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O Rio Grande do Sul em relação aos outros estados em número de

3 REFLEXO DAS PCHS NA MATRIZ DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL E NO

3.4 O Rio Grande do Sul em relação aos outros estados em número de

O Rio Grande do Sul ocupa a 3ª posição no uso de PCHs para geração de energia elétrica, posição em que se manterá mesmo com a expansão de energia projetada para os estados de Santa Catarina e Paraná, conforme se verifica na Tabela 3.5.

O potencial hídrico para geração de energia no Rio Grande do Sul está entre os mais utilizados do Brasil, ao lado de Santa Catarina, com índices acima de 75% de aproveitamento segundo Atlas da Energia Elétrica do Brasil (ANEEL, 2005). Embora este índice seja elevado ainda há muito a ser explorado já que o Rio Grande do Sul.

Tabela 3.5 - Dez estados com maior geração de energia elétrica em PCHs.

Estado Situação (kW)

Operação Construção Outorga

MG 790.207 36.500 557.275 MT 758.418 128.484 181.960 RS 463.235 94.566 143.208 SC 387.484 127.247 155.237 GO 288.676 71.160 113.997 RJ 249.540 - 73.980 SP 235.037 16.000 91.724 ES 219.552 3.800 26.100 PR 210.765 28.000 335.580 MS 195.746 - 47.000

Fonte: ANEEL, compilado pelo Autor, 2012.

3.5 A influência das PCHs na geração de energia elétrica

no Rio Grande do Sul

Segundo dados do Balanço Energético do Rio Grande do Sul (2011), as PCHs possuem o maior crescimento percentual nos últimos 10 anos em geração de energia elétrica no Rio Grande do Sul em relação a outras fontes de energia. Os gráficos 3.1 a 3.7 apresentam a geração de energia elétrica no período de 2000 a 2010 por tipo de fonte em MWh.

Gráfico 3.1 - Geração Hidrelétrica.

O Gráfico 3.1 evidencia o crescimento contínuo da utilização dos recursos hídricos para geração de energia elétrica, aproveitando o grande potencial hidrelétrico existente no Brasil.

Gráfico 3.2 - Pequenas Centrais Hidrelétricas.

Fonte: Balanço Energético do Rio Grande do Sul, 2011.

Conforme Gráfico 3.2, as PCHs tem forte crescimento nos últimos 10 anos evidenciando o crescimento de empreendimentos que visam aliar a utilização de pequenos rios, desenvolvimento energético e preocupação com o meio ambiente.

Gráfico 3.3 - Biomassa.

Fonte: Balanço Energético do Rio Grande do Sul, 2011.

A geração de energia da Biomassa cresceu, principalmente, para utilização racional dos resíduos da produção agropecuária. O consumo, em geral, está

localizado na propriedade em que é produzida, como forma de diminuir a demanda externa de energia.

Gráfico 3.4 - Gás.

Fonte: Balanço Energético do Rio Grande do Sul, 2011.

O Gráfico 3.4 mostra o declínio de investimento em geração de energia elétrica através da queima de Gás, isto se deve, dentre outras coisas, por se tratar da dependência de importação do gás boliviano e do alto custo de produção.

Gráfico 3.5 - Carvão.

Fonte: Balanço Energético do Rio Grande do Sul, 2011.

A geração de energia elétrica através da queima de carvão e óleo declinou nos últimos dez anos conforme nos mostram os Gráficos 3.5 e 3.6. Este tipo de empreendimento além de apresentar alto custo de produção não está alinhado com o desenvolvimento sustentável por utilizar queima de combustível fóssil.

Gráfico 3.6 - Óleo.

Fonte: Balanço Energético do Rio Grande do Sul, 2011.

A energia eólica entra como nova força na matriz energética brasileira com grande número de empreendimentos e com grande potencial de ampliação. O custo baixo do investimento e a rapidez na liberação ambiental são atrativos deste tipo de empreendimentos.

Gráfico 3.7 - Eólica.

Fonte: Balanço Energético do Rio Grande do Sul, 2011.

Este forte crescimento das PCHs no Rio Grande do Sul nos últimos dez anos é resultado de incentivos econômicos para este tipo de empreendimento e o melhor aproveitamento energético de pequenos rios do interior do estado.

3.6 Aspectos econômicos da oferta de energia elétrica no

Rio Grande do Sul

A população do Rio Grande do Sul em 2010 atingiu 10.693.929 habitantes, e o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu R$ 237,859 bilhões, segundo dados do IBGE, gerando uma renda per capita de R$ 21.683,00. No mesmo ano, a população do País foi de 190.755.799 habitantes, um PIB de R$ 3,675 trilhões e uma renda per capita de R$ 19.016,00. Isso significa que a economia do RS representou 6,47% da economia brasileira em 2010, sendo o quarto PIB da Federação, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (IBGE, 2010).

Segundo a Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o país registrou expansão de 5,9% no consumo de energia elétrica em abril de 2012. No Rio Grande do Sul, o setor comercial foi responsável por 10,4% no consumo de energia elétrica. O desempenho do consumo de energia na classe comercial pode ser associado, por um lado, à expansão da atividade do setor, especialmente com a incorporação de novos shopping centers e hipermercados e a geração de novos postos de trabalho (EPE, 2012).

Gráfico 3.8 - Consumo comercial de eletricidade e vendas no comércio varejista. (Índices-base, janeiro 2006).

O Gráfico 3.8 mostra a relação existente no consumo comercial de eletricidade e vendas no comércio varejista no Brasil, evidenciando a forte influência que o aumento do consumo das famílias reflete na demanda de energia elétrica.

4 CONCLUSÕES

O progresso e a ascensão econômica da última década no Brasil expuseram a necessidade da expansão da oferta de energia elétrica, um gargalo para o desenvolvimento econômico nacional, ao mesmo tempo em que as questões ambientais direcionam as necessidades do uso da energia no mundo todo. Reconhecido como potência ecológica, o Brasil tem direcionado seus investimentos na expansão da geração e transmissão de energia elétrica, com incentivos a projetos que respeitem o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. As Pequenas Centrais Hidrelétricas são empreendimentos desta ordem, aliadas à confiabilidade e ao desenvolvimento regional.

O Brasil possui uma das matrizes de energia elétrica mais limpa e renovável do mundo, com 2/3 da energia sendo provida por hidrelétricas de grande porte, com grandes áreas alagadas que, embora utilizem uma fonte limpa para geração de energia, causam impactos ambientais consideráveis devido ao seu reservatório.

As PCHs são uma forma alternativa de geração de energia hidrelétrica menos impactante ambientalmente, utilizam pequenos rios, possuem reservatórios pequenos e potência limitada. Soma-se a estes benefícios ainda o desenvolvimento regional causado pela descentralização da energia dos grandes centros urbanos.

A tecnologia utilizada em todas as etapas da construção, operação e manutenção de PCHs são de origem nacional. O Brasil, atualmente, possui o domínio tecnológico deste tipo de empreendimento, o que torna as PCHs uma forma de geração de energia atrelada ao desenvolvimento do país.

O aumento na utilização de PCHs no Brasil nos últimos dez anos foi considerável e ainda há mais pela frente, pois 187 novos projetos estão em construção ou outorgados pela ANEEL e estes números estão aumentando a todo o momento. As PCHs são a terceira fonte em geração energia elétrica no Brasil, com 3,38%, e o potencial para expansão é imenso.

O Estado do Rio Grande do Sul tem nas PCHs 5,09% da sua geração de energia elétrica e está expandindo, atualmente, dos 13 projetos em construção 9 são de PCHs, representando quase 60% da potência dos demais empreendimentos em construção. O espaço para expansão é grande, pois o Rio Grande do Sul é banhado

por grande quantidade de pequenos rios e possui capacidade de fornecimento de equipamentos, mão-de-obra e tecnologia para estes empreendimentos.

Na expansão da oferta de energia elétrica de forma economicamente viável no Brasil, as PCHs serão de extrema importância, já que estão sintonizadas com o novo modelo de desenvolvimento sustentável e socialmente responsável que está sendo

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