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Atualmente o setor da construção está mais direcionado para a reabilitação de edifícios, que há uns anos atrás, sendo notório o aumento do interesse da comunidade cientifica pela publicação de artigos relacionados com o tema, assim como o interesse das entidades, cada vez mais qualificadas na área da reabilitação. Comparativamente com outros países, como a Alemanha, Itália ou

Dinamarca que apresentam uma maior produtividade na reabilitação (superior a 50%), Portugal ainda apresenta aproximadamente 25% da produtividade na reabilitação de edifícios em relação ao total da indústria da construção.

Contudo é expectável o aumento das intervenções em edifícios existentes localizados nos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto, por apresentarem um maior número de edifícios degradados, relativamente às outras regiões do país.

Em Portugal, em 2011, mais de um milhão de edifícios necessitavam de ser reparados. As ações de reparação ou de intervenção em edifícios existentes devem ser planeadas após o diagnóstico das anomalias que padecem. Num diagnóstico é essencial a inspeção do imóvel, pois é nesta fase que o técnico (profissional na área da reabilitação de edifícios) verifica o estado de conservação do edifício e identifica as anomalias, recolhendo o máximo de informação útil, para a determinação das causas. Existem diferentes tipos de inspeção, podendo ser desde simples inspeções visuais, geralmente associadas às inspeções periódicas, até às inspeções mais pormenorizadas que podem levar à realização de ensaios destrutivos ou/e prolongarem-se no tempo. A inspeção e o diagnóstico de edifícios têm como objetivo dotar o técnico de informações suficientes que o possam apoiar na escolha de soluções adequadas de intervenção. As intervenções devem ser adequadas às anomalias e elemento funcional, assim como também às expetativas do Promotor. Podem ser previstas desde simples ações de manutenção até ações de beneficiação, tendo como principais interesses evitar o aparecimento ou agravamento de anomalias, restituir as funções ao elemento funcional e do edifício ou até melhorá-las.

3 Análise dos Métodos de Avaliação e de Diagnóstico de

Anomalias

3.1 Considerações Iniciais

A necessidade de diagnóstico surge pelo incómodo visual e/ou pela disfuncionalidade que as anomalias provocam no utilizador do imóvel. Poderá também surgir a necessidade de uma análise mais detalhada (diagnóstico) após uma inspeção técnica de avaliação do estado de conservação. Neste último caso o estado de degradação é determinado por técnicos especializados na área da patologia da construção, sendo atualmente em Portugal utilizado o MAEC (Portugal, 2006), como o método definido a nível nacional para a determinação do estado de conservação do parque edificado.

Sendo o MAEC o método base do presente estudo, é referido neste capítulo, de forma sucinta, a sua metodologia e critérios de aplicação. O método define os elementos do imóvel a avaliar, os critérios dessa avaliação e procedimentos para o aplicar (Portugal, 2006) revelando-se uma ferramenta útil na determinação do primeiro fator de alerta para a necessidade de intervenção, no caso de sinais de degradação dos elementos funcionais.

Este estudo tem como principal objetivo ampliar a informação obtida numa vistoria realizada no âmbito do MAEC, caracterizando os elementos funcionais e as anomalias, de forma a possibilitar o diagnóstico das anomalias e apoiar a decisão de intervenção.

A análise realizada incidiu sobre os seguintes 15 métodos ou ferramentas de análise e diagnóstico de anomalias:

 Fichas de anomalias:

o Defect Action Sheet - BRE;

o Fichas de Reparação de Anomalias - LNEC; o Cases of Failure Information Sheet - CIB; o Fiches Pathologie du Bâtiment - AQC; o Fichas de Patologia – PATORREB;

o Fichas de Diagnóstico e de Intervenção – Manutenção Corretiva - FDI (Pré-patologia); o Sistema Integrado de Manutenção de Edifícios de Habitação - SIMEH;

 Métodos baseados em ferramentas Informáticas: o Programa ConstruDoctor’s;

o Sistema Pericial de Apoio ao Diagnóstico de Patologias em Edifícios - DIAGNOSTICA; o Levantamento e caracterização de patologia exterior de construções edificadas em

Portugal entre 1970 e 1995 (recurso ao SPSS); o Metodologia Exigencial de Reabilitação – MEXREB;  Métodos com recurso a matrizes de correlação:

o Sistema de apoio à inspeção e diagnóstico de anomalias, do IST;  Outros métodos:

o Sistema de Inspeção e de Diagnóstico de Edifícios Recentes - SIDER; o Método Otimizado de Diagnóstico das Patologias da Construção – MOD; o Método simplificado de diagnóstico de anomalias – SDA.

Desta forma foram analisadas as fichas de anomalias, tanto as de preenchimento, que definem os dados que devem ser obtidos em vistorias (SIMEH e FDI), como as fichas meramente informativas, que apresentam casos conhecidos de diagnósticos de anomalias (BRE, LNEC, PATORREB, AQC e CIB).

Além das fichas, foi tida em consideração as ferramentas informáticas que permitem o tratamento dos dados relacionados aos sintomas identificados em edifícios (SIMEH, Construdoctor’s, DIAGNOSTICA, SPSS e MEXREB).

Uma outra ferramenta analisada foram as matrizes de correlação, utilizadas em diversos estudos realizados no Instituto Superior Técnico (IST), que definem graus de relação entre anomalias, anomalias e causas; anomalias e métodos de diagnóstico; por último, anomalias e técnicas de reparação. Cada um dos referidos estudos são desenvolvidos para um único sistema construtivo, através do qual é possível obter uma informação mais detalhada.

Outros métodos (SIDER, MOD e SDA) foram analisados pelo interesse na sua estrutura de aplicação que define procedimentos para obter, através do diagnóstico, a ficha de anomalias.

Por último, é apresentada a metodologia de aplicação do MANR, de forma resumida, pelos critérios de avaliação que representa na determinação das necessidades de intervenção de um imóvel. Após a recolha de um maior número de informações na vistoria para a obtenção do diagnóstico das anomalias, a definição de critérios da mesma natureza que os definidos no MANR podem, de certa forma, auxiliar à classificação da intervenção de um modo fundamentado.