Variáveis sócio-demográficas: Sexo Idade Estado civil Local de Residência Situação Laboral Tipo de Reforma Rendimento mensal actual Religião Situação Laboral Variáveis Clínicas: Causa da dor Tipo de dor Programa de reabilitação
Neste seguimento, formulámos as seguintes hipóteses:
Hip.1: As variáveis sócio demográficas (sexo, idade, estado civil, local de residência, situação laboral, rendimento mensal, religião), influenciam a satisfação com o tratamento da dor;
Hip.2: As variáveis clínicas (doença/situação clínica, tipo de dor, programa de reabilitação), influenciam a satisfação com o tratamento da dor.
Estas hipóteses foram subdivididas por tantas variáveis independentes, quantas integram estas hipóteses complexas (estão descritas e analisadas no ponto 4.2).
3.7 - PROCEDIMENTO DE RECOLHA DOS DADOS
Para a realização da recolha de dados, foi essencial aplicação de um instrumento de colheita de dados adaptado ao objectivo do nosso estudo. Este implicou o cumprimento de certos procedimentos éticos, pelo que contactamos pessoalmente os idosos, tendo-lhes sido explicado, de forma sucinta e clara, em que consistia o estudo (académico) e os seus objectivos.
Um problema ético, que uma investigação desta natureza coloca, prende-se com a invasão de privacidade dos idosos. A protecção do direito dos idosos à privacidade foi assegurada através da garantia do anonimato.
No presente estudo o “consentimento informado” obteve-se através da solicitação aos idosos do seu consentimento para participar no estudo. Assumimos perante os mesmos, a completa confidencialidade dos dados e dos resultados obtidos no estudo. De referir também que foi obtida autorização prévia do Director do Centro de Saúde do Tortosendo e do Conselho de Administração CHCB, EPE, e respectiva Comissão Ética. Também foi comunicado aos idosos e instituições que os resultados seriam depois colocados à disposição para consulta dos mesmos.
O grau de satisfação do idoso com dor foi medido recorrendo a uma escala anteriormente validada em Portugal, a “Escala de Satisfação com Tratamento da Dor” (ESTD), em formato de questionário, estruturado e presencial. Para verificar até que ponto este instrumento era acessível aos idosos, em termos de compreensão e clareza, foi efectuado um pequeno estudo com 10 idosos no dia 8 de Setembro de 2010. De referir que o pré-teste elaborado identificou e alertou para o facto de alguns termos utilizados no questionário e por
de “dor aguda”, “dor crónica”, “programa de reabilitação”. Por isso estas noções foram clarificadas oralmente aos idosos, sempre que necessário.
O questionário foi aplicado nos meses de Setembro e Outubro de 2010.
Como critérios de inclusão, entendemos que o participante teria que ter idade igual ou superior a 65 anos; estar consciente e orientado; fazer referência a pelo menos um episódio de dor no último mês e estar medicado para a dor; aceitar voluntariamente participar no estudo e ter residência fixa no concelho da Covilhã. Salientamos que todos os questionários foram aplicados pela autora do estudo, possibilitando o menor número de enviesamentos, clarificação de dúvidas pontuais e salvaguarda do preenchimento total do mesmo.
3.8 - INSTRUMENTO DE RECOLHA DOS DADOS
Como referido anteriormente, neste trabalho e tendo em conta o tema abordado, foi utilizado como instrumento de recolha de dados, um questionário constituído por três partes distintas:
- a primeira constituída por questões de caracterização sócio - demográfica da amostra;
- a segunda, tinha como objectivo caracterizar os antecedentes clínicos;
- a terceira, tinha como objectivo avaliar o grau de satisfação com o tratamento da dor, é da autoria de Evans et al. (2004), surgiu da adaptação do modelo original designado através da aplicação da escala PTSS (Pain Treatment Satisfaction Scale). É importante referir que apesar de ser desenvolvida e validade para a população dos Estados Unidos, esta foi adaptada em 2009, após rigorosa metodologia científica, por um grupo de investigadores para a população portuguesa, com vista a analisar várias vertentes, factores provenientes, atenuantes ou que exacerbam a dor.
A escala é constituída por 60 itens, sendo que o primeiro diz respeito à percepção que o idoso tem sobre a sua saúde, os itens 2 a 6 avaliam a intensidade da dor em diferentes momentos, os itens 27 a 35 avaliam qual o modo de administração da medicação para a dor, e os itens 56 a 60 avaliam outras características da medicação, encontrando-se os restantes distribuídos em 5 dimensões como se pode observar, no quadro 1.
Quadro 1 – Dimensões da escala final – ESTD
Fonte: Isabel Dias (2010)
A maior parte das escalas utilizadas basearam-se no modelo de Likert a 5 pontos, abordando a satisfação indirectamente através da concordância ou discordância com as afirmações sobre os itens mencionados anteriormente. De referir que na maioria das escalas quanto menor a cotação, maior o nível de satisfação.
3.9 - MÉTODOS ESTATÍSTICOS
O tratamento estatístico é fundamental no campo da investigação, permitindo analisar
e interpretar os dados. A análise estatística foi realizada com o programa PASW Statistics
18.0.
Utilizaram-se parâmetros de estatística descritiva que permitiram fazer uma descrição geral da amostra, através dos seguintes testes estatísticos: análise de frequências [absolutas (n) e relativas (%), medidas de tendência central (médias, modas, medianas) e medidas de
dispersão ou variabilidade (desvio-padrão)] e diversos testes de análise estatística inferencial -
que permitiram testar as hipóteses de investigação formuladas e predizer a possibilidade de generalização dos resultados para a população. Mediante os resultados seleccionámos para o nosso estudo, testes estatísticos não paramétricos: analisou-se a correlação não paramétrica entre variáveis, calculada através do coeficiente de correlação de Spearman e o respectivo valor p para um nível de significância estatística α de 0,05, o que significa, que se comprove a hipótese estatística. De referir, que a correlação entre diferentes variáveis, nem sempre implica uma relação de causa efeito, contudo permite identificar determinantes de satisfação perante a dor.
ESCALAS ITENS
Informação sobre dor e seu tratamento 7 a 11
Cuidados médicos 12 a 18
Actual medicação para a dor 19 a 26
Efeitos Secundários da Medicação 36 a 47
Satisfação com a actual medicação para a dor e tratamento: Sub-escala -características da medicação
Sub escala da eficácia
48 a 50 51 a 53