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COMPOSIÇÃO FISICA MÉDIA DOS RESIDUOS A NIVEL NACIONAL E DE ALGUNS SISTEMAS DE GESTÃO DE RESIDUOS EM PARTICULAR

2.5.1. SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DE RESÍDUOS URBANOS DO PLANALTO BEIRÃO

2.5.1.2. ATERRO SANITÁRIO

Este espaço ocupa uma área aproximada de 14 hectares e nela são depositados em média 350 toneladas de resíduos por dia. Neste local são depositados (soterrados) os resíduos que já não podem sofrer mais valorização e os resíduos indiferenciados dos 19 concelhos. Esta superfície passa pelas seguintes fases e acções: Impermeabilização,

Lixiviados, Biogás, Aguas pluviais, Exploração, Selagem, Monitorização.

Impermeabilização – Esta fase tem início após estudo de aptidão do terreno e análise

das incidências ambientais. Com o objectivo de eliminar qualquer risco de contaminação do solo e da água subterrânea, toda a base e paredes laterais são impermeabilizadas com diferentes camadas de materiais.

Lixiviados - São líquidos altamente poluentes resultantes da decomposição dos

resíduos. Na base do aterro é colocada uma rede de drenagem que os encaminha para uma estação de tratamento de águas residuais existente no centro de tratamento.

31 Biogás – Resulta da mistura de gases que se libertam da degradação dos resíduos; em

determinadas condições pode ser explosivo. Com o objectivo de evitar impactes ambientais, o gás é encaminhado através de uma rede de drenagem, para um queimador que procede à sua combustão. Num futuro próximo, com a entrada em funcionamento da central eléctrica e central de valorização orgânica (ambas em construção) proceder- se-á ao seu aproveitamento.

Águas pluviais – Através de uma rede de drenagem de águas pluviais, em todas as

áreas, a água das chuvas são encaminhadas para fora do aterro.

Exploração – Diariamente são depositadas resíduos provenientes da recolha de

indiferenciados e de resíduos industriais banais, dos 19 concelhos aderentes à associação de municípios, que seguem o seguinte percurso: Os camiões de recolha e transporte de resíduos, à entrada do Centro de Tratamento Integrado, são pesados e vistoriados. Seguidamente encaminham-se para o aterro onde procedem à descarga. Os resíduos espalhados mecanicamente submetem-se a compactação através de máquina “pés de cardeiro” que lhes diminui o volume. Após descarga, os camiões passam por uma vala de lavagem de pneus e novamente pela pesagem. No fim de cada dia os resíduos são cobertos com terra para evitar poluição atmosférica, evitar riscos de incêndio, proliferação de aves, insectos e roedores. Diariamente, formam-se novas células de trabalho que ao final do dia deverão ser cobertas por terra, até que se atinja a capacidade máxima projectada para o aterro.

Selagem – Atingida a capacidade máxima, o aterro é selado com diferentes camadas de

materiais de forma a impermeabilizar a superfície e impedir a saída de gases e a entrada de águas pluviais. Após a colocação de diversos materiais terrosos, para cobertura, coloca-se uma camada de terra vegetal que permite o plantio de vegetação e proporciona diversos espaços de lazer.

Monitorização – Através de um sistema de monitorização, realiza-se o controlo; análise

das águas subterrâneas e superficiais, a topografia do aterro e possíveis abatimentos e a constituição do biogás. Esta operação serve para garantir a qualidade ambiental e o bom funcionamento do aterro, de acordo com a legislação (2002/2004 - Associação de Municípios do Planalto Beirão- adptado).

a) Impermeabilização b)Drenagem de lixiviad c) Drenagem do biogás

d) Deposição dos RU em aterro e) Pesagem de veículos f) Descarga dos RU’s

g) Acondicionamento dos RU’s h) Compactação de RU’s i) Lavagem de rodados Figura 2.21- Aterro sanitário (2002/2004 - AMPBB).

Esta região do país tem uma particularidade, que provoca alguns problemas na gestão do aterro sanitário. Como é uma zona com uma intensa pluviosidade, as águas da chuva ao entrarem no aterro vão provocar um aumento acentuado da produção de lixiviados. Esta produção de lixiviados representa um problema na gestão do aterro, uma vez que o tratamento é complexo e dispendioso. Para se tentar diminuir a produção de lixiviados impermeabilizam-se as células com resíduos como se pode ver na Figura 2.22, de forma a diminuir a produção dos mesmos, os lexiviados são acumulados numa lagoa de retenção (Figura 2.23).

Impermeabilização das células com resíduos

Figura 2.22 – Impermeabilização dos aterros para diminuir a produção de lixiviados.

Figura 2.23 – Lagoa de retenção de lixiviados.

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2.5.1.3 ETAL

A Estação de Tratamento de Águas Lexiviantes (ETAL) do Centro de Tratamento de RU, é o local onde os lixiviados resultantes da decomposição dos resíduos no aterro, são tratados. O processo é composto por uma ETAL compacta onde se dá a ultrafiltração e a osmose inversa e por uma lagoa de arejamento onde é realizado o arejamento do efluente, para libertar compostos de enxofre antes de ser lançado numa linha de água próxima.

Ultrafiltração/Osmose inversa - O efluente do Tratamento Biológico entra num Filtro

com membranas de ultrafiltração O objectivo é filtrar o lixiviado de modo a obter água filtrada (permeado) com qualidade necessária para a realização da Osmose Inversa.

Na Unidade de Osmose Inversa o permeado entra nos tubos a uma grande pressão e a

água passa pelas membranas selectivas semi-permeáveis e as partículas ficam retidas. Através deste tratamento é optimizada a qualidade do efluente que sai da ETAL.

Armazenamento- A água tratada é encaminhada para uma Lagoa de Armazenamento Final, (lagoa arejada) localizada no exterior e reaproveitada na rega ou no combate a

incêndios. O excedente é descarregado numa linha de água próxima.

a) ETAL compacta; b) Lagoa de arejamento.

Figura 2.24 - Estação de Tratamento de Águas Lexiviantes (ETAL), (cedida por: Profª orientadora). 2.5.1.4. PARQUE DE MONSTROS

O Parque de “Monstros” é uma área aberta e vedada onde são depositados os resíduos de electrodomésticos velhos, mobílias, colchões ou outros objectos rejeitados de grandes dimensões – os “monstros”. Os “monstros” provêm da recolha selectiva nos ecocentros. São armazenados temporariamente no parque e posteriormente encaminhados para retomadores/recicladores. Por exemplo os electrodomésticos são levados para uma indústria recicladora que faz o seu desmantelamento por tipo de materiais que posteriormente serão reciclados (2002/2004 – AMPB).

Figura 2.25 -