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Número de cursistas por fase

2.5 INSTRUMENTOS DAS COLETAS DE DADOS

2.5.1 Roteiro da primeira entrevista

A primeira entrevista presencial foi feita aproveitando o momento de início de turma do curso de extensão. Logo após a apresentação do curso e dos tutores, houve a apresentação do jogo “Saga dos Conselhos”, seus objetivos, personagens e a informação de que os cursistas ali presentes jogariam e auxiliariam no aprimoramento do jogo através da participação em entrevista.

O roteiro da entrevista foi elaborado com algumas perguntas que pudessem servir de aproximação com o problema de pesquisa: quais aspectos chamaram atenção, se os cursistas perceberam a relação das imagens com o tema do curso e se entenderam os objetivos e as ações que as imagens do jogo sugeriam. O roteiro de entrevista, feito pela pesquisadora e aplicado com o auxílio dos professores formadores como voluntários, pode ser observado nos apêndices deste trabalho.

Durante o encontro presencial, os cursistas foram convidados a jogar o jogo Saga dos Conselhos e, em seguida, foram convidados a participar da entrevista para coletar e registrar as diferentes impressões sobre o jogo.

A orientação para os entrevistadores foi a de que se aproximassem amigavelmente dos cursistas para que as informações coletadas pudessem

ser claras a ponto de auxiliar a análise que seria feita posteriormente. Vale destacar que:

Nessa dinâmica investigativa (da coleta de informações), podemos nos tornar agentes de mediação entre a análise e a produção de informações, entendidas como elos fundamentais. Essa mediação pode reduzir um possível desencontro entre as bases teóricas e a apresentação do material de pesquisa. Outra articulação necessária se refere à interação entre o pesquisador e os atores sociais envolvidos no trabalho. Nesse processo, mesmo partindo de planos desiguais, ambas as partes buscam uma compreensão mútua. (MINAYO, 1994, p. 62).

No intuito de que os objetivos do instrumento fossem preservados, a pesquisadora criou as perguntas para guiar a entrevista e colocou em destaque um pequeno texto, de até três linhas, explicando os objetivos de cada pergunta como um brevíssimo "tópico guia" (GASKELL, 2002), para que os professores formadores pudessem ter segurança em conduzir as respostas, que viriam de maneira aberta e qualitativa, gerando uma variedade de dados.

Os arquivos com as respostas em áudio foram organizados e seguiram para transcrição e organização dos dados em planilha eletrônica; na sequência, foi feita uma leitura flutuante e uma segunda leitura para categorizar e contabilizar as frequências.

2.5.1.1 Análise dos dados da primeira entrevista

Para a análise dos dados coletados, foi utilizada a metodologia de análise de conteúdo de Bardin (2004), pois esta apresenta uma “técnica de investigação que tem por finalidade a descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto em uma comunicação” (p.16), contribuindo para sequência das etapas de organização, seleção, categorização e análise de dados. Para a autora, a análise de conteúdo é:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/ recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (p. 37).

O uso da técnica de análise de conteúdo enriquece a tentativa exploratória, aumenta a propensão para a descoberta, auxilia na administração da prova e oportuniza hipóteses sob a forma de questões ou afirmações provisórias que servirão de diretrizes para a análise sistemática, confirmando ou não uma determinada ideia.

De forma prática, a análise de conteúdo prevê três etapas, sendo que a primeira é a pré- análise, ou primeiro contato com o material bruto a partir de uma leitura flutuante sobre os dados transcritos (no caso de entrevistas, por exemplo), surgindo as primeiras hipóteses. Nesta etapa são levantadas as primeiras categorias, os indicadores ou temas. A segunda etapa é a da exploração do material, quando o pesquisador transforma os dados brutos em unidades, criando as codificações, escolhendo unidades de registro, a contagem de frequência e as relações entre as codificações. Por fim, a terceira etapa é a da inferência e interpretação, em que a inferência se orienta pelos diversos pontos de atenção do pesquisador a partir da sua motivação com a pesquisa, investigando as causas com base nos relatos organizados, e no final, interpreta a relação dos dados obtidos com o referencial teórico escolhido, fechando o processo de análise de conteúdo. A Figura 27 mostra como os dados foram tratados.

Figura 27 Imagem demonstrativa do fluxo de tratamento de dados na perspectiva da análise de conteúdo

Fonte: Imagem elaborada pela autora

Com a finalidade de apoio à técnica de análise de conteúdo, foi utilizado um software para análise qualitativa Atlas t.i., apenas como auxiliar no processo de organização dos dados e de isolamento das categorias. A escolha do software se deveu à facilidade de acesso ao programa, que tem ferramentas de organização compatíveis com a necessidade da pesquisa. Salientamos que os softwares utilizados em pesquisa não substituem a lógica nem tampouco a sensibilidade do pesquisador ao tratar a classificação dos dados, os softwares organizam os dados da maneira que o pesquisador solicitar, servindo como apoio. Na verdade:

Estes pacotes de software são instrumentos para mecanizar tarefas de organização e arquivamento de textos, e se constituem em um software para "tratamento e arquiva- mento de dados", mas não são instrumentos para "análise de dados" (BAUER, p.397).

Partimos, então, para o segundo instrumento da coleta de dados: o questionário online.