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CATEGORIAS DIMENSÕES DE ANÁLISE INDICADORES VERIFICADO NÃO VERIFICADO A1 Χ

6.1 SÍNTESE DAS CONCLUSÕES PRINCIPAIS

No capítulo anterior foram devidamente apresentados e discutidos os resultados. É assim altura para se efectuar uma síntese final relativa a tudo o que foi concretizado nesta investigação.

Os três objectivos inicialmente definidos traduziam-se pela necessidade de: (i) desenvolver formas de promover a articulação entre um espaço de Educação não-formal e a Escola como contexto complementar na promoção da alfabetização científica; (ii) construir recursos didácticos, centrados numa perspectiva CTS-PC, organizadores e exploradores de uma visita de estudo ao Visionarium – espaço de Educação não-formal e (iii) avaliar o impacte dos recursos didácticos desenvolvidos numa visita de estudo, com Alunos do 3º CEB. Desde já, e com base nos resultados obtidos, é possível afirmar-se que estes objectivos foram atingidos.

Neste contexto, foi possível desenvolver formas de articulação entre um espaço não- formal – o Visionarium – e a Escola com o intuito de promoção da literacia científica, sendo esta concretizada pela construção e aplicação de recursos, Guião didáctico para o professor e caderno de registo para as actividades realizadas para os alunos e seus materiais constituintes, como por exemplo a Caixa tapete rolante, numa visita de estudo ao Visionarium.

Dos dados apresentados no capítulo anterior há evidências de que as actividades desenvolvidas no âmbito desta investigação obtiveram grande aceitação junto dos alunos e professores participantes nesta investigação. Tudo parece apontar para a existência de aprendizagens nos alunos, nomeadamente competências ligadas à Educação CTS/PC, bem

como há evidências de que os professores revalorizaram as potencialidades dos espaços de Educação não-formal.

O desenvolvimento, exploração e rentabilização dos espaços de Educação não-formal no ensino das Ciências foram amplamente debatidos e fundamentados nesta investigação. O presente estudo contribuiu para a fundamentação, exploração e divulgação de espaços, como o Visionarium, como meios complementares à Educação em Ciência na Escola.

Uma outra evidência para a necessidade de articulação entre as realidades apresentadas, espaços formais com espaços não-formais de educação, assenta no testemunho dos professores em que, segundo um deles, estes espaços são fundamentais pois possibilitam, ao professor a detecção do nível de conhecimentos dos alunos, constituindo assim mais uma abordagem no estudo de uma temática articulada com a sua abordagem em sala de aula. Assim, os espaços de Educação não-formal para além de promoverem aprendizagens diversas nestes espaços em si, possibilitam também melhores aprendizagens na própria sala de aula.

Um dos objectivos deste estudo residia na avaliação do impacte destes recursos nos alunos que visitaram o Visionarium e nos professores acompanhantes. Entende-se que este impacte é positivo, pois existem indícios de que se verificaram, por exemplo: (i) aprendizagens com o uso de capacidades, nomeadamente as de PC nas diferentes actividades idealizadas, na resolução das diferentes situações-problema, a qual exige que os alunos se envolvam activamente na resolução das tarefas, levantando questões, sugerindo hipóteses de resolução dos problemas apresentados e (ii) resolução de questões que englobam relacionar conceitos, como os conceitos CTS e sua aplicação perante novas situações.

Assim, a abordagem didáctico-pedagógica, CTS/PC, perspectivada pretendia a criação de pontes de ligação entre os contextos referidos no parágrafo anterior, formal e não-formal. Através do exercício de observação efectuado aos alunos no decorrer da sessão “Litosfera em movimento”, tudo aponta para que estes tenham sido capazes de realizar tarefas importantes ao nível, por exemplo, de resolução, interpretação e tomada de posição, de construção de argumentos, na formulação de questões, identificando relações de causa/efeito, comparando, interpretando e avaliando dados, formulando hipóteses e controlando variáveis. Para Osborne

utilizaram os materiais e recursos desenvolvidos neste estudo, constatam-se elevadas taxas de aprovação das actividades realizadas; por exemplo quando questionados acerca das actividades que gostariam de aprofundar mais, os alunos indicaram a actividade A – Objectos e Forças, justificando esta escolha pelo seu forte pendor experimental.

As finalidades da Educação em Ciência, defendidas por Osborne e Dillon (2008), passam pela realização de aprendizagens por parte dos alunos. Há evidências que apontam para a realização de aprendizagens várias por parte dos alunos. Por exemplo, os professores entrevistados indicam um impacte positivo das actividades nos alunos. Estes referem a interactividade das actividades, valorizando as actividades que possibilitem a visualização e manipulação de objectos, o propor hipóteses e obter conclusões.

A análise das respostas dos alunos contidas no caderno de registos, pelo seu grau de elaboração, tirando alguns erros de português e de construção frásica, aponta para a ocorrência de aprendizagens na temática abordada em espaços de Educação não-formal. Por esta análise há evidências que as aprendizagens realizadas pelos alunos não se ficaram somente pela aquisição de conhecimentos de Ciência e Tecnologia, mas também pela aprendizagem CTS/PC.

Neste âmbito, os alunos denotam ter utilizado e desenvolvido competências de análise crítica e reflexiva. Isto é corroborado pelo comentários de um dos professores ao afirmar que este tipo de actividades “estimula os miúdos a participar, desinibe-os, leva-os a fazer questões, são aulas muito mais interactivas, cooperativas, não são aquelas aulas meramente expositivas, este tipo de actividade quebra uma certa timidez inicial … e acho que é capaz até de lhes despertar o espírito crítico, levantarem questões sobre os assuntos, é importante, tem várias potencialidades eu acho (PY)”.

Esta investigação pretendeu ser, pois, um mecanismo que disponibiliza aos alunos recursos para que estes compreendam a importância dos conhecimentos científicos, nas tomadas de decisões que afectam o seu quotidiano, sendo que os materiais CTS/PC desenvolvidos visam uma educação para os alunos, como consumidores críticos de conhecimento científico.

Este estudo indica que muitos alunos não estão, ainda, preparados para estas abordagens CTS/PC. Os resultados evidenciam que certos alunos apresentam dificuldades

perante estas novas abordagens de ensino. Verificou-se que 2.8% a 10.4% dos alunos da amostra, atribuíram uma classificação negativa, por exemplo no interesse despertado pelas actividades e na transposição dos conhecimentos adquiridos para situações do quotidiano. Verificou-se também um défice de autonomia e dificuldade na aplicação de conceitos prévios de dadas temáticas em novas actividades.

A exploração das diferentes actividades, idealizadas neste estudo, encontrava-se previamente definida, organizada e planeada para ter a duração aproximada de uma hora. Contudo, após a realização da mesma, e entrevistando os professores, conclui-se que o tempo foi insuficiente. Há necessidade de disponibilizar, pelo menos, mais trinta minutos, ou seja, uma hora e trinta minutos será o tempo ideal destinado à realização das quatro actividades dos recursos didácticos desenvolvidos neste estudo e nos contextos em que decorreu.

Em suma, considera-se que é necessário um esforço de desenvolvimento das abordagens da Educação em Ciência numa perspectiva CTS/PC, tornando-as mais frequentes e acessíveis aos alunos. Por todas as considerações aqui tecidas considera-se que os pressupostos, as finalidades e os objectivos desta investigação foram alcançados.

6.2 IMPLICAÇÕES PARA A INVESTIGAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E