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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4.3 DETALHAMENTO DAS EXIGÊNCIAS

4.3.2 Saídas de Emergência

Para o dimensionamento das saídas de emergência deve-se observar a Resolução Técnica nº 11/2016, parte I, levando em consideração a ocupação como grupo F, divisão F-5. 4.3.2.1 Cálculo de Unidades de Saída

Para realização do cálculo de unidades de saída necessárias na edificação foram utilizados os dados da Tabela I da Resolução Técnica citada acima, chegando no resultado de aproximadamente 6 unidades de passagens, conforme demonstra a equação abaixo:

N=P /C Onde:

N= Número de unidades de passagem; P= População;

C= Capacidade da unidade de passagem, demonstrado na figura abaixo. Quadro 09- Dados para o dimensionamento das saídas de emergência

Fonte: Lei Decreto 53280/2016

Devido a edificação ser enquadrada grupo F, divisão F-5, estabelece que seja dimensionado levando em consideração 1 pessoa por metro quadrado de área e nas áreas de apoio 1 pessoa para cada 7 metros quadrados de área.

Numero de pessoas = 311,23m²/1 = 311,23 pessoas, aproximadamente 312 pessoas, áreas de apoio 121,93m²/7 = 17,42 pessoas, aproximadamente 18 pessoas, totalizando a população máxima de 330 pessoas no estabelecimento.

N = 330/100 = 3,3 unidades de passagem, aproximadamente 4 unidades de passagem. 4.3.2.2 Características Construtivas

Ainda conforme a Resolução Técnica nº 11/2016, a edificação é classificada como edificação com mediana resistência ao fogo – código Y, por se trata de uma edificação não enquadrada em "X" e "Z", pois se tratar de edificação estruturada com concreto armado e não possui cobertura em madeira, aço e assemelhado como função estrutural, também considerando que não há necessidade de nenhuma medida compensatória para que a edificação fosse enquadrada no código Z.

Quadro 10 - Características Construtivas

Fonte: Resolução Técnica 11/2016 4.3.2.3 Distâncias máximas a serem percorridas

De acordo com a NBR 9077, são "as distâncias máximas a serem percorridas para atingir um local seguro (espaço livre exterior, área de refúgio, escada protegida ou à prova de fumaça), tendo em vista o risco à vida humana decorrente do fogo e da fumaça ..."

Quadro 11 - Dimensionamento das distâncias máximas a serem percorridas

Fonte: Resolução Técnica nº 11/2016

De acordo com o anexo C – Notas Gerais item (I) da RT nº 11/2016, as edificações de ocupação F-5, em se tratando de edificação térrea, sempre deverá ter o mínimo de duas saídas de emergência. A tabela III então estabelece que a distância máxima a ser percorrida seja de

até 30 metros, pois a edificação não possui sistema de chuveiros automáticos, possui mais de uma saída de emergência e não possui detecção automática de incêndio.

4.3.3 Iluminação de Emergência

O sistema de iluminação da edificação deve ser dimensionado conforme a NBR 10898/2013, garantindo uma boa iluminação em saídas, corredores, escadas e locais onde possa haver pouca luminosidade, levando em consideração a distancia máxima de 15 metros entre cada ponto de iluminação.

Na mesma NBR, encontra-se os tipos de luminárias que podem ser utilizadas, sendo que no nosso objeto de estudo o mais indicado a ser utilizado é o sistema de blocos autônomos, por se tratarem iluminações com fonte de energia própria, ou seja, em caso de incêndio e ou falta de energia elas deixarão o local iluminado e em condições de evacuação dos ocupantes.

No projeto em anexo consta a localização, especificação e maiores detalhes da instalação das luminárias de emergência.

4.3.4 Sinalização de Emergência

As sinalizações de emergência devem ser instaladas observando os critérios estabelecidos pela ABNT NBR 13434-1 a 2/2004 e ABNT NBR 13434-3/2005, sendo elas subdivididas em quatro tipos de sinalizações básicas, listadas a seguir:

1. Sinalização de proibição: deve ser instalada em local visível e a uma altura mínima de 1,80 m, medida do piso acabado à base da sinalização, devendo estar distribuída em vários pontos dentro da área de risco, sendo que pelo menos uma delas seja claramente visível de qualquer posição dentro da área de risco, distanciadas entre si em no máximo 15,0 m.

2. Sinalização de alerta: deve estar instalada em local visível e a uma altura mínima de 1,80 m, medida do piso acabado à base da sinalização, próxima ao risco isolado ou distribuída ao longo da área de risco generalizado existente, não ultrapassando um distancia entre si de 15,0 m.

3. Sinalização de orientação e salvamento, sendo elas subdivididas em:

 A sinalização de portas de saídas de emergência deve ser localizada acima das portas

no máximo a 0,10 m da verga, ou centralizada na folha da porta a uma altura mínima de 1,80 m medida da base da sinalização até o piso acabado;

 A sinalização de orientação das rotas de saída deve ser localizada de modo que a distância a ser percorrida de qualquer ponto da rota de fuga até a sinalização de emergência, não exceda a 7,5 m, devendo ser instalada de modo que sua base esteja a 1,80 m do piso acabado e de forma que na direção de saída de qualquer ponto seja possível visualizar o próximo não excedendo a distancia de 15m.

 em caso de existência de rotas de saída específicas para uso de deficientes físicos,

estas devem ser sinalizadas para tal uso.

4. Sinalização de combate a incêndio: a sinalização de equipamentos de combate a incêndio instalados no local, deve estar a uma altura mínima de 1,80 m medida do piso acabado à base da sinalização e imediatamente acima do equipamento sinalizado.

4.3.5 Extintores

Nos quadros a seguir, da RT CBMRS Nº 14 são apresentadas a classe de risco de incêndio, a capacidade extintora mínima e a distância máxima a ser percorrida até o alcance de um extintor:

Quadro 12 - Capacidade extintora "A" mínima e a distância máxima a ser percorrida

Quadro 13 - Capacidade extintora "B" mínima e a distância máxima a ser percorrida

Fonte: RT CBMRS nº 14/2016

Quadro 14 - Capacidade extintora "C" mínima e a distância máxima a ser percorrida

Fonte: RT CBMRS nº 14/2016

No projeto em estudo a edificação possui todos os riscos de incêndio, pois nela existem materiais como papéis e madeiras materiais enquadrados classe "A", líquidos inflamáveis como álcool e materiais de limpeza que são enquadrados na classe "B", além de instalações elétricas e equipamentos elétricos enquadrados na classe "C", necessitando então de um extintor do tipo ABC com capacidade extintora de no mínimo 2-A, 20-B e C, atendendo ao prescrito na RT acima.

A quantidade de extintores necessários é calculada levando em consideração a distância máxima de 15 m a ser percorrida para chegar até o extintor, portanto chegou-se a conclusão que serão necessários quatro extintores para atender as necessidades em um possível incêndio.

4.3.6 Brigada de Incêndio

Brigada de incêndio de acordo com a CBMRS nº 02, é um grupo organizado de pessoas, treinadas e capacitadas para atuar em atividades preventivas e no combate ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros socorros.

A IT nº 17/2014 ressalta que o treinamento de Prevenção e Combate a Incêndios é aquele ministrado por profissional habilitado, ou seja, com formação ou especialização em Segurança do Trabalho, registrado no Conselho Regional competente, ou no Ministério do Trabalho e os integrantes do Corpo de Bombeiros militar, o qual capacita o aluno a atender rapidamente e com técnica, os princípios de incêndios de forma a extingui-los ou mesmo diminuir sua propagação e danos até a chegada do socorro especializado.

Conforme a Lei 14.376/2015, "será obrigatória a constituição de Brigada de Incêndio nas edificações, levando em consideração um percentual da população fixa, estabelecido de acordo com o grupo e a divisão de ocupação" .

Quadro 15 - Dimensionamento da Brigada de Incêndio

Fonte: Instrução Técnica 17/2014

Pela classificação já feita anteriormente, onde a edificação se enquadra no risco médio, a IT nº 17/2014 estabelece a necessidade de no mínimo 02 (duas) pessoas treinadas através no nível intermediário por 8 horas aulas para compor a Brigada de Incêndio, conforme quadro abaixo:

Quadro 16 - Carga Horária mínima por nível de treinamento

Fonte: Instrução Técnica 17/2014

4.3.7 Plano de Emergência

O plano de emergência conforme a ABNT NBR 15219/2005 deve ser elaborado por um profissional habilitado, levando em consideração: localização, ocupação, construção, população, características de funcionamento, pessoas portadoras de deficiência, outros riscos inerentes ás atividades, recursos humanos e materiais existentes. Devendo o profissional analisar os riscos da planta tentando minimizá-los e/ou eliminá-los.

4.4 DOCUMENTAÇÃO DO PPCI

Conforme a RT 05/2014os documentos necessários para encaminhamento do projeto

para análise e verificação documental da conformidade do Plano à legislação, regulamentação e normas técnicas aplicáveis, são:

 Memorial Descritivo de Análise para Segurança Contra Incêndio – MDASCI :

documento este o qual identifica o proprietário e o responsável técnico, bem como a identificação, características da edificação ou área de risco de incêndio, as medidas de segurança contra incêndio exigidas conforme a ocupação, além da regulamentação a ser observada, definida no anexo "B", risco médio.

 Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), ou Registro de

Responsabilidade Técnica (RRT), em uma via original ou cópia autenticada, assinada pelo proprietário e responsável técnico, juntamente com o recibo de quitação . Todos os campos deverão ser preenchidos, e na descrição das atividades profissionais contratadas, deverá estar especificado o serviço pelo qual o profissional se responsabiliza – projeto, execução ou projeto e execução.

 Elementos gráficos: Os quais são as plantas de situação/localização, plantas

baixas, cortes, fachadas e detalhamentos necessários para a demonstração das medidas de segurança, seguindo o previsto no Anexo “L”, desta RT CBMRS, o qual especifica as exigências para análise e vistoria do CBMRS e responsabilidades quanto às medidas de segurança contra incêndio de pronta resposta.

 Comprovante de pagamento de taxa de análise e vistoria, em uma via original e

uma cópia.

 Procuração do proprietário, sempre que terceiro assine qualquer documento do

PPCI, que deverá ser entregue em via original, com cópia simples do documento de identidade do procurador.

Deve-se observar que quando se tratar de condomínio, o signatário deverá ser o síndico ou o administrador profissional, devidamente identificados e com poderes para o ato. E quando a edificação não possuir um único proprietário, poderá o PPCI ser assinado por qualquer membro, legalmente identificado e com poderes para o ato.

A RT CBMRS (2014) ainda destaca que o responsável pela apresentação do PPCI e pela execução do mesmo é o proprietário do imóvel, juntamente com o responsável técnico,

ou, poderá ser nomeado um terceiro firmado em contrato de locação, neste caso o contrato deverá ser encaminhado juntamente com a cópia simples dos documentos de identidade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente as edificações vêm sofrendo várias alterações para adequar-se á nova legislação. Sabe-se que hoje existe uma grande variedade de normas, decretos, leis, instruções técnicas, portarias, entre outros, não sendo uma legislação unificada, dificultando assim o entendimento dos profissionais da área na aplicação das mesmas. Portando esses profissionais precisam estar em constante estudo, para que aconteça uma perfeita interpretação e aplicação

da mesma.

Inicialmente pode-se constatar que a edificação não possui a quantidade suficiente de

extintores, pois a RT 14/2016 prevê quatro extintores enquanto o estabelecimento possui somente

dois extintores. Também a inexistência de iluminação e sinalização de emergência que é prevista conforme a NBR 10898/2013, dificultando assim a evacuação do local e causando pânico às pessoas em caso de sinistro, ou seja, incêndio.

Também foi verificado que as barras anti-pânico não estão instaladas adequadamente conforme exigências da NBR 11785/1997, pois existe apenas a barra inferior de fixação da folha, e na parte superior esta foi substituída por fechaduras tipo trinco e também que as rampas e escadas existentes na edificação, não possuem os corrimões como previsto na RT nº 11/2016.

As portas existentes na saída de emergência frontal são compostas por folhas de vidro em desacordo com o que prevê o item 5.5.4.11 da RT nº 11/2016 parte I, e a da saída lateral em madeira, porém pintadas com tinta convencional.

Portanto, pode-se concluir que o projeto de PPCI elaborado e executado no local está em desacordo com a normatização vigente, e tem-se como produto final deste trabalho, em anexo, o PPCI realizado conforme o que prevê a legislação vigente, o qual será utilizado pela Administração Municipal de Porto Lucena, para deixar o local em condições de funcionamento.

REFERÊNCIAS

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______. NBR 12693: sistemas de proteção por extintores de incêndio – apresentação. Rio de Janeiro, 2013. 15 p.

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______. NBR 15219: Plano de Emergência contra incêndio- Requisitos - São Paulo, 2005. 5 p.

______. NBR 17240: sistemas de detecção e alarme de incêndio – projeto, instalação, comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio – requisitos – apresentação. Rio de Janeiro, 2010. 62 p.

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Resolução Técnica CBMRS nº 05 de 2014 - Processo de Segurança Contra Incêndio: Edificações Existentes , Históricas e Tombadas. Porto Alegre, 2014, 8 p.

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BRENTANO, Telmo. A proteção contra incêndios no projeto de edificações. 3º edição; revisada,atualizada e ampliada. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015. 630 p.

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NORMA REGULAMENTADORA 23/2011 da portaria 3214/1978 do Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: < http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/nr23.htm>. Acesso: 25 outubro. 2016.

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RESOLUÇÃO TÉCNICA

FREIRE, Carlos Darci da Rocha. Projeto de Proteção Contra incêndio (PPCI) de um prédio residencial no centro de Porto Alegre. Porto Alegre, 2009. 49 p.

SECCO, Cel.Orlando. Manual de prevenção e combate de incêndio.São Paulo: EGRT- AS,1970. 352 P.

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SILVEIRA, TenCel Antônio da.Prevenção e combate a incêndios. Florianópolis: EDEME, 1988. 266 p.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 1997.

ANEXO A - MEMORIAL DESCRITIVO DE ANÁLISE PARA

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

ANEXO B - MODELO DE ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE

TÉCNICA

ANEXO G - LEGENDA DA SIMBOLOGIA DOS SISTEMAS DE

EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO DE INCÊNDIO

ANEXO H - MODELO DE CERTIFICADO DE TREINAMENTO DE

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

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