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DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO

3.2 SIMULAÇÃO DA PLANTA DE PRODUÇÃO DE TETRADECENO

3.3.2 SIMULAÇÃO DO SISTEMA DE ÁGUA DE RESFRIAMENTO

Objetivando-se o cálculo dos ecoindicadores, foi necessário simular o sistema de refrigeração a fim de se obter a vazão volumétrica da corrente de make-up, correspondente à água que é consumida no processo, e as energias da torre de refrigeração e das bombas presentes na planta de utilidades. A Figura 3.4 ilustra o fluxograma do dito sistema simulado no software UniSim®, o qual foi baseado no esquema apresentado na Figura 3.3.

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Figura 3.4 – Sistema de água de resfriamento simulado no UniSim®.

É importante ressaltar que no fluxograma do sistema simulado não há adição da corrente de químicos devido à falta de dados sobre o referido sistema e seus detalhes. Portanto, para fins de simplificação, considera-se que todos os químicos adicionados são purgados antes da bomba P-505A/B.

A vazão volumétrica da corrente Make-up é determinada automaticamente pelo UniSim® a partir do balanço de massa e energia do sistema. Para isto, é necessário especificar a vazão de cw total necessária ao processo, a qual é obtida pela simulação exposta na Figura 3.2, bem como suas condições operacionais, conforme apresentadas na Tabela 3.3. Por fim, são especificadas as perdas da torre, por blowdown e do processo, conforme discriminadas na Tabela 3.4.

3.3.3 SISTEMA DE GERAÇÃO DE VAPOR DE AQUECIMENTO

Como utilidade, o vapor é a fonte de aquecimento utilizada de forma mais ampla em plantas industriais. Entre suas inúmeras vantagens, o vapor d’água possui elevado calor latente, proporcionando uma alta taxa de troca térmica quando comparado a outros fluidos (p. ex. óleos), e apresenta fácil controle da temperatura de operação, o que é realizado pela manipulação da sua pressão. (TOWLER e SINNOTT, 2013)

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Neste trabalho o sistema de geração de vapor, ilustrado na Figura 3.5, utiliza vapor de alta pressão (hps) como fluido de aquecimento no refervedor E-504 e água de alimentação da caldeira (bfw) como fluido refrigerante nos aquecedores E-501 e E-506.

Fonte: Adaptado de Turton et al. (2012).

Figura 3.5 – Esquema genérico do sistema de geração de vapor de aquecimento.

Segundo Turton et al. (2012), para utilização do vapor como fonte de aquecimento, deve-se considerar que:

• Nos equipamentos onde ocorre aquecimento, adota-se a temperatura e a pressão de entrada do vapor d’água com base na temperatura de saída do fluido de processo, a qual deve estar dentro da faixa da classe de vapor considerado;

• Utiliza-se a classe de vapor da faixa de temperatura mais elevada quando a temperatura do fluido a ser aquecido não se encontra dentro da dita faixa;

• Geralmente, apenas troca de calor latente é utilizada. Portanto, toda corrente de entrada dos refervedores no estado de vapor saturado sai destes como líquido saturado na temperatura adotada, conforme a Tabela 3.6.

Tabela 3.6 – Faixas de temperatura e pressão de vapor de água.

Classificação do Vapor Faixa de Temperatura (º C) Faixa de Pressão (kPa)

Vapor de alta pressão (hps) 231 – 254 2.860 – 4.238

Vapor de média pressão (mps) 163 – 186 790 – 1.135

Vapor de baixa pressão (lps) 121 – 135 210 – 310

Fonte: Seider et al. (2010)

A troca de calor entre as correntes de processo e o vapor no refervedor E-504 provoca a condensação deste, que é subsequentemente misturado com uma corrente de make-up de água tratada e encaminhado a um desaerador (DS-501) a fim remover os gases dissolvidos (p. ex. O2, CO2, etc.) presentes e prevenir a corrosão de superfícies metálicas da planta.

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A corrente de saída do desaerador (bfw) é pressurizada ao valor de operação e posteriormente dividida em uma corrente que retornará à caldeira, na qual haverá geração de vapor que será utilizado no refervedor E-504, e outra corrente que será utilizada nos refrigeradores E-501 e E-506, nos quais haverá refrigeração do fluido de processo e consequente geração de vapor de baixa pressão (lps). Neste trabalho, foi considerado que este

lps é utilizado na geração de energia elétrica, através de uma turbina a vapor, para suprimento

– ou pelo menos auxílio no suprimento – de demandas gerais da planta (p. ex. iluminação, equipamentos de escritórios, refeitório, laboratório, etc.).

Analogamente ao sistema de refrigeração, neste sistema há perdas de água associadas a diferentes seções e equipamentos da planta, tais como por blowdown (purga), perdas no pré- tratamento e nos trocadores de calor, sendo necessária a reposição de água por meio de uma corrente de make-up. Entretanto, é necessário contabilizar ainda a corrente de bfw enviada para os aquecedores E-501 e E-506, uma vez que esta não retorna ao sistema de geração de vapor. As heurísticas consideradas para determinar as perdas do sistema de aquecimento estão discriminadas na Tabela 3.7.

Tabela 3.7 – Heurísticas de perdas para o sistema de aquecimento.

Variável Heurísticas Referência

Retorno de condensado 80% U.S. Department of Energy (2010)

Perda no pré-tratamento 1,0% Turton et al. (2012)

Blowdown 1,0% Suzuki (1999)

bfw para E-501 e E-506 92% Calculado através da simulação

Cabe ressaltar que na planta de produção de tetradeceno proposta por Turton et al. (2012) o refervedor E-502 utiliza o fluido de troca térmica Dowtherm A ao invés de vapor d’água, como pode ser observado na Figura 3.1. Acredita-se que isto se deve à limitação da temperatura máxima na qual o vapor de alta pressão se encontra. A Tabela 3.8 apresenta as características de cada refervedor.

Tabela 3.8 – Condições operacionais dos refervedores.

Parâmetro E-502 E-504

Temperatura (º C) 345,8 253,9

Calor trocado (GJ/h) 5,15 0,6865

De acordo com a Tabela 3.8, é evidente que o valor de temperatura máximo atingido pelo vapor d'água (hps) não satisfaz as condições operacionais necessárias para atender a demanda do refervedor E-502, sendo portanto necessária a utilização de outro fluido de troca térmica. Neste sentido, Turton et al. (2012) optaram por utilizar o Dowtherm A que, segundo

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a Dow Chemical Company (2000), gera mais calor por unidade de massa, necessitando assim de uma vazão menor em relação ao uso de vapor, o que geraria uma perda de carga muito maior e consequentemente o aumento do gasto energético de bombeamento.

A Tabela 3.9 lista os equipamentos, seus tags e suas respectivas condições operacionais do sistema em questão.

Tabela 3.9 – Equipamentos do sistema de geração de vapor.

Equipamento Tag Observação

Bomba P – 506A/B Elétrica, 80% de eficiência

Desaerador DS – 501 Ventilação

Caldeira CL – 501 Gás natural, 80% de eficiência

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