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OUTROS FÁRMACOS UTILIZADOS NO

REUMATOLÓGICAS

Leila B. Leal, Maria de Cassia. T. Silva , Danilo C. G. Bedor, Talita M. Gonçalves, Davi P. Santana

NUDFAC - Núcleo de Desenvolvimento Farmacêutico e Cosméticos. Departamento de Ciências Farmacêuticas. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

RESUMO

Com a reformulação do regulamento técnico de Boas praticas de fabricação de medicamentos em farmácias magistrais, foi estabelecido como parte do controle de qualidade, a análise da formulação manipulada (descrição, caracteres organolépticos, e peso médio com SD e CV). Diante disto e baseado no crescente número de fórmulas manipuladas destinadas ao tratamento de doenças reumatológicas utilizando associações das mais diversas, este trabalho teve como objetivo avaliar cápsulas adquiridas no mercado contendo meloxicam, ciclobenzaprina, diacereína, prednisona e hidroxicloroquina manipuladas isoladamente ou em associações. Também foi realizada a análise de teor, uniformidade de conteúdo e dissolução dos referidos fármacos. Os resultados demonstram que as formulações avaliadas neste trabalho estão em acordo com a legislação especifica para o setor. No entanto, um erro de pesagem como observado neste trabalho pode ocasionar, dependendo da substancia em questão, sérios problemas para o paciente, inclusive morte, como observado no caso da clonidina, divulgado nacionalmente em 2003. Assim, conclui-se que são necessárias medidas que possibilitem a rastreabilidade em todas as etapas do processo de manipulação, bem como o acompanhamento constante do farmacêutico que é o responsável direto pela qualidade dos medicamentos manipulados.

PALAVRAS-CHAVE

Prednisona, ciclobenzaprina, diacereína, meloxicam, solubilidade, dissolução, Farmácia Magistral, CLAE.

INTRODUÇÃO

Atualmente, as doenças reumatológicas (DR) vêm sendo tratadas com associações de fármacos de diferentes classes terapêuticas dentre os quais podemos destacar a ciclobenzaprina, meloxicam, diacereína e prednisona (KOROLKOVAS, 2004; LIMA, 1993; GOODMAN, 2003; CRAIG, 2005; FUCHS,2004). Além da utilização de diversas associações, são variadas também as concentrações utilizadas, bem como as diferentes misturas de excipientes. Assim, a avaliação desses medicamentos é

importante no que concerne à segurança do uso deles, principalmente devido à ausência de literatura específica sobre a interação da maioria dos fármacos utilizados em associações. Essas associações, por sua vez, têm sido um dos motivos do crescimento das farmácias, de manipulação nos últimos anos. Na reformulação do regulamento técnico de Boas Práticas de Fabricação de medicamentos em farmácias que resultou na publicação da RDC nº 214/ 2006, uma nova exigência foi estabelecida. Trata-se do monitoramento do processo de manipulação de formas farmacêuticas de uso interno. Deve ser realizada uma análise completa da formulação manipulada, dentre elas, a descrição, aspecto, caracteres organolépticos e peso médio (com o desvio padrão e o coeficiente de variação). Dentre elas, a realização de estudos de dissolução in vitro, não está previsto.

O Estudo de dissolução in vitro tem como referência, para controle oficial, a Resolução nº310/2004 da ANVISA. Neste teste, o percentual de fármaco dissolvido é obtido efetuando-se seis determinações simultâneas, coletando-se alíquotas em tempos pré-estabelecidos do meio de dissolução, procedendo-se, em seguida, sua quantificação. Atualmente, o teste de dissolução é um requisito considerado fundamental na Indústria farmacêutica para assegurar a qualidade das formas farmacêuticas sólidas de uso oral. É utilizado, para garantir a qualidade lote-a lote, orientar o desenvolvimento de novas formulações e assegurar a uniformidade da qualidade e do desempenho do medicamento, mesmo depois de determinadas modificações. Além disso, permite a otimização das modificações na fase de desenvolvimento, estudo de estabilidade, monitoramento dos processos de fabricação, bem como estabelecimento de correlação in vitro/ in vivo (ADAMS, 2001; DRESSMAN, 1998; KANO, 2002).

Partindo do pressuposto de que em farmácias de manipulação são preparadas, como formas farmacêuticas sólidas, apenas cápsulas e de que as cápsulas de gelatina dissolvem-se rapidamente nos líquidos do trato gastrintestinal, liberando rapidamente seu conteúdo, que se dispersa e, assim, favorece a dissolução do fármaco em relação ao comprimido onde as partículas são submetidas à compressão (FERRAZ, 1997; SERRA, 1998; KANO, 2002), talvez não houvesse a necessidade da realização de testes de dissolução. No entanto, em acordo com STORPIRTIS, 2004, existem casos de medicamentos com equivalência farmacêutica comprovada e, mesmo assim não passa pelos testes de bioequivalência.

Mesmo sabendo que o medicamento manipulado não pretende ser um genérico, pois ocupa um outro espaço no sistema de saúde, baseado nas considerações anteriores, o objetivo deste trabalho consiste em avaliar as formulações manipuladas F1 e F2 (contendo associação de fármacos) bem como os mesmo ativos manipulados isoladamente, e compará-los a respectivas formulações referência.

METODOLOGIA

As matérias-primas Prednisona e Ciclobenzaprina foram obtidas da DEG – Importação de Produtos Químicos Ltda. e o Meloxicam e a Diacereína foram obtidos na GALENA, ambos fornecedores nacionais.

Os medicamentos referência foram adquiridos em fármacoria:

Movatec® 15mg (Meloxicam), Lote: 4906;

Miosan® 10mg (Cloridrato de ciclobenzaprina), Lote 608061; Meticorten® 20mg (Prednisona), Lote 523;

Artrodar® 50mg (Diacereína), Lote:06G10601.

Todos os medicamentos manipulados foram adquiridos em três farmácias de Recife e denominados FA, FB e FC:

Farmácia FA – excipientes utilizados: celulose microcristalina;

Farmácia FB – excipientes utilizados: mistura de amido 25%, aerosil 5% e celulose 70%;

Farmácia FC – excipientes utilizados: lactose;

Nos medicamentos que contêm a associação de fármacos (F1 e F2), não foi utilizado excipiente, pois só os ativos preenchem toda a cápsula, mesmo na associação da farmácia C, onde foi utilizada a cápsula nº 00 e não a cápsula nº 0 como ocorreu com as associações das farmácias A e B.

A associação de fármacos estudada adquiridos de três diferentes farmácias de Manipulação de Recife e denominadas Formulações FA, FB e FC:

F1-Meloxicam 7,5mg, Ciclobenzaprina 5mg, Diacereína 50mg e Prednisona 5mg. F2-Meloxicam 15mg, Ciclobenzaprina 10mg, Diacereína 50mg e Prednisona 20mg.

Cápsulas contendo os fármacos isolados adquiridos de três diferentes farmácias de Manipulação de Recife e denominadas Formulações FA, FB e FC:

Meloxicam 7,5mg (M1) e 15mg (M2); Ciclobenzaprina 5mg (C1) e 10mg (C2); Diacereína 50mg (D1/ D2) ;

Prednisona 5mg (P1) e 20mg (P2);

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