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Síntese das atividades realizadas durante o estágio

 Espaço interior

C. Receitas eletrónicas desmaterializadas

16. Síntese das atividades realizadas durante o estágio

O meu estágio na FM compreendeu várias etapas (Anexo 2.2), previamente estipuladas pelo DT e pela restante equipa, no sentido de me possibilitar uma integração gradual na dinâmica de funcionamento da Farmácia. Sinteticamente, a fase inicial do estágio, correspondente à primeira semana, compreendeu a integração na equipa e identificação espacial dos medicamentos e produtos de saúde. No primeiro mês, muitas das minhas tarefas passaram pela visualização de atendimentos, conferência de PV dos produtos e receção e armazenamento de encomendas. Devo referir que foi uma etapa chave para facilitar as tarefas a desempenhar posteriormente no atendimento ao público, já que permitiu obter uma visão abrangente dos produtos disponíveis e mais solicitados na Farmácia, bem como compreender toda a dinâmica relativa a encomendas e ao processo de gestão de stocks da Farmácia. Aquando da visualização de atendimentos, era visível o carinho dado e recebido de parte a parte, pelo que saliento a posição preponderante da FM no combate à solidão que avassala a população que abrange, quer pelas palavras permanentemente afetuosas e o maior respeito pelo utente, quer pela amabilidade e altruísmo naturais que caracterizam todos os profissionais com quem tive o gosto de partilhar esta experiência.

Por forma a colmatar as falhas inerentes a áreas menos visíveis, a Dra. Tânia Correia efetuou duas apresentações power point, uma relativa a medicamentos de uso veterinário e outra a dermocosmética, e uma abordagem sobre a atual problemática de resistência aos antibióticos. No sentido de me envolver mais sobre os assuntos referentes à gestão em FC, apraz-me referir que o Dr. João Paiva me elucidou das principais diferenças nos produtos incluídos na classificação ABC da FM face à generalidade das Farmácias, tendo em conta a população ao qual presta serviços. Paralelamente a esta fase, foi também iniciada a tarefa de organização e conferência do receituário com o auxílio e supervisão da Dra. Diana, o que permitiu adquirir conhecimentos relativamente aos diferentes subsistemas de saúde, regimes de comparticipação e requisitos legais vigentes, e que se revelou uma mais-valia para numa fase posterior diminuir o número de erros na validação das prescrições. Os meses posteriores passaram sobretudo pela aplicação, interligação e consolidação de conceitos teóricos, adquiridos nas diferentes unidades curriculares ao longo do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF), em contexto prático real de atendimento ao público. Durante esta fase de contacto com o utente, apercebi- me do papel ativo e de grande responsabilidade que o Farmacêutico detém durante a dispensa de medicamentos. Sobressair que, durante todo o estágio, pude ainda colocar em prática muitos dos conhecimentos previamente adquiridos em soft skills no âmbito da determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos.

Ao longo do estágio foi-me elucidado que, face à massiva e crescente concorrência, os quadros diretivos sentem cada vez mais a necessidade de diferenciarem as suas Farmácias, apostando

em competências distintas, como gestão, marketing, tecnologias de informação, entre outros. Deste modo, é necessário que os utentes não reconheçam apenas a Farmácia como um local de dispensa de produtos de saúde mas também a competência dos profissionais que aí trabalham, valorizando a sua intervenção ativa e efetiva no aconselhamento especializado e de qualidade inerente à aquisição de produtos de saúde. Atendendo às constantes dificuldades vivenciadas em muitas Farmácias, considero que a mudança efetuada ao regime jurídico dos medicamentos de uso humano, em 2013, com a criação de uma lista de medicamentos não sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em Farmácia representa um marco importante para o Farmacêutico reafirmar o seu papel na sociedade. Estes produtos requerem a intervenção do Farmacêutico e aplicação de protocolos específicos de dispensa (34,35).

17. Conclusão

A Farmácia é um local de excelência que privilegia o foco no utente e aposta em serviços farmacêuticos distintos que permitam respeitar e responder às suas preferências e necessidades. O Farmacêutico comunitário assume cada vez mais um papel multifacetado e uma posição privilegiada de proximidade com o utente. No âmbito das suas responsabilidades, o seu contributo é visível nas suas intervenções proactivas que primam pela credibilidade dos seus conhecimentos, baseados em evidências científicas robustas, incutidas numa formação base consistente no MICF. Durante o aconselhamento especializado, detém um papel preponderante na promoção da saúde pública e na melhoria da qualidade de vida dos utentes através da promoção do uso seguro, eficaz e racional dos medicamentos, e da sensibilização e educação para a importância de terem um estilo de vida saudável. Devo referir que, o estágio em FC foi essencial para me elucidar da importância da vertente humana do Farmacêutico. Por último, a toda a equipa da FM o meu mais sincero agradecimento pela oportunidade inolvidável que me foi concedida.

18. Referências Bibliográficas

(1) Ordem dos Farmacêuticos. Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária. 3º edição, 2009.

(2) Ordem dos Farmacêuticos. Farmácia Comunitária. [cited 2018 Aug 2]. Available from: https://ordemfarmaceuticos.pt/pt/areas-profissionais/farmacia-comunitaria/a-farmacia-comunitaria/

(3) Diário da República. Portaria nº 277/2012, de 12 de setembro. 2012. (4) Infarmed. Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de Agosto. 2007. (5) Diário da República. Deliberação nº 1502/2014 de 3 de julho. 2014. (6) Infarmed. Deliberação n.º 414/CD/2007, de 29 de outubro. 2007. (7) Infarmed. Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de agosto. 2006. (8) Diário da República. Lei nº11/2012 de 8 de março. 2012.

(9) Infarmed. Projeto Via Verde do Medicamento. Circ Inf No 019/CD/10020200. 2015; 4–5. [cited 2018 Aug 1]. Available from: www.infarmed.pt

(10) Formulário Galénico Português. [cited 2018 Aug 2]. Available from:

https://pt.scribd.com/doc/111027196/Formulario-Galenico-Portugues.

(11) Código Deontológico da Ordem dos Farmacêuticos. [cited 2018 Aug 1]. Available from: https://ordemfarmaceuticos.pt/fotos/documentos/codigo_deontologico_da_of_4436676175988472c14020.pdf (12)Farmacovigilância. [cited 2018 Aug 1]. Available from: http://www.infarmed.pt

(13)Valormed. [cited 2018 Aug 1]. Available from: http://www.valormed.pt/intro/home (14)Infarmed. Portaria nº 224/2015 de 27 de julho. 2015.

(15)Diário da República. Despacho nº 2935-B/2016 de 25 de fevereiro. 2016. (16)Diário da República. Decreto-Lei nº 103/2013 de 26 de julho. 2016

(17) Ministério da Saúde. Medicamentos - Saiba mais sobre comparticipação de medicamentos. [cited 2018 Aug 2]. Available from: https://www.sns.gov.pt/sns-saude-mais/medicamentos/

(18)Diário da República. Despacho nº 18694/2010 de 18 de novembro. 2010. (19)Infarmed. Normas relativas à dispensa de medicamentos e produtos de saúde. (20) Diário da República. Portaria n.º 35/2016 de 1 de março. 2016.

(21) Infarmed. Psicotrópicos e Estupefacientes. 2010. [cited 2018 Aug 1]. Available from: http://www.infarmed.pt/documents/ 15786/1228470/22_Psicotropicos_Estupefacientes.pdf/7fb2f5f4-b73a-4595- 8d41-b0283184e202 ?version=1.1

(22) Diário da República. Decreto-Lei nº 15/1993 de 22 de janeiro. 1993.

(23)Diário da República. Decreto Regulamentar nº 61/1994 de 12 de outubro. 1994. (24)Diário da República. Despacho n.º 17690/2007 de 23 de julho. 2007.

(25)Diário da República. Portaria n.º 594/2004, de 2 de junho. 2004. (26)Diário da República. Portaria nº 769/2004 de 1 de julho. 2004. (27)Diário da República. Decreto-Lei nº 189/2008 de 24 de setembro. 2008. (28) Diário da República. Decreto-Lei nº 113/2010, de 21 de outubro. 2010. (29)Diário da República. Decreto-Lei nº 74/2010 de 21 de junho. 2010. (30)Diário da República. Decreto-Lei nº 145/2009 de 17 de junho. 2009. (31)Diário da República. Decreto-Lei nº 314/2009 de 28 de outubro. 2009. (32) Diário da República. Decreto-Lei nº 148/2008, de 29 de julho. 2008.

(33) Administração Central do Sistema de Saúde. Manual de Relacionamento das Farmácias com o Centro de Conferência de Faturas do SNS. 2015

(34)Infarmed. Deliberação n.º 25/CD/2015, de 18 de fevereiro. 2015. (35)Diário da República. Decreto-Lei n.º 128/2013, de 5 de setembro. 2013.

Capítulo III – Estágio em Farmácia Hospitalar