa.

Para as cultivares, Forelle, Max Red Bartlett, Conference e Clapp‟s Favourite, houve menor diferença entre as mesmas variáveis de diâmetro de tronco, sendo que entre estas, apenas as cultivares Forelle e Clapp´s Favourite diferiram estatisticamente entre si.

Entre as cultivares Rocha, Abate Fetel, Packham´s Triumph, Santa Maria e William´s, quando comparadas entre si, não observou-se diferenças estatísticas em relação às variáveis, altura de planta e volume de copa. Porém na cultivar Abate Fetel, observa-se maior vigor em relação ao volume de copa, vigor este observado também no campo. Já para as demais cultivares, houve diferença significativa entre as cultivares, sendo a Forelle a cultivar com maior altura de planta e volume de copa em relação á Max Red Bartlett, Conference e Clapp‟s Favourite, esta última com menor crescimento.

O maior vigor em relação ao índice de fertilidade de gemas, foi observado nas cultivares William‟s e Rocha, decorrentes do maior número de gemas por centímetro de ramo, que foi em função do menor desenvolvimento das partes vegetativas da planta, não sendo observado tais diferenças entre as cultivares Forelle, Max Red Bartlett, Conference e Clapp‟s Favourite.

Segundo, Tomaz et al. (2009), a incompatibilidade por descontinuidade dos tecidos é frequentemente observada em espécies frutíferas lenhosas, sendo caracterizada pelo maior crescimento de um dos diâmetros do tronco, copa e/ou

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portaenxerto em relação ao outro, o qual, ao longo dos anos, torna-se frágil para sustentar a parte aérea, podendo ocasionar a quebra ou ruptura do caule da planta.

Em relação às cultivares plantadas em 2009, o diâmetro de tronco da cultivar copa, altura de planta e volume de copa, foi maior na cv. Forelle em relação às demais. Este fator, é facilmente visualizado à campo, pois as cvs. Max Red Bartlett, Conference e Clapp‟s Favourite, apresentaram vigor insatisfatório (Figura 06).

De acordo com Hartmann et al., (2002), o maior índice de fertilidade deve-se ao menor crescimento vegetativo da planta que, consequentemente, melhora o balanço entre a parte vegetativa e reprodutiva, como resposta à menor translocação ascendente e descendente da seiva, corroborando com o observado nas safras de 2012/2013 e 2013/2014.

Quanto à diferença no diâmetro do portaenxerto e da cultivar copa, entre as cultivares Rocha, Abate Fetel, Packham‟s Triumph, Santa Maria e William‟s nas safras 2012/2013 e 2013/2014 no município de Vacaria/RS, embora não seja possível a comparação entre os municípios, observou-se comportamento semelhante entre os padrões de crescimento, como diferença de aproximadamente 10 mm entre os diâmetros e crescimento próximo aos 5 mm entre os anos (Tabela 02). No entanto, para o município de Vacaria, ocorreram mudanças no comportamento das cultivares, sendo que para as variáveis em questão, a cv. William‟s e Abate Fetel foram as que apresentaram menores valores de diâmetro em relação às demais (Tabela 02).

A cv. Packham‟s Triumph em 2013/2014 obteve maior crescimento de diâmetro de tronco, 76,33 mm, correspondendo a uma diferença de 60% em relação a cultivar William‟s.

Em relação à altura de planta, não foi possível observar diferença significativa entre as cvs. Rocha, Abate Fetel, Packham‟s Triumph, Santa Maria e William‟s nas duas safras avaliadas, no entanto, a cv Max Red Bartlett apresentou maior crescimento em relação as cvs. Forelle e Conference (Tabela 02). Para a variável volume de copa, as cultivares apresentaram comportamento semelhante nas duas safras, sendo que as cultivares Santa Maria e Packham‟s Triumph apresentaram maior vigor em relação às demais.

Nas condições edafoclimáticas de Vacaria/RS, para as safras avaliadas, o índice de fertilidade de gemas, não apresentou diferença significativa entre os tratamentos, não contribuindo para determinação da avaliação do vigor vegetativos das cultivares avaliadas.

Com base nos resultados obtidos, verificou-se que no município de Lages, na safra 2012/2013 as cultivares Packham‟s Triumph, Rocha e Abate Fetel, foram as que a tiveram maiores produtividades, respectivamente de 22,47 t ha-1;15,91 t ha-1;e 12,32 t ha-1 (Tabela 03).

Já no município de Vacaria/RS, na mesma safra 2012/2013, as cvs. que se demonstraram mais produtivas foram Santa Maria (26,05 t ha-1), Packham‟s Triumph (24,77 t ha-1),

Rocha (13,85 t ha-1), William‟s (10,28 t ha-1), Forelle (9,21 t ha-1),

Max Red Bartlett (6,33 t ha-1), Abate Fetel (5,37 t ha-1) e Clapp‟s Favourite (3,06 t ha-1) (Tabela 03).

Desta Forma, verificou-se que a produtividade está relacionada de forma negativa com o vigor, concordando com Prezotto (2008), o qual afirma que plantas com melhor equilíbrio entre a parte vegetativa e reprodutiva, apresentam, de certo modo, características positivas devido à redução do vigor, o que confere com o observado neste trabalho.

Vale ressaltar que, as plantas das cvs da Tabela 03., Forelle, Max Red Bartlett, Conference e Clapp‟s Favourite, são plantas mais jovens que as demais cultivares. Contudo, no município de Lages/SC, as cultivares Conference, Max Red Bartlett e Clapp‟s Favourite, apresentaram fraco desempenho, com plantas de porte insatisfatório.

Com relação aos atributos físicos e químicos, observou- se que frutos da cultivar Forelle apresentaram menor altura, enquanto os frutos das cultivares Abate Fetel e Santa Maria foram maiores nas condições de Lages/SC. De acordo com a Tabela 4, os frutos das cultivares Rocha, Forelle e Abate Fetel foram menores em relação às demais quando avaliado o diâmetro médio deste frutos.

Concomitantemente à observação do tamanho do fruto, compara-se a firmeza de polpa, onde se determinou que os frutos que apresentaram menor diâmetro, obtiveram maiores valores de firmeza de polpa. A cultivar Rocha com firmeza de polpa de 15,01 (kg cm-2) seguido da cv. Abate Fetel com 14,96

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(kg cm-2) apresentaram maior capacidade de resistência a

penetração do que as cv. Packham‟s Triumph e Santa Maria (Tabela 04).

Estes dados estão de acordo com Machado (2011) que observou o mesmo comportamento nos frutos e com Sams (1999), pois este autor afirma que frutos menores, em geral, apresentam maior firmeza, pois têm maior percentual do seu volume ocupado com materiais da parede celular, proporcionando maior densidade e resistência, pois, normalmente, há uma relação inversamente proporcional entre firmeza de polpa e o tamanho do fruto, ou seja, quanto maior for o fruto, menor será a firmeza da polpa, pela maior concentração de matérias na parede celular.

Em relação ao teor de sólidos solúveis (SS), a cultivar Santa Maria apresentou menor valor em ºBrix, enquanto a cultivar Forelle foi a que obteve maior valor (Tabela 04). A partir dessas observações, os teores médios foram os que proporcionaram melhor equilíbrio entre as variáveis avaliadas. 3.6 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos, conclui-se que, as cultivares Packham‟s Triumph, Rocha, Santa Maria e Abate Fetel, apresentaram equilíbrio entre as partes vegetativas e produtivas nas condições edafoclimáticas de Lages/SC.

Em termos produtivos, no município de Lages, a cultivar com maior produtividade e eficiência produtiva foi a Packham´s Triumph.

Para as condições de Vacaria/RS, as cultivares Rocha, Packham‟s Triumph, Max Red Bartlett, apresentaram maior

equilíbrio vegetativo.

Em Vacaria, a cultivar Santa Maria, apresentou maior produtividade, porém com maior diferença no diâmetro entre o portaenxerto e a copa, indicando possíveis problemas de incompatibilidade de enxertia nas condições em estudo.

3.7 REFERÊNCIAS

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