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Os apontamentos feitos pelos conferentes indicam que as dificuldades ligadas ao planejamento antes de iniciar os carregamentos foi um grande problema enfrentado pelos gerentes no processo em estudo. De acordo com aqueles profissionais, as horas iniciais do primeiro turno eram desperdiçadas aguardando o setor de logística da cooperativa liberar os caminhões. Aliam-se a este motivo, os problemas com a lei do descanso e a liberação do SIF, causas ligadas a questões legais e não técnicas, sendo resultantes de decisões políticas (lei do descanso) ou de mercado (SIF) para atender a exigências do mercado internacional.

A pesquisa demonstrou que dentre as sete causas cadastradas, o item Sem Carga destacou-se com maior frequência tornando o processo de carregamento completamente ocioso.

Da mesma forma que a análise anterior, as paradas durante o carregamento apresentaram causas mais variadas e distintas destacando-se: Falta de Pessoal, decorrente do remanejamento de pessoal para outros setores, e Retirada da Estocagem (principal motivo das paradas) causada pela inoperância de uma das câmaras durante os trabalhos de transformação para o sistema pushback.

frigoríficas (A, B e C) sendo a câmara C já reformada para o sistema pushback. Durante a realização da pesquisa, a câmara B começou a ser reformada gerando intensas paradas no carregamento durante os meses de Agosto a Novembro. Com a finalização desta reforma, a câmara restante (A) passaria pela mudança a partir do início do ano seguinte.

Como o processo de separação de pedidos de pequeno vulto (miúdos) acontecia fora das câmaras, às paradas de tempo de carga causadas pela inoperância de alguma câmara acabavam ampliando os atrasos no carregamento de pedidos com poucas caixas para mercado interno.

Com uma grande ociosidade de trabalho nas primeiras horas da manhã e uma demanda muito grande de carregamentos perto do final de semana, aliados à reforma na câmara de estocagem e duplicação do frigorífico, a falta de programação de carregamento deixava o setor de expedição em situação caótica, sendo a identificação dos pontos críticos, a primeira passo para buscar a solução ou amenizar as consequências no embarque dos caminhões.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo aconteceu em um período de implementação no setor de expedição de um sistema de gestão integrada com resultados de desempenho, com possibilidade de análise por turno, diariamente, semanalmente e mensalmente. Evidenciou-se que as paradas durante o carregamento ocorriam devido à separação de miúdos (pedidos com poucas caixas), separação por entregas e adequações do setor de estocagem de produto acabado, bem como intensificação da fiscalização do SIF e higienização dos caminhões. Já as paradas antes do carregamento foram influenciadas pela falta de caminhões e containers para serem carregados, evidenciando limitações no planejamento da logística, falta de pessoal e problemas para estacionar os caminhões.

O objetivo principal da pesquisa consistia em identificar os principais problemas que comprometiam o desempenho do setor de expedição do frigorífico de aves, apontado como o principal gargalo dentro do abatedouro, bem como a origem desses problemas e possíveis soluções.

Os problemas foram identificados por meio de planilhas com preenchimento das paradas antes e durante o carregamento, apontando o mercado interno como principal ocasionador das paradas, tendo sempre muitas peculiaridades, cargas ora “estrechadas” (embaladas na máquina Strech), ora não, paletes com 20, 25 ou 30 caixas, separação por pedidos e por ordem de entrega, retirada da mercadoria da câmara de congelamento e problemas nos caminhões.

Tendo esses dados em mãos, foi possível apresentar uma proposta maior de integração entre a logística e a área comercial da cooperativa responsável pelo frigorífico e o setor de expedição, melhorando assim a eficiência do setor. O principal problema era que as decisões tomadas em cada setor eram independentes, sendo o setor comercial responsável por vender, sem saber se havia realmente a disponibilidade de transporte e de produto.

O profissional de Engenharia de Produção se faz indispensável em uma cadeia como essas, como a importante tarefa de integrar os setores, dimensionando tempo e pessoal para que os pedidos estivessem carregados, prontos para a entrega, a TI entre os setores fosse eficaz, cada setor trabalha independente do outro.

O principal ganho com a união desses três setores que são os pilares do funcionamento do frigorífico, os indicadores de produtividade apontam para as seguintes sugestões de melhoria na eficiência do setor de expedição: Pedidos com um valor mínimo de caixas evitam que a logística tenha que percorrer longas distâncias para entregar uma quantidade pequena de produtos. Que as vendas sejam efetuadas de forma que haja embarque para o mercado interno em todos os dias da semana, não os concentrando apenas nos últimos dias da semana. Que os caminhões possam chegar ao setor de expedição totalmente higienizados, evitando o retrabalho para lavar e sanitizar novamente o veículo e também as contínuas paralisações por interdição feita pelo SIF.

Entende-se, ao final deste trabalho que com um mínimo de programação, o setor de expedição será capaz de monitoraras atividades de embarque identificando as que mais interferem e comprometem o carregamento no dia seguinte.

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