• Nenhum resultado encontrado

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-EMPÍRICA

3 ÁREA DE ESTUDO

3.1 Caracterização da Ilha de Santa Catarina

3.1.7 Saneamento básico

O saneamento básico compreende os serviços de abastecimento de água, esgoto sanitário, limpeza pública e coleta de lixo, o qual desempenha importante papel tanto na conservação ambiental como no bem estar social. Esses serviços se prestados com eficiência, contribuem para promover e garantir as condições ambientais necessárias à qualidade de vida e à saúde da população.

3.1.7.1 Abastecimento de Água

Abastecendo-se através das bacias do rio Vargem do Braço e Cubatão, Florianópolis, trata sua água em Morro dos Quadros, no município de Santo Amaro da Imperatriz.

O sistema de tratamento Pilões-Cubatão abastece a parte continental da cidade e na Ilha os bairros de Saco dos Limões, Agronômica, Trindade, Córrego Grande, Centro e parte do trajeto ao norte até Sambaqui.

As demais regiões como, Ingleses, Canasvieiras, Jurerê, Daniela, São João do Rio Vermelho, Ratones e Vargem Pequena são abastecidas através do sistema formado por poços, Costa Norte, com uma vazão de 270 litros/s.

Enquanto, o sistema de abastecimento de água Costa Leste-Sul, que utiliza o manancial da Lagoa do Peri, cobre as regiões da Barra da Lagoa, Lagoa da Conceição, Rio Tavares, Campeche, Pântano do Sul, Armação e Ribeirão da Ilha.

Verifica-se que nem todas as áreas urbanas são atendidas com sistemas de distribuição de água potável, como é o caso do Sul da Ilha, da região ao longo da rodovia SC 401, Ratones, Morro da Lagoa e Ingleses.

As comunidades carentes se abastecem de água, na maioria das vezes, da rede geral, sem ligações individuais aos domicílios. Destaca-se, o exemplo da região do Saco Grande II, onde o abastecimento é improvisado através de mangueiras com captação proveniente de cachoeira ou através de ponteiras, sem controle sanitário

da qualidade da água (CECCA, 2001).

3.1.7.2 Esgoto

Os esgotos sanitários são constituídos essencialmente de despejos domésticos, uma parcela de águas pluviais, águas de infiltração e, eventualmente uma parte dos despejos de poucas industriais.

A rede de esgotos para água servidas e cloacais da Ilha teve sua construção em 1913, com a exclusão das águas das chuvas, sendo inaugurada em 1916.

Em 1923 o sistema começa apresentar problemas devido ao grande número de ligações de águas pluviais indevidamente realizadas. Em 1951 a estação de tratamento é desativada, e o esgoto jogado in natura ao mar.

Relata Silva (1989), que a partir de 1960 ocorre o aumento da percentagem atendida pela rede de esgotos na área central, com o incremento da construção civil ocupando terrenos vagos com edifícios com mais de 03 (três) pavimentos.

Em 1970, torna-se mais acentuado o atendimento a rede de esgotos na área central, sendo que com o aumento começou a ocorrer alguns problemas de refluxo do esgoto, causando transtornos principalmente em dias de chuva. Com a falta de sistemas adequados, acentuaram-se os impactos ambientais, retratados pelo altos índices de contaminação verificados nas águas das praias da área central da Ilha, destacando-se as baías norte e sul.

Em 1978 retomaram-se medidas estruturais significativas em Florianópolis através da CASAN, concluídos os projetos em 1979. A situação tornara-se um tanto alarmante nas duas baías e nas praias, criando-se a necessidade da realização de pesquisas que visassem a adoção de sistemas alternativos de tratamento de esgotos, na qual viesse adequar-se aos volumes de efluentes brutos a serem tratados, compatibilizados com o clima, padrões ecológicos estabelecidos, baixo custo e facilidade de manutenção e operação.

Menciona o referido autor que a especulação imobiliária transcende os níveis mínimos de qualidade do ambiente em prol da racionalidade econômica. Explora-se ao máximo o espaço urbano, para depois ou talvez nunca se preocupar com os esgotos que são produzidos nos empreendimentos imobiliários. Os empresários, a procura da máxima rentabilidade, limitam o problema de esgotos efetuando apenas

a descarga em qualquer lugar. Hesitam em implantar sistemas individuais de tratamento, pelo fato de ocuparem um espaço considerável em seus lotes, elevando o custo da obra além da demanda de cuidados operacionais.

a irracionalidade de forma imediatista da ocupação do solo atinge as raias da incoerência, visto que o processo se desenvolve com total ignorância ou desprezo pelo que ocorre ou ocorrerá a sua volta. Com o objetivo maior de explorar com exaustão os recursos disponíveis, omite-se a implantação de dispositivos que possam atenuar os impactos ambientais nas áreas urbanas (SILVA, 1989).

Nas áreas periféricas da cidade, onde predominam urbanização expontânea, o quadro de saneamento ainda é mais crítico. A população convive com o lixo e os esgotos que são dispostos, em sua maioria sobre o solo, ou lançados em valas a céu aberto. Esta situação vem a piorar nas épocas de chuva com a obstrução das valas, as águas invadem os terrenos, as vias de acesso e as próprias casas.

Silva (1989) pesquisando os esgotos sanitários de Florianópolis conclui que o serviço de esgoto tem sido atendido de forma sinuosa e precária ao longo dos anos, a partir de sua implantação, não acompanhando o crescimento demográfico e as demandas geradas pelo próprio processo de urbanização.

Em 1992 iniciaram as obras do tratamento dos esgotos da Ilha, compreendendo a Agronômica, Centro, Prainha, José Mendes e parte do Saco dos Limões, desaguando águas cinzas ou negras na baía ou no mangue até 1996.

Inaugurada a primeira etapa do Sistema Insular de Esgoto Sanitário em 1996, o sistema alcança o bairro da Trindade conectando-se com o Saco dos Limões em sua fase final. O sistema é estimado em atender cerca de 225 mil pessoas, prevendo a saturação para 2012 (CECCA, 2001).

Conforme o mesmo autor:

grande parte dos esgotos segue escoando clandestinamente pela rede pluvial. Esse problema ocorre tanto nas áreas de populações mais pobres que ocupam as encostas do Morro da Cruz, como também em várias casas e prédios de áreas nobres (CECCA, 2001 p.10).

Apesar da metade dos moradores terem acesso à rede de esgotos, as irregularidades são tantas se criando um problema grande, que a Câmara de Vereadores de Florianópolis aprovou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Saneamento.

O MP (2003) relata que a Comissão Parlamentar de Inquérito do Saneamento serve para investigar a situação do Sistema de Saneamento Básico em algumas

Documentos relacionados