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Saúde e segurança no setor e impactos ambientais

No documento Rochas Ornamentais (páginas 42-47)

Da análise de riscos efetuada por Pereira et al. (1999) pode-se deduzir que as

operações que fazem parte do processo produtivo da indústria de transformação de rochas ornamentais têm associados três principais tipos de riscos no que diz respeito a acidentes de trabalho:

 Riscos mecânicos

Os riscos mecânicos estão relacionados com o movimento de objetos de trabalho, máquinas, ferramentas e outros instrumentos de trabalho, que devido à energia mecânica que possuem ou que podem originar, são susceptíveis de provocar acidentes. Estes podem ser causados, por exemplo, devido a falta de estabilidade, ruptura em serviço, queda e projeção de objetos, superfícies, arestas e ângulos, variações de velocidade e rotação, elementos móveis, mau estado do piso, obstáculos nas vias, pisos escorregadios, largura de vias inapropriada, falta de vedação. Em resultado destes fatores podem ocorrer quedas de pessoas, quedas de objetos, marchas sobre objetos, choque contra objetos, pancadas de objetos, esforços excessivos ou movimento em falso, etc.

O risco elétrico pode ser definido como a exposição provocada pela presença de eletricidade. Este se caracteriza quando dois pontos do corpo ficam em contacto com potenciais elétricos distintos.

Na transformação de rochas ornamentais os equipamentos são praticamente todos movidos a energia elétrica. Assim, os acidentes podem ocorrer devido a negligência da pessoa, defeito de isolamento, desconhecimento por parte da pessoa, falta de sinalização, local desprotegido, etc.

 Riscos químicos

Relativamente aos acidentes de trabalho, os riscos químicos nesta atividade resultam essencialmente da utilização de colas, e outras substâncias irritantes e sensibilizantes, na fase de acabamentos do processo de transformação das pedras naturais, e da manipulação de alguns produtos de limpeza e substâncias utilizadas na maquinaria (combustíveis e lubrificantes). Contudo, os riscos químicos quando comparados com os anteriores têm um peso muito diminuto. Não obstante, devem ser considerados de modo a evitar eventuais lesões nos olhos, lesões nas vias respiratórias, queimaduras, incêndios e explosões.

 Além disso, vale destacar que o pó produzido pela serragem (figura 5.1) das rochas causa uma doença chamada silicose, que é provocada pela poeira da sílica que aspirada pelo funcionário provoca fibrose intersticial no pulmão. Com o processo de corte com fio diamantado esses problemas podem ser minimizados, já que ocorre uma redução importante na geração de resíduos melhorando assim o ambiente de trabalho (ROCHAS DE QUALIDADE, 2004 apud COIMBRA FILHO, 2006), visto que o processo é totalmente automatizado e durante o corte é usado apenas água gerando menos impacto negativo ao meio ambiente e ao trabalhador.

 Ainda em relação à saúde e segurança do trabalho o processo em questão se realiza com um nível reduzido de ruído, gerando menos stress tanto para os trabalhadores da empresa quanto para a população próxima.

Figura 5.1 - Poeira gerada na perfuração (Mineracan, 2013)

Já na área ambiental a lavra dos blocos pode causar: a desordem da superfície, retirada da vegetação (figura 5.2), remoção do solo, geração e acomodação de rejeitos de forma imprópria, criação de estradas sem planejamento, degradação do ao redor da lavra, principalmente em terrenos arrendados, aumento do índice de poeira e a poluição sonora, impacto visual (figura 5.3), efluentes líquidos (esgoto doméstico, óleos lubrificantes originários da manutenção das máquinas e equipamentos e produtos de limpeza), poluição atmosférica (poeiras e fumaça, geradas pelas frentes de lavra com as explosões, pelas máquinas perfuratrizes, pelo

“flame jet”, por veículos automotores com seus deslocamentos e combustão de

motores ao redor das cidades e dentro dos seus limites), poluição sonora (provocados pelos equipamentos de desmonte da rocha como: maçaricos (flame  jet), perfuratrizes, detonações, veículos pesados e a circulação constante de caminhões dentro dos limites das cidades, vibrações (causadas pelas detonações, percussões de equipamentos de sondagens  –  perfuratrizes e marteletes

Figura 5.2 - Exemplo de lavra impactante, com grande geração de rejeito (DNPM 2003)

Figura 5.3 - Início de uma lavra com os trabalhos preliminares de remoção do solo (DNPM 2003)

6. Conclusão

Nesse trabalho foi visto que os produtos utilizados em revestimento apresentam-se como uma das áreas mais promissoras em relação a negócios do setor mineral e a demanda por rochas ornamentais têm crescido muito nos últimos anos, devido ao advento da construção civil, sua principal aplicação. Para suprir essa demanda, a produção aumentou, houve também um desenvolvimento tecnológico, porém, são necessários estudos e investimentos nesse setor e aprimoramento das técnicas utilizadas. Em geral, os processos de lavra e beneficiamento ainda são praticados sem planejamento sistemático e controle, resultando em má utilização dos equipamentos, desperdícios, altos custos de produção, problemas de segurança na operação e graves impactos ambientais.

REFERÊNCIAS

 MENEZES, Ricardo Gallart (2005) - Rochas Ornamentais e de Revestimento:

Conceitos, Tipos e Caracterização Tecnológica.

 ALMEIDA, S. (2006) Lavra, artesanato e mercado do esteatito de Santa Rita

de Ouro Preto, Minas Gerais. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós Graduação em Engenharia Mineral). Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto. 121p.

 CHIODI FILHO, C. (1995) Aspectos técnicos e econômicos do setor de rochas

ornamentais. (série estudos e documentos  –  28) CNPq/CETEM  –  Rio de

Janeiro. 75p.

 VALADÃO, G. E. S., Dutra, J. I. G., Galéry, R., Morais, B. F., Braga, G. P,

Oliveira, M. M. (2010) Quartzito no parque nacional da serra da Canastra e seu entorno  –  Relatório Final. DEMIN (Departamento de Engenharia de

Minas), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

 ALENCAR, C.R.A.; CARANASSIOS, A.; CARVALHO, D. (1996). Tecnologias

de lavra e beneficiamento de rochas ornamentais. Série estudos econômicos sobre rochas ornamentais, v. 3. 225 p. Instituto Euvaldo Lodi-FIEC/CIEL, Fortaleza.

 Explotaciones de roca ornamental – Universidade Politécnica de Madrid

 IDEMBURGO, Karina. ESTUDO DO CORTE DE ROCHAS ORNAMENTAIS

UTILIZANDO DISCO DIAMANTADO. Disponível em:

<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/CMBC- 8UHP56/disserta__o_karina_idemburgo.pdf?sequence=1>. Acesso em: 26 fev. 2014.

 NUNES, Rogério. Autor: Rogério Nunes Acidentes de Trabalho na

Indústria Transformadora de Rochas Ornamentais da Região de Pero

Pinheiro. Disponível em:

<http://comum.rcaap.pt/bitstream/123456789/1310/1/ACI.pdf#page=53&zoom =auto,0,128>. Acesso em: 26 fev. 2014

No documento Rochas Ornamentais (páginas 42-47)

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