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Segundo encontro síncrono – Oficina aprendendo a mapear e atividade II

4.1 Oficina “aprendendo a mapear” – Primeiro momento

4.1.2 Segundo encontro síncrono – Oficina aprendendo a mapear e atividade II

uso de papel e caneta, cerca de 27% pretendiam utilizar algum tipo de software ou aplicativo para computar e 10% se propunham a utilizar aplicativos de celular nesta atividade.

Este resultado apontou para a forma como os alunos estavam habituados a desenvolver este tipo de atividade em outras disciplinas. É possível também que o número baixo de alunos dispostos a utilizar computador ou celular para realizar esta atividade estivesse relacionado com a restrição ao acesso a dispositivos tecnológicos que possibilitem esta utilização. No entanto, para confirmação destas hipóteses, seriam necessárias investigações específicas.

Cabe destacar que, muito embora tenha sido possível adequar algumas das atividades para que fosse possível realizá-las utilizando o aparelho de celular, como, por exemplo, no caso da atividade III, que se tratava do preenchimento de lacunas, quando se trata da elaboração dos mapas conceituais propriamente ditos, o grau de complexidade da tarefa pode tornar difícil o uso do aparelho de celular e pode também ter sido um dos fatores para que os alunos, em sua grande maioria, tivessem optado pelo uso do papel e caneta.

Por fim, os alunos foram questionados a respeito da motivação em utilizar mapas conceituais para aprender. Aproximadamente 73% dos alunos responderam que estavam motivados em utilizar os mapas conceituais na disciplina proposta, e 27% disseram não estarem motivados. Foi deixado um espaço para que, caso desejassem, justificassem as razões para estarem motivados ou não para esta atividade.

A maioria das justificativas apontaram para a ideia de que os mapas conceituais podem ajudá-los a aprender e isso os motivava, no entanto, ao observar as respostas negativas, uma delas, em especial, chamou atenção, pois sinalizou aspectos a respeito dos impactos que a pandemia pode ter causado na vida dos alunos. Como é possível perceber na justificativa do aluno D, sobre os motivos de não estar motivado em utilizar os mapas conceituais para aprender:

Então, eu não estou motivado pra nada nessa pandemia, logo eu não me sinto motivado a usar um mapa conceitual (Aluno D).

detalhados os elementos que os compõem, apresentados alguns exemplos e proposta uma atividade prática inicial de elaboração de mapas.

A atividade proposta constava da elaboração de um mapa conceitual com tema livre, porém foram definidas duas regras: possuir entre 8 e 12 conceitos, além do estabelecimento de uma questão focal para o mapa conceitual elaborado. A atividade foi realizada assincronamente, devendo as respostas serem enviadas até a semana seguinte via google forms.

É importante salientar que, antes do encontro síncrono, os alunos tiveram acesso ao primeiro recurso pedagógico preparatório às atividades síncronas, servindo como um contato inicial com assunto que seria abordado nesta aula.

Nesta atividade foram obtidas 19 respostas. O que indicou um índice de participação menor do que no questionário diagnóstico. De acordo com relatos de professores da escola, este foi um dos desafios enfrentados no contexto do ensino remoto emergencial, o baixo índice de entrega de atividades solicitadas nos encontros remotos.

Quanto ao conteúdo das respostas obtidas, foi possível perceber que os mapas elaborados pelos alunos possuíam mais elementos característicos de um mapa mental do que de um mapa conceitual, o que reforçou a ideia da incompreensão a respeito da diferença entre estes tipos de organizadores. Segundo Berthier (2006 apud CARVALHO, 2006), o mapa mental é uma ferramenta que segue o mesmo princípio da associação de ideias: uma vez identificada a ideia central, desprende-se dela por associação para todas as ideias relacionadas, mostrando suas diferentes dimensões ou aspectos de um mesmo tema. O mapa elaborado pelo Aluno E expresso na figura 8 ilustra algumas destas características elencadas.

Figura 8 - Mapa elaborado pelo Aluno E como resposta a atividade 2

Fonte: Elaborado pelo aluno E

No mapa da figura 8, podem ser identificados elementos como: ideia principal no centro do mapa, utilização de formas e imagens diferenciadas, relação associativa entre os textos dispostos nas caixas. Essas que são algumas características dos mapas mentais foram utilizadas na elaboração desta atividade. É possível que a complexidade em elaborar um mapa conceitual, atendendo às regras estabelecidas no primeiro encontro e aos fundamentos estudados, tenha motivado a escolha deliberada em responder a atividade fazendo uso de uma ferramenta com a qual já esteja habituado.

Na figura 9, é possível identificar que há um esforço em inserir elementos da elaboração do mapa conceitual na expressão gráfica elaborada pelo Aluno B, como, por exemplo, a presença do termo de ligação entre os conceitos escolhidos. De acordo com Correia et al (2016), a inclusão de um termo de ligação é o principal diferencial dos mapas conceituais. Isso permite explicar com precisão a relação entre os conceitos.

Figura 9 - Mapa elaborado pelo aluno B em resposta a atividade 2.

Fonte: Elaborado pelo aluno B

Na figura 10, também se observa que, muito embora o aluno não tenha se preocupado em relacionar os conceitos de maneira hierárquica, há um maior esforço em expressar em proposições semanticamente claras suas compreensões a respeito do tema escolhido para ser mapeado.

Figura 10 - Mapa elaborado pelo Aluno E em resposta a atividade 2

Fonte: Elaborado pelo aluno E

Conforme apontado inicialmente, a oficina tinha como objetivo principal esclarecer aos alunos os fundamentos da técnica de mapeamento conceitual, para isso foi importante reconhecer o ponto de partida dos alunos. As respostas obtidas para esta atividade indicaram que o ponto de partida dos alunos se dava majoritariamente na compreensão a respeito dos mapas mentais.

Desta forma, compreendendo este ponto de partida, buscou-se estratégias que permitissem reforçar os elementos da técnica de mapeamento conceitual e a importância destes fundamentos na representação do conhecimento. Sendo assim, para a atividade III planejada, optou-se por utilizar os mapas conceituais incorporados a uma atividade de preenchimento de lacunas.