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Frente à tratativa aqui exposta nos capítulos anteriores percebe-se que a sustentabilidade, o ensino e a pesquisa em administração no país são desafios recentes em nossa história e se apresentam, ainda hoje, como desafios a serem superados. Em decorrência disso e por meio do apresentado no referencial teórico, visualiza-se a necessidade de estabelecer eixos norteadores que permitam construir um caminho investigativo que conduza a resposta esperada. Para este feito, estão sintetizados no Quadro 04, os principais entendimentos delineados nos capítulos anteriores que servirão de diretrizes para a investigação proposta.

Quadro 04: Síntese Teórica

Fonte: Do autor

A respectiva síntese teórica constitui-se arcabouço teórico conceitual da pesquisa empírica realizada cujos métodos e técnicas são apresentados a seguir.

Capítulo Aspectos relevantes Autores Sustentabilidade Surgimento, contextualização, desafios

CAMARGO (2007); BARCELAR (2010); BRUNDTLAND (1991); BECKER (1997); BARAJAS (2002); JACOBI (2011); ROMEIRO (1998); BERKES (1992); DALY (1991); FAUCHEUX, SYLVIE, ELIOT (1997); SOLOW (1991; 1993); SÖDERBERG (2010); SOARES (2006; 2008; 2010); ALMEIDA (2002), SANTOS (1994); RODRIGUES (2006); HOURNEAUX (2012); ABRAMOVAY (2012); VEIGA (2012); DOWBOR (2010); VICTOR (2009); MENDES (1995); SHRIVASTAVA (1995); VAN DER LINDE (1995); SEN (2009); SACHS (2009); MAYNARD E MEHRTENS (1993); CLARKSON (1995); MENDES (1995); PRAHALAD E HAMMOND (2002); ELKINGTON (2001); JACOBI, ARRUDA E RAUFFLET (2011); GOMES E MORETTI (2007); CARROL, (1999) PIRSCH; GUPTA E GRA (2007); MORETTI E FIGUEIREDO (2007). Ensino em Administração Surgimento, formação do administrador, os programas de pós- graduação stricto sensu

LÓPEZ (2011); CRA-CE (2011); LDB (1996); CNE (2005); FERREIRA E FERREIRA (2008); BRASIL (2005); (TOLEDO, 2002); (BRASIL, 1999); SMA/CEA (1994); CAÚLA & OLIVEIRA (2007); BARBIERI & SILVA (2010); SEIFFERT (2010); LEFF (2010); BOVO (2005); JACOBI (2010); SANTOS (2003); CAPES (2010, 2013); MACHADO E ALVEZ (2006); MENDONÇA (2003); HAMBURGER (1980); BALBACHEVSKY (2005); BERTERO; ET AL (1999); GRACIAREMA (1972); CAPES (1996); OLIVEIRA (1997); ROSSI (1997); LIMA (2000); CANHADA E BULGACOV (2011); PEREIRA, ET AL (2002); RAMOS (2004); OLIVEIRA (1996); MARCOMIM & SILVA (2009)

Pesquisa em Administração surgimento, produção, impacto, disseminação e avaliação da disseminação do conhecimento

BIANCHETTI & MACHADO (2009); FERREIRA E MOREIRA (2001); ROMEO E OUTROS (2008); ALVES& MACHADO (2009); GUIMARÃES, (2006); MARCHELLI, (2005); KUENZER E MORAES (2005); BERTERO (1998); FREITAS (2005); ALMEIDA (2006); CAPES (2009, 2010, 2011, 2012, 2013);

5 OS MÉTODOS E AS TÉCNICAS DE PESQUISA

[...] A continuidade parece ser a regra; rupturas, descontinuidades, mudanças radicais, para não mencionar transformações revolucionárias do tipo divisor de águas, podem ser (e com frequência são) rejeitadas como puramente quantitativas em vez de qualitativas.

Zigmount Bauman (2007, p. 35)

Neste capítulo são descritos os métodos e as técnicas de pesquisa que norteiam este trabalho. Para tanto, parte-se do entendimento de que a pesquisa é sempre um desafio a ser superado a partir de determinadas conjecturas históricas, sociais, contextuais, políticas e, até mesmo, subjetivas cuja abordagem será determinante para o alcance do resultado.

A metodologia da pesquisa pode ser entendida como uma forma de abordagem de determinado campo de estudo. Isto implica em dizer que é a metodologia o eixo norteador da sistematização da pesquisa que, por sua vez, refere-se aos procedimentos utilizados para a investigação. Em decorrência disso, as interpretações acerca de dado fenômeno se orientam a partir do paradigma que o alicerça. Implica na escolha, por exemplo, em uma corrente teórica na qual o pesquisador irá delinear o seu objeto de estudo e seu caminho investigativo (MINAYO, 2009). Neste sentido, mais do que um conjunto de métodos e técnicas, a metodologia deve ser entendida, principalmente, a partir de sua construção epistêmica. Ou seja, pelo pensamento originário e diretivo da construção do pensamento que se deseja a partir da pesquisa.

As correntes teóricas ou pensamentos científicos dominantes são comumente chamados de paradigmas. “Aliás, o conhecimento científico toma como base dois paradigmas dominantes que Serres (2012) chama de “ciências duras” e ciências suaves”. Enquanto as ciências duras, definidas por Minayo (2009) como puras e aplicadas, buscam o desenvolvimento de teorias e sua aplicabilidade na vida humana e, por isso mesmo, possui o caráter da universalidade podendo, inclusive, seus resultados serem generalizáveis, as ciências suaves, entendidas por Minayo (2009) como, natural e social, tem por objetivo o estudo do mundo no qual o homem se insere e como este último trava suas relações sociais e comportamentais. Em decorrência disso, as ciências naturais e sociais não busca a generalidade da explicação de determinado fenômeno. Ao contrário. Objetiva a interpretação de determinado fenômeno de maneira profunda o que possibilita, por sua vez, a criação de categorias empíricas de análise e interpretação do objeto estudado.

A partir das duas dimensões metodológicas acima expostas emerge, então, a necessidade de se expressar de maneira sistematizada os argumentos e o caminho investigativos adotados para o desenvolvimento da pesquisa. Isto implica em dizer que, da dimensão metodológica emerge o método que pode ser entendido, com Minayo (2009) como um caminho a ser seguido que permite o conhecer, interpretar e intervir na realidade. Caminho este que se delineia de maneira dedutiva ou indutiva.

Enquanto o método dedutivo, epistemologicamente delineado por Descartes (1984), possui, como lógica, a regra de evidências e busca a partir de uma generalidade o entendimento e/ou explicação de uma particularidade, o método indutivo, de forma também epistêmica, explorado por Bacon (GIL, 1998), objetiva por meio da observação a formulação de uma hipótese que permite, assim, a chegar em conclusão que pode ser apenas intuída, provável. Entretanto, o avanço da investigação científica permitiu o entendimento de que a generalização a partir da indução não é plena quando se tem vícios na formulação das hipóteses. Assim, de maneira hipotética-dedutiva e no contrapelo do método indutivo, as hipóteses devem ser formuladas, para serem derrubadas e não comprovadas como o método indutivo se propõe. Assim, pode-se perceber que o método de pesquisa se constitui, também, como um desafio ao próprio conhecimento já que, como diz Minayo (2009) ela parte dos meandros das relações humanas para tentar explicá-las.

A tentativa de explicação da realidade por meio da pesquisa só é possível a partir de técnicas e métodos claramente definidos e orientados para tal fim. Afinal, nesta pesquisa “não buscamos qualquer conhecimento, mas um conhecimento que ultrapasse nosso entendimento imediato na explicação ou na compreensão da realidade que observamos” (GATTI, 2002, p. 10). No caso em questão, a explicação sobre a temática aqui abordada.

Sabe-se que o emprego dos processos científicos para a compreensão da atividade intelectual é limitada e, ao mesmo tempo, limitador das questões oriundas do próprio campo de saber. Isto implica em dizer, a rigor, que a pesquisa segue padrões estabelecidos por determinada área e se submete a responder a questão que a norteia a partir dos respectivos padrões. Isto evidencia que a solução encontrada para o problema da pesquisa é, essencialmente, uma possível solução para um problema da área. Em decorrência disso, ao encontrar soluções e/ou explicações para os problemas sociais, o esforço empreendido em determinada pesquisa já é uma prática social (SPINK; MENEGON, 2000) que permite, por meio dos métodos e das técnicas adotadas imergirem no tema e/ou assunto que se deseja pesquisar.

Neste ponto torna-se possível, então, desvelar o caminho investigativo desta tese. Para pesquisar a forma na qual a sustentabilidade está inserida nos programas Stricto Sensu de maneira implícita utilizou-se o método dedutivo partindo de um estudo quantitativo. O método dedutivo utiliza-se das verdades e/ou leis consideradas universais para o entendimento de uma realidade em particular.