DIAGNÓSTICOS
Nos resultados que se seguem, com vistas à verificação da capacidade de identificação dos casos analisados, foram desconsideradas as lesões para as quais os resultados foram inconclusivos ou limítrofes, a fim de possibilitar a comparação dos métodos diagnósticos por meio de resultados conclusivos: malignos ou benignos.
Considerando-se a conclusão diagnóstica das lesões analisadas apenas como benigna, maligna, inconclusiva e limítrofe (“borderline”), a tabela 18 resume o perfil da amostra em relação aos três métodos diagnósticos considerados no estudo (TAB. 18).
TABELA 18 Distribuição do perfil da amostra segundo os métodos diagnósticos
Métodos Diagnósticos Conclusão diagnóstica Citopatologia intraoperatória Exame por congelação Exame histopatológico Benigna 761 (38,0%) 748 (37,4%) 829 (41,4%) Maligna 1.060 (53,0%) 1.039 (52,0%) 1.150 (57,5%) Exames inconclusivos 179 (9,0%) 213 (10,7%) 6 (0,3%) Casos limítrofes 0 (0%) 0 (0%) 15 (0,8%) Total 2.000 (100%) 2.000 (100%) 2.000 (100%)
Considerando-se o exame histopatológico como padrão-ouro para o diagnóstico das lesões tumorais, a tabela 19 resume os dados que permitem avaliar a capacidade da Citopatologia Intraoperatória como método diagnóstico (TAB. 19).
TABELA 19 Distribuição dos diagnósticos benignos e malignos alcançados pela Citopatologia
Intraoperatória e pelo Exame Histopatológico
Diagnósticos histopatológicos
Maligno Benigno Total
Maligno 1.049 11 1.060
Benigno 19 731 750
Diagnósticos citopatológicos
A proporção de diagnósticos malignos obtidos pela CI (1.060 ÷ 1.810 = 0,586 58,6%) e a proporção obtida pelo EH (1.068 ÷ 1.810 = 0,590 59,0%) são estatisticamente equivalentes (p>0,05) (teste de McNemar: valor-p=0,200).
Considerando as duas categorias diagnósticas, a concordância diagnóstica exata (1.049 casos malignos e 731 casos benignos) foi de (1.049 + 731) ÷ 1.810) = 0,983 98,3%. A diferença para a concordância total alcança a proporção de 1,7% que corresponde aos diagnósticos discordantes. O teste binomial indica alta evidência estatística (p < 0,01) de diferença entre essas duas proporções.
Conforme categorização apresentada em ALTMAN (1991)12 (pág. 404), o coeficiente kappa de Cohen indica uma concordância muito boa (κ = 0,966), altamente significativa (p < 0,01) entre os métodos diagnósticos CI e EH, afastando a possibilidade de que a concordância tenha sido casual.
Em decorrência, conclui-se que CI e EH diagnosticam proporções semelhantes de casos malignos ou benignos, tendentes à totalidade dos casos e sem interferência do acaso, o que evidencia uma equivalência diagnóstica bastante satisfatória entre os métodos.
A acurácia da CI, como método para detectar casos de malignidade, em relação ao EH, é resumida pelos seguintes parâmetros:
• Sensibilidade da CI em relação ao EH: 1.049 / 1.068 98,2%
• Especificidade da CI em relação ao EH: 731 / 742 98,5%
• Valor preditivo positivo da CI para o EH: 1.049 / 1.060 99,0%
12
• Valor preditivo negativo da CI para o EH: 731 / 750 97,5%
Considerando-se o exame histopatológico como padrão-ouro para o diagnóstico das lesões tumorais, a Tabela 20 resume os dados que permitem avaliar a capacidade do Exame por Congelação como método diagnóstico (TAB. 20).
TABELA 20 Distribuição dos diagnósticos benignos e malignos alcançados
pelo Exame de Congelação e pelo Exame Histopatológico
Diagnósticos histopatológicos
Maligno Benigno Total
Maligno 1.030 9 1.039
Benigno 24 718 742
Diagnósticos por exame de congelação
Total 1.054 727 1.781
A proporção de diagnósticos malignos obtidos pela EC (1.039 / 1.781 = 0,583 58,3%) e a proporção obtida pelo EH (1.054 ÷ 1.781 = 0,592 59,2%) apresentam diferença estatisticamente significativa (p<0,05) (teste de McNemar: valor-p=0,014).
Considerando as duas categorias diagnósticas, a concordância diagnóstica exata (1.030 casos malignos e 718 casos benignos) foi de (1.030 + 718) ÷ 1.781) = 0,981 98,1%. A diferença para a concordância total alcança a proporção de 1,9% que corresponde aos diagnósticos discordantes. O teste binomial indica alta evidência estatística (p < 0,01) de diferença entre essas duas proporções.
O coeficiente kappa de Cohen (ALTMAN, 1991) indica uma concordância muito boa (κ = 0,962), altamente significativa (p < 0,01), entre os métodos diagnósticos EC e EH, afastando a possibilidade de que a concordância tenha sido casual.
Em decorrência, conclui-se que EC e EH, embora diagnostiquem proporções que apresentem diferença estatisticamente significativa de casos malignos ou benignos, essas proporções tendem à totalidade dos casos diagnosticados, o que faz a diferença estatisticamente significativa tender a deixar de ser clinicamente importante para a comparação do poder diagnóstico dos métodos. Outro argumento a favor da pouca relevância clínica para a diferença estatisticamente significativa observada é o fato do tamanho da amostra influenciar a precisão do resultado. Por outro lado, a não interferência do acaso é uma característica que contribui para evidenciar com bastante satisfatoriedade a equivalência diagnóstica entre os métodos.
A acurácia do EC para detecção de malignidade, em relação ao EH, pode ser resumida em:
• Sensibilidade do EC em relação ao EH: 1.030 / 1.054 97,7%
• Especificidade do EC em relação ao EH: 718 / 727 98,8%
• Valor preditivo positivo do EC para o EH: 1.030 / 1.039 99,1%
Considerando-se o exame por congelação como padrão-ouro para o diagnóstico das lesões tumorais, a tabela 21 resume os dados que permitem avaliar a capacidade da Citopatologia Intraoperatória como método diagnóstico (TAB. 21).
TABELA 21 Distribuição dos diagnósticos benignos e malignos alcançados
pelo Exame por Congelação e pela Citopatologia Intraoperatória Diagnósticos por exame de
congelação
Maligno Benigno Total
Maligno 995 7 1.001
Benigno 6 691 698
Diagnósticos citopatológicos
Total 1.002 697 1.699
A proporção de diagnósticos malignos obtidos pela CI (1.001 ÷ 1.699 = 0,589 58,9%) e a proporção obtida pelo EC (1.002 ÷ 1.699 = 0,590 59,0%) são estatisticamente equivalentes (p>0,05) (teste de McNemar: valor-p=1,000).
Considerando as duas categorias diagnósticas, a concordância diagnóstica exata (995 casos malignos e 691 casos benignos) foi de (995 + 691) ÷ 1.699 ) = 0,992 99,2%. A diferença para a concordância total alcança a proporção de 0,8% que corresponde aos diagnósticos discordantes. O teste binomial indica alta evidência estatística (p < 0,01) de diferença entre essas duas proporções.
O coeficiente kappa de Cohen (ALTMAN, 1991) indica uma concordância muito boa (κ = 0,984), altamente significativa (p < 0,01), entre os métodos
diagnósticos CI e EC, afastando a possibilidade de que a concordância tenha sido casual.
Em decorrência, conclui-se que CI e EC diagnosticam proporções semelhantes de casos malignos ou benignos, tendentes à totalidade dos casos e sem interferência do acaso, o que evidencia uma equivalência diagnóstica bastante satisfatória entre os métodos.
A acurácia do CI, como método para detectar casos de malignidade, em relação à EC é resumida pelos seguintes parâmetros:
• Sensibilidade da CI em relação ao EC: 995 / 1.002 99,3%
• Especificidade da CI em relação ao EC: 691 / 697 99,1%
• Valor preditivo positivo da CI em relação ao EC: 995 / 1.001 99,4%
• Valor preditivo negativo da CI em relação ao EC: 691 / 698 99,0%
Objetivo específico 6. Avaliar a concordância e discordância diagnóstica entre: a)a Citopatologia Intraoperatória e o Exame por Congelação; b)a Citopatologia Intraoperatória e o Exame Histopatológico; c) o Exame por Congelação e o Exame Histopatológico; d) a Citopatologia Intraoperatória, o Exame por Congelação e o Exame Histopatológico, entre si.
5.5 CONCORDÂNCIA E DISCORDÂNCIA ENTRE MÉTODOS
DIAGNÓSTICOS
Em 2.000 casos, a citopatologia intraoperatória e o exame por congelação apresentaram concordância em 1.777 (88,8%) e discordância em 223 casos (11,2%) (TAB. 22). Em 2.000 casos, a citopatologia intraoperatória e o exame histopatológico apresentaram concordância em 1.783 (89,2%) e discordância em 217 casos (10,8%) (GRAF. 7). No mesmo número de casos, o exame por congelação e o exame
histopatológico apresentaram concordância diagnóstica em 1.752 (87,6%) e discordância em 248 casos (12,4%) (TAB.23).
TABELA 22 Concordância e discordância diagnósticas entre a
citopatologia intraoperatória e o exame de congelação
Concordância/Discordância entre a CI e o EC Número de
casos Percentual Discordância entre a CI e o EC 223 11,2% Concordância entre a CI e o EC 1.777 88,8% Total 2.000 100,0% 1.783 (89,2%) 217 (10,8%) 0 20 40 60 80 100 Concordância CI x EH Discordância CI x EH
GRÁFICO 7 Concordância e discordância diagnósticas
entre a citopatologia intraoperatória e o exame histopatológico.
TABELA 23 Concordância e discordância diagnósticas entre
o exame de congelação e o exame histopatológico
Concordância/Discordância entre o EC e o EH Número de
casos Percentual
Discordância entre o EC e o EH 248 12,4%
Concordância entre o EC e o EH 1.752 87,6%
Total 2.000 100,0%
Na tabela 24, pode-se observar a concordância e a discordância diagnósticas entre os três métodos diagnósticos, dois a dois e os três simultaneamente. A concordância total, simultânea entre os três métodos, foi de 77,3% (em 1.545 de 2.000 casos). A ausência de concordância entre os três métodos foi de 2,3% (somente 45 casos).
TABELA 24 Concordância e discordância entre os três métodos diagnósticos
Concordância e Discordância entre os três métodos diagnósticos
Número de
casos Percentual
Ausência de concordância entre os três métodos 45 2,3%
Concordância apenas entre o EC e o EH
(CI discordou do EC e do EH) 106 5,3%
Concordância apenas entre a CI e o EH
(EC discordou da CI e do EH) 123 6,2%
Concordância apenas entre a CI e o EC
(EH discordou da CI e do EC) 181 9,1%
Concordância simultânea entre o EH e a CI e o EC
(discordância entre a CI e o EC) 0 0,0%
Concordância simultânea entre o EC e a CI e o EH
(discordância entre a CI e o EH) 0 0,0%
Concordância simultânea entre a CI e o EC e o EH
(discordância entre o EC e o EH) 0 0,0%
Concordância simultânea entre os três métodos 1.545 77,3%
Total 2.000 100,0%
Nas tabelas 25 e 26, pode-se observar as lesões mais frequentemente diagnosticadas como inconclusivas na CI e no EC, respectivamente. O adenoma folicular foi responsável por diagnóstico inconclusivo em 24 casos na CI e em 28 casos no EC, sendo a lesão mais frequentemente diagnosticada como inconclusiva pelas duas técnicas.
TABELA 25 Patologias com diagnósticos inconclusivos pela citopatologia intraoperatória
Diagnóstico histopatológico Número de casos Percentual
Adenoma Folicular 24 13,4
Bócio Nodular 12 6,7
Linfoma Não Hodgkin 9 5,0
Carcinoma Folicular 7 3,9
Adenocarcinoma 5 2,8
Carcinoma Papilífero 4 2,2
Carcinoma de Células Renais 4 2,2
Linfoadenopatia Reacional 4 2,2
Tumor Estromal Gastrointestinal 4 2,2
Carcinoma Ductal Infiltrante 4 2,2
Oncocitoma 4 2,2
Outros tumores (*) 98 45,2
Total 179 100,0
(*) – inclui setenta e nove tipos de patologias com frequência máxima de três casos
TABELA 26 Patologias com diagnósticos inconclusivos pelo exame de congelação
Diagnóstico histopatológico Número de casos Percentual
Adenoma Folicular 28 13,2
Linfoma Não Hodgkin 17 8,0
Bócio Nodular 16 7,5 Linfoadenopatia Reacional 8 3,8 Carcinoma Folicular 7 3,3 Adenocarcinoma 7 3,3 Adenocarcinoma Metastático 6 2,8 Linfoma Hodgkin 5 2,3
Tumor Estromal Grastrointestinal 4 1,9
Microcarcinoma Papilífero 4 1,9
Outros tumores (*) 111 52,1
(*) – inclui noventa e três tipos de patologias com frequência máxima de três casos Objetivo específico 7. Relacionar os casos em que os diagnósticos da citopatologia Intraoperatória e do exame histopatológico foram discordantes (malignos versus benignos).