Riscos à qualidade do produto

Análise dos riscos envolvidos no co-processamento de resíduos em fornos de clínquer em relação à qualidade do produto com o objetivo de verificar as medidas de controle adicionais, caso aplicáveis, que são necessárias para auxiliar o processo de decisão de aceite de resíduos. Etapas analisadas

O volume de controle analisado para a questão de qualidade do produto foram as etapas sete – utilização do cimento portland – e oito – cimento portland aplicado nas construções conforme descrito na figura 4.4 – Ciclo de vida do co-processamento.

Identificação do risco

Passo 1: Analisar os elementos inorgânicos presentes no resíduos. Os elementos orgânicos não terão importância na avaliação da influência do co-processamento na qualidade do produto, uma vez que são completamente destruídos a altas temperaturas do forno.

Passo 2: Se a concentração do elemento analisado for maior do que 1000 ppm, avaliar as frases de qualidade relativas ao elemento em estudo (ver Apêndice I – frases de qualidade (frases Q)).

Passo 3: Identificar as frases de qualidade que são aplicadas para cada componente do resíduo e classificá-las nas categorias de gravidade.

Passo 4: Determinação dos cenários de uso e possíveis riscos

O procedimento para o levantamento do potencial de dano do resíduo, ou seja, a classificação do resíduo nas categorias de gravidade ou conseqüências, está descrito na figura 5.14.

Passo 1:Analisar os elementos inorgânicos presentes no resíduos . Os elementos orgânicos não terão importância na avaliação da influência do co-processamento na qualidade do produto uma vez que são

completamente destruídos às altas temperaturas do forno.

Passo 2: Se a concentração do elemento analisado for maior do que 1000 ppm avaliar as frases de Qualidade relativas ao elemento em estudo (ver apêndice II – frases de qualidade (frases Q)).

Passo 3: Identificar as frases de qualidade que são aplicadas para cada componente do resíduo e classifica-las nas categorias de gravidade.

Passo 4: Determinação dos cenários de uso e Possíveis Riscos

Figura 5.4 –Fluxograma para a classificação do resíduo nas categorias de gravidade

(conseqüência) para a área de impacto qualidade do produto Análise do risco

As tabelas 5.17 e 5.18 apresentam, respectivamente, as tabelas de conseqüências gerais específicas para qualidade do produto e as consequências à qualidade do produto baseadas nas frases Q.

Tabela 5.16 – Índice de conseqüências gerais. Danos potenciais à qualidade do produto.

Índice de

Consequências Descrição Danos à Qualidade do Produto

1 Insignificante Sem alterações nas propriedades do cimento.

2 Menor Pequenas alterações nas propriedades do cimento, mas

sem impactos na sua aplicação.

3 Moderada Alterações moderadas nas propriedades do cimento que

implicam reprocessamento do cimento.

4 Maior

Grandes alterações nas propriedades do cimento que implicam perda da produção do cimento e retirada do material do mercado.

5 Catastrófica Não aplicável.

Tabela 5.17- Índice de conseqüências com base nas frases Q. Danos à qualidade do

produto.

Nível Descrição Frases Q

1 Insignificante Q2, Q3, Q6, Q12, Q15, Q18, Q20

2 Menor Q8, Q10, Q11, Q13, Q17, Q19

3 Moderada Q4, Q7, Q9, Q14, Q16

4 Maior Q1, Q5

5 Catastrófica Não Aplicável.

O eixo gravidade ou conseqüência só depende do resíduo e não do contexto da sua utilização. O eixo de gravidade baseado nas frases Q só foi utilizado para a avaliação dos riscos do co- processamento na qualidade do produto. Ver Apêndice II sobre a definição das frases Q. No eixo de probabilidades foram utilizados três níveis de avaliação conforme a disponibilidade de informações: análise qualitativa, semi-quantitativa e quantitativa.

Os índices de probabilidades estão resumidos na tabela 5.18.

Tabela 5.18 – Índices de probabilidades da matriz de risco de qualidade do produto

Probabilidade Quantitativa Semi-quantitativa Qualitativa

1 Ppm cimento /VR ppm cimento : < 0,1 ppm cimento estimada /VR ppm cimento: < 0,1 As condições de controle representam as melhores práticas disponíveis. 2 Ppm cimento /VR ppm cimento: > 0,1- < 0,5 ppm cimento estimada /VR ppm cimento : > 0,1- < 0,5 As condições de controle representam as boas práticas disponíveis. 3 Ppm cimento /VR ppm cimento: > 0,5-< 1,0 ppm cimento estimada /VR ppm cimento: > 0,5-< 1,0 As condições de controle existem. No entanto, em algum momento, os controles podem não ser suficientes, fazendo com que as emissões excedam os valores de referência em algum momento. 4 Ppm cimento /VR ppm cimento: > 1,0 -< 3,0 ppm cimento estimada /VR ppm cimento: > 1,0 -< 3,0

As condições de controle são insuficientes na maioria das situações .

5 Ppm cimento /VR ppm

cimento > 3,0

ppm cimento estimada /VR ppm cimento > 3,0

As condições de controle são insuficientes em todas as situações .

Para a análise semi-quantitativa, será necessário o conhecimento do teor de metais pesados no cimento e os limites de referência encontrados na literatura (VR).

A tabela 5.20 apresenta os valores de referência para o cimento em relação à qualidade do produto.

Tabela 5.19- VR para o cimento para qualidade do produto

Elemento VR.ppm cimento F 5.000 Mg 20.000 P (P2O5) 10.000 Ti (TiO2) 10.000 V 10.000 Cr 5.000 Mn 5.000 Co 10.000 Ni 5.000 Cu (CuO) 1.000 Zn (ZnO) 10.000 As 50.000 Se 1.000 Sr (SrO) 5000 Mo 15.000 Ba (BaO) 3.000-5.000 Pb (PbO) 1.000

Fonte: Hornain e Bucchi (1980); Hazelwood et al., 1982; Bhatty (PCA), Sarofim et al., Kirchner, G. Nessa etapa é fundamental a avaliação do cenário de uso do resíduo e o levantamento dos possíveis riscos, levando-se em conta os procedimentos para avaliação na rotina da qualidade do cimento e do clínquer, incluindo os elementos traços.

Avaliação do risco

A matriz de decisão é a mesma para todas as áreas de impacto e já foi descrita na seção de critérios gerais para estimar o risco.

Nessa etapa foram verificadas as medidas de controle adicionais necessárias, quando aplicáveis, para o aceite de resíduos para co-processamento em fornos de clínquer. Dentre os possíveis controles adicionais, podem-se citar:

 Redução do desvio padrão do resíduo com relação aos elementos traços e elementos minoritários.

 Implantar balanço de álcalis enxofre na rotina.

 Implantar balanço de massa para elementos minoritários e traços no cimento.  Procedimentos para avaliação de elementos minoritários e traços no cimento.

 Teste de bancada para verificação na prática o grau de influência na qualidade do cimento e determinação da quantidade do resíduo que pode ser co-processada ser afetar a qualidade do produto.

5.3.4 Riscos ao processo produtivo