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Com o crescimento de grandes centros urbanos, a necessidade de segurança torna-se cada vez mais um requisito imprescindível às amplas diferenças socioeconômicas e, consequentemente, o aumento da violência. A falta de uma segurança pública eficiente faz com que as próprias pessoas busquem alternativas para uma proteção mais eficaz. Conforme Palminor (2014) o conceito de segurança patrimonial é tão denso quanto o de segurança em geral. Conforme afirma Gil (1995) uma definição bem aceita entre profissionais de segurança é que segurança patrimonial é o conjunto de medidas capazes de gerar um estado, no qual os interesses vitais de uma instituição estejam livres de danos, interferências e perturbações.

Não basta criar ou melhorar as instituições de caráter museológico, tal ação deve ser acompanhada de uma política de gestão efetiva que reconheça as necessidades dos espaços de memória, sobretudo, de reconhecimento e utilização da instituição por parte da sociedade. Aceitando aquele espaço como seu, tanto para usufruir quanto para salvaguardar.

Os danos são situações nas quais os prejuízos, estão relacionados às perdas materiais, como: roubos, acidentes, incêndios e outras ocorrências; capazes de ocasionar um prejuízo material à instituição. Algumas das principais dificuldades para implantação de um Plano de Segurança Patrimonial em edificação preexistente à implantação de museus:

O desafio para estabelecimento de um modelo ideal para um plano de segurança de edifícios destinados a museus consiste na impossibilidade de estabelecerem-se padrões devido às diferentes características construtivas de cada edifício, que variam em estilo arquitetônico, tamanho da edificação, valor histórico, localização geográfica, classificação de acervos. O desenvolvimento de um projeto adequado deve obedecer às singularidades de cada instituição, bem como suas restrições em relação a intervenções construtivas em virtude dos tombamentos pelo Patrimônio Histórico e das dificuldades de modificação de layout. O conjunto de medidas de segurança deverá estabelecer um estudo levando em conta tal conjunto de características. (ONO E MOREIRA, 2011, p. 24)

Assim, elaboração de um Plano de Prevenção e Combate a Incêndio aliados a um sistema de Segurança completo, que abranja os diversos riscos, respeite as características de um determinado bem edificado e de um acervo museológico pode variar de inúmeras formas, seja pelos limites impostos pela lei de proteção ou pelas

características singulares do acervo. Por isso, é fundamental ter conhecimento sobre as diversas metodologias de análises elaboradas para conseguir um diagnóstico mais próximo possível da realidade. Este é um processo em que os funcionários da instituição cultural irão trabalhar em conjunto com os profissionais da área da segurança/conservação, com o intuito de realizar um estudo que respeite as características tanto da edificação quanto do acervo. (PALMINOR, 2014).

O Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS, órgão vinculado à UNESCO define museus como espaços institucionalizados geradores de relações especificas entre o homem e o bem cultural, um estabelecimento permanente, sem fins lucrativos, trabalhando em prol da sociedade e seu desenvolvimento.

Atualmente, no Brasil, a área museológica tem como norteamento duas importantes definições de museu: a primeira, reconhecida mundialmente, é instituída pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), vinculado à UNESCO, definindo que museus são espaços institucionalizados onde são desenvolvidas as relações específicas do homem com o bem cultural:

Estabelecimento permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, aberto ao público, que coleciona, conserva, pesquisa, comunica e exibe, para o estudo, a educação e o entretenimento, a evidência material do homem e seu meio ambiente (ICOM, 2009, doc. eletr.).

A segunda definição, válida em todo território nacional, foi desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e disseminada por meio da Lei nº 11.904 de 2009, que dispõe sobre o Estatuto de Museus, na qual os museus são definidos como:

Instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento (BRASIL, 2009, doc. eletr.).

O museu como instituição cultural tem como premissa salvaguardar os bens culturais, em sua essência cumprir três funções básicas: preservar, investigar e comunicar (CHAGAS, 1996). Estas atribuições foram sendo destacadas ao longo do tempo, se sobressaindo de acordo com o contexto social e cultural em que estas instituições encontram-se inseridas.

Os museus trabalham em estreita cooperação com as comunidades de onde provêm seus acervos, assim como com aquelas às quais servem. Princípio: Os acervos dos museus refletem o patrimônio cultural e natural das comunidades de onde provêm. Desta forma, seu caráter ultrapassa aquele dos bens comuns, podendo envolver fortes referências à identidade nacional, regional, local, étnica, religiosa ou política. (ICOM-BR, 2009)

No período da Idade Média, os objetos raros e artísticos “só podiam ser apreciados por um seleto público de amigos de seus proprietários, não se cogitando a disponibilizar a coleção ao público comum” (MARSTINE, 2006, [n.p.]). Sabe-se que esta era uma postura baseada em questões sociais, vinculadas a poder e prestígio, porém, em uma perspectiva de segurança.

No século XVIII os Museus firmaram-se como espaços de contemplação e aprendizado, direcionado para pessoas mais “instruídas”. No século XIX, influenciados pela Revolução Francesa, que gera no século XX, os chamados Museus da Nação, os quais possuem o intuito de congregar a história dos heróis e feitos nacionais.

Como em qualquer outro prédio institucional, os museus obrigatoriamente devem seguir alguns itens de segurança, tanto no âmbito patrimonial como de suas instalações e proteção aos funcionários. Segundo Ono e Moreira “a implementação de um plano de segurança física se torna muito mais fácil caso o seu planejamento seja incorporado ao projeto arquitetônico da edificação previamente à sua construção ou reforma” (2011, p. 20).

Em relação à proteção contra incêndios, ademais do indispensável Plano de Prevenção e Combate à Incêndio, o sistema de detecção de incêndio deverá monitorar a presença de fumaça e variação de temperatura; funcionando de modo semelhante ao sistema de alarme de intrusão. Diversos detectores de fumaça, térmicos fixos ou de gases como metano e propano se conectam, através de laços, com a central que os monitore. Quando um destes detectores for sensibilizado, a central de incêndio envia uma tensão à sirene e indica, em um painel local, onde ocorre a presença de fumaça ou variação térmica, caracterizando um incêndio ou princípio do mesmo (PALMINOR, 2014).

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