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Salas Independentes

No documento Palmas, eu longe/gosto de tu! (páginas 63-65)

cinematográfica

2.2. Exibição Não Comercial

2.2.3. Salas Independentes

Finalmente, o Tocantins contabiliza ainda 3 salas independentes de exibição cinematográfica: 2 localizadas na capital Palmas (Cine Cultura de Palmas e Cine Sesc – TO) e uma na cidade de Gurupi (Cine Sesc – TO).

Construído em 1996, o Cine Cultura de Palmas não era para ser uma sala exclusiva para projeções de filmes, mas parte integrante do Espaço Cultural de Palmas, um local que abriga um teatro, salas de dança e música, ateliê para as artes visuais e biblioteca. Aos poucos, foi sendo transformado em uma sala de cinema, nomeadamente com a chegada do projetor de películas de 35 mm, que foi dando ao espaço um caráter de cinema.

Nesse processo, a sala passou por duas reformas nesses 20 anos: uma em 2006 e outra em 2013, sendo a última uma solicitação da Ancine para digitalizar a sala, que foi reinaugurada no ano de 2015. Atualmente a sala é montada com tecnologia digital 2K, sonorização 5.1 e possui 170 lugares. Apesar de estar cadastrada na Ancine desde 2007, somente em de 2016 que o Cine Cultura entrou no mapa das salas de cinema da Ancine, reconhecido como uma

26 O programa Mais Cultura foi lançado em 2007 e reconhece a Cultura como uma necessidade básica,

como educação, saúde, alimentação, moradia e o voto, portanto o governo incorpora a Cultura na sua agenda social, com status de política estratégica de estado para atuar na redução da pobreza e da desigualdade social. Dentro deste programa foram realizadas ações como o Cine Mais Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual através do Minc, o Mais Cultura nas Escolas e nas Universidades em parceria com o Ministério da Educação. Com informações http://www.cultura.gov.br/mais-cultura. Acesso em 24/04/17.

sala de cinema independente, se tornando roteiro no circuito das mostras e festivais nacionais.

De acordo com a técnica em audiovisual Elisângela Dantas, responsável pelo Cine Cultura, para obter o registro, o Cine Cultura precisou regularizar a sua programação e estar alinhada com as normas de digitalização das salas de cinema estabelecidas pela Ancine. Segundo ela, a única norma que ainda não está em conformidade com as exigências da Ancine é a digitalização da bilheteria.

Sobre a programação do Cine Cultura, também responsabilidade da servidora Elisângela Dantas (paraense), o espaço faz jus ao título de uma sala independente. Conforme explicou Dantas, a programação da sala sempre está alinhada aos grandes festivais de cinema, dando preferência para os filmes premiados, no intuito de fazer chegar à Palmas filmes fora do circuito comercial, observando os anseios da opinião pública sobre o que a população gostaria de assistir e preservando os filmes de caráter regionais. No ano de 2016, o Cine Cultura conseguiu lançar 19 filmes nacionais simultaneamente com os outros cinemas, acompanhando o calendário de exibição nacional.

O Cine Sesc27 – TO possui duas salas de cinemas, sendo uma em Palmas inaugurada em 2008,

com 94 assentos, e outra em Gurupi, inaugurada em 2011, com 102 assentos. Ambas salas possuem suporte digital e sonorização 5.1, e também funciona como um auditório, possuindo um pequeno palco. O Cine Sesc prevê a inauguração de uma terceira sala de cinema em Araguaína, ainda no primeiro semestre deste ano, com as mesmas especificações da sala de Gurupi.

Anterior as salas de cinema, o Sesc TO já realizava algumas atividades voltadas para o audiovisual, dentre elas está o projeto Sesc Lê, que é um projeto voltado apara alfabetização adulta, em que o cinema é utilizado como uma ferramenta do processo, contribuindo para a formação com senso crítico, além de oferecer oficinas para profissionais e crianças, debates com realizadores fazendo parte da política cultural de apoio e fomento da produção local.

A curadoria dos filmes que serão licenciados é da responsabilidade do Departamento Nacional, que após aquisição das licenças é distribuído o catálogo de filmes para os promotores regionais realizarem as mostras com os filmes disponíveis no catálogo nacional. Sobre as aquisições dos filmes, o promotor regional do Cine Sesc TO, Luiz Menezes (mineiro), afirma que as licenças adquiridas são de filmes que estão fora do circuito comercial. As licenças dos filmes têm o prazo de 2 anos e são exibidas em todas as salas de cinema do Sesc de acordo com a mostra realizada por cada promotor regional. Devido a entrada ser gratuita,

27 Serviço Social do Comércio é uma instituição privada mantida pelos empresários do comércio de bens,

turismo e serviços e tem como objetivo proporcionar o bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores deste setor e sua família. A instituição está presente em todos os estados do país e promove ações no

as negociações com as distribuidoras sempre são a custos mais baixos, mas de acordo com o promotor regional do Sesc TO, isso pode variar por distribuidora. Paralelo a isso, cada regional possui autonomia para licenciar outros filmes que não estejam no catálogo, como por exemplo os filmes que são produzidos no Tocantins. Luiz Menezes reforça que os filmes licenciados pelo Departamento Nacional possuem uma linguagem que formam a identidade do Cine Sesc.

Sobre as programações nas salas do Cine Sesc TO, o promotor regional declarou que as mostras são organizadas de acordo com o país de produção dos filmes, como foi a mostra de Cinema Alemão, ou por realizadores, no caso da Mostra Akira Kurosawa, ou por temas que dialoguem entre os filmes selecionados, como a “Mostra Água que nos une, água que nos separa de nós mesmos”, realizada em março de 2017.

No que tange ao apoio a produção cinematográfica no Tocantins, a sala promove mostras e lançamentos de filmes tocantinenses sempre valorizando a produção local. Como é o caso dos filmes Labirintos de Papel (2015) e Ouça-me (2015), ambos de André Araújo e Roberto Giovanetti (mineiro), que circularam no programa Amazônia das Artes do Sesc. A sala recebe também os principais festivais de cinema rotativos do país, como a Mostra dos Direitos Humanos, o Festival do Minuto, Dia Internacional da Animação, dentre outros.

Contudo, os festivais de cinema, os cineclubes e as salas de cinema independentes ainda não são suficientes para garantir a exibição dos filmes tocantinenses, no caso dos festivais seja devido à falta de apoio público, dos cineclubes de interesse da comunidade, e das salas de cinema independentes o interesse dos próprios cineastas. Todavia uma alternativa que tem sido recorrida principalmente pelos realizadores é a publicação dos seus filmes em plataformas de vídeo online como Youtube ou Vímeo. Dos filmes mapeados, é possível constatar que mais de 95% das produções estão disponíveis para assistir de forma online.

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