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Nesta secção serão apresentadas: uma breve descrição da história do setor de petróleo, algumas informações importantes do setor, os aspectos legais que rege esta área, e, por último, será descrito um impacto ambiental ocorrido no setor de petróleo.

2.5.1 Um Pouco de História

A primeira iniciativa efetiva do Brasil de regulação do setor petrolífero foi a criação do Conselho Nacional do Petróleo (CNP) através do Decreto-Lei n. 395, de 29 de abril de 1938. O CNP como órgão colegiado, era composto pelos ministros das três Forças Armadas, da Fazenda e do Trabalho, Indústria e Comércio, e alguns representantes de sindicatos da indústria e do comércio. Teve como decisor seu presidente nomeado pela Presidência da República e eram passíveis de veto por parte dos ministros militares. Mais tarde seu corpo técnico viria a constituir uma das principais fontes de recursos humanos da PETROBRÁS.

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amplitude dos controles do governo deixava clara a opção estatizante. O CNP teve como primeiro presidente o oficial nacionalista de formação positivista, o general Horta Barbosa, que logo se utilizou da lei pra dificultar a operação de companhias privadas. Atitude esta que deu início a conflitos com Monteiro Lobato e com a Standard Oil Company, com o objetivo de estatizar as jazidas de petróleo descobertas na Bahia e de iniciar o planejamento de uma refinaria estatal.

Contudo, a influência dos setores nacionalistas começou a declinar a partir de 1943, seja pela reduzida confiança que o atual Presidente da República Getúlio Vargas depositava em uma solução completamente estatal, seja pelo desejo de evitar desentendimentos com o governo norte-americano após a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Neste mesmo ano 1943, o general Horta Barbosa se demitiu, sendo nomeado em seu lugar o também general João Carlos Barreto, que deu início a uma lenta mudança de posição na direção de teses mais liberais, a qual teve como marco desta nova tendência a publicação de editais prevendo concessões para a instalação de refinarias do setor privado no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Por fim, em 1946 foram aprovadas as concessões para construção, pelo grupo Soares Sampaio, da refinaria União, em São Paulo e pelo grupo Drault Ernanny para a construção da refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, as quais entraram em operação apenas nos primeiros anos da década de 1950.

2.5.2 Dados Gerais do Setor de Petróleo

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a aprovação da Lei 9.478, chamada Lei do Petróleo, em 06 de agosto de 1997, deu início a uma nova era na indústria de Petróleo no Brasil. Foi criada a Agência Nacional do Petróleo e com ela o fim de um monopólio: PETROBRÁS.

A ANP tem a finalidade de estabelecer regras, gerando um ambiente competitivo, de forma que o mesmo traga vantagens para o país, e principalmente para os consumidores, melhoria na qualidade dos produtos derivados do Petróleo e uma política de preços que reflita o comportamento do mercado internacional.

No ranking da região das Américas Central e do Sul, o Brasil tem a segunda maior produção (22,5%) perdendo apenas para a Venezuela que concentra 44,2% da produção de petróleo desta região.

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No ranking mundial dos produtores de petróleo, o Brasil passou da 18ª colocação em 2001 para a 16ª colocação em 2002 e a Arábia Saudita permaneceu sendo o maior produtor de petróleo do mundo, com uma produção diária em média de 8,7 milhões de barris.

2.5.2.1 Refino

Quanto às refinarias, a capacidade efetiva mundial instalada em 2002 foi de 83,9 milhões b/d, para uma produção de petróleo de 73,9 milhões b/d. No ranking mundial, encontram-se em 1° lugar, com capacidade de refino de 20% do total, os Estados Unidos; seguidos da China com 6,8%, Rússia com 6,6% e Japão com 5,6% que juntos detêm 39,1 da capacidade mundial de refino. No entanto, foi registrada uma queda com relação ao ano de 2001 de 4,4%. O Brasil ocupou a posição 12ª no ranking mundial de refino, com uma capacidade de 1,9 milhão b/d, distribuída em 13 refinarias.

Portanto, verifica-se o quão importante é o Setor de Petróleo para o mundo, e conseqüentemente, para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil.

2.5.3 Aspectos Legais do Setor de Petróleo

Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a legislação neste setor é determinada por portarias ANP e por outras portarias emitidas em conjunto com outros órgãos.

As portarias ANP são organizadas por assunto: ??Portaria de Definição de Blocos;

??Portarias de Exploração;

??Portarias de Desenvolvimento e Produção; ??Portarias de Importação e Exportação; ??Portarias de Oleodutos e Terminais; ??Portarias de Refino e Processamento; ??Portarias de Abastecimento;

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E as principais portarias conjuntas são listadas abaixo: ??Lei do Petróleo n. 9.478/97;

??Decreto n. 2.455/98; ??Decreto n. 2.705/98; ??Lei n. 7.990/89; ??Decreto n. 01/91.

2.5.4 Exemplo de Impacto Ambiental no Setor de Petróleo

Segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), um dos impactos ambientais causados por contaminação do solo, por hidrocarboneto, mais graves no Brasil, foi o caso do derramamento de óleo na refinaria da PETROBRÁS em Araucária – Paraná.

O acidente aconteceu na tarde do dia 16 de julho de 2000; houve vazamento do óleo pelo rompimento de um duto sem válvula de segurança, na região do oleoduto de responsabilidade da PETROBRÁS, provocando o derramamento de cerca de quatro milhões de litros, conforme informações verbais da empresa. O óleo se espalhou por uma área de cerca de 300.000 m², escorrendo no caminho para o Arroio Saldanha, depois para o Rio Barigui e em seguida para o Rio Iguaçu. Segundo informações da PETROBRÁS, vazaram em torno de um milhão de litros de óleo para o rio.

A área de abrangência do vazamento compreendeu desde as vizinhanças das instalações da refinaria em Araucária, até Balsa Nova, mas, por medidas de segurança, foram instaladas barreiras até São Mateus do Sul, definidos pela Defesa Civil como pontos de contenção do óleo.

O IAP juntamente com o IBAMA elaboraram relatórios técnicos com avaliação preliminar sobre o desastre ecológico, que teve influência em diversas áreas, tais como: qualidade do ar, fauna, flora, solo, geologia e águas subterrâneas, qualidade da água e meio sócio ambiental.

Portanto, pode-se verificar o quão grande são os impactos ambientais causados pelas atividades do Setor de Petróleo e Gás e os prejuízos por parte das organizações, que na maioria das vezes são multadas. Maiores detalhes sobre o acidente ecológico em epígrafe podem ser encontrados no site: http://www.pr.gov/iap

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