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CAPÍTULO 5 AVALIAÇÃO AMBIENTAL INICIAL

7.2 RISCOS AMBIENTAIS

Os riscos ambientais são classificados em físicos (frio, calor, ruído,-umidade, pressões anormais, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, outros); químicos (gases, vapores, poeiras, fumos, névoas, neblina e produtos químicos em geral) e biológicos ( vírus, bactérias, fungos, parasitas, protozoários, bacilos, outros). Alguns autores acrescentam a este, os riscos de acidentes (arranjo físico, eletricidade, iluminação, armazenamento, ferramentas inadequadas etc) e riscos ergonômicos (postura, esforço físico, ritmo de trabalho, trabalho em turno).

Ricos e pobres, empresários e assalariados sofrem ou podem sofrer as conseqüências da poluição industrial do ar, do envenenamento dos bens alimentícios pelos resíduos químicos, etc. O risco da modernização produz um efeito bumerang que recai sobre grupos sociais até então protegidos contra os males da industrialização. Os riscos produzem também novas desigualdades internacionais, novas porque não correspondem necessariamente às antigas dicotomias entre metrópole e periferia. Os suecos e noruegueses, ou melhor, as florestas da Escandinávia no norte da Europa sofrem as conseqüências desastrosas da chuva ácida, resultado direto da emissão de enxofre pelas altas chaminés dos países vizinhos. A própria Europa central foi atingida pela chuva radioativa logo depois do acidente da usina nuclear de Tchemobyl, e assim por diante.

Segundo Brüseke (1997) não existe nenhum risco sem a valorização positiva de algo, não existe nenhum risco sem algo que alguém possa perder. O risco é um acontecimento futuro, um momento esperado ou temido pelo qual essa perda pode acontecer. Esse momento separa duas situações radicalmente distintas. Na primeira delas ainda não aconteceu a perda, e prevalece a sua expectativa. Na segunda, já ocorreu a perda, ou já passou o perigo. O risco percebido toma-se

facilmente um perigo. Ora, o perigo tem algo claramente ameaçador, o que o risco nem sempre .ppssui.

O processo de planejamento estratégico da comunicação de risco pode recorrer a uma variedade de modelos, em que numa extremidade está a simples informação para o público das avaliações e decisões realizadas.p&los técnicos, e do lado oposto o processo de diálogo com o público, com a inclusão das dimensões da percepção pública na análise de risco e a interação dos

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segmentos envolvidos, visando'à^construção social do processo decisório (Martini, 1997).

A metodologia para tal avaliação considera duas etapas: a primeira, para caracterizar o risco potencial associado a cada problema potencial em pauta; e a segunda, para valorar a criticidade de cada problema ou oportunidade de melhoria.

A caracterização do risco se dá pela atribuição dos graus de valores 1, 2 ou 3 para a probabilidade de ocorrência do evento e para a sua severidade ou gravidade intrínseca em relação à qualidade dos produtos e serviços, ao meio ambiente, à segurança e à higiene ocupacional. Risco potencial é aquele cujo produto dos graus de probabilidade e de severidade resultam maior ou igual a 4.

Uma vez caracterizado como de risco, realiza-se a avaliação acerca da criticidade ou significância destes problemas potenciais. Isto se dá pela atribuição de graus de 1, 2 ou 3 para a abrangência ou escala das conseqüências da provável ocorrência destes problemas. Problemas críticos são aqueles para os quais o produto do risco e da abrangência resultam maior ou igual a 8.

Esta avaliação de risco deve ser acompanhada por um profissional de segurança do trabalho, além do chefe da área, também devem ser ouvidas as contribuições e sugestões dos funcionários.

Critérios para a caracterização do risco:

Quanto à Probabilidade - Em relação à graduação da probabilidade de ocorrência do problema potencial, os seguintes critérios genéricos, e com elevado teor de subjetividade, devem ser observados:

a) grau 1 - para baixa probabilidade de ocorrência; b) grau 2 - para moderada probabilidade de ocorrência; e c) grau 3 - para alta probabilidade de ocorrência.

Sempre que houver dúvida ou falta de consenso entre dois graus consecutivos, deve-se adotar o maior.

Quanto à Severidade - Ao se graduar a severidade ou gravidade, deve-se contemplar, separadamente, a natureza do problema em relação à sua associação com a qualidade, com o meio ambiente, com a segurança do patrimônio e com a higiene ocupacional (proteção contra injúrias e doenças). Assim:

a) grau 1 - deve ser atribuído para problemas que, ao acontecerem, não infringem legislação, regulamentos e contratos, não representam descumprimento das políticas da empresa, não impedem o atingimento de metas e objetivos, e não implicam prejuízo para seus clientes ou para outras partes interessadas;

b) grau 2 - deve ser atribuído para problemas que, ao acontecerem, implicam prejuízo material para seus clientes ou para outras partes interessadas, comprometendo políticas, objetivos e metas, mas não necessariamente leis, regulamentos e contratos; e

c) grau 3 - deve ser atribuído para problemas que, ao acontecerem, implicam infringimento de leis, regulamentos ou contratos, ou, de outro modo, comprometem a integridade física, a saúde ou a própria vida de pessoas, e/ou capacidade operacional das áreas florestais e/ou industriais.

Quanto a abrangência - Esta graduação depende da extensão das conseqüências previstas, I

bem como a duração de seus efeitos. Os critérios são como se segue:

a) grau 1 - deve ser atribuído para problemas que, ao acontecerem, restringem-se a uma área limitada dentro das dependências da. empresa e têm seus efeitos eliminados, sem provocar seqüelas permanentes, dentro de até três meses;

b) grau 2 - deve ser atribuído para problemas que, ao acontecerem, não se limitam a uma única área dentro da empresa, ou que, de outro modo, sem provocar seqüelas permanentes, requerem entre três a seis meses parà terem seus eféitós eliminados;

c) grau 3 - deve ser atribuído para problemas que, se acontecerem, têm efeitos que extrapolam as fronteiras da propriedade da empresa, ou que causam seqüelas permanentes ou ainda que requerem mais de seis meses para ter seus efeitos eliminados.

No CAPÍTULO 8 será apresentado uma proposta de matriz de riscos ambientais, com critérios e graus apresentados anteriormente, buscando através de exemplo aplicar esta ferramenta para a implantação do sistema de gestão ambiental na empresa.

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