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SELEÇÃO E VALIDAÇÃO DE INDICADORES E VARIÁVEIS

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A situação descrita parece derivar do gradual processo de expansão e discussão que esta modalidade de concessão está vivendo nessa esfera governamental, havendo, até a data deste estudo, seis contratos em vigor, dois na Floresta Nacional (Flona) do Jamari, dois na Flona de Jacundá, ambas no estado de Rondônia, e dois na Flona de Saracá-Taquera, no estado do Pará (SFB, 2013b).

Além desses contratos, está em andamento, pelo SFB (novembro de 2013), a finalização do processo de licitação de duas UMF do lote sul da Flona Saracá-Taquera, a análise das propostas referentes ao edital de licitação de lote na Flona do Crepori e, ainda, previstos para o início de 2014, os lançamentos de editais para lotes nas Flonas do Amana e de Altamira, todas localizadas no estado do Pará, conforme informações verbais do Gerente de Concessões Florestais do SFB, Sr. Luiz César Cunha Lima, e constantes no sítio eletrônico do órgão (SFB, 2013g).

Apesar do baixo percentual de respostas dos concessionários florestais, é oportuno informar que proporcionalmente, o retorno foi satisfatório, pois, como já relatado, somavam seis os contratos vigentes nas florestas federais na data de submissão dos questionários.

Os sindicatos, associações e profissionais autônomos contribuíram amplamente com o preenchimento dos questionários. Tal fato relativiza a baixa participação das empresas não concessionárias pelo tema, já que tais sindicatos e associações, em sua maioria, representam os interesses daquelas, lembrando também que grande parte dos profissionais autônomos presta serviços para essas empresas.

A academia também demonstrou bastante interesse, incluindo, além de importante parcela de contribuição, pedidos de resultados do presente estudo e convites para o desenvolvimento de trabalhos pertinentes.

O menor retorno de respostas ficou por conta das ONGs, com somente quatro participações. Isso pode ser explicado pelo fato desta modalidade de concessão ser ainda incipiente no Brasil, conforme comentado anteriormente, sendo, por conseguinte, pouco compreendida por aqueles que não acompanham o tema de perto.

O cálculo do tamanho da amostra (n) demonstrou ser suficiente o número de questionários recebidos. Efetuando-se a estimativa estatística por variável para as 104 respostas, o erro amostral, para uma probabilidade de 95%, oscilou de 3,5% a 6,2%, o que está dentro dos

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limites da expressão clássica de intensidade amostral que vai de 5% a 10% (SOUZA NUNES et al., 2006).

A adequação da amostra também foi comprovada por meio do teste Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), cujo resultado foi de 0,640. O teste KMO, em que se considera a amostra válida a partir de 0,5 e registra máxima adequação com valor 1,0 (REZENDE et al., 2007), está descrito no item 5.5.1.

Em relação ao conteúdo do questionário, foi solicitada ao avaliador a atribuição de pesos de 0 a 5 de acordo com sua percepção sobre o grau de influência de dado indicador no favorecimento do clima econômico para concessões florestais. Todos indicadores obtiveram médias (IVC) superiores ao mínimo estipulado de 3,335. Isso assinalou, a princípio, que nenhum indicador necessitaria ser descartado. A Tabela 5 exibe um resumo da pesquisa para seleção e validação dos indicadores a serem utilizados no cálculo do Iconf, contendo, para cada indicador, as médias de pontuação, os erros amostrais estimados e o tamanho da amostra considerando 7% de limite de erro amostral e 95% de probabilidade.

Tabela 5 IVC e erros amostrais dos pesos atribuídos pelos avaliadores e cálculo do tamanho da amostra para cada indicador/variável. Indicador/variável Pontuação média (IVC) Erro amostral (%) Tamanho da amostra (7%; 95%) Crescimento do PIB 3,577 6,0 76 Incentivos fiscais 4,058 4,6 45

Estabilidade política e transparência de governo 4,385 4,4 41

Linhas de crédito 4,048 5,8 71

Segurança jurídica e aplicação da lei 4,115 5,9 75

Distância das florestas até as indústrias 4,144 4,6 44

Qualidade das vias de transporte 4,385 3,5 27

Infraestrutura de comunicação 3,538 5,8 71

Infraestrutura de energia 3,962 5,0 53

Nível de escolaridade dos trabalhadores 3,635 5,3 60

Investimentos em ciência e tecnologia 3,683 6,1 79

Condições gerais da saúde pública e segurança no trabalho 3,721 5,6 66

Eficiência da fiscalização florestal 4,048 5,1 55

Área total de florestas para concessão 3,654 6,2 83

Tamanho das glebas florestais para concessão 3,702 5,9 73

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Os indicadores de incentivos fiscais e linhas de crédito, apesar de receberem bons IVC e de serem de suma importância para as condições de clima de quaisquer negócios, principalmente para aqueles que necessitam de certa intensidade de capital e de longo prazo, como as concessões florestais, foram descartados deste estudo em razão de não haver políticas diferenciadas nos estados da Amazônia para o setor florestal (SFB, 2013d; SFB 2013e).

Todos estão, em linhas gerais, no mesmo patamar, o que não provoca nenhuma diferença no cálculo do índice e acarreta em valor zero no denominador da fórmula de normatização, o que torna o seu quociente matematicamente inválido. Tão logo um ou mais estados estabeleçam medidas fiscais ou creditícias que os diferenciem dos demais, deverão ser incluídas variáveis pertinentes na metodologia do Iconf.

Por fim, no que concerne às respostas dos questionários, cabe descrever e tecer considerações para alguns dos importantes comentários enviados pelos respondentes.

1) “Entendo que o mercado local, referenciando-se ao entorno direto das áreas de

concessão florestal, estão com um atraso significativo no que tange à industrialização e aproveitamento do recurso florestal. Ações de desenvolvimento de cadeias produtivas mais complexas e que aproveitem melhor o recurso (maior rendimento, maior diversidade de produtos, maior valor agregado e ações de marketing) certamente trarão um panorama melhor ao setor das concessões florestais. Necessário se faz uma integração entre os órgãos governamentais e não governamentais para fomentar uma cadeia produtiva mais agressiva e que beneficie a maior quantidade de produto florestal no entorno das áreas de concessão, trazendo retorno social e econômico para essas áreas, justificando ainda mais os investimentos e disponibilidade de florestas para concessão” (José Maria e Souza Neto - Engenheiro Florestal - SEMA/ PA).

A agregação de valor aos produtos, sem dúvida, é um componente de suma importância para que a concessão florestal cumpra o papel de indutor do desenvolvimento socioeconômico da região amazônica. A Lei Federal nº 11.284/06 estabeleceu em seu artigo 26, alínea “d”, a agregação de valor do produto ou serviço florestal na região da concessão como um dos critérios de seleção em licitação de florestas públicas federais. Porém, atualmente não há uma variável que permita a medição direta da capacidade dos estados amazônicos em proporcionar condições para a agregação de valor. Desta forma, entende-se que o indicador “Investimentos em ciência e tecnologia” esteja correlacionado com o tema.

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2) ”Regras mais claras para exploração e, principalmente, melhores

condições de infraestrutura / logística para escoamento da produção” (Anônimo).

Os estados da Amazônia, de maneira geral, compartilham os mesmos rigores da normatização florestal. Seus instrumentos legais não podem ser menos restritivos que os federais. Portanto, não há uma diferenciação marcante que justifique a inclusão de um indicador normativo para o cálculo do Iconf, assim como também não há uma variável que possa medir tal diferenciação entre os estados.

Quanto às condições de infraestrutura e logística, foram considerados na metodologia do estudo indicadores de infraestrutura de comunicação e de energia e qualidade das rodovias e distância entre a floresta e os centros industriais.

3) “Acho relevante, como indicador, a construção dos planos de manejo das unidades

de conservação, já que esta é uma ferramenta de gestão indispensável e responsável por levantar informações de estudos socioeconômico, socioambiental, etc. Essas informações são imprescindíveis para o sucesso das concessões florestais” (Erick Baltazar- Auditor de Concessão e Outorga Florestal do estado do Amapá).

Os planos de manejo das UC são utilizados na preparação dos editais de licitação quando das concessões em florestas nacionais. A rigor, eles não devem ser um indicador do clima econômico e sim o Iconf é que deve auxiliar na tomada de decisão de onde aplicar os recursos para elaboração dos planos de manejo em UC.

4) “Política pública traduzida na efetiva manifestação de vontade dos governantes em

dotar o Estado Brasileiro de mecanismos que propiciem a investidores e empreendedores a considerarem a floresta nativa e plantada em seus portfólios de negócios.

Que sejam providenciadas campanhas de esclarecimentos que as florestas além de propiciarem ganhos ambientais também são produtoras de bens para utilização humana e serviços sociais” (Paulo Grieger – Ibama- Brasília).

O Iconf objetiva exatamente ser uma ferramenta de auxílio para os governantes na implantação do instrumento econômico da concessão florestal e para os investidores em suas decisões de onde empreender, o que pode maximizar os ganhos socioeconômicos na Amazônia.

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5) “Desburocratização da atividade de manejo. O custo de transação do manejo

florestal é extremamente elevado quando comparado às outras atividades. Isto inibe o desenvolvimento tecnológico e o aumento de competitividade porque o exercício da atividade profissional focado na eficiência econômica, ambiental e social, concorre com o esforço em ultrapassar as barreiras burocráticas. Na prática, isto funciona como um freio ao manejo florestal sem coibir as práticas ilegais. Não é o aumento de regras e regulações que fará o ilegal virar legal.

Importante ressaltar que uma das limitações das linhas de crédito é a garantia” (Anônimo).

A desburocratização e a diminuição dos custos operacionais do manejo florestal, assim como a coibição de práticas ilegais, podem ser facilitadas pelo sucesso das concessões florestais, na medida em que florestas mais valorizadas tendem a receber mais atenção dos agentes econômicos.

6) “Quem infringir as normas e leis poderá aumentar muito seus lucros e sabe que

conta com uma possibilidade muito reduzida de ter a que assumir o pagamento das multas, devido aos inúmeros recursos jurídicos e morosidade da justiça” (João Ferraz - jferraz@inpa.gov.br).

Um dos indicadores do Iconf é “segurança jurídica e aplicação da lei” nos estados, em que quanto pior tal indicador mais negativamente o Iconf será afetado, o que exigirá medidas governamentais efetivas de combate à ilegalidade e à impunidade.

7) “Medidas de fomento à certificação florestal, como bônus para produção em bases

mais sustentáveis.

Medidas de rastreamento e monitoramento dos produtos florestais a partir da floresta e ao longo da cadeia de custódia” (Anônimo).

Tais medidas são essenciais para o êxito das concessões florestais e do manejo florestal em aspecto mais amplo. Contudo, são indicadores a serem considerados apenas quando e se houver ações pertinentes diferenciadas entre os estados.

8) “Um fator que acho importante de ser abordado é a oferta de assistência técnica do

Estado para as ações de concessão.

A comunidade do entorno da área sob concessão pode influenciar no sucesso do empreendimento sob vários aspectos” (Anônimo).

Quando o primeiro estado da Amazônia implantar uma política de assistência técnica para concessões florestais, a metodologia do Iconf deverá absorver uma variável afim, procedendo-se nova determinação dos pesos e, talvez, um rearranjo das dimensões.

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Sem dúvida, a existência, o tipo e o nível de envolvimento de comunidades com as concessões podem influenciar no clima econômico. Porém, um indicador desses também esbarra na dificuldade de obtenção de dados e parece ter mais afinidade com um possível desdobramento da presente metodologia para o patamar local (municipal ou por lote de concessão).

9) “Agregação de valor e tecnologia de processamento. Plano Safra Florestal

(planejamento de longo prazo). Concessão de uma mesma área para vários atores (uso múltiplo e especialização), que inclui madeira (dura e branca), não madeireiros. Permitir a comercialização de serviços ambientais. Concessão de áreas públicas degradadas para plantios florestais em regime de concessão.

É fundamental que as concessões florestais estejam inseridas na economia florestal do país, precisa ter projeções realistas de oferta de produtos florestais ao longo do período das concessões (plano safra) e ter planos de negócios bem definidos (ou seja, o empreendimento tem que ser viável inclusive financeiramente” (Fernando Castanheira Neto - MsC Engenheiro Florestal - Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República).

Todas as apropriadas sugestões, quando implementadas por algum estado, merecerão ser incluídas na metodologia do Iconf. No que se refere à agregação de valor e tecnologia, os temas já foram discutidos anteriormente.

10) “Excessiva burocracia e restrições aliada a instabilidade jurídica são fatores que

contribuem para um total desestímulo para que haja um ambiente propício e atraente ao desenvolvimento da atividade florestal. Como um empreendedor pode se sentir atraído pela atividade florestal num ambiente totalmente inóspito, quando ele pode investir, por exemplo, na atividade agrícola, incluindo a pecuária?” (Anônimo).

O indicador “segurança jurídica e aplicação da lei” visa a medir a eficiência jurídica nos estados. O problema da competição do investimento com atividades agrícolas e pecuárias pode ser enfrentado com os indicadores “incentivos fiscais” e “linhas de crédito”. Todavia, estes indicadores só terão sentido de utilização no Iconf quando houver diferenças entre os estados amazônicos em relação a eles.

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