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SAÚDE DA FAMÍLIA COMO POLÍTICA DA ATENÇÃO BÁSICA

Criada em 1994 pelo Ministério da Saúde, a Saúde da Família tem como objetivo geral contribuir para a reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde, imprimindo uma nova dinâmica de atuação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS),

com definição de responsabilidades entre os serviços de saúde e a população (BRASIL, 1997).

O primeiro documento de criação da Saúde da Família data de setembro de 1994, inicialmente denominando-o de Programa Saúde da Família (PSF). Esse documento definiu as diretrizes norteadoras do programa sob a gerência do Departamento de Operações da Coordenação de Saúde da Comunidade (COSAC) no âmbito da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e a forma de sua implantação nos municípios (VIANA; DAL POZ, 2005; BRAVO et al, 2009 ).

Apesar de ter se passado 16 anos de sua existência, a Saúde da Família ainda é vista como um modelo inovador fundamentado em uma nova ética social e cultural, concretizando o ideário de promoção da saúde, na perspectiva da qualidade de vida do povo brasileiro. Entretanto, sua sustentabilidade requer o estabelecimento contínuo de parcerias intersetoriais articulando ações interdisciplinares de assistência, prevenção e promoção da saúde.

Dentre as ações desenvolvidas pelos profissionais da Saúde da Família emergem as ações educativas como ferramenta essencial para incentivar a auto- estima e o autocuidado dos membros das famílias, promovendo reflexões que conduzam a modificações nas atitudes e comportamentos (MACHADO et al, 2007, p.337).

Fernandes e Germano (2009) afirmam que ações educativas é um eixo aglutinador da missão da Saúde da família. A compreensão é de que a Estratégia Saúde da família

(...) é uma forma para viabilizar uma política de educação em saúde voltada para a construção de mecanismos de participação dos segmentos envolvidos na vida e na saúde: familiares, funcionários, trabalhadores, gerentes e comunidade, facilitando a co-responsabilidade pela condução e funcionamento da saúde, por meio do diálogo e consenso (...). Assim, o usuário ganharia espaço privilegiado, tomando o conceito de saúde como direito e cidadania (Id, p.53).

A lógica de assistência à saúde se desloca do modelo curativo para ações preventivas e reabilitadoras, estabelecendo laços de compromisso entre os profissionais de saúde e os usuários.

Figueiredo (2007) define a Saúde da Família como “um estado ou processo da pessoa como um todo na interação com o ambiente, e a família representa um fator significativo no ambiente. A Saúde da Família deve incluir significativamente o indivíduo e o coletivo” (Id, p.132).

Sousa (2001) considera a Saúde da Família como um projeto estruturante do SUS, e como tal suas bases de vinculação não estão restritas as famílias/comunidades, no primeiro contato, afirmando-se como motor organizativo de todo o sistema de saúde. Diz que a Saúde da Família é uma estratégia que, ao fazer uma ausculta qualificada das reais necessidades e potência das famílias/comunidades, é capaz de agregar um conjunto de projetos/iniciativas com ações ampliadas.

Mendes (1996) no seu livro uma agenda para a saúde, no qual discute a realidade do sistema público de saúde brasileiro, conceitua a Saúde da Família como uma estratégia de organização da atenção primária de saúde. O autor acrescenta que na literatura são encontradas diversas versões para a Saúde da Família como uma prática social e que a expressão “Programa Saúde da Família (PSF)” ainda costuma ser utilizado porque “incontestavelmente, a sigla PSF pegou e constitui hoje, boa marca política para a Saúde da Família. O importante, aqui, é falar de um Programa Saúde da Família sabendo que não é um programa, mas, sim, uma estratégia” (Id, p.273).

Embora rotulado como programa, o Ministério da Saúde considera que a Saúde da Família, por sua especificidade, foge à concepção usual dos demais programas ministeriais concebidos, já que não é uma intervenção vertical e paralela às atividades dos serviços de saúde. Pelo contrário, defende que a Saúde da Família é uma estratégia substitutiva com dimensões técnica, política e administrativa, inovadoras que possibilita integralidade e promove organização das atividades em um território definido, com o propósito de propiciar o enfrentamento e resolução dos problemas identificados (BRASIL, 1997).

Afirmar e reafirmar em todos os lugares que o Saúde da Família não é um

PROGRAMA, foi necessário; ao mesmo tempo, deixar a marca do PSF deu-

lhe visibilidade política, maior espaço para o diálogo com a cultura institucional e popularidade nos meios de comunicação. Pensar e agir como uma ESTRATÉGIA fez do PSF a semente que vem brotando, em todos os

municípios que o adotou, um modelo de atenção à saúde (SOUSA, 2001, p.37).

O discurso Ministerial da Saúde da Família, segundo Pires (2004) vem vocalizando como uma estratégia para a organização da rede básica de serviços de saúde, com repercussões para todo o SUS. “Sem se falar em afirmações mais entusiasmadas que promovem o PSF como estratégia de mudança do modelo assistencial, desconsiderando a profundidade teórico-analítica que isso envolveria”. Entre programa ou estratégia de mudança, a Saúde da Família, segue os mesmos dilemas do SUS, de pretender ser universal e igualitário, numa realidade mercadológica e com pouco poder organizacional dos cidadãos para exigir melhores oportunidades de vida (PIRES, 2004, p.117).

É importante esclarecer que o entendimento da Saúde da Família não se restringe a laços de consanguinidade, mas sim a tessitura da rede de solidariedade que favorece a sobrevivência. Assim, família são aqueles com quem se pode contar – são grupos que se estabelecem a partir de laços, afetivos e morais, de parentesco e vizinhança, que possibilitam a solidariedade, a troca de favores e a manutenção dos hábitos, linguagem e valores culturais. Inclui, portanto, quatro elementos fundamentais: a) Convivência sob o mesmo teto; b) Apoio afetivo; c) Apoio econômico; e d) Socialização.

Sousa (2001) esclarece que “o PSF não é uma ação pontual, é uma rede social que mobiliza, motiva e anima as pessoas/ famílias/comunidades a serem livres e grandes”. Fomenta com as expressões livres e grandes, que cada família brasileira viva “uma luta de vida, uma guerra da paz”, formada por mosaicos de sonhos, lazer, moradia, alimentação, alegria, felicidade, alimentação (...), para além da saúde e com a saúde (Id, p.39).

O conceito de Saúde da família no Brasil, de acordo Goulart (2007) ainda está em formação, devido à realidade brasileira encontrar-se praticadas diversas acepções do programa. “É uma daquelas políticas de saúde que veio para ficar no cenário nacional, rico em novidades, mas muito carente de inovações reais” (Id, p.15).

(...) pode-se dizer que o PSF, no Brasil, possivelmente resulta de complexas influências sociais, políticas e culturais, incorporando diversos e conflituosos elementos ideológicos e conceituais, tendo, como substrato de sua

formação e formulação, contextos simultaneamente globais e locais, societários e institucionais, além de técnicos e políticos. Pode-se dizer, portanto, que o PSF é um produto da assimilação e do embate, contraditórios e altamente dinâmicos, de propostas resultantes da emanação da política central de governo, de caráter prescritivo e fortemente normatizador, verdadeiro projeto para a realidade; ou bem formuladas a partir da realidade, no âmbito dos municípios, de natureza mais criativa e menos normativa (GOULART, 2007, p.16).

A Saúde da Família como toda política social, situa-se em um movimentado cruzamento de princípios e estratégias operacionais, de natureza político-ideológica ou conceitual, sustentada conceitualmente e ideologicamente pelos princípios de equidade, integralidade e universalidade, com o propósito de mudança do modelo da atenção à saúde que passa a ter como núcleo, o cuidado às famílias, sendo as mesmas abordadas e compreendidas a partir do meio onde vivem.

A Estratégia Saúde da Família passa, portanto, a ser um projeto estruturante e provocador de transformações internas no sistema, evidenciando a ruptura, mesmo que gradativa, na dicotomia entre as ações de cunho coletivo e individual, assim como entre as práticas educacionais e assistenciais na política de Atenção Básica de Saúde.

Ao definirmos como uma estratégia organizativa da atenção básica de saúde no Brasil, a Saúde da Família ou o PSF Brasileiro pode significar um processo instituinte de mudanças na atenção à saúde, de reflexão crítica sobre os processos educativos em saúde consoantes com os princípios e diretrizes do SUS e com a política de Atenção Básica de Saúde, por:

I - possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada preferencial do sistema de saúde, com território adscrito de forma a permitir o planejamento e a programação descentralizada, e em consonância com o princípio da eqüidade;

II - efetivar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integração de ações programáticas e demanda espontânea; articulação das ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento e reabilitação, trabalho de forma interdisciplinar e em equipe, e coordenação do cuidado na rede de serviços;

III - desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado;

IV - valorizar os profissionais de saúde por meio do estímulo e do acompanhamento constante de sua formação e capacitação;

V - realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados, como parte do processo de planejamento e programação; e VI - estimular a participação popular e o controle social (BRASIL, 2007, p.14).

De fato, a ESF evidencia a articulação de noções e conceitos do campo da saúde pública e coletiva, que se traduzem em princípios e diretrizes operacionais no âmbito da atenção básica, conformando um modelo de atenção pautado pelo caráter multiprofissional das equipes de saúde, pela utilização do sistema de informação epidemiológica para o planejamento e programação das ações de saúde, pela busca de integralidade das praticas de saúde no desenvolvimento da promoção, prevenção e recuperação da saúde da população e pela organização sistêmica de complementaridade e hierarquização dos serviços na Atenção Básica de Saúde.

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) aprovada pela Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006 caracteriza a Atenção Básica como “um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde” (BRASIL, 2007, p.13).

Ainda de acordo com a PNAB, a Atenção Básica é desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias21 democráticas e participativas, a forma

de trabalho é desenvolvida em equipe, dirigidas as populações de territórios bem delimitados, utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância em cada território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta- se pelos princípios: da universalidade, da integralidade, do vínculo e continuidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (BRASIL, 2007).

Conforme Mendes (1996) é necessário demonstrar que o nível de atenção básica bem organizado constitui precondição para o funcionamento de um sistema eficaz, eficiente e equitativo. Um sistema de saúde orientado pela atenção básica está associado com “menos custos, maior satisfação da população, melhores níveis de saúde e menor uso de medicamentos” (Id, 274).

Para a reorganização da atenção básica a que se propõe a Saúde da Família, reconhece-se a necessidade de reorientar as práticas de saúde através da

21 As práticas gerenciais acima citadas na Portaria Ministerial podem ser compreendidas como o

gerenciamento dos serviços e do trabalho em saúde e as práticas sanitárias como as ações de prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer as possibilidades de viver de modo saudável das populações.

renovação de vínculos de compromissos e de co-responsabilidade entre os serviços, entre os profissionais da saúde e os usuários dos serviços.

A valorização da saúde em detrimento da doença e do hospital, o resgate da relação serviço de saúde pública-usuário, a inclusão de novos princípios, como a promoção da saúde e a participação da comunidade no controle social, propiciam à Saúde da Família posição de destaque na consolidação do SUS.

O campo da saúde na Atenção Básica passa, assim, a ter como parâmetro de determinantes dos níveis de saúde de populações humanas, categorias opostas a prática biologicista (que tem foco na doença; no sujeito individual; no cuidado curativo e reabilitador; nos altos custos diretos e indiretos, sejam econômicos ou sociais; na negação das relações interpessoais constantes e da humanização do cuidado em saúde, restringindo-se a ações unisetoriais). Mas sim, oferece uma atuação centrada nos princípios da vigilância da saúde (BRASIL, 1997) o que significa que a assistência prestada deve ser integral, abrangendo todos os momentos ou dimensões do processo saúde-doença (MENDES, 1996). De modo que com o princípio da integralidade, a ESF deve oferecer prioritariamente assistência promocional e preventiva, sem, contudo descuidar da atenção curativa e reabilitadora.

Pensar na Saúde da Família como estratégia de reorientação do modelo assistencial é sinalizar a ruptura com práticas convencionais e hegemônicas de saúde, assim como a adoção de novas tecnologias de trabalho. Uma compreensão ampliada do processo saúde-doença, uma assistência integralizada e continuada às famílias de uma área adscrita são algumas das inovações verificadas com a ESF (ALVES, 2005).

Cordeiro (1996) afirma que o desenvolvimento de um novo modelo assistencial baseado nos princípios da Saúde da família não implica um retrocesso quanto à incorporação de tecnologias avançadas, conforme a compreensão inicial do PSF que corresponderia a uma medicina simplificada destinada para os pobres; antes disso, tal proposta demanda a reorganização dos conteúdos dos saberes e práticas de saúde, de forma que estes reflitam os pressupostos do SUS no fazer cotidiano dos profissionais. Admite-se, nesta perspectiva, que a Saúde da Família “requer alta complexidade tecnológica nos campos do conhecimento e do desenvolvimento de habilidades e de mudanças de atitudes” (BRASIL, 1997, p.9).

Assim, além dos princípios gerais da Atenção Básica, a estratégia Saúde da Família deve:

I - ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios em que as equipes Saúde da Família atuam;

II - atuar no território, realizando cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional, ações dirigidas aos problemas de saúde de maneira pactuada com a comunidade onde atua, buscando o cuidado dos indivíduos e das famílias ao longo do tempo, mantendo sempre postura pró-ativa frente aos problemas de saúde doença da população;

III - desenvolver atividades de acordo com o planejamento e a programação realizados com base no diagnóstico situacional e tendo como foco a família e a comunidade;

IV - buscar a integração com instituições e organizações sociais, em especial em sua área de abrangência, para o desenvolvimento de parcerias; e

V - ser um espaço de construção de cidadania (BRASIL, 2007, p.23).

A Estratégia de Saúde da Família incorpora os princípios do SUS e se aproxima dos pressupostos da atenção primária em saúde, dimensionados por Bárbara Starfield (2004). Para a autora a atenção está sustentada em quatro eixos básicos: (1) o primeiro contato, (2) a longitudinalidade, (3) a abrangência do cuidado, e (4) a coordenação e a orientação à família e às comunidades, buscando romper com a noção de uma atenção de baixo custo simplificada.

A Unidade Saúde da Família nada mais é que uma unidade pública de saúde destinada a realizar atenção contínua nas especialidades básicas, com uma equipe multiprofissional habilitada para desenvolver as atividades de promoção, proteção e recuperação, características do nível primário de atenção.

As atividades de saúde na Atenção Básica no sistema de saúde brasileiro são desenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) compreendida por:

Integrar ações preventivas, promocionais e assistenciais; integrar profissionais em equipes interdisciplinar e multiprofissional para uma compreensão mais abrangente dos problemas de saúde e intervenções mais efetivas; integrar partes de um organismo vivo, dilacerado e objetivizado pelo olhar reducionista da biomedicina, e reconhecer nele um sujeito, um semelhante a mim mesmo; nisto implica a assimilação do princípio da integralidade em prol da reorientação do modelo assistencial. Esta assimilação deve se processar cotidianamente nos encontros entre profissionais e usuários nos serviços de saúde, lócus de exercício de racionalidades, sejam estas de manutenção do modelo assistencial vigente e hegemônico – marcadamente reducionista, biologicista, individualista, centrado na doença e orientado para a cura – ou de construção de um novo modelo assistencial – integral, humanizado e compromissado com o

atendimento de necessidades e com a garantia do direito à saúde da população (ALVES, 2005, p.43).

A partir do diálogo e intercâmbio de saberes técnico-científicos e populares, dos profissionais e usuários é que se pode construir de forma compartilhada um saber sobre o processo saúde-doença. Esse compromisso e vinculação com os usuários possibilitam o fortalecimento da confiança nos serviços. Por esta circunstância, o modelo dialógico tem sido associado a mudanças duradouras de hábitos e de comportamentos para a saúde, visto serem ocasionados não pela persuasão ou autoridade do profissional, mas pela construção de novos sentidos e significados individuais e coletivos sobre o processo saúde-doença.

Ayres (2001) observa que o reconhecimento de sujeitos está no centro de todas as propostas renovadoras identificadas no setor saúde, dentre as quais encontra-se a Saúde da Família. Podemos, então, mapear esse novo significado dos objetivos da Saúde da Família no diagrama 1.

Diagrama1 - Mapeando os objetivos da Saúde da Família

Democratização Democratização Intersetorialidade Intersetorialidade Fatores de Risco Fatores de Risco Adscrição Adscrição Continuidade Continuidade Integralidade Integralidade Resolutividade Resolutividade Participação Participação controle social controle social cidadania cidadania vínculo vínculo Humanização Humanização Saúde da Família Saúde da Família Democratização Democratização Intersetorialidade Intersetorialidade Fatores de Risco Fatores de Risco Adscrição Adscrição Continuidade Continuidade Integralidade Integralidade Resolutividade Resolutividade Participação Participação controle social controle social cidadania cidadania vínculo vínculo Humanização Humanização Saúde da Família Saúde da Família

De fato, a ESF, apresenta dentre outros objetivos: a) humanização das práticas de saúde por meio do estabelecimento de um vínculo entre os profissionais e a população; b) a democratização do conhecimento do processo saúde-doença, da organização dos serviços e da produção social da saúde; c) o desenvolvimento da cidadania, levando a população a reconhecer a saúde como direito; d) a estimulação da organização da comunidade para o efetivo exercício do controle social; e) intervenção sobre os fatores de risco aos quais a população está exposta; f) prestar, na unidade de saúde e no domicílio, assistência integral, contínua, com resolubilidade e boa qualidade às necessidades de saúde da população adscrita; g) proporcionar o estabelecimento de parcerias através do desenvolvimento da intersetorialidade. (Brasil, 1997). Nota se, a partir desses objetivos, a valorização dos sujeitos e de sua participação nas atividades desenvolvidas nas Unidades de Saúde da Família, bem como na resolutividade dos problemas de saúde identificados na comunidade.

Em nível da atenção preventiva, a Saúde da família prevê o desenvolvimento de práticas de educação em saúde voltadas para a melhoria do auto-cuidado dos indivíduos. Estas devem ser desenvolvidas por todos os profissionais em seus contatos com indivíduos sadios ou doentes, conforme definição de suas atribuições básicas. Verifica-se, desta maneira, que a prática educativa na ESF não conta necessariamente com um espaço restrito e definido para seu desenvolvimento, antes disso adverte-se os profissionais que devem oportunizar seus contados com os usuários para “abordar os aspectos preventivos e de educação sanitária” (BRASIL, 1997, p.15).

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