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Síntese dos resultados

No documento JAYLTON BONACINA DE ARAUJO (páginas 49-55)

4.1 A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR NAS MICRORREGIÕES DE MATO GROSSO

4.1.12 Síntese dos resultados

Por meio da Tabela 04, é possível visualizar uma síntese dos resultados obtidos, com relação à participação da cultura da cana-de-açúcar no PIB de cada microrregião, bem como

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

sua produção, o valor da produção e extensão de terras ocupada pelas lavouras de cana-de-açúcar para o ano de 2011.

Tabela 04: Participação da cultura da cana-de-açúcar nas microrregiões de Mato Grosso do Sul em 2011.

Microrregião Produção de

cana-de-açúcar (Ton) Valor produção (R$) Área plantada (Hec)

% no PIB da microrregião Aquidauana 12.552 868.000,00 108 0,08% Alto Taquari 871.665 43.643.000,00 13.922 1,92% Baixo Pantanal 2.800 280.000,00 70 0,01% Bodoquena 12.520 880.000,00 280 0,06% Campo Grande 1.615.864 80.986.000,00 26.366 0,47% Cassilândia 2.287.272 126.005.000,00 31.456 6,88% Dourados 18.361.366 1.051.175.000,00 249.893 10,00% Iguatemi 6.872.423 358.083.000,00 96.943 10,88% Nova Andradina 2.736.150 136.386.000,00 30.570 7,06% Paranaíba 1.773.423 91.211.000,00 33.931 6,39% Três Lagoas 330.663 17.938.000,00 12.092 0,41% Fonte: Elaborado pelo autor.

Como se pode observar por meio da Tabela 04, as microrregiões em que a cana-de-açúcar exerce uma maior participação em sua economia são Iguatemi, Dourados, Nova Andradina, Cassilândia e Paranaíba. Sendo estas microrregiões as que possuem usinas em seu território exceto a microrregião de Paranaíba.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estado de Mato Grosso do Sul iniciou seu processo de integração a economia nacional no fim década de 1970, impulsionado principalmente pelos programas desenvolvidos dentro do II PND (Plano de Desenvolvimento Nacional), aos quais eram elaborados pela SUDECO, com o objetivo de analisar as potencialidades de cada região do estado e incentivar uma melhor utilização dos recursos que cada região dispunha, com foco na expansão e modernização da fronteira agrícola. Aproveitando a capacidade para a geração de novos empreendimentos, neste período foi incentivada a vinda de capitais produtivos para a região como forma de financiamento a agricultura comercial.

Dentro deste contexto, a implantação das lavouras de cana-de-açúcar no estado ocorre por meio do Programa Nacional do Álcool (PROALCOOL), iniciado em 1975 tendo como principal objetivo o incremento da produção nacional de álcool como forma de enfrentar o primeiro choque do petróleo e a superprodução de açúcar. No período de 1977 a 1979, o estado de Mato Grosso do Sul recebeu incentivos à implantação de nove destilarias autônomas, localizadas nas microrregiões de Alto Taquari, Dourados, Iguatemi, Paranaíba e Nova Andradina. A partir de 1980, o setor sucroalcooleiro sul-mato-grossense já estava em pleno funcionamento, o que reflete no aumento de terras destinadas a cultura da cana-de-açúcar. Comparando-se os anos de 1980 e 1986, verifica-se um aumento de 81,33%. Para o período que marca a terceira fase do programa (1986-1995), a produção de álcool é afetada pela diminuição no preço internacional do petróleo e o aumento nos preços do açúcar no mercado internacional, neste cenário o setor sucroalcooleiro se foca na produção de açúcar. Mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo setor neste período, Mato Grosso do Sul continua expandindo a produção de cana-de-açúcar, verificando-se um aumento de 16,72% entre as safras 1986/1987 e 1994/1995.

Com a desregulamentação do setor sucroalcooleiro na década de 1990, e com sua reestruturação ocorrendo a partir de 2003, o incentivo a implantação de novas usinas no estado de Mato Grosso do Sul iniciou-se somente a partir de 2002, deste ano até 2012 ocorreu à implantação de 16 novas unidades, localizadas nas microrregiões de Cassilândia, Dourados, Iguatemi e Nova Andradina.

Analisando como a cultura da cana-de-açúcar está inserida dentro das microrregiões de Mato grosso do Sul, verifica-se que ela encontra-se em todas as 11 microrregiões do estado, porém com variável expressão em cada uma delas. Verificou-se que as microrregiões

onde a cana-de-açúcar apresenta uma expressão muito pequena com relação ao seu PIB, sendo menos de 1% no ano de 2011 foram: Baixo Pantanal, Bodoquena, Aquidauana, Três Lagoas e Campo Grande. Com relação à microrregião do baixo Pantanal, esta se dedica principalmente a atividade da pecuária, sendo a agricultura uma atividade secundária; em Bodoquena, Aquidauana, Campo Grande e Três Lagoas as culturas da soja e do milho se apresentaram como as principais culturas agrícolas, tendo uma expressão muito superior a da cana-de-açúcar.

As microrregiões onde a produção de cana-de-açúcar demostrou significância com relação ao PIB das mesmas são onde estão localizadas as usinas de açúcar e etanol, sendo elas com sua respectiva participação no PIB em 2011: Alto Taquari (1.92%), Cassilândia (6,88%), Nova Andradina (7,06%), Dourados (10%), Iguatemi (10,88%) e Paranaíba (6,39%). Em Alto Taquari a produção se manteve estável para o período de 2000 a 2012, sendo a localização da mais antiga usina do estado; a microrregião de Cassilândia iniciou sua produção de cana-de-açúcar a partir de 2008 com a implantação da primeira usina; em Nova Andradina apesar de já existir uma usina desde 1978 a produção demonstrou um grande aumento a partir de 2009 com a implantação de mais duas usinas; em Dourados verificou-se o maior crescimento na produção dentre todas as microrregião, 90,28% para o período de 2000 a 2012, relacionado ao grande número de usinas na microrregião, sendo 11; em Iguatemi verificou-se um aumento de 82,77% na produção entre os anos de 2000 a 2012, devido à implantação de duas usinas neste período.

Concluindo, verifica-se que as microrregiões onde estão localizadas as usinas acabam destinando uma área maior de suas terras à produção de cana-de-açúcar do que as que não dispõem delas, sendo assim a produção da cana-de-açúcar tem expressão significativa dentro da economia destas microrregiões tendo assim maior contribuição sobre o PIB da mesma.

Por fim, é importante destacar que a ausência de dados mais recentes a respeito das microrregiões de Mato Grosso do Sul foi um fator que de certa forma acabou limitando a pesquisa, dado que o IBGE, fonte de dados escolhida para a realização da pesquisa, não disponibilizou dados do PIB dos municípios após o ano de 2011, nem dados referentes à produção agrícola após o ano de 2012.

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