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Seleção das Variáveis e Métricas

5.4 PLANEJAMENTO

5.4.3 Seleção das Variáveis e Métricas

Um experimento, de acordo com Wohlin et al. (2012), pode ter cinco tipos de variáveis, classificadas como: independentes, dependentes, controladas, mascara- das e aleatórias.

Foram definidas as variáveis independentes e dependentes que compõem este experimento; os demais tipos não foram identificados. Em conformidade com Wohlin et al. (2012) uma variável independente é aquela que é fator determinante para que ocorra um determinado resultado, é a condição ou causa para um determi- nado efeito ou consequência; é o estímulo que condiciona uma resposta.

O autor ainda afirma que uma variável dependente corresponde a um fator ou propriedade que é efeito, resultado, consequência ou resposta de algo que foi estimulado; não é manipulada, mas é o efeito observado como resultado da manipu- lação da variável independente.

No Quadro 05 estão descritas as variáveis independentes e dependentes identificadas para este experimento.

Variáveis Independentes Variáveis Dependentes

Experiências dos envolvidos Utilização do Mecanismo Kanban Cronograma das Atividades Desenvolvimento das Atividades Modelagem do projeto em BPMN

Quadro 05 – Variáveis independentes e dependentes Fonte: Autor

Ainda nesta etapa foi possível identificar a métrica que será utilizada no de- correr do experimento, uma vez que esta é essencial no auxílio da validação da hi- pótese proposta e diz respeito ao cronograma de execução das atividades.

Isto posto, Ideal Day foi utilizada como parâmetro para o cronograma das atividades do projeto, e responsável por realizar estimativas de forma ágil, sendo aplicada para planejar o projeto e iterações.

Segundo Alves et al. (2008), a Ideal Day corresponde à quantidade de tra- balho que um profissional da área consegue concluir em um dia dedicado a este. COHN (2005) corrobora com esta visão salientando que um Ideal Day corresponde à quantidade de trabalho que um profissional, com fluência nas tecnologias e ferra- mentas envolvidas, consegue realizar em 08 (oito) horas de trabalho dedicadas (sem interrupções). Trata-se de uma estimativa empírica, executada por especialistas para desenvolvimento com base em exploração adaptativa. Por isto o nome de Dia Ideal.

O Ideal Day é utilizado para realizar estimativas de forma ágil, sendo aplica- da para planejar o projeto e iterações. MARTINS (2007) dá ênfase à velocidade cal- culada a partir do número de horas que a equipe gasta para implementar um traba- lho equivalente a um Ideal Day (Dia Ideal).

É importante que se compreenda que o "Dia Ideal", com 08 (oito) horas de trabalho sem interrupções, de um "desenvolvedor ideal", raramente irá ocorrer na prática e, portanto, deve ser utilizada unicamente como uma base para quantificação de tempo de referência e balizador ideal de produtividade.

De acordo com Martins (2007), a velocidade é calculada a partir do número de horas que a equipe gasta para implementar um trabalho equivalente a um Ideal Day, o tempo ideal. O mesmo autor define que, para efetuar o cálculo dos dias esti- mados é necessário utilizar a seguinte fórmula:

𝐷𝐸 = 𝐼𝐸𝐷

1 − 𝐼𝐸𝐷𝑅𝐸𝐴𝐿%

Fórmula 01 - Cálculo Ideal Day Fonte: Martins (2007)

Onde:

DE: quantidade de dias estimado para concluir a tarefa;

IED: prazo necessário para implementar o item, esse prazo é definido pela equipe;

IED_REAL%: percentual que indica a estimativa de quanto tempo do dia o desenvolvedor ficará dedicado à implantação do item.

O Ideal Day é uma estimativa empírica, executada por especialistas ("Expert Judment") para desenvolvimento com base em "exploração adaptativa" (MARTINS, 2007) (ALVES, et al., 2008).

Antes de definir tal métrica foram cogitadas a utilização de Pontos por Fun- ção, COCOMO e Planning Poker. Contudo alguns fatos fizeram escolher a métrica Ideal Day, fatos estes descritos a seguir.

Pontos por função, segundo Dekkers (2003), exige a necessidade significati- va de um nível de detalhe de informações do software para uma medição mais con- fiável, entradas, saídas, consultas, registros, bases, o que por se tratar de um expe- rimento não é possível de antemão, e também é empírica como Ideal Day, portanto este último por ser uma estimativa ágil torna-se melhor executável.

Quanto ao Planning Poker (COHN, 2005), este não pareceu a melhor métri- ca, porque é um padrão que necessita da participação de toda a equipe, e como ocorreram experimentos com alunos, não são todos que têm experiência de desen- volvimento; desta forma uma métrica descrita por especialistas mostra-se mais pro- missora, como é o caso do Ideal Day.

Em relação ao COCOMO, para sua utilização é necessária a quantidade de linhas de código (LOC) do software gerado, pois a aplicação da métrica requer cál- culos com fórmulas que demandam tal variável. Para o projeto desenvolvido este número apenas seria obtido após seu término, contudo para a aplicação do proces- so proposto é importante ter um parâmetro já na fase inicial como é melhor eviden- ciado no capítulo 6. Por isso ficou inviável aplica-la.

Assim sendo, a métrica Ideal Day foi utilizada, além dos requisitos já apre- sentados, também porque, segundo Kompella (2014), estudos mais recentes da es- cola ágil dizem que a estimativa empírica é uma maneira sensata de se prever o ta- manho de requisitos em uma dinâmica de "requisitos evolucionários", com práticas de "exploração e adaptação", especialmente se acompanhada por, de acordo com Kompella (2014):

“Realimentação iterativa da velocidade, a partir de dados históricos, prefe- rencialmente coletados durante o mesmo projeto para a mesma equipe; Previsão sobre uma mesma ordem de grandeza, neste caso que não ultra- passe o espaço de algumas horas para alguns poucos dias; Realização de consenso entre especialistas, com técnicas de comunicação e convergên- cia”.

Desta forma essa métrica foi empregada para mensurar o tempo ideal de re- alização de cada atividade no decorrer do projeto de software, e depois utilizada pa- ra comparar com os tempos de realização das mesmas, pelos participantes do expe- rimento.