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3.3 Materiais e métodos

4.1.3 Sintomatologia LME

Sintomas LME últimos 12 meses:

Dos 146 indivíduos, apenas 130 responderam à existência ou não de sintomatologia LME nos últimos 12 meses, sendo que 67 dos mesmos deram resposta positiva. Estes representam 59% das mulheres e 17% dos homens (Figura 33).

Figura 33 – Percentagem LME por sexo N=146 (Feminino=100; Masculino=46); Nválido=130

As mulheres constituem o grupo com maior ocorrência de sintomas em que a maior parte deles ocorre para o punho e mão (53% das sintomáticas). Segue-se a prevalência no ombro com 42%. No caso dos homens a zona anatómica com mais queixas é a coluna dorsal (38% dos sintomáticos), a que se seguem o punho e mão e a coluna lombar, ambos com 25% (Figura 34). Em termos gerais os membros superiores são os mais afetados, pelo que, a partir deste ponto, a análise foi direcionada para estes.

Figura 34 – Sintomas por sexo Nválido=67 (Feminino=59;Masculino=8) % Tr ab al h ad o res % T rab al h ad o res % Relativa de trabalhadores

Frequência dos sintomas:

Dos 67 trabalhadores que manifestaram sintomas LME, 60 responderam à questão sobre a frequência dos mesmos verificando-se que as regiões que apresentam maiores frequências são as mãos e dedos e Punho. De realçar ainda o destaque dado aos sintomas no ombro e braço, categorizados como muito frequentes por um conjunto significativo de trabalhadores (aproximadamente 23%) (Figura 35).

Figura 35 – Frequência dos sintomas N=67 (Feminino=59;Masculino=8); Nválido=60

* Nº de Ocorrências

Outros sintomas:

Dos 67 indivíduos que identificaram a existência da sintomatologia LME, 65 responderam quanto à manifestação de outros sintomas. Na amostra feminina verifica-se a ocorrência, sobretudo, de lombalgias (49%) e dorsalgias com 29%. Já no caso dos homens prevalecem as dorsalgias com

63% dos indivíduos (Figura 36). N=67 (Feminino=59; Masculino=8); Nválido=65 Figura 36 – Ocorrência de outros sintomas

Inicio sintomas

Da totalidade de inquiridos com sintomas músculo-esqueléticos, apenas 51 responderam quanto ao início dos sintomas, sendo que a maioria ocorreu entre 2005 e 2010, ou nos últimos 3 anos (Figura 37).

Figura 37 – Inicio de sintomas N=67 (Feminino=59; Masculino=8); Nválido=51

* Nº de Ocorrências % Trabalhadores % Tr ab al h ad o res % Trabalhadores * *

Duração sintomas

A maioria dos inquiridos que respondeu a este aspeto refere que os sintomas têm duração contínua (aproximadamente 30 a 35%), sendo o valor mais elevado observado para o punho. A exceção ocorre para os sintomas de cotovelo & braço em que apenas 20% manifesta sintomas contínuos. De considerar também o valor significativo atribuído às durações até 1 semana (entre 2 a 10% aproximadamente, consoante a área afetada). Outra apreciação deve ser tecida à percentagem significativa dos inquiridos que revelam ter sintomas com duração inferior a um dia no ombro e braço (aproximadamente 10%) (Figura 38).

Figura 38 – Duração dos sintomas N=67 (Feminino=59; Masculino=8); Nválido=59

* Nº de Ocorrências

Sintomas última semana:

As mulheres são o grupo que apresenta mais queixas contínuas com aproximadamente 10 a 20 % dos casos ao longo da última semana. Mais ainda, são as únicas onde ocorrem sintomas de forma frequente, já que os homens apenas apresentam queixas esporádicas para a região do punho (Figura 39). Nas mulheres, a área mais afetada durante a última semana corresponde à região do Punho com 30 relatos, sendo que em 10 casos se verifica a frequência máxima e noutros 10 o valor imediatamente a seguir (frequentemente). Segue-se a região de mão & dedos, destacando-se que a frequência mais relatada foi “sempre”.

Figura 39 – Distribuição dos sintomas na última semana Nválido=59 (Feminino=54; Masculino=5)

* Nº de Ocorrências % Trabalhadores * * * % M u lh er es % H o mens

Intensidade dos sintomas:

Quando inquiridos sobre a intensidade dos sintomas, os trabalhadores atribuíram a classificação máxima para o ombro e braço com mais de 25% dos que responderam a admitir que os mesmos são insuportáveis na fase pior. Seguem-se a zona mão e dedos e punho com mais de 20% dos inquiridos a considerar os sintomas como insuportáveis na fase pior. Considerando os resultados sobre a intensidade no momento do inquérito, as zonas que verificaram um maior número atribuições de insuportável são o punho e mão e dedos, embora a percentagem não seja muito elevada (entre 5 a 7%) (Figura 40).

Figura 40 – Intensidade dos sintomas N=67 (Feminino=59; Masculino=8) Nválido = 58

* Nº de Ocorrências

Recurso a cuidados de saúde:

Dos inquiridos, apenas 62 responderam se recorreram ou não a serviços de saúde. Destes 37 recorreram a estes serviços, sendo que as mulheres foram as que mais o fizeram, com uma percentagem de 59%, contra 25% dos homens

(Figura 41). Figura 41 – Recurso a cuidados de saúde

N=67 (Feminino=59; Masculino=8); Nválido=62

Dos 37 que recorreram a cuidados de saúde, a maioria recorreu ao serviço nacional de saúde, ou ao médico de trabalho. De ressaltar a elevada percentagem dos que recorreram a mais do que um tipo de consulta, neste caso 34% das mulheres da amostra (Figura 42).

Figura 42 – Tipo de consulta Nválido=37 * * % Rel at iv a d e tr ab al h ad o res % Tr ab al h ad o res % Trabalhadores % Trabalhadores

ITA:

A esmagadora maioria dos inquiridos não teve nenhum tempo de incapacidade temporária absoluta devido a LME. De destacar, contudo, que 17% das mulheres que manifestam sintomas já teve algum episódio desta natureza (Figura 43).

Figura 43 – ITA por sexo

N=67 (Feminino=59;Masculino=8); Nválido=60

Tempo perdido:

Apenas os indivíduos do sexo feminino registaram tempo perdido associado à ocorrência de Lesões Músculo-Esqueléticas, sendo que na maioria dos casos esse tempo está entre 7 e 30 dias. Ainda assim verifica-se a existência de 4 casos com duração superior, sendo de destacar o facto de existirem dois registos referentes à limitação superiores a um ano (Figura 44).

Figura 44 – Distribuição da amostra por tempo perdido ou limitado ITA: Nválido=5; Tempo perdido/limitado: Nválido=61

Necessidade de tratamento:

Dos 67 indivíduos com sintomatologia de LME, 51% e 38% (mulheres e homens respetivamente), afirmaram ter necessidade de tratamento, correspondendo a um total de 33 indivíduos (Figura 45). No geral destes 33, os homens recorrem apenas a medicação, e de forma esporádica. Já as mulheres utilizam o recurso a medicação, como analgésicos e anti- inflamatórios com uma percentagem a variar 20 e os 30% consoante a região, mas também à combinação de medicação e tratamentos “físicos” como a fisioterapia (10 a 15% dos casos consoante as áreas afetadas) (Figura 46).

Figura 45 – Necessidade de tratamento N=67 (Feminino=59; Masculino=8); Nválido=56

% Tr ab al h ad o res % Tr ab al h ad o res N º d e o co rr ên ci as

Figura 46 – Tipo de tratamento necessário por área anatómica Nválido=33 (Feminino=30; Masculino=3)

* Nº de Ocorrências