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Investir em obras de saneamento gera empregos e aumentam a renda econômica. Segundo o coordenador de comunicação do Instituto Trata Brasil, Rubens Filho “O saneamento básico é um dos fatores determinantes para a economia de um país e, infelizmente, o Brasil ainda tem indicadores dos séculos 18 e 19 na área.[...]” (EXAME, 2018).

O trabalhador que possui acesso à rede de esgoto é capaz de elevar a sua produtividade em 13,3%, provocando um aumento de sua renda nos mesmo índices. O cálculo é que a massa de salários, que no ano de 2010 girava por volta de R$ 1,1 trilhão, aumenta-se em 3,8%, gerando um ganho na renda de R$ 41,5 bilhões a cada ano (G1, 2010).

Totalizando os investimentos em saneamento no país mantiveram em torno de 142 mil empregos a cada ano e geraram R$ 11,025 bilhões a cada ano de renda na

economia nacional, dentre os anos de 2005 a 2015, observados na tabela 4. Ou seja, a cada R$ 1.000,00 investidos em obras de saneamento, gerou-se uma renda de R$ 1.190,00 na economia, essa relação mostra o efeito positivo na multiplicação da renda através de investimentos em saneamento (TRATA BRASIL, 2018).

Tabela 4 – Renda e empregos diretos, indiretos e induzidos no Brasil, média anual de 2005 a 2015

Fonte: Instituto Trata Brasil, 2018

Com a universalização do saneamento básico, em um período de 20 anos os benefícios econômicos e sociais poderiam alcançar o montante de R$ 537 bilhões (G1, 2017).

Reduzir casos de internações causadas por infecções gastrointestinais através da universalização do saneamento básico ocasionaria uma grande diminuição de gastos para o SUS. Reduzindo em no mínimo 74,6 mil casos por ano ocasionaria uma economia de R$ 27,3 milhões anualmente, conforme pode ser observado na tabela 5, sendo 52,3% no Nordeste e 27,2% no Norte, os outros 20,5% restantes englobam as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país (CEBDS; TRATA BRASIL, 2014).

Tabela 5 – Internações que poderiam ser evitadas com a universalização do saneamento

Fonte: Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, 2014

O saneamento é capaz de valorizar atividades econômicas que necessitam de condições ambientais adequadas para seu funcionamento, como, por exemplo, o turismo. A renda perdida com as atividades turísticas subdesenvolvidas chegou aproximadamente a R$ 9,443 bilhões em 2015. Desse total, R$ 5,816 bilhões deixaram de ser gerados através do trabalho e R$ 3,627 bilhões de lucros em impostos que não foram arrecadados devido a deterioração ambiental de áreas por ausência de saneamento básico (TRATA BRASIL, 2018).

Durante os anos de 2005 e 2015, assim observados na tabela 6, os ganhos passaram os gastos em R$ 146,7 bilhões, mostrando benefícios expressivos para a sociedade brasileira podendo ser atribuídos ao avanço do saneamento (TRATA BRASIL, 2018).

Tabela 6 – Custos e benefícios da expansão do saneamento no Brasil entre 2005 e 2015

4 METODOLOGIA

Este trabalho visa dimensionar uma estação de tratamento de esgoto doméstico capaz de suprir a demanda do município de Casca-RS. Para que se possa decidir quanto ao tipo de processo a ser usado no tratamento das fases liquida e sólida, é preciso buscar, principalmente, um equilíbrio entre critérios técnicos e econômicos, com a avaliação das eficiências quantitativas e qualitativas de cada alternativa (VON SPERLING, 1996).

Von Sperling (1996) lista os principais itens que julga necessários analisar conforme a classificação de cada país. Ao observar a figura 12, percebe-se que em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, é fundamental levar em conta quatro critérios: Custo de operação; Custos de implantação; Sustentabilidade e Simplicidade.

Figura 12 – Aspectos importantes na seleção de sistemas de tratamento de esgotos em países desenvolvidos e em desenvolvimento

A METODOLOGIA utilizada para o estudo está demonstrada no fluxograma da figura 13.

Figura 13 – Fluxograma de estudo do problema

Fonte: Autor, 2019 Revisão Bibliográfica Definição de parâmetros, através de bibliografias relevantes, para dimensionamento Dimensionamento • Através dos métodos de dimensionamento de Marcos Von Sperling para Lagoa Aerada de Mistura

Completa e Lagoa de Decantação. (2006).

Discussão de Resultados

5 MÉTODOS E RESULTADOS

Antes de dar início a qualquer dimensionamento ou modelo de tratamento, é necessário estabelecer com o entendimento de qual será o objetivo do tratamento dos esgotos, além do grau que será necessário para processar o mesmo (VON SPERLING, 1996).

Proveniente de residências, os esgotos domésticos são compostos basicamente por: águas cinzas (provenientes do banho e de lavatórios), excretas, algumas vezes por restos de comida, sabão, detergentes e águas de lavagem (FNS, 2006).

A produção de esgoto está atrelada ao consumo de água, desse modo pode sofrer alterações a depender da estação do ano, dia e horário. Tais mudanças normalmente, são elevadas em pequenas comunidades ao invés de grandes comunidades e também mais altas em curtos períodos ao invés de longos períodos (MACKENZIE, 2010).

A Norma Brasileira (NBR)12209/2011 – Elaboração de projetos hidráulicos- sanitários de tratamento de esgotos sanitários, estabelece 4 fases de tratamento, sendo elas:

 Tratamento Preliminar;  Tratamento Primário;  Tratamento Secundário;  Tratamento Terciário.

Segundo Von Sperling (1996), cada uma dessas fases de tratamento possui um objetivo diferente, sendo que no tratamento preliminar o objetivo é apenas de remover os sólidos grosseiros, já no tratamento primário tem por função remover os sólidos sedimentáveis, além de parte da matéria orgânica. Nestes dois processos os mecanismos físicos são predominantes na remoção dos poluentes. No tratamento secundário, os mecanismos biológicos prevalecem, pois, o objetivo principal é a remoção da matéria orgânica e em alguns casos nutrientes como nitrogênio e fósforo. Já o tratamento terciário, raramente empregado no Brasil, tem por objetivo a eliminação de poluentes na maioria dos casos tóxicos ou então compostos não biodegradáveis. Em outros casos, visa a eliminação de poluentes não removidos de forma suficiente no tratamento secundário.

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