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O RIENTAÇÕES CURRICULARES PARA AS C IÊNCIAS F ÍSICAS E N ATURAIS Nas Orientações Curriculares para as Ciências Físico-Naturais, para o 3.º

ÍNDICE DE FIGURAS

2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

2.2. O RIENTAÇÕES CURRICULARES PARA AS C IÊNCIAS F ÍSICAS E N ATURAIS Nas Orientações Curriculares para as Ciências Físico-Naturais, para o 3.º

Ciclo do Ensino Básico, existe um esquema organizador dos quatro grandes temas a abordar ao longo dos três anos (figura 1): Terra no espaço, Terra em transformação,

Sustentabilidade na Terra e Viver melhor na Terra. Neste esquema está saliente a

importância de explorar os temas numa perspetiva interdisciplinar (Galvão & Freire, 2004).

Figura 1 – Esquema organizador dos quatro grandes temas: Terra no espaço, Terra em transformação, Sustentabilidade na Terra e Viver melhor na Terra (retirado de http://intranet.alfacoop.co.pt/compet_essenc_basico/cienc_fisic_naturais.htm).

Nestas orientações, em particular no que concerne ao campo das Ciências Naturais e no tema “Viver melhor na Terra” (figura 2), é dado ênfase à promoção de ambientes de aprendizagem baseados na resolução de problemas e em atividades de pesquisa, bem como em atividades experimentais “olhar inteligentemente para o que nos rodeia e, numa perspetiva de resolução de problemas, ultrapassar situações aparentemente insolúveis” (Freire & Galvão, 2004, p. 3).

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Figura 2 – Esquema organizador do tema: Viver melhor na Terra (retirado de http://intranet.alfacoop.co.pt/compet_essenc_basico/cienc_fisic_naturais.htm).

O tema “Viver melhor na Terra” visa a compreensão de que a qualidade de vida implica saúde e segurança numa perspetiva individual e coletiva. As experiências de aprendizagem, segundo o Currículo Nacional do Ensino Básico visam o desenvolvimento das seguintes competências (Galvão et al., 2002):

 Reconhecimento da necessidade de uma análise crítica face a questões éticas;  Conhecimento das normas de segurança e higiene na utilização de materiais e

equipamento de laboratório;

 Reconhecimento de que a tomada de decisão relativamente a comportamentos associados à saúde e segurança é influenciada por aspetos sociais, culturais e económicos;

 Compreensão de como a Ciência e a Tecnologia tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida;

 Compreensão do modo como a sociedade pode e tem condicionado, o rumo dos avanços científicos e tecnológicos na área da saúde e segurança;

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 Compreensão dos conceitos essenciais relacionados com a saúde e proteção do ambiente, que devem fundamentar a ação humana no plano individual e comunitário;

 Valorização de atitudes de segurança e de prevenção como condição essencial em diversos aspetos relacionados com a qualidade de vida.

O currículo é como um conjunto de experiências vivenciadas pelos alunos, no âmbito escolar. Nas palavras de Pacheco (2001) “é um todo organizado em função de questões previamente planificadas, do contexto em que ocorre e dos saberes, atitudes, valores, crenças que os intervenientes trazem consigo, com a valorização das experiências e dos processos de aprendizagem”. (p.17)

Será portanto, difícil dissociar o currículo, do contexto social, ideológico e político, bem como dos interesses de todas as partes intervenientes.

O currículo, apesar das diferentes perspetivas e dos diversos dualismos define-se como um projeto, cujo processo de construção e desenvolvimento é interativo, o que implica unidade, continuidade e interdependência entre o que se decide ao nível do plano normativo, ou oficial, e ao nível do plano real, ou do processo de ensino-aprendizagem. Mais ainda, o currículo é uma prática pedagógica que resulta da interação e confluência de várias estruturas (políticas, administrativas, económicas, culturais, sociais, escolares, …) Na base das quais existem concretos e responsabilidades compartilhadas” (Pacheco, 2001, p.20).

Dentro deste contexto, quando prepara as suas aulas, o professor deve fazê-lo tendo em mente a promoção do desenvolvimento curricular “os manuais, ainda que nas condições atuais sejam necessários, não devem esgotar por completo o programa, devendo significar uma proposta a completar com outros materiais curriculares” (Pacheco, 2001, p.79).

“As caraterísticas mais destacadas do profissional “amplo” são: uma capacidade para o autodesenvolvimento profissional autónomo mediante uma sistemática autoanálise, o estudo do trabalho de outros professores e a comprovação da ideia mediante procedimentos de investigação na aula” (Stenhouse, 1984, p.197).

Numa sociedade inserida numa esfera científica que gira num turbilhão de mudanças, investigações e descobertas, movimentar-se-ão melhor os cidadãos que forem cientificamente literados, o que por si só justifica a utilização de um currículo

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que privilegie as vivências dos alunos, que propicie o diálogo em sala de aula, que ensine a questionar, que conduza a tomadas de decisão, que incentive o saber- aprender.

“Um currículo por competências assume como uma das principais premissas pedagógicas a desenvolver no educando, a capacidade de resolver problemas. O principal objetivo da resolução de problemas é o de superação de obstáculos e estímulo à atividade cognitiva, contribuindo a aprendizagem para o desenvolvimento pessoal, na medida em que aprender não é copiar ou reproduzir a realidade e construir não significa inventar” (Alves, 2004). Competente será todo aquele que tem a capacidade de se surpreender a si próprio perante uma adversidade, será aquele que para além de saber-fazer, quer- fazer, é persistente e é capaz de elaborar uma estratégia para o conseguir. “A competência não se reduz a conhecimentos de procedimentos codificados e apreendidos como regras, mesmo se ele se serve delas quando é pertinente, pois julgar a pertinência da regra faz parte da competência” (Alves, 2004, p.78).

“As competências fazem parte do processo de desenvolvimento pessoal dos indivíduos e da aprendizagem”(…) “Torna-se urgente dotar os indivíduos de competências não apenas de caráter técnico, mas também de caráter pessoal e relacional que permitam a sua adaptação a um mundo de requalificação e aprendizagem permanentes ao longo da vida, já que a necessidade de formação acompanhará toda a vida profissional dos indivíduos” (Galvão et al., 2006, p. 47).

Tal como já foi referido é cada vez mais importante na sociedade em que vivemos que cada vez mais indivíduos, tenham a capacidade de criar estratégias para ultrapassar dificuldades e de saltar as barreiras que por vezes surgem no caminho.