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REVISÃO DE LITERATURA

No documento FELIPE DE ANDRADE BASÍLIO (páginas 30-33)

A partir de um procedimento sistematizado de busca de pesquisas similares, foram encontrados nove estudos alinhados ao tema abordado nesta pesquisa.

O trabalho de Araújo et al. (2014) propõe-se a avaliar a vulnerabilidade do sistema declaratório e os prejuízos advindos sobre o ITR, apresenta um quadro comparativo entre o Brasil e diferentes países que investiram em estrutura cadastral como forma de alavancar a arrecadação sobre a propriedade rural e seus resultados. Por fim, é também avaliada a possibilidade de os municípios tomarem para si a gerência sobre tal tributo. Demostra que o ITR no Brasil possui característica auto-declaratória com raízes históricas no período pré-republicano, que perduram até os dias atuais, e que trazem consequências para a arrecadação de tributos em nosso país. O valor total arrecadado com o ITR alcança cifras praticamente irrelevantes, embora diversos estudos tenham demonstrado nas últimas décadas que com pouco esforço seria possível elevar em muitas vezes esses totais.

Destaca-se, o trabalho desenvolvido por Cruz et al. (2012). Estabelece uma análise da EC n. 42/2003. O artigo apresenta uma análise do comportamento das adesões ao convênio do ITR, pelos municípios do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma pesquisa descritiva, abordagem qualitativa e quantitativa dos dados, obtidos por meio do site da RFB. Os resultados demonstram o comportamento das adesões municipais e identifica que o Estado do RS ocupa a 7ª posição no ranking nacional em termos percentuais no comparativo com as adesões de outros Estados da Federação. Conclui-se que os gestores públicos gaúchos têm buscado aderir ao convênio como mais uma alternativa de ampliarem as receitas públicas de suas prefeituras.

O estudo de Castilho (2012), objetiva apresentar um levantamento histórico no período entre 2002-2011, dos preços das terras no Mato Grosso do Sul. Os preços de mercado guiam os agentes econômicos particulares que atuam no mercado de terras em negócios de compra e venda, são referências para o governo em seus programas de democratização e tributação da terra rural; são utilizados pelas instituições de crédito como um parâmetro para determinar a

31 E 16 hipoteca da terra e para direcionar o crédito rural, assim como são referência para definir o custo de produção. Em suma, a hipótese deste trabalho foi confirmada. E, conclui, que os preços das terras no Estado do Mato Grosso do Sul são explicados pelos ganhos produtivos gerados pela produção na mesma.

O trabalho de Miguel e Lima (2012) aborda a função socioambiental do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e do ITR. Após realizar um o resgaste histórico do fenômeno da tributação nos diferentes momentos históricos, são trabalhados alguns temas, como a função social da propriedade, a extrafiscalidade e a tributação sobre a propriedade imóvel. Por fim, discorre-se sobre a função socioambiental do IPTU e do ITR. Tenciona-se demonstrar suas correspondentes “benesses” em favor da estruturação de um modelo de desenvolvimento socialmente mais justo e sustentável. Concluiu que, o novo conceito de tributação “verde” é fruto de uma consciência e do reconhecimento de que os agentes econômicos, ao utilizarem o meio ambiente como depósito ou insumo, sem internalizar os custos ambientais, provocam uma falha de mercado, favorecendo somente o poluidor em detrimento de toda uma coletividade.

O trabalho de Santos (2011) analisa o contexto histórico em que se situa a autonomia dos governos municipais no âmbito do federalismo brasileiro. Foram levantados dados relativos aos indicadores de finanças municipais apresentados para situar o impacto das reformas constitucionais. A análise dos dados sugere que os anos 1990 foram marcados por um ataque à autonomia financeira dos municípios, considerados entes federativos pouco comprometidos com o ajuste fiscal em contexto de crise econômica. Apresenta que na década seguinte avançou a cooperação interfederativa, inclusive com aumento das transferências governamentais para os municípios. Acredita haver conflitos decorrentes da estrutura federativa tripartite, marcada por forte heterogeneidade entre os municípios brasileiros.

A dissertação de Anderson (2010), analisa o principal mecanismo tributário para incentivar a produtividade agrária. Intitulada “O cumprimento da função extrafiscal do imposto territorial rural na região centro-oeste”. Apresenta todos os elementos da produtividade agrária, da forma como colocada no Texto Constitucional e, além disso, conceituada e contextualizada a extrafiscalidade do ITR. Conclui-se que o objetivo histórico, inaugurado com o Estatuto da Terra em 1964, e constitucionalizado em 1988, de aplicar sanções premiais para o fim de incentivar a propriedade produtiva, ainda não foi alcançado.

O trabalho de Souza (2010), teve por objetivo identificar a possibilidade de incremento da arrecadação tributária, lastreado no ITR, no município de Iaçu, interior da Bahia. Para atingir o propósito do trabalho, foi feita uma análise histórica sobre os tributos no

32 E 16 Brasil, seguido de uma explicação acerca do processo de transferências intergovernamentais e suas respectivas classificações. Foi evidenciado o conflito entre diversas instâncias de Governo pela administração dos recursos tributários, bem como se processa a distribuição destes recursos entre os diferentes entes da Federação. Analisou-se também o ITR desde a sua origem até os dias atuais, situando-o no total da receita arrecadação tributária da Federação. A monografia buscou definir as receitas municipais, abordando os componentes das receitas tributárias próprias dos municípios, analisando sinteticamente as finanças do município de Iaçu enfatizando seus aspectos econômicos e a celebração do convênio entre os poderes públicos do município e da união, analisando seus efeitos sobre a arrecadação municipal.

Cruz et al. (2009) investigaram a configuração das receitas e despesas executadas no orçamento de um município baiano no período de 1997 a 2004. Esse estudo de natureza descritiva teve como objetivo principal investigar a configuração das receitas e despesas, no município de Feira de Santana, Bahia. O estudo teve como base principal os dados relativos às finanças municipais disponíveis na homepage da RFB. O referencial teórico aborda o orçamento público, a despesa e a receita no contexto político do orçamento. Os principais resultados revelam que o município de Feira de Santana apresentou reduzida autonomia financeira, com significativa dependência dos recursos provenientes de transferências intergovernamentais.

Por sua vez, Gouvêa, Farina e Varela (2007), verificaram se alguns grupos de municípios paulistas, estabelecidos pelo Índice Paulista de Responsabilidade Social, possuem médias diferentes de transferências de FPM, quota-parte do ICMS e receita tributária arrecadada, em termos per capita.

O artigo de Souza (2004), reúne uma análise do impacto da arrecadação do ITR, no período de 1995 a 1997, nos municípios paulistas de Bragança Paulista, Franca e Porto Ferreira, frente à composição das receitas municipais. Realiza comparações de arrecadação e projeções tendo como referência os valores da terra nua arbitrados pela RFB e pesquisados pelo Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Os resultados da pesquisa indicaram percentuais significativos de evasão fiscal e inadimplência e esse perfil de evasão se acentua a partir de 1996.

No documento FELIPE DE ANDRADE BASÍLIO (páginas 30-33)

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