• Nenhum resultado encontrado

3.4 Limitações da Pesquisa

4.1.3 O sistema Acafe

Ricken (1981, p.123-130) esclarece que a ausência de um processo de planejamento, a rivalidade, a duplicação de cursos, e, a o isolamento das IES fez surgir a ACAFE, como órgão de classe, com o objetivo de agrupar as fundações educacionais em um arquipélago, através de ações conjuntas, que haveriam de fortificá-las como sistema. Em 02 de maio de 1974 em reunião conjunta do CEE e das IES, os dirigentes das 15 Fundações Educacionais constituíram a ACAFE com os seguintes objetivos básicos:

- congregar as Entidades Mantenedoras do Ensino Superior de Santa Catarina, e representá-las nos seus interesses;

- representar, quando solicitada, as Entidades filiadas junto aos órgãos Municipais, Estaduais, Federais, Autárquicos ou perante terceiros;

- promover o intercâmbio entre as Entidades filiadas inclusive de formação de pessoal, através de congressos, seminários e outras formas de reunião; - assessorar as Entidades filiadas nos problemas referentes à administração e ao Ensino e Pesquisa;

- realizar estudos e pesquisas com vistas à melhoria qualitativa e quantitativa do Ensino Superior em Santa Catarina;

- cooperar com os órgãos federais, estaduais e municipais e assessorar-lhe na formulação e execução da política de Ensino Superior em Santa Catarina; - realizar atividades passíveis de ação unificada. (ACAFE, 1974: p.1-2, apud Ricken, 1981, p.126-127).

O fortalecimento como entidade representativa deu-se com o passar dos anos, à medida que as próprias Fundações Educacionais se sentiram mais fortes, suas vozes ouvidas, suas atividades eram respeitadas e aumentava entre elas a coesão e a solidariedade. Algumas ações são destacadas:

- o vestibular estadual unificado; - capacitação de professores das IES;

As características do sistema Acafe (1999, p.7-8) são o forte espírito comunitário, delineado através da presença do poder público municipal no apoio ao desenvolvimento das atividades de cada instituição, da colaboração estreita com a empresa privada e do volume de bolsas de estudos concedidas aos seus alunos. A intensiva procura de soluções próprias, alicerçada em iniciativas individuais ou de grupos organizados, em função de necessidades e interesses locais ou regionais, com aproveitamento pleno do potencial de cada instituição em relação ao seu meio. E, a grande capacidade de antecipação e de reação diante dos desafios locais, regionais e nacionais, fortalecida tanto pelas tradições de origem de cada instituição quanto pela diversificação dos modelos gerenciais adotados, além de uma constante preocupação com a sobrevivência de cada empreendimento em função dos objetivos societários e econômicos das microrregiões em que atuam.

Hawerroth (1999, p.42-44) citando a Constituição Federal Brasileira de 1988, que em seu artigo 207, veio determinar que “As universidades gozam de autonomia didático-

científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”, esclarece que assim o Conselho

Estadual de Educação de Santa Catarina publicou uma Resolução com vistas a regulamentar a legislação estadual. Ressalta os seguintes aspectos nela evidenciados: primeiro, determinou que as Instituições Isoladas de Ensino Superior devessem, uma vez autorizadas, restringir-se geograficamente aos limites de uma mesma região geoeducacional; segundo, estabeleceu uma normatização em consonância com a ensejada autonomia universitária, onde, definia-se que toda universidade plenamente reconhecida estaria livre de quaisquer amarras legais que restringissem a expansão dentro de sua sede e na área de abrangência definida em seus estatutos. O autor acrescenta que a capacitação docente exigida pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), e as necessidades contínuas por capacitação profissional, estão fazendo com que as universidades experimentem um grande esforço para criação e estruturação de suas pós-graduações.

Carvalho (1996, 238-299), realizou pesquisa em cinco universidades catarinenses (UFSC, UDESC, UNISUL, FURB e UNIVALI) sobre a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Para o presente trabalho observaram-se as respostas das universidades do interior catarinense pertencentes ao sistema Acafe (UNISUL, FURB e UNIVALI). Sobre se a estrutura organizacional da Universidade oportuniza ações visando à indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, nas três universidades mais de 60% responderam às vezes ou não, sendo que entre os dirigentes das três instituições a resposta sim e às vezes alcançou mais de 90%. Quanto à participação em atividades de pesquisas responderam sim e às vezes, entre

os dirigentes igual ou mais que 90%, entre os docentes acima de 60% , e entre os discentes acima de 58%. A resposta para se a eqüidade na distribuição dos recursos materiais, financeiros e humanos entre pesquisa, ensino e extensão a resposta não, representou mais de 95%. Quanto à destinação dos recursos mais de 35% responderam que o ensino tem preferência, seguido da administração universitária (20% ou mais), convém salientar que mais de 30% não responderam a questão. Nas três universidades analisadas apenas a pesquisa na Furb aparece com 1,8% de indicações, representada pela resposta dos docentes da instituição. Sobre se as universidades em questão mantêm um sistema de divulgação dos seus trabalhos científicos as respostas possuem em situação permanente ou esporádica representou mais de 74%.

No ano de 2006 o sistema Acafe contava com dezesseis associados (uma faculdade, quatro centros universitários, uma universidade estadual e dez universidades municipais) e atendiam 84 municípios distribuídos em todo o território catarinense. As associadas são:

SIGLA Identificação da Instituição de Ensino Superior FEBAVE Fundação Educacional Barriga Verde

FEHH Fundação Educacional Hansa Hammonia FURB Universidade Regional de Blumenau UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina UnC Universidade do Contestado

UNERJ Centro Universitário de Jaraguá do Sul UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense

UNIDAVI Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí Unifebe Centro Universitário de Brusque

UNIPLAC Universidade do Planalto Catarinense UNISUL Universidade do Sul de Santa Catarina UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí

UNIVILLE Universidade da Região de Joinville

UNOCHAPECÓ Universidade Comunitária Regional de Chapecó UNOESC Universidade do Oeste de Santa Catarina

USJ Centro Universitário Municipal de São José

Quadro 3: Instituições de Ensino Superior associadas ao Sistema Acafe Fonte: Acafe, 2007.

As instituições de ensino superior pertencente ao Sistema Acafe apresentavam-se distribuídas pelo território catarinense conforme figura a seguir:

Figura 1: Distribuição das Instituições de Ensino Superior do Sistema Acafe no território catarinense.

Fonte: Acafe, 2007. Legenda:

Fundação Educacional Barriga Verde

Universidade do Planalto Catarinense

Universidade Regional de Blumenau

Universidade do Sul de Santa Catarina

Universidade do Estado de Santa Catarina

Universidade do Vale do Itajaí Universidade do Contestado Universidade da Região de

Joinville Centro Universitário de Jaraguá

do Sul

Universidade Comunitária Regional de Chapecó

Universidade do Extremo Sul Catarinense

Universidade do Oeste de Santa Catarina

Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí

Centro Universitário Municipal de São José

Centro Universitário de Brusque

Fundação Educacional Hansa Hammonia

4.2 Análise de Dados

A análise de dados foi realizada, primeiramente, por universidade pesquisada, e na segunda parte sobre o conjunto das universidades. As análises pormenorizadas das pesquisas se encontram em apêndice. As universidades analisadas foram: Universidade do Contestado (UnC), Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (Unidavi), Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Universidade Comunitária Regional de Chapecó (Unochapecó), e, Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), totalizando cinco universidades num universo pretendido de dez universidades. A distribuição dos projetos de pesquisa no período estudado é apresentada a seguir:

Tabela 1: Projetos de pesquisas analisados por universidade no período 2001-2006.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total Unc 10 1 4 5 8 13 41 Unidavi 0 1 0 0 0 12 13 Univali 0 3 54 96 9 6 168 Unochapecó 0 0 0 0 7 8 15 Unoesc 0 0 2 11 4 1 18 Total 10 5 60 112 28 40 255 Percentual 3,92% 1,96% 23,53% 43,92% 10,98% 15,69% 100,00% Fonte: o autor

Observa-se que a maior parte das pesquisas analisadas se refere aos anos de 2003 e 2004 (67,45%). Visualiza-se que o processo de institucionalização das pesquisas nas universidades analisadas ocorre em momentos diferentes dentro do período proposto.

Deve-se ter muito cuidado em analisar esta tabela, primeiro porque o controle das pesquisas realizadas dentro das universidades é deficiente, desta forma, é natural que exista um conhecimento das pesquisas terminadas ou que produziram resultados públicos, e um não conhecimento das pesquisas que estão em andamento. Por esse mesmo motivo se deve acreditar que o rol de pesquisas remetidas pelas universidades não sejam o total da produção científica existente nestas instituições. Em segundo lugar, acredita-se que em função do número de pesquisadores trabalhando em cada instituição e levando em consideração a duração das pesquisas realizadas, existe uma capacidade de produção científica em cada instituição dentro de um período, ou seja, estando os pesquisadores envolvidos com determinados projetos ocorre à dificuldade de estes mesmos pesquisadores produzirem novos

projetos enquanto não terminarem ou atingirem um determinado nível maturidade na sua produção científica.