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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.3 Sensoriamento Remoto

estarem sendo expandidas usando instrumentos além de câmeras, tais como scanners e radiômetros, passando a abranger regiões do espectro eletromagnético além do visível e do infravermelho próximo (infravermelho termal e micro-ondas, por exemplo). Assim, no fim dos anos 1950 ficou claro para os autores que o prefixo “foto”, que quer dizer, literalmente, “escrever com luz [visível]”, estava sendo usado muito além do seu real significado (COLWELL, 1997). A partir de então o termo sensoriamento remoto passou a ser promovido numa série de simpósios patrocinados pelo ONR nos Laboratórios Willow Run da Universidade de Michigan em conjunto com o National Research Council durante os anos 1960s e início dos 1970s, tendo sido usado desde então.

Sensoriamento remoto foi definido formalmente pela American Society of Photogrammetry and Remote Sensing (ASPRS) como “a medição ou aquisição de alguma propriedade de um objeto ou fenômeno, por um dispositivo de registro que não esteja em contato físico ou íntimo com o objeto ou fenômeno em estudo” (COLWELL, 1983). Já em 1988, a ASPRS adotou uma definição combinada de fotogrametria e sensoriamento remoto como sendo a arte, ciência e tecnologia de obter informação confiável sobre objetos físicos e o ambiente por meio do processo de registro, medição, e interpretação de imagens e representações digitais dos padrões de energia derivados de sistemas sensores sem contato físico (COLWELL, 1997).

A partir da sua consolidação, o termo sensoriamento remoto recebeu um grande número de definições (FISCHER, 1976). A Tabela 1 apresenta os principais conceitos atribuídos ao termo sensoriamento remoto ao longo do tempo, e seus respectivos autores.

Tabela 1 - Principais definições do termo sensoriamento remoto

Autor (es) Definição do termo Sensoriamento Remoto

Barrett E Curtis (1992)

“Ciência de observação à distância”. Colwell (1966) “Reconhecimento a distância”.

Crepani (1983) “É a ciência e a arte de se obterem informações sobre um objeto, área ou fenômeno, por meio da análise de dados coletados por aparelhos denominados sensores, que não entram em contato direto com os alvos em estudo”.

Curran (1995) “Uso de sensores de radiação eletromagnética para registrar imagens do meio físico que possam ser interpretadas de modo a gerar informações úteis”.

Florenzano (2011) “Tecnologia que permite obter imagens – e outros tipos de dados – da superfície terrestre, por meio da captação e do registro da energia refletida ou emitida pela superfície”.

Lintz E Simonetti

(1976) “Arte ou ciência de dizer algo sobre um objeto sem tocá-lo”. Lillesand E Kieffer

(1994) “É a arte e a ciência de estudar a matéria sem ter contato físico com a mesma baseando-se somente da interação da radiação eletromagnética”.

Mather (1987) “Medida à distância da assinatura espectral da superfície da Terra e da atmosfera”.

Novo (1989) “Utilização conjunta de modernos sensores, equipamentos para processamento de dados, equipamentos de transmissão de dados, aeronaves, espaçonaves, etc., com o objetivo de estudar o ambiente terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as substâncias do planeta Terra em suas mais diversas manifestações”.

Weng (2010) “Sensoriamento remoto refere-se às atividades de registro, observação, percepção e compreensão dos objetos ou eventos em lugares distantes (remotos).”

De acordo com Florenzano (2011) o termo sensoriamento está associado à obtenção de dados por meio de sensores instalados em plataformas terrestres, aéreas (balões e aeronaves) e orbitais (satélites artificiais). O termo remoto, que significa distante, é utilizado porque a obtenção é feita à distância, ou seja, sem o contato físico entre o sensor e objetos na superfície terrestre. O processamento, a análise e interpretação desses dados também integram o sensoriamento remoto.

De acordo com Meneses (2012) a definição mais clássica do termo sensoriamento remoto é: “uma técnica de obtenção de imagens dos objetos da superfície terrestre sem que haja um contato físico de qualquer espécie entre o sensor e o objeto”. Já a definição mais científica que se pode dar ao termo, de acordo com o mesmo autor, seria: “ciência que visa o desenvolvimento da obtenção de imagens da superfície terrestre por meio da detecção e medição quantitativa das respostas e interações da radiação eletromagnética com os materiais terrestres”. Baseado nisso surge a dúvida se o termo se trata de uma técnica ou uma ciência.

De acordo com Fussell et al. (1986), o uso de sensores remotos sofisticados para medir a quantidade de energia eletromagnética emitida por um objeto ou área geográfica à distância, seguida da extração de informação importante a partir dos dados obtidos usando algoritmos baseados em matemática e estatística já é por si

só uma atividade científica. Ao mesmo tempo o processo de interpretação visual de uma foto ou imagem exige não apenas conhecimento científico, mas todo o conhecimento que uma pessoa obteve durante toda a sua vida. Tal conhecimento não pode ser medido, programado, ou entendido completamente. A sinergia da combinação do conhecimento científico com a experiência de mundo real do analista permite ao intérprete desenvolver métodos heurísticos práticos para extrair importantes de uma imagem.

A energia registrada por um sistema de sensoriamento remoto sofre certas interações fundamentais que precisam ser entendidas para que os dados de sensoriamento remoto possam ser interpretados apropriadamente. Por exemplo, no caso de um sensor passivo, em que a energia provém do Sol, tal energia, de acordo com Jensen (2009): 1) é radiada pelas partículas atômicas na fonte (Sol), 2) viaja no vácuo espacial à velocidade da luz, 3) interage com a atmosfera da Terra, 4) interage com a superfície da Terra, 5) interage com a atmosfera da Terra novamente, e 6) finalmente atinge o sensor, onde ela interage com vários componentes ópticos, filtros, emulsões de filmes, ou detectores.

É instrutivo examinar cada uma dessas interações fundamentais que a energia eletromagnética realiza à medida que progride da sua origem até o(s) detector(es) do sistema de sensoriamento remoto. O entendimento dessas interações ajuda o analista de imagens a extrais informações úteis dos dados de sensoriamento remoto (TUOMINEN E PEKKARINEN, 2004).

Meneses (2012) explica que a definição do que é radiação eletromagnética (REM) se inicia pela compreensão do caráter dual da sua natureza, isto é, ora atuando como uma forma de onda, ora de energia, o que de acordo com o autor, deve ser sempre levado em consideração ao explicar tudo aquilo que é observado nas imagens com relação às características dos objetos. Essa dualidade é explicada por dois modelos: ondulatório (onda) e corpuscular (energia).

Segundo o modelo ondulatório, a REM pode ser definida como uma oscilação dos campos elétrico e magnético, segundo um padrão harmônico de ondas, ou seja, ondas espaçadas por repetidas vezes no tempo (MENESES, 2012). O autor destaca