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3.1 Breve histórico da relação saneamento, saúde e ambiente

3.1.3 Saneamento e comunidades quilombolas

A palavra “quilombo”, de etiologia bantu, quer dizer acampamento guerreiro na floresta. Esse termo foi utilizado no Brasil pela administração colonial, estando presente em suas leis, relatório, atos e decretos. Quilombo se referia às unidades de apoio mútuo criadas

pelos rebeldes ao sistema escravista e às suas reações, organizações e lutas pelo fim da escravidão no país (FREITAS et al., 2011). Durante o processo de redemocratização brasileira nos anos 1980, reafirmava-se o “quilombismo” como um movimento político não segregacionista e, na Constituição Federal de 1988, foram criados direitos territoriais específicos para os remanescentes de quilombo (FREITAS et al., 2011; CARVALHO, 2015). Cabe ainda notar que Decreto Presidencial nº 4887, de 20 de Novembro de 2003, determina que a caracterização das comunidades remanescentes de quilombos é atestada mediante autodefinição da própria comunidade (BRASIL, 2003).

As áreas remanescentes de quilombos se apresentam distribuídas por todas as regiões brasileiras, estando catalogadas um total de 2.790 comunidades em panoramas regionais bem distintos (ANJOS, CIPRIANO, 2007). A Figura 11 apresenta a distribuição das terras quilombolas no território nacional, tituladas ou em processo de titulação no INCRA em 2015.

Figura 11. Terras Quilombolas tituladas e em processo no INCRA.

Fonte: Andrade, 2015.

Infelizmente, a literatura específica sobre condições de saneamento em comunidades quilombola ainda se mostra escassa, são poucos trabalhos que abordam a temática

quilombola e, dificilmente, apresentam o saneamento enquanto temática principal. Quando existentes, em sua maioria, apontam situações precárias de saneamento. Tal indagação também é abordada nos trabalhos de Silva (2016) e Vilela (2016), que também desenvolveram trabalhos dentro do arcabouço teórico-metodológico da pesquisa-ação, na busca da definição de soluções de abastecimento de água e sua autogestão, na comunidade quilombola de Lagedo, em São Francisco – MG. Ambos os autores evidenciaram a importância da participação social em contextos rurais e com populações quilombolas como forma de reverter a situação crítica dessas populações no que tange ao saneamento e direitos correlacionados.

No que toca ao acesso à saúde nas comunidades quilombolas, para Vieira e Monteiro (2013) este é ainda um grave problema, enredado por questões de exclusão-inclusão, desigualdade-igualdade, iniquidade-equidade, do gerenciamento do sistema sanitário e do respeito à cultura e identidade étnica. Na visão desses autores, são necessárias políticas públicas que busquem a inclusão desses grupos étnicos, dando voz aos indivíduos que os compõe de forma a legitimar suas reivindicações, tornando efetivas ações que completam o ciclo da responsabilidade social do Estado (VIEIRA, MONTEIRO, 2013). De forma similar, Nery (2004) aponta que soluções de saneamento em comunidades quilombolas devem promover o desenvolvimento e a auto sustentabilidade dessas comunidades, ao mesmo tempo preservando sua territorialidade e identidade cultural.

Tais registros e, inclusive, a falta deles, sobre saneamento em comunidades quilombolas, evidenciam a necessidade de realização de trabalhos que perpassem a esses temas e que contribuam para garantir o direito ao saneamento a essas populações.

4 ÁREA DE ESTUDO

A comunidade quilombola do Córrego do Meio (CM) se localiza na zona rural de Airões, distrito do município de Paula Cândido, na microrregião de Viçosa, Zona da Mata mineira (Figura 12).

Figura 12. Localização da comunidade do Córrego do Meio, município de Paula Cândido, Minas Gerais.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Na comunidade, distribuem-se aproximadamente 57 famílias que espacialmente se subdividem em agrupamentos de casas ou vilas, orientados e delimitados por uma rede hidrográfica de córregos. De fato, essa divisão é socioespacial, sendo os agrupamentos também conhecidos pelos nomes das respectivas matriarcas - todas falecidas: Córrego Satina- Cabiceira, (Vila Dona Clementina); Córrego Gabriela; Córrego Jerônimo/ Córrego Sá Chiquinha, além da ocupação mais dispersa ao longo do curso d‟água central, o próprio Córrego do Meio (CM). Este último recebe os referidos afluentes na parte mais baixa da comunidade, que escoa em direção à Airões (MARQUES, 2016).

As referidas matriarcas são exemplos da expressão da ancestralidade vinculada à saúde na comunidade do CM. Elas foram (e mesmo depois de falecidas continuam sendo)

mulheres importantes para a comunidade, em decorrência, principalmente, dos conhecimentos e sabedorias aplicados aos cuidados com a saúde. Gabriela era a benzedeira da comunidade; Dona Clementina possuía conhecimentos sobre o preparo e manejo do óleo da mamona, utilizado para diferentes fins medicinais e Dona Chiquinha ou Francisca Bárbara de Jesus era a parteira da região, quem realizou boa parte dos partos das comunidades de Airões e do Córrego do Meio e em sua homenagem o distrito de Airões batizou o posto de saúde com o seu nome (MARQUES, 2016).

Ainda sobre a divisão socioespacial da comunidade, outras nomenclaturas também são utilizadas para identificar os diferentes segmentos de seu território, assim como: Cabiceira, Grota, Córrego do Meio e Buraco; ou como forma de desvincular a comunidade ao território de Airões, referenciam-na como “o vale que sobe o córrego do Meio” (MARQUES, 2016). Interessante observar que a disposição dos recursos hídricos somado a elementos de uma bacia hidrográfica e do ambiente como um todo são as referências principais para essa comunidade enquanto orientação espacial, o que também revela aspectos culturais sobre a mesma. Marques (2016) suscita que a utilização dessas referencias é uma forma de delimitação das fronteiras da comunidade e, então, afirmação à territorialidade. Bem como observado por Ribeiro e Galizoni (2003, p.135) sobre as comunidades rurais do Vale do Jequitinhonha, em que suas populações utilizam os recursos hídricos como “referência na sociabilidade e identidade, na delimitação do território e localização da população.”

A Figura 13 apresenta a distribuição populacional da comunidade ao longo da bacia hidrográfica do córrego do Meio e das suas subdivisões. Essa ilustração contribui para melhor compreensão da supracitada divisão socioespacial e para o entendimento dos procedimentos realizados neste trabalho, que serão detalhados nos próximos itens deste documento.

Figura 13. Delimitação das sub-bacias hidrográficas e distribuição da população na Comunidade do Córrego do Meio.

Fonte: OLIVEIRA, (2018). 11

Grande parte dos moradores da comunidade do CM vivem em terras herdadas de seus antepassados, o que contribuiu para uma distribuição populacional marcada por laços de descendência, o que é evidenciado, principalmente, na Vila Clementina e no Córrego Sá Chiquinha (MARQUES, 2016). A característica territorial de parentesco pode ser observada a partir da organização espacial interna de ambas as vilas, como por exemplo, devido a presença de poucas cercas e, quando existentes, apresentam altura baixa. Essa configuração permite caminhar internamente entre os terrenos, revelando a intimidade e a proximidade entre os moradores–parentes. Outro traço que está relacionado, refere-se ao adensamento populacional de ambas as vilas (evidente na Figura 13), o qual, provavelmente, foi resultado da partição dos terrenos pelas famílias por gerações consecutivas, concomitantemente ao crescimento populacional.

A relação de parentesco não se restringe às duas vilas referenciadas, ela também ocorre nas demais parcelas da comunidade, entretanto, não de forma notória e prevalente

11 Mapa elaborado por Guilherme de Castro Oliveira, 2018.

Distrito de Airões

como descrito para as outras duas. Existem algumas poucas propriedades de posse de pessoas de fora, que se concentram nas áreas próximas ao córrego do Meio ou ao córrego Gabriela, onde também se observa maior espaçamento entre as casas. Esses terrenos, em grande parte, são utilizados para atividades agropecuárias e/ou como casas de final de semana, o que indica que a maioria de seus proprietários não reside na comunidade.

Há ainda outros fatores influentes na organização social e físico-territorial da comunidade, localizados em sua circunvizinhança. Como exemplo, as extensas áreas de plantio da monocultura de eucalipto que se expandem ao longo das fronteiras da comunidade e, eventualmente, algumas parcelas adentram seu interior (MARQUES, 2016). Essa atividade e sua distribuição vêm gerando certo “tensionamento velado” na comunidade, pois contrariamente, muitos de seus moradores se ocupam da agricultura familiar ou como trabalhadores(as) avulsos, por exemplo, na tradicional colheita do café, modos de cultivos que mais se aproximam da concepção de sistemas agroecológicos. Há, ainda, outro “tensionamento” que torna essa ruralidade um tanto complexa, referente à proximidade com o contexto urbano, seja pela confrontação com o distrito de Airões, seja porque várias pessoas da comunidade trabalham na “cidade”, principalmente em Viçosa.

Ao mesmo tempo em que a comunidade do Córrego do Meio apresenta fortes características tradicionais, permeada de saberes locais, modo de vida e dinâmicas culturais próprias (MARQUES, 2016), incorpora aspectos externos que contribuem para uma heterogeneidade em sua composição e organização social-físico-territorial. Isso certamente traz desafios à mobilização comunitária, de uma forma geral e, provavelmente, à agenda quilombola.

Ao ampliar o olhar para as características preponderantes de ocupação e formação social das áreas rurais da região onde a comunidade se insere, identificam-se semelhanças, inclusive, aos fatores aqui associados à heterogeneidade do CM, contribuindo para a melhor compreensão de seu contexto. A título de exemplo, em Brasil (2018) se apresenta o panorama do saneamento básico nas áreas rurais do país e entre as caracterizações apresentadas se encontram recortes por macrorregião e por bioma. No caso da comunidade do Córrego do Meio, quando sobrepõe ambos recortes (sudeste e mata atlântica), tem-se a região mais populosa, com a maior área de urbanização do país e como atividade desenvolvida no espaço rural, destaca-se a agricultura familiar. Complementarmente a essa análise, a pesquisa publicada pelo IBGE em 2016 sobre silvicultura, revela que Minas Gerais é o estado onde se concentra a maior área plantada de eucalipto no país. Nesse sentido, é importante reconhecer

que além da comunidade do Córrego do Meio ser caracterizada enquanto remanescente de quilombo, ela também se insere em um contexto maior, o rural da zona da mata mineira.

A ruralidade é um conceito que vem sendo amplamente debatido frente as complexas relações e características do espaço rural no vasto território nacional em tempos contemporâneos. É inegável a metamorfose constante desses contextos, intensificada pelo modelo globalizado de desenvolvimento econômico capitalista. Como consequência, observa-se duas vertentes principais contrárias, ao mesmo tempo em que a perspectiva econômica desse modelo intensifica a marginalização dos espaços rurais, devido à destruição ambiental e às consequências na saúde humana, há uma revalorização do meio natural (ABRAMOVAY, 2001; FAVARETO, 2006; VEIGA, 2004).

Abramovay (2003), em suas obras, problematiza e demonstra a importância desse fenômeno, pois enquanto se esperava que “o mundo rural desempenharia um papel de menor importância no desenvolvimento contemporâneo”, surpreendentemente, verifica-se a revalorização das regiões interioranas. Neste contexto, surge uma nova concepção de ruralidade, ainda em construção pelas incertezas dessa intensa metamorfose, mas como Abramovay (2003, p.13) busca identificar:

[...] a ruralidade é um valor ao qual o mundo contemporâneo atribui cada vez mais importância, por seu significado na preservação da biodiversidade, no fortalecimento de manifestações culturais variadas e por um estilo de vida que os habitantes dos grandes centros buscam cada vez mais.

A conscientização sobre os problemas contemporâneos intensificados pelo modelo de desenvolvimento, como o desequilíbrio ambiental, o aquecimento global, o envenenamento dos alimentos, o aumento das doenças crônicas, entre outros, tem contribuído para o resgate da perspectiva integral do homem com a natureza, que naturalmente envolve a esfera da saúde. Tal percepção também é convergente as análises de Wanderley e Favareto (2013) e de Veiga (2004, p.64), bem como se apresenta no documento do PNSR (BRASIL, 2018, cap 3, p. 6), o qual descreve a construção dessa nova identidade rural. Concepção essa, que se acredita dialogar com o contexto da comunidade do CM.

As intensas mudanças que configuram o rural na contemporaneidade resultam na criação de uma nova identidade para sua população emigrante, gerando um sentimento de nostalgia, de necessidade de retorno às origens, paralelamente à valorização da natureza, pela sociedade, por meio de um discurso pautado nas benesses da salubridade ambiental e de seus efeitos positivos sobre a saúde e a qualidade de vida. [...] Diante disso, abre-se a possibilidade de acesso imediato aos dois mundos, o rural e o urbano [...] Essa nova realidade fez emergir políticas de interação do espaço rural ao mercado por meio de:

 [...];

 fortalecimento de grupos sociais que se tornam cada vez mais conscientes

de seus direitos, como sujeitos ativos na luta pela transformações social no campo.

O próprio processo de reconhecimento quilombola na comunidade do CM pode ser um exemplo dessa transformação, processo que é muito bem descrito e explorado no trabalho da dissertação de Pedro Marques (2016). Em seu documento, são reveladas diferentes histórias que permaneceram na memória viva dessa população, que contam sobre os percursos de seus antepassados, evidências de um período escravocrata na região, o “resgate” da valorização da ancestralidade negra, de seus territórios e as (res)significações durante o movimento do autorreconhecimento quilombola no CM.

Em meados de 2014, foi fundada a Associação Comunidade Quilombola de Córrego do Meio e, no dia 3 de dezembro de 2015, foi publicada pela Fundação Palmares a

certificação/registro da comunidade em seu Cadastro Geral de Remanescentes de Comunidades de Quilombos. Processo relativamente recente e, que na verdade permanece em construção.

Trata-se, pois, de uma realidade complexa, talvez bem retratando o contexto do rural brasileiro contemporâneo: uma comunidade rural tradicional, mas sob forte influência do mundo urbano, com características socioeconômicas e culturais heterogêneas, que convive com problemas de saneamento, ambientais e de saúde, que conta com a presença de atores e influências importantes, como a igreja, movimentos sociais e grupos ligados à universidade, mas que somente mais recentemente começa a tomar consciência mais clara sobre direitos e cidadania.

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Optou-se por empregar diferentes procedimentos metodológicos da pesquisa qualitativa, levando em consideração a natureza dos objetivos e o contexto em questão. Cabe esclarecer que o envolvimento inicial da autora com a comunidade Córrego do Meio se deu em resposta à demanda da própria comunidade pela busca de soluções aos problemas locais de saneamento e, como horizonte, pela implantação futura de melhorias de infraestrutura sanitária. A problematização acadêmica ocorreu, portanto, concomitantemente a atividades típicas de extensão universitária e, desse modo, a abordagem metodológica central foi a pesquisa-ação.

Compreende-se que a aplicação desse tipo de abordagem cabe às situações que se tem como objetivo final a resolução de problemas, tendo como principal diferencial o processo em si para alcance das soluções. A pesquisa-ação conta com a participação dos(as) membros(as)de um grupo social, com base na troca dialógica para os processos de tomada de decisão, visando a autonomia da população local sob uma perspectiva transdisciplinar (FALS BORDA, 1986; LEWIN, 1946; THIOLLENT, 2003; BARBIER, 2002). O objetivo central é que a partir desse processo, seus membros possam “planejar, organizar e realizar eles mesmos suas mudanças de um modo consciente, livre e inteligente com o máximo possível de reflexão” (BARBIER, 2002, p.77). Não se trata apenas de buscar soluções para problemas pontuais, mas envolve a transformação social em um contexto maior. Por isso, em muitos casos a aplicação dessa estratégia de pesquisa, naturalmente, esteve vinculada a grupos minoritários, inclusive, esta foi uma das principais motivações de Lewin, um dos precursores mais referenciados da pesquisa-ação. Em um contexto pós guerra, Lewin queria contribuir para o aumento da autoestima de grupos minoritários, para ajudá-los a buscar independência, igualdade e cooperação através da pesquisa-ação (ADELMAN, 1993; TOLEDO e JACOBI, 2013; LEWIN, 1946).

Para construir uma visão geral da pesquisa ação, Peruzzo (2016) apresenta quatro elementos traço de sua composição: a própria ação/intervenção, a participação, a transformação e a geração do conhecimento. Adicionalmente, Thiollent (2003) contribui ao afirmar que na pesquisa-ação “Conhecimento e ação, ciência e saber popular estariam fundidos numa só atuação” (p.23). Tudo isso sustenta a potencialidade dessa estratégia como

forma de mobilização, equacionamento de problemas e no empoderamento dos participantes ativos envolvidos no processo (PERUZZO, 2016).

As motivações para realização de uma pesquisa com esse tipo de abordagem foram muitas, para além do interesse pessoal, vale citar os principais incentivos que levaram a essa escolha. Primeiramente, devido à demanda ter emergido da própria comunidade para resolução de problemas locais; por se tratar de uma comunidade quilombola, referente a um grupo minoritário e sob a perspectiva de mudanças nas formas de intervenção do saneamento, buscando a ampliação de sua concepção. Diante de tais premissas, a pesquisa-ação se mostrou como potencial ferramenta metodológica para o contexto em questão.

A metodologia da pesquisa-ação é compreendida enquanto um sistema aberto. Sua natureza dialógica implica em um processo interativo, o que o faz, muitas vezes, ser associado a um espiral cíclico, no qual a avaliação e a reflexão são atividades regulares, realizadas antes e depois das ações, em cada fase da pesquisa (BARBIER, 2002; LEWIN, 1946; MORIN, 1992; TOLETO, JACOBI, 2013). Thiollent (2003) afirma que esse processo deve apresentar um ponto de partida, referindo-se a fase exploratória, e um ponto de chegada, que seria a divulgação dos resultados. No intervalo de ambos, encontram-se múltiplas estratégias, construídas conforme cada realidade e no próprio desenvolvimento do processo.

A pesquisa-ação se trata uma estratégia de pesquisa que agrega vários outros métodos ou técnicas (THIOLLENT, 2003). Nesse sentido, o desenvolvimento deste trabalho contou com as seguintes técnicas de pesquisa: gravações de áudio de Entrevistas Individuais e Coletiva com roteiro semiestruturado; gravações audiovisuais de outras atividades de participação comunitária, além de anotações decorrentes de observação participante. Para melhor compreensão, a Figura 14 apresenta a sequência dos procedimentos metodológicos adotados e seus detalhamentos são apresentados nos subitens a seguir.

Figura 14. Ilustração esquemática dos procedimentos metodológicos adotados neste trabalho.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Para o desenvolvimento deste processo, contou-se com a contribuição dos seguintes integrantes da equipe de trabalho: Graziela Freitas Dourado, Matheus de Brito Correa, Amanda de Oliveira Andrade, Patrick Barbosa da Silva e, naturalmente, a autora do presente trabalho e seu orientador. Também teve a participação especial da Vanessa Maciel e Bruno Monteiro que cooperaram à realização das gravações audiovisuais das Atividades Participativas.

Concomitantemente, para subsidiar as atividades aqui descritas, a equipe de trabalho manteve reuniões semanais para discussões e melhor desenvolvimento do trabalho. A participação ativa do grupo investigado é um condicionante imprescindível para alcance dos objetivos propostos, o que exigiu diálogo contínuo e ativo entre os pesquisadores e os atores locais. Tudo isso requereu tempo e persistência dos envolvidos.

No tocante da organização do trabalho em questão, deve-se compreender que as etapas descritas neste documento não compreendem a totalidade das atividades desenvolvidas em campo. Aqui se apresentam a fase exploratória, os procedimentos metodológicos, que problematizaram a situação sanitária local, até a tomada de decisão coletiva sobre as soluções de saneamento para a comunidade do CM. Posteriormente, outras atividades foram realizadas para implantação de infraestruturas de esgotamento sanitário, visando à solução do problema de saneamento identificado como prioritário na comunidade do CM.