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4. Descrição, análise, interpretação e reflexão das experiências de ensino-

4.3. Experiências de ensino-aprendizagem desenvolvidas no âmbito do 1.º Ciclo do

4.2.1. Saturação da água nas nuvens

Atendendo à responsabilidade de proporcionar às crianças momentos de articulação curricular surgiu a oportunidade de realizar uma atividade prática numa das aulas de Estudo do Meio.

Toda a atividade direcionou-se para apresentação do momento em que as nuvens ficam saturadas de água e, assim, partindo do domínio “À Descoberta do Ambiente Natural”, do Programa de Estudo do Meio do Ensino Básico (PEMEB) (2004), posso afirmar que, “A curiosidade infantil pelos fenómenos naturais deve ser estimulada e os alunos encorajados a levantar questões e a procurar respostas para elas através de experiências e pesquisas simples” (p. 115). Após uma abordagem ao ciclo da água, que já tinha sido apresentado à turma numa aula anterior, (pois ajudar a criança a contruir uma ligação entre aquilo que já conhece e aquilo que vai conhecer de novo é ajudá-la a formar o seu conhecimento e a aprender a observar as semelhanças), deu-se início à EEA. Assim, e através de uma atividade prática, por exposição, colocou-se todo o material necessário em cima de uma mesa em frente às crianças. Partimos para a descoberta do material a ser utilizando, usando os termos corretos para que as crianças se familiarizassem com o seu verdadeiro nome desde cedo. Refiro, também, que não me foi aconselhável o trabalho em grupo ou a pares, por parte da PC, por não ser fácil trabalhar desse modo com o grupo de crianças em questão. A melhor forma foi optar por um trabalho expositivo. Assim sendo, comecei por questionar as crianças da seguinte forma: Sabem de onde vem a chuva?; Como é que se forma?; E de que forma as nuvens absorvem a água?. Estas questões reforçaram toda a atividade prática, sendo também neste momento que surge a seguinte questão problema: Que acontece quando as nuvens ficam cheias de água?. Foram muitas as respostas dadas pelas crianças, mas em geral, muitas delas afirmaram que: começava a chover porque as nuvens se enchiam muito de água e que depois ela caía. Então, e através de um sorteio, que já era habitual desde o início do ano letivo na sala de aula, por parte da PC, foi retirado de um saco que continha todos os nomes das crianças, chamado

“Saco da Sorte”. O nome da primeira criança que viria para junto da mesa com todo o material exposto, realizaria a atividade prática. Segundo Mata (2009),

Estudar ciência neste nível etário significa analisar e compreender um conjunto de situações que ocorrem no quotidiano e no meio que rodeia as crianças. Ao estudar ciência, está-se a ajudar a criança a conhecer o que a rodeia. Por exemplo, quando a criança faz experiências para se aperceber das características da água e das suas propriedades (p. 9).

Realçando que as Ciências não devem ser vistas como algo oculto, mas sim um fator que leva um indivíduo a procurar respostas, a questionar-se sobre o porquê, assim como testar teorias, sabendo, sempre, relacioná-las como o seu quotidiano. É essencial que um professor oriente os conteúdos que aborda, compreendendo a lógica e características, apresentando uma atitude cognitiva ativa, assim como uma enorme honestidade na sua função (Jacinto, 2003). Assim todas as crianças terão sempre a oportunidade de serem acompanhadas na sua aprendizagem e na forma de organizar toda a informação recolha.

Nas seguintes figuras pode-se observar alguns dos procedimentos da atividade supracitada.

É possível verificar que nas figuras 11 e 12, dentro do goblé, já se encontra água e espuma de barbear, o que levou a algumas crianças a questionarem-se sobre o “porquê” de estarem juntas. Foi então, que uma das crianças mencionou que para ela a água representava um lago e a espuma uma nuvem. A partir desta pequena discussão, e de se Figura 11. Criança a adicionar água

colorida sobre a espuma

identificarem os presentes elementos, é possível constatar nas figuras o momento, em que a criança colocou um pouco de água colorida (corante) em cada um dos copos sobre a espuma de barbear. Seguidamente surgiu um momento, de observação. Cada criança tinha na sua frente uma folha branca, que poderia, através de um registo gráfico, registar todas as suas observações e, durante esse processo, coloquei a seguinte questão: O que acham que vai acontecer?. Um silêncio surgiu e apenas uma das crianças referiu que a chuva iria começar a cair da nuvem. O processo foi repetido mais uma vez, por outra criança, também selecionada do modo anteriormente referido. Através da água colorida que atravessava a espuma de barbear, a turma pôde observar que a chuva resulta, quando uma nuvem fica cheia de água e necessita de a libertar. Segundo o PMEM (2004) para o 1.º CEB,

será através de situações diversificadas de aprendizagem que incluam o contacto directo com o meio envolvente, da realização de pequenas investigações e experiências reais na escola e na comunidade, bem como através do aproveitamento da informação vinda de meios mais longínquos, que os alunos irão apreendendo e integrando, progressivamente, o significado dos conceitos (p. 102).

Após uma conclusão por parte das crianças, refiro que todo o nosso ar contém vapor de água, vapor esse, que resulta da evaporação da água que só cairá, das nuvens, quando a temperatura for baixa, ocorrendo a chuva. Durante a realização de toda a atividade, e tendo em conta que esta foi realizada em grande grupo, foi gratificante observar a motivação que despertou em cada criança. Para a turma, foi uma forma diferente de aprender e de construir conhecimento, partindo da sua aplicabilidade.