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Seleção de empresas

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Se o processo de terceirização foi bem feito, conforme afirma Silva (1997), a prestadora escolhida detém os requisitos adequados para levar a cabo o serviço terceirizado. Por que estabelecer processos paralelos de controle? A resposta só pode ser uma: não confiamos nos nossos próprios processos de terceirização e não estamos procurando parceiros, mas sim acompanhando aquilo que a literatura nos dita como modernidade: estamos simplesmente terceirizando porque esta é a tendência.

No entanto é altamente incômodo verificar que as empresas tomadoras não têm ainda medidas eficazes para aferir valores antes da contratação, o que leva a maioria a optar pela experiência indiscriminada, com base nos preços.

Em conseqüência ao disposto acima, verifica-se a troca de parceiros, a rotatividade das prestadoras, ganhando e perdendo contratos, contratando e demitindo empregados. Muitas delas, pela insegurança quanto à manutenção dos contratos, têm optado, com a complacência das tomadoras, por burlar a lei, estabelecendo com seus empregados contratos temporários, períodos de experiência mais longos e até mesmo o subemprego, sem registros e garantias. Tudo em nome da competição.

No contrato, deve ser tudo estabelecido, o que, o porque fazer, mas jamais como fazer. Assim, fundamentalmente que, ao se escolher a prestadora, o nível de confiança em sua capacidade operacional seja fator determinante de sua escolha.

Para Alvarez (1996), a escolha dos fornecedores é definida a partir de um grupo de fornecedores potenciais existentes no mercado, passa-se à fase de seleção

daqueles que poderão vir a ser parceiros, Devem-se considerar alguns aspectos na avaliação do fornecedor: qualidade do produto, capacidade instalada, tecnologia empregada, seu conceito de mercado, seu relacionamento com os clientes e concorrentes, a situação econômico-financeira, preços praticados e, sobretudo, seu interesse na parceria.

Queiroz (1992), cita a má escolha do contratado, as dificuldades de equalização das culturas da contratante e contratada e os erros na avaliação do perfil da contratada, como alguns fatores que podem comprometer a terceirização. A escolha do prestador de serviços dever basear-se em critérios que possam informar o posicionamento das empresas no mercado onde atuam, o seu conceito profissional, a lista de clientes, a sua eficiência, o nível de especialização, o interesse dos seus dirigentes no negócio, no aperfeiçoamento das suas técnicas, nos seus instrumentos de trabalho e nos seus equipamentos disponíveis. As possíveis prestadoras de serviços deverão estar estabelecidas regularmente no mercado.

Nesse processo de seleção deveremos observar e tentar constatar o potencial das empresas existentes no mercado. Não havendo no mercado prestador com qualidades e perfil exigidos, procurar convencê-los a melhorar as suas condições para que possa ser competente.

Na fase da pré-qualificação deve-se procurar conhecer a cultura das empresas, sua filosofia de trabalho e os seus clientes. Deles deverá obter todas as referências possíveis. O bom e o mau conceito devem ser devidamente justificados. É importante que se consulte o máximo de empresas disponíveis no mercado, que reúnam as condições estipuladas. Recomenda-se identificar empresas que apresentem novas idéias e inovações tecnológicas, bem como, devem-se avaliar os seguintes itens dos possíveis prestadores de serviços:

• capacidade técnica; • condições operacionais;

• situação jurídica;

• situação administrativa;

• situação trabalhista.

Para isso, as empresas devem apresentar informações abaixo, que possibilitam melhor avaliação:

a) Contrato social registrado na Junta Comercial ou Cartório de Títulos e Documentos;

b) Composição societária (responsabilidade dos sócios, capital social, bens patrimoniais e apólices de seguro);

c) Todas as certidões públicas (municipais, estaduais e federal);

d) Patrimônio operacional do prestador (equipamentos e instrumentos);

Na fase de escolha da seleção do futuro prestador de serviços, o contratante deverá estar ciente da necessidade do desenvolvimento de processos de auditoria nos prestadores de serviços, para diagnosticar eventuais problemas.

Alvarez (1996), cita alguns cuidados ao se contratar um terceiro, com base no ponto de vista de Leiria:

a) Uma sociedade constituída por cônjuges pode ser aceita desde que demonstre estabilidade mercadológica, sob pena de ser alegada a constituição forçada, agravada pelo fato de, em caso de insolvência, confundirem-se patrimônios pessoais de ambos sócios para pagamento das dívidas da sociedade;

b) Os mesmos cuidados devem ser tomados com sociedades constituídas sem patrimônio relevante entre pais e filhos, com a atenuante de que mais facilmente se encontram patrimônios independentes;

c) Não devem ser contratadas empresas inidôneas ou que não possuam situação contábil adequada;

d) Devem ser descartadas empresas que fazem de tudo, sem especialidade definida, inclusive no contrato social;

e) Da mesma forma, evitam-se as firmas individuais, que trazem riscos consideráveis na esfera trabalhista;

f) Evitam-se empresas formadas com desequilíbrio de forças, como aquelas onde um sócio tem 99,99% do capital e o outro apenas 0,01%;

g) Igualmente não são recomendáveis empresas sem empregados, onde são os sócios que realizam as atividades.

Giosa (1995), ressalta que a empresa contratante deverá tomar todos os cuidados na escolha do fornecedor/parceiro e ainda atentar para os problemas que poderão ocorrer com seus fornecedores:

a) Querer levar vantagem em todas negociações;

b) Quando o fornecedor mente de todas as maneiras para conquistar o pedido do contratante, sem ter condições e capacidade para cumpri-lo;

c) Com o contrato assinado, o fornecedor não consegue desvencilhar-se dos seus problemas internos para cumpri-los e os repassa ao cliente, no meio do caminho, irresponsavelmente;

d) fornecedor, ao tentar realizar a atividade para a qual foi contratado, se vê impossibilitado de prosseguir ou desenvolver outra etapa, por incompetência

administrativa e/ou técnica, ou, mesmo cumprindo-a, sua avaliação não atinge os graus de qualidade e exigências definidos.

A solução para os problemas acima está na própria profissionalização, necessária e fundamental, das empresas prestadoras de serviços. Por fim, deve-se contratar, preferencialmente, empresas idôneas e já constituídas.

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