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3 ESTAÇÃO DE INTEGRAÇÃO PAMPULHA DO SISTEMA BRT

3.1 Sistema BRT em Belo Horizonte

O sistema BRT de Belo Horizonte, denominado de MOVE, que começou a operar em 08 de março de 2014 com o objetivo de tornar-se o sistema estruturador do transporte coletivo na cidade e prover maior mobilidade aos seus usuários, é formado na verdade por dois sistemas independentes, o municipal e o metropolitano. Apesar de terem sido implantados conjuntamente e compartilharem os mesmos corredores e algumas das estações de integração, o BRT de Belo Horizonte não possui nenhuma forma de integração com o sistema metropolitano. Utilizam diferentes estações de transferência, cobram diferentes tarifas e mesmo a caracterização visual dos veículos é diferente, tendo em comum apenas a marca MOVE.

O sistema BRT foi implantado em etapas, tendo sido a última no dia 16 de agosto de 2014. O sistema tem corredores exclusivos que somam 23,1 km de extensão, quatro estações de integração, entre elas o terminal da Pampulha e 39 estações de transferência (Tabela 3.1). Cabe também o registro de que o sistema conta com faixas exclusivas em importantes corredores e em algumas vias na área central.

Tabela 3.1: Descrição dos corredores exclusivos do BRT de Belo Horizonte (BHTRANS, 2014a).

Corredor Extensão de via com tratamento

para ônibus (km) Número de estações de transferência Vilarinho 2,7 4 Pedro I 3,3 6 Antônio Carlos 8,7 14 Cristiano Machado 7,1 9

Rotor Área Central (Avenidas Paraná/Santos Dumont)

1,3 6

A Estação de Integração da Pampulha encontra-se no corredor exclusivo Antônio Carlos que possui uma extensão de 14,7 km . Este corredor abrange os corredores exclusivos das avenidas Vilarinho, Pedro I e Antônio Carlos, conectado ao corredor exclusivo na área central formado pelas avenidas Santos Dumont e Paraná, conectadas e formando um rotor. Ao longo do corredor existem três estações de integração e 24 estações de transferência.

O transporte coletivo por ônibus em Belo Horizonte compreende 296 linhas. Destas, 97 pertencem ao Sistema MOVE, sendo este composto por 26 linhas troncais ou diametrais do BRT e 71 alimentadoras. As 26 linhas troncais operam com veículos articulados e/ou do tipo padron BRT (Figura 3.1: direita e centro). Os veículos articulados têm quatro portas à esquerda para embarque em nível e duas ou três portas à direita, sendo que, aqueles que possuem três portas a direita podem operar fora do corredor exclusivo. Os veículos do tipo padron BRT têm três portas à direita e duas à esquerda para a realização de embarque em nível. As linhas que utilizam estes veículos possuem itinerários que utilizam os trechos dos corredores exclusivos e o tráfego misto.

As 71 linhas alimentadoras do sistema transportam os usuários dos bairros até as estações de integração. As linhas alimentadoras utilizam veículos do tipo básico ou convencional (Figura 3.1,Figura 2.2 a esquerda). Estes veículos possuem apenas três portas à direita, não realizam embarque em nível e não possuem nenhuma parte do itinerário nos corredores exclusivos.

Figura 3.1: Veículos do Transporte coletivo por ônibus de Belo Horizonte (Fonte: GEAUQ, 2014).

Na Figura 3.2 são apresentados os itinerários de todas as linhas que compõem o sistema BRT MOVE em Belo Horizonte, bem como a localização da Estação Pampulha. Os itinerários em linhas amarelas representam as linhas alimentadoras que fazem a ligação dos bairros até as estações de integração. As linhas verde correspondem aos itinerários das linhas troncais do sistema que conectam as estações de integração até a área central, passando por corredores ou faixas exclusivas e parando nas estações de transferência alocadas ao longo dos corredores exclusivos e no rotor da área central. Em azul e verde claro estão, respectivamente, as linhas diametrais e perimetrais que utilizam os corredores exclusivos (busway) ligando bairros de diferentes regiões da cidade e integrando-os ao BRT, diferindo pelo fato de as perimetrais não trafegarem pela área central.

As quatro estações de integração do BRT e as respectivas regiões atendidas pelas alimentadoras localizam-se na parte norte da cidade. Há, no entanto, linhas do sistema BRT conectando-se a outras regiões da cidade e a outras três estações de integração que não pertencem ao sistema BRT, a saber, as estações José Cândido (integrada ao metrô), Barreiro e São José.

Figura 3.2: Linhas componentes do Sistema BRT MOVE e a Estação Pampulha . (BHTRANS, 2014a)

As linhas que compõem o sistema BRT possuem integração física e tarifária, ou seja, o usuário pode realizar a transferência de veículos sem a necessidade de pagar outra tarifa, pagando apenas o complemento quando a migração é feita de uma linha alimentadora para uma troncal. Atarifa das alimentadoras é inferior ao da tarifa cheia do sistema que é o valor pago por usuários das linhas convencionais do sistema. Esta diferença privilegia aqueles usuários que não se dirigem à área central e utilizam apenas as linhas alimentadoras, mesmo quando usam mais do que uma, ou seja, o usuário que permanece na mesma região de domicílio ou que migra entre regiões servidas por alimentadoras da mesma estação.

Os usuários do sistema de transporte coletivo podem efetuar o pagamento da tarifa em dinheiro ou utilizar de cartão de crédito eletrônico, denominado BHBUS. O uso do cartão BHBUS aumentou de 60% (antes do início das operações do BRT) para 66% cinco meses depois, como pode ser observado na Figura 3.3. Esta tendência de alta se explica devido à, principalmente, três fatores: a economia de tempo do usuário ao evitar filas para comprar os tickets unitários; a facilidade em adquirir os cartões e efetuar as recargas dos mesmos nas estações criadas e a possibilidade de usufruir da integração temporal possível em um prazo de até 90 minutos após a primeira utilização do cartão (BHTRANS, 2014a).

Figura 3.3: Uso de créditos eletrônicos no transporte coletivo de Belo Horizonte. (BHTRANS, 2014a).