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do trabalho em tempos de precarização

3.2. Seleção por Produção: “nova” modalidade de exploração da força de trabalho em Recife/PE

A

o longo do presente estudo, uma questão fundamental acompanhou o conjunto de nossos questionamentos, análises e inquietações: a de que a precariedade torna-se cada vez mais uma marca do trabalho na contemporaneidade. Esta precariedade e a intensificação da exploração do trabalho tornam-se cada vez mais nítidas nas formas de ser do trabalho na atualidade, nas condições e relações de emprego, nas diversificadas e inúmeras situações de subemprego e na terrível realidade do desemprego.

Nesta parte do estudo, queremos voltar nosso olhar para este traço de precarização que atravessa o mundo do trabalho, no contexto da configuração que

assume o capitalismo na contemporaneidade. Nos lançaremos, pois, rumo ao desvendamento de formas de exploração do trabalho que traduzem, ao seu modo e sob determinadas condições, essa precariedade a que estão submetidos o trabalho e o trabalhador.

Caminhando nessa direção, nos deteremos em um espaço específico: a intermediação pública da força de trabalho em Recife. Interessa-nos, aqui, apreender na singularidade desse espaço uma dimensão que se traduz na particularidade do cenário brasileiro e na generalidade do contexto mundial. Entendemos que, frente ao quadro de expressivo desemprego e intensificação da exploração do trabalho, imposto pelos padrões de reestruturação capitalista, e às expressões que assumem essa reestruturação no Brasil, a intermediação pública da força de trabalho apresenta-se como um espaço oportuno e acessível aos imperativos do mercado e do lucro.

Esse entendimento foi construído quando, a partir da abordagem específica das ações de intermediação pública da força de trabalho em Recife, identificamos, no interior da dinâmica da intermediação, um evento peculiar. Tal evento, ora denominado de “seleção por produção”, expressa, segundo nossa compreensão, não apenas uma forma de exploração do trabalho por parte de empresas usuárias do serviço de intermediação, mas notadamente a fragilidade do trabalhador na condição de desemprego e de busca pelo emprego.

Aproximações sucessivas à dinâmica de intermediação da força de trabalho em Recife nos permitiram compreender como o espaço público da intermediação é aberto aos interesses empresariais de redução de custos. Tais interesses afirmam-se e realizam-se desde a simples inscrição no serviço de intermediação, passando pelo caráter dos empregos oferecidos até, em alguns casos, a utilização indevida da força de trabalho, como é o caso da “seleção por produção”.

Nesta perspectiva, partindo de uma abordagem mais aprofundada da dinâmica da intermediação, pudemos confirmar a questão central de nosso estudo: no contexto de crescente desemprego e precarização do trabalho, o espaço de realização da

intermediação pública da força de trabalho apresenta-se como um espaço permeável a formas de exploração do trabalho.

A confirmação de nossa questão central foi tomando forma na medida em que fomos reunindo dados acerca do desenho e sentido da intermediação pública da força de trabalho e da dinâmica própria que a caracteriza. No primeiro momento, o levantamento de dados gerais sobre a intermediação pública da força de trabalho permitiu, como vimos no item anterior, a observação de que vem ocorrendo concretamente o crescimento da procura deste serviço por parte dos trabalhadores brasileiros. Os dados estatísticos acerca das ações que traduziam a movimentação da intermediação da força de trabalho no Brasil pouco a pouco produziam uma certa inquietação, pois o quantitativo de trabalhadores que acessavam a intermediação pública na busca pelo emprego era bastante significativo: em apenas cinco anos, de 1999 a 2003, haviam se inscrito no serviço de intermediação pública mais de 23 milhões de pessoas. Em Pernambuco, no mesmo período, o número de trabalhadores que utilizaram esse tipo de serviço chegava a quase 1 milhão de pessoas.

Na verdade, apreender esse fato tornou-se, para nós, duplamente inquietante. Primeiro, porque expressava a difícil situação do desemprego e a busca massiva pelo emprego. Segundo, porque, quando confrontávamos esse dado com nossa questão central, surgia a preocupação em torno da constante exposição de milhares de trabalhadores a diversificadas formas de exploração de sua força de trabalho por parte de empresas usuárias da intermediação e que, de um modo ou de outro, encontravam espaço na permeabilidade da intermediação pública para sobreporem seus interesses privados aos interesses coletivos do trabalho e do trabalhador.

Acreditamos que embora a classe trabalhadora esteja fragmentada e desorganizada frente (e sob) à nova ordem do capital, os interesses do trabalho tornam-se cada vez mais coletivos140, considerando que é crescente no mundo inteiro

140 Acreditamos que o retorno da discussão da questão do trabalho não ocorreu por um acaso. Com a

configuração atual do capitalismo e as mudanças no mundo do trabalho, o trabalho torna-se cada vez mais uma preocupação que se estende do nível local ao global. Naturalmente, as respostas que serão assumidas pelos Estados e pela sociedade em geral necessitam ser entendidas no interior do processo sócio-histórico, da condição e capacidade de formular e organizar alternativas de enfrentamento à nova ordem do capital. Recentemente, tivemos um bom exemplo de enfrentamento dessa nova ordem na direção da valorização do trabalho. Entendendo que o trabalho era interesse coletivo, milhares de

o número de trabalhadores excluídos do processo de produção social. Se grande parcela desses trabalhadores já estava vivendo, ou melhor, sobrevivendo em mínimas condições de reprodução social ou estava literalmente excluída, agora contam com mais essa forma de exclusão. Entendemos que, no Brasil, ainda que em condições adversas, os interesses do trabalho afirmam-se, pelo menos minimamente, quando os trabalhadores empreendem sua luta cotidiana pela sobrevivência, lutando contra o desemprego. Isso sem falar nos raros movimentos e organizações de trabalhadores que de forma combativa empreende uma luta pela valorização do trabalho.

Outrossim, uma outra questão atravessava a preocupação em relação ao fato de que algumas empresas poderiam estar utilizando o espaço da intermediação pública para obter lucro às custas de trabalhadores desempregados, de modo a sobrepor os interesses privados capitalistas aos interesses destes últimos. A questão era a de que estas empresas estariam utilizando um espaço que é financiado pelo trabalho. Lembremos que a fonte de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT é composta pelas contribuições para o Programa de Integração Social – PIS e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PASEP. Em resumo: é dinheiro do trabalho e do trabalhador destinado, ao menos em tese, a prover garantias ao trabalho e ao trabalhador.

Assim, proceder ao segundo momento de nossa pesquisa significava não apenas reunir informações acerca da dinâmica da intermediação, mas também buscar identificar concretamente casos de trabalhadores que tivessem sido submetidos ao que chamamos de “seleção por produção”. Chegar até esses trabalhadores colocava-se para nós como uma condição sine qua non, pois que, a partir desse dado concreto, poderíamos, fundamentados em nossa interpretação e análise, afirmar, por um lado, nossa questão central e, por outro lado, discutir como o poder público, através do serviço de intermediação, realizava (ou não) o controle da dinâmica da intermediação no sentido de coibir a ocorrência deste tipo de evento.

franceses foram às ruas protestar contra o projeto de flexibilização do contrato de primeiro emprego, defendido pelo governo francês. A mobilização foi tão intensa, que o governo recuou e retirou a proposta. Esse fato parece um bom exemplo de que a garantia das condições de trabalho torna-se, neste ambiente de desemprego e precarização, um interesse coletivo dos trabalhadores.

Para atingir tal fim, escolhemos como foco de observação e análise a intermediação pública da força de trabalho realizada pelo Sistema Nacional de Emprego em Recife e, particularmente, o seu principal posto de operacionalização das ações de intermediação no município: a Agência do Trabalho - Recife/ Boa Vista.

Conforme já indicamos, no final dos anos de 1990, mais precisamente em 1999, foi iniciado um processo de reestruturação do Sistema Nacional de Emprego - SINE em Pernambuco. Essa reestruturação tinha como objetivo a “ampliação do atendimento aos trabalhadores desempregados e sob risco de desocupação”. Criada a partir da “implantação de um novo modelo operacional”, a Agência do Trabalho - Recife/ Boa Vista foi a primeira unidade a entrar em operação no estado. Segundo dados da Agência do Trabalho, a partir desse novo modelo, as ações de intermediação do SINE realizam um salto substancial. Até 1998, o antigo SINE-PE colocava, anualmente, em média, 1.500 trabalhadores. Com a implantação do modelo Agência do Trabalho141, o sistema intermediou, no período 1999 a 2006, a contratação de 235 mil trabalhadores por diversas empresas (PERNAMBUCO, 2006).

Em virtude dessa reestruturação, a Agência do Trabalho - Recife/Boa Vista passou a funcionar como uma matriz do SINE no estado de Pernambuco, concentrando no mesmo lugar uma estrutura destinada à operacionalização das ações do Sistema Público de Emprego – seguro desemprego, qualificação profissional, intermediação, entre outros – e a gerência central do conjunto das ações da Agência do Trabalho/SINE no estado. Acrescentamos, ainda, que a Agência do Trabalho - Recife/Boa Vista além de representar o modelo para implantação de outras Agências que foram sendo criadas posteriormente, concentra na metrópole pernambucana o maior peso estatístico das ações realizadas no estado em torno da operacionalização do Sistema Público de Emprego142. Prova disso é o seu banco de

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O modelo operacional, caracterizado pela instalação de novos postos de atendimento – informatizados e funcionando em novas estruturas físicas – e pela integração de diversos programas voltados para o trabalhador foi expandido a partir do ano de 2000. Ampliando a rede de atendimento ao trabalhador, até 2006, foram implantadas 14 novas unidades da Agência do Trabalho e reestruturadas 06 unidades já existentes. Foram investidos recursos estaduais e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). As prefeituras municipais atuam em parceria com o Governo do Estado na implementação destas ações (PERNAMBUCO, 2006).

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É interessante destacar que as operações da Agência do Trabalho Recife/BoaVista foram iniciadas entre o final de 1999 e o ano de 2000. A partir desse período houve um crescimento substancial das ações de intermediação de mão-de-obra, que refletem o redimensionamento das metas e os novos

dados que conta atualmente com “cerca de 1 milhão de trabalhadores cadastrados” (PERNAMBUCO, 2006).

Assim, considerando o peso que a unidade operacional da Agência do Trabalho - Recife/Boa Vista tem no conjunto das outras unidades e postos de atendimentos espalhados pelo Recife, Região Metropolitana e interior de Pernambuco, como também a relevância que a Agência do Trabalho - Recife/Boa Vista representa no direcionamento das ações de intermediação, elegemos essa unidade como nosso foco de pesquisa143.

Com o objetivo de apreender a dinâmica da intermediação da força do trabalho e identificar casos que expressassem o que ora denominamos de “seleção por produção”, realizamos a partir desta unidade, o levantamento de informações utilizando técnicas e métodos de pesquisa qualitativa144. Procuramos dessa forma tanto levantar informações sobre os processos que acompanham a dinâmica da intermediação, em especial aqueles que dizem respeito às relações entre intermediação – trabalhador – empresa, quanto confrontar nossas observações e interpretações acerca dessa dinâmica com a identificação e análise de um dado específico: a experiência de trabalhadores que tivessem sido submetidos à “seleção por produção”, por parte de empresas usuárias da intermediação.

Embora tenhamos utilizado dados estatísticos para demonstrar o expressivo crescimento da intermediação da força de trabalho no Brasil – os quais puderam ser

resultados com a implantação do novo modelo operacional. Sem dúvida, os investimentos em infra-estrutura, desde o espaço físico até a rede informacional – computadores, rede de telefônica e rede lógica para transmissão de dados – contribuíram para o salto quantitativo das estatísticas das ações, particularmente as ações de intermediação da Agência. Além disso, o fato desse posto ser sediado no centro da Capital possibilita uma melhor localização e visibilidade junto à população. Sobre este período de redimensionamento da Agência do Trabalho – Recife/Boa Vista e seus resultados pode-se consultar Silva (et al, 2004), em estudo que avaliou o desempenho da intermediação de mão-de-obra em Recife.

143 É importante esclarecer que nossa pesquisa não teve como objetivo desenvolver um estudo

aprofundado sobre a Agência do Trabalho como um todo, nem desenvolver um estudo avaliativo acerca do desempenho das ações de intermediação. Nosso foco de estudo estava orientado para o levantamento de dados acerca da dinâmica da intermediação da força de trabalho, bem como a identificação e contato com trabalhadores que vivenciaram a seleção por produção.

144 Nessa parte de nosso estudo, utilizamos a “observação livre” e a “entrevista semi-estruturada” como

instrumentos de coleta de dados (TRIVIÑOS, 1987). Embasados nesse instrumental de pesquisa, procuramos levantar informações tanto por meio da observação e registro de processos que acompanham a dinâmica da intermediação, quanto a partir da realização de entrevistas com trabalhadores agenciados e técnicos que operacionalizam o serviço.

visualizados na primeira parte deste capítulo –, nesta fase da pesquisa, os nossos olhos voltaram-se para os dados qualitativos, pois as informações por nós levantadas tanto não podiam ser quantificadas, quanto o objetivo de nosso estudo ultrapassava a simples descrição e quantificação de um dado – que em nosso caso seria a ocorrência da “seleção por produção”.

Diferentemente, nossa proposta de pesquisa se voltou para a coleta de informações que precisavam ser interpretadas e analisadas de forma muito mais ampla que simplesmente circunscrita ao dado objetivo, pois entendemos que mais importante que apresentar números que validassem nossa questão central era preciso identificar o fato, dialogar com ele e situá-lo no interior de uma realidade muito mais ampla e complexa.

Nesta perspectiva, a identificação de formas de exploração do trabalho por parte de empresas usuárias da intermediação da força de trabalho não se esgotava em números e nem ficava circunscrita ao fato em si. Na verdade, os direcionamentos de nossa fundamentação teórica apontavam o percurso da interpretação e análise que faríamos do fato, situando-o na realidade social concreta. Foi nesta direção que caminhamos nessa etapa de nosso trabalho. Ao final, tínhamos um conjunto de informações, anotações e dados que precisavam ser trabalhados, interpretados e analisados em amplo confronto com nossa questão central. Aos poucos, as informações foram ganhando sentido, tornando cada vez mais possível a compreensão da ocorrência de formas de exploração do trabalhador desempregado na dinâmica da intermediação.

O esforço de esboçar nossa compreensão – formulada após sistematização e tratamento teórico e analítico das informações levantadas – requer a exposição de alguns pontos a fim de recuperar alguns elementos da dinâmica da intermediação. A recuperação dos processos que acompanham essa dinâmica apresenta-se como uma exigência inicial ao entendimento das relações entre o trabalhador, a intermediação e a empresa, indicando as condições que circunscrevem essas relações e as circunstancias que estariam justificando a ocorrência de formas de exploração do trabalhador por parte de empresas.

Quando tratamos dessa dinâmica, percebemos que as relações entre trabalhador - intermediação - empresa são fluídas e, portanto, expostas a deformações. Outrossim, observando a dinâmica que acompanha todo o processo de intermediação, entendemos que existe um afrouxamento ainda maior na relação entre a intermediação e a empresa e, conseqüentemente, na relação entre a empresa o trabalhador. Mas do que exatamente estamos falando? Para responder essa questão é preciso voltar um pouco mais, retornando ao processo de intermediação.

Vimos no item anterior que a intermediação opera em cima do desemprego friccional. Em outras palavras, isso que dizer que ela não consiste numa política ativa orientada para a geração de emprego formal. Em seu sentido próprio, ela trabalha em cima de vagas que são geradas no mercado de trabalho e colocadas à disposição da intermediação pública da força de trabalho. Assim, com o objetivo de (re)colocar no mercado formal de trabalho trabalhadores que se inscreveram no serviço, suas ações são preponderantemente orientadas por aquilo que os operadores das ações chamam de “Central de Vagas”.

Pois bem, entendemos que é em torno da disponibilidade, encaminhamento e preenchimento de vagas que se constrói a relação entre intermediação, trabalhadores e empresas. Na Agência do Trabalho Recife/ Boa Vista145, a dinâmica que acompanha o processo de intermediação pode ser resumida da seguinte forma.

No que se refere à relação entre a intermediação e o trabalhador, essa tem seu início a partir do ato de inscrição do trabalhador, que pode ser feita pessoalmente no posto de atendimento ou pela internet, através do Portal do Trabalhador146. Após sua

145 Como será possível perceber, os processos que ocorrem na Agência do trabalho em torno da

intermediação são semelhantes aos que ocorrem ao nível nacional, como apontam os dados oficiais do Ministério do Trabalho sobre as ações desenvolvidas pelo SINE. Curiosamente, sondando o centro de solidariedade ao trabalhador, observamos que também são semelhantes, o que parece ser representar um modelo de intermediação pública.

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Utilizando o Portal do Trabalhador, os trabalhadores podem tanto fazer a inscrição no serviço de intermediação como podem consultar as vagas disponíveis e que se enquadram em seu perfil. Após inscrição e mediante vaga disponível, os trabalhadores podem solicitar, por meio eletrônico, a reserva da vaga para que possam em seguida comparecer aos postos de atendimento e serem encaminhados para a referida vaga de emprego. Embora seja um serviço que facilita o acesso do trabalhador às ações públicas de intermediação da força do trabalho, o Portal do Trabalhador atende um público específico, considerando que o acesso e o uso da internet ainda não foi universalizado ao conjunto da população, especialmente para a parcela sem nenhuma ou com baixa renda. De todo modo, facilitou o acesso para

inscrição, e em virtude da oferta da vaga de emprego, esse trabalhador será encaminhado à empresa que disponibilizou a vaga. Porém, esse movimento do ato de inscrição até o encaminhamento envolve alguns critérios e etapas: primeiro, o trabalhador deve identificar-se enquanto trabalhador, portando a carteira de trabalho e outros documentos que o identifiquem como trabalhador e como cidadão; segundo, para esse trabalhador ser encaminhado a uma vaga de emprego, ele necessita ter um perfil profissional e pessoal adequado às exigências da empresa – a verificação desse perfil ocorre por meio da avaliação de atendentes do serviço ou profissionais de psicologia, especialmente treinados para fazer um tipo de pré-seleção; terceiro, enquadrando-se no perfil da vaga, este trabalhador é encaminhado através de carta de encaminhamento. Após essa etapa o trabalhador poderá ou não retornar ao serviço de intermediação, considerando o fato de que o trabalhador pode ter conseguido ou não a vaga do emprego formal. É importante destacar que é o trabalhador quem acessa o serviço de intermediação. Embora em alguns casos este último faça a convocação do trabalhador – inscrito no serviço e que esteja no perfil de uma vaga específica – por meio do telefone, carta ou visita de funcionário, nem sempre se consegue contactar o trabalhador, que poderá, até mesmo, nunca mais retornar a utilizar a intermediação pública.

Em se tratando da relação entre a intermediação e a empresa, essa também ocorre a partir da inscrição da empresa na intermediação, na condição de ofertante de vaga(s) de emprego(s), que pode ser feita através de telefone ou pela internet147. Neste caso, a intermediação não tem contato direto com a documentação da empresa, que pode informar via telefone ou via internet os seus dados148. Após a inscrição da empresa e a consequente disponibilização de vagas, as relações desta com a intermediação passam a se dar da seguinte forma: primeiro, existindo trabalhadores que estejam dentro do perfil exigido pela empresa, esta começará a receber os trabalhadores candidatos às vagas de emprego; segundo, após receber os

os trabalhadores que podem custear o acesso privado à Internet, e ainda para aqueles trabalhadores que substituem os custos das passagens de ônibus pelo custeio do uso da internet.

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A Agência, visando levantar o maior quantitativo de vagas possíveis, atua na captação de vagas nas empresas, agindo em paralelo com o banco de informações sobre os agenciados.

trabalhadores e submetê-los a processos de seleção149, a empresa retorna a carta de encaminhamento à intermediação informando o preenchimento ou não da vaga de emprego150. Caso a carta retorne ou ocorra contato por parte da empresa, a