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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.3 SETOR BANCÁRIO

O estudo do uso da informação para tomada de decisão foi realizado com gestores de instituições bancárias. Os bancos são instituições privadas ou públicas que fornecem serviços financeiros à sociedade. As atividades exercidas por essas instituições são essenciais à manutenção das atividades comerciais, já que, além de oferecer serviços financeiros, facilitam transações de pagamento, oferecem crédito pessoal e contribuem para o desenvolvimento das comunidades e do país.

As instituições bancárias pertencem ao Sistema Financeiro Nacional, regulado pelo Banco Central do Brasil e tem como principais funções (FEBRABAN, 2013):

a) Rentabilizar as economias e poupanças das pessoas e empresas por meio do pagamento de juros.

b) Financiar o consumo e o investimento das pessoas e empresas cobrando para isso juros e comissões.

c) Realizar serviços de pagamentos e recebimentos também para seus clientes pessoa física ou jurídica e para isso cobra tarifas.

O sistema bancário brasileiro é consolidado e tem três linhas de atuação: banco comercial, banco de investimento e banco múltiplo. O quadro 6 apresenta as linhas de atuação.

Quadro 6 – Classificação dos bancos

Tipo Descrição

Banco Comercial

É o banco, privado ou público, nacional ou estrangeiro de uso cotidiano das pessoas e das empresas.

Banco de Investimento

É uma instituição financeira privada, especializada em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento de longo prazo da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro, bem como na administração de recurso de terceiros.

Banco

Múltiplo São as instituições financeiras que reúnem as funções de banco comercial e de banco de investimento. Fonte: Febraban (2013)

Os bancos comerciais são o tipo de instituição que operam no varejo, junto a sociedade em geral, com a oferta de diversos serviços destinados a pessoa física e também jurídica, dentre os quais destaca-se a movimentação monetária em contas corrente e poupança. Proporcionam a concessão de crédito, financiamento da casa própria e captação para fundos de investimento. Braga (1995) destaca que a atividade básica dos Bancos Comerciais é de financiar o fomento comercial e industrial como objetivo precípuo e proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para

financiar, a curto e médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas.

Os bancos de investimentos atuam no atacado na oferta de serviços aos clientes pessoas jurídica como, por exemplo, alocar o seu capital nos mais diversos tipos de investimento no mercado financeiro. Caracterizam-se por serem bancos de origem privada e por não possuir sistema de contas corrente.

Os bancos múltiplos compreende a grande parte das instituições bancárias brasileiras (públicas e privadas) e caracterizam-se por prestar serviço à sociedade nas duas linhas de atuação, comercial e de investimento, dispondo, para isto, de uma rede de atendimento bancário, como agências, postos de serviços, canais eletrônicos, call centers, entre outros.

O conjunto de bancos brasileiros, públicos e privados, fazem parte do Sistema Financeiro Nacional (SFN) atuando como fornecedores e tomadores de recursos. De forma geral, o Sistema Financeiro Nacional abrange o conjunto de instituições que participam do mercado de crédito, financiamentos, captação de recursos, previdência privada, mercado de capitais, mercado imobiliário, leasing, cooperativas e agentes dos mercados financeiros, previdenciários, seguros e de capitais. Integram também ao Sistema Financeiro Nacional os órgãos reguladores e fiscalizadores das atividades financeiras.

A Constituição Federal Brasileira (BRASIL, 1988) dispõe que:

o Sistema Financeiro Nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.

Em relação ao capital econômico, os bancos podem ser de economia pública ou privada. A diferença consiste basicamente em relação aos seus acionistas, que são as pessoas físicas e/ou jurídicas que injetam capital na instituição. Nos bancos privados, os acionistas são formados por entes e sociedades exclusivamente privada. Já nos bancos

públicos, os acionistas são formados exclusivamente por entidades públicas.

Os lucros dos bancos privados são divididos aos seus acionistas privados e nos bancos públicos, os lucros são direcionados ao acionista público. No caso dos bancos públicos, os recursos repassados ao governo são revertidos em ações políticas – econômicas - sociais à sociedade.

[...] os bancos públicos federais vêm se destacando como importantes elos do Sistema Financeiro Nacional no provimento de crédito à população. Desde o auge da crise, em setembro de 2008, o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) têm sido importantes instrumentos do governo na inclusão bancária da população (IPEA, 2009).

Em geral, as instituições bancárias públicas, principalmente as federais, exercem o papel de executor de políticas públicas do governo, sendo braço do governo em ações sociais, viabilizando recursos e promovendo o desenvolvimento econômico das comunidades. Conforme Lei n. 4.595, artigo 22, as instituições financeiras públicas são órgãos auxiliares da execução da política de crédito do Governo Federal (BRASIL, 1964).

Existem ainda os bancos de economia mista. As instituições bancárias de economia mista são aquelas que têm o capital das duas origens, pública e privada. Neste caso, os lucros são distribuídos proporcionalmente aos acionistas (públicos e privados). A administração dos bancos de economia mista devem seguir as duas nuances, de uma entidade privada e ao mesmo tempo de vetor do estado em suas ações políticas.

A gestão dos bancos, por tratar-se de empresas apoiadas praticamente no setor de serviços, deve ser pautada na qualidade e precisão. Lunardi, Becker e Maçada (2002) afirmam que a indústria bancária tem seus produtos e serviços apoiados em tecnologia da informação e para isto tem gastado bilhões de dólares para esse fim.

As instituições bancárias atuam em um mercado acirrado e competitivo destacam-se pelo constante uso da informática e tecnologia da informação como estratégia competitiva. Este pressuposto decorre do

alto nível de exigências dos bancos em relação à agilidade, eficiência, segurança e valor da informação atrelada a seus serviços. Para Calle (2008) o sucesso das decisões no setor de serviços tem correlação direta com o equilíbrio entre a qualidade e produtividade das informações.

Dentro do contexto da Sociedade da Informação, ressalta- se que as organizações em geral, entre elas o setor bancário, primam pela inovação, tempestividade das respostas e melhoria de sua eficiência operacional. Para isto, cabe destacar a relevância de definir dentro de suas respectivas estruturas organizacionais uma unidade de trabalho específica para gerenciar de forma estratégica a informação e o conhecimento; mercado de trabalho este a ser ocupado e explorado pelos profissionais da informação. Lima e Maçada (2007) afirmam que a indústria bancária proporciona forte investimento e uso de tecnologia da informação haja vista que a informação é elemento-chave para o desempenho e sucesso dos bancos.